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ÍNDICE |
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A questão das indenizações
(matérias
comentadas) |
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Tragédia no
Vôo 402

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TAM
garante
indenização
às
vítimas
BOL 1/11
21h50
De São
Paulo
O
comandante
Rolim
Adolfo
Amaro,
fundador
e
presidente
da TAM,
chegou
nesta
sexta-feira
(1) a
São
Paulo às
6h30,
depois
de
pilotar
quase a
noite
inteira
seu jato
Cessna Citation,
vindo do
Caribe.
Às 15h,
ele
concedeu
entrevista
coletiva
no
aeroporto
de
Congonhas
e
afirmou
que vai
indenizar
todas as
vítimas
que
estavam
a bordo
do
Fokker
100
sem que
seja
necessário
qualquer
iniciativa
legal
por
parte
das
famílias.
As
demais
vítimas,
que
foram
mortas
fora do
avião,
deverão
entrar
em
contato
com a
TAM para
que o
caso
seja
encaminhado
à
Unibanco
Seguros.
A
empresa
está
disposta
a fazer
acordo
com as
pessoas
que
foram
prejudicadas
e não
estavam
na
aeronave.
"Faremos
tudo
para
minimizar
a dor
das
famílias",
afirmou
o
presidente
da TAM.
O
dinheiro
a ser
pago aos
beneficiários
das
vítimas
não
deverá
sair dos
cofres
da
companhia.
Isso
porque,
segundo
a
diretoria
da
empresa,
a
apólice
de
seguro
feita
pela TAM
cobriria
todas
essas
despesas.
O seguro
da
companhia
cobre a
aeronave,
as vidas
dos
passageiros,
tripulantes
e
terceiros
- ele
é da
ordem de
429
milhões
de
dólares.
Destes,
29
milhões
de
dólares
são
contra
danos na
aeronave
e o
restante
contra
os danos
materiais
e
pessoais
de
terceiros.
"O valor
é algo
próximo
a isso e
será
mais que
suficiente
para
cobrir
quaisquer
prejuízos
com o
acidente",
disse
José
Rudge,
presidente
da
Unibanco
Seguros.
Foto: João Wainer/Folha Imagem |
Comandante Rolim:
"Faremos tudo para
minimizar a dor das famílias"
|
Na
próxima
semana,
a
empresa
vai
instalar um
serviço
de
atendimento
às
vítimas
do
acidente.
"A
intenção
é que as
pessoas
procurem
a TAM de
maneira
simples,
por
telefone",
explicou
o
vice-presidente
Administrativo
e
Financeiro
da
empresa,
Daniel
Mandeli
Martim.
As
indenizações
que
serão
pagas
aos
passageiros
e
tripulantes
são
reguladas
por lei
o que,
segundo
Martim,
facilita
o
trabalho.
No
entanto,
as
indenizações
pagas a
terceiros,
por
danos
materiais
ou
morte,
não
possuem
um valor
fixo.
Nesse
caso, a
indenização
é
calculada
a partir
de um
laudo
feito
por
peritos
de
seguro.
Isso
significa
que se
alguém
não
estiver
satisfeito
com o
valor
proposto
como
indenização
poderá
entrar
na
justiça
contra a
TAM. "É
da
natureza
das
pessoas
fazer
isso",
disse
Rolim.
Mesmo
assim,
ele não
teme que
a TAM
seja
processada.
As
negociações
sobre os
valores
de
indenizações
serão
feitas
diretamente
entre as
famílias
e a
companhia
de
seguros.
Quanto
às
pessoas
que
perderam
suas
casas
por
causa do
choque
da
aeronave,
a TAM
afirmou
que elas
poderão
continuar
hospedadas
em
hotéis
da
cidade.
O
vice-presidente
Martim
explicou
que as
despesas
de
hospedagem
serão
pagas
até que
a TAM
indenize
todas as
vítimas.
Comentário:
Precisou
acontecer
o
terrível
acidente
com o
voo 3004
da TAM
para que
a
empresa
-
cobrada
pela
imprensa
-
tomasse
a
iniciativa
de
chamar
as
vítimas
para um
acordo.
Ficou
bem
nítida a
falta de disposição
da TAM +
Unibanco
Seguros
+ resseguradoras
em
indenizar.
Pouquíssimos
acordos
foram
feitos à
época do
acidente.
Viúvas e
familiares
das
vítimas
a bordo,
familiares
das
vítimas
em terra
e
moradores
das
casas
destruídas
não
tiveram
outra
opção a
não ser
recorrer
a
Justiça.
As
propostas
de
acordo
ofertadas
pela TAM
sempre
beiraram
o
ridículo.
Notem
bem o
que diz
a
matéria
acima:
"seguro..."
"...é da
ordem de
429
milhões
de
dólares".
Ao longo
desses anos,
causas
foram
ganhas,
acordos
firmados
em bases
menos
piores
que as
oferecidas
e há
algumas
ainda
pendentes.
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INDENIZAÇÃO - Segundo o
Dicionário Houaiss
Acepções
■
substantivo feminino
1 ato ou
efeito de indenizar(-se)
1.1 aquilo que se concede ou
obtém como reparação ou compensação de
um
prejuízo, perda, ofensa etc.;
compensação, recompensa, restituição
1.2 Rubrica: direito civil.
reparação
financeira por perda patrimonial
provocada por outrem
1.3 Rubrica: direito civil.
reparação financeira por dano,
material ou moral, causado pela prática
de ato
ilícito
Etimologia
indenizar + -ção;
cp. o fr. indemnisation (1754)
'id.' < indemniser 'indenizar' +
-ation; ver dan(i)-
Sinônimos
compensação,
emenda, recompensa, remuneração,
reparação,
ressarcimento,
restituição,
satisfação.
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São Paulo, sábado, 30 de novembro
de 1996
VÔO 402
Prazo do inquérito policial foi
prorrogado; seguradora só liberou
seguros pessoais e pagamento de bens
avariados
Um mês depois, indenização não foi
paga
da Reportagem Local
Um mês depois da queda do Fokker-100
da TAM que matou 99 pessoas em São
Paulo, as famílias dos passageiros
do vôo 402 ainda não receberam
indenizações pelas mortes. O
inquérito aberto pela Polícia Civil
para investigar o acidente teve seu
prazo de conclusão prorrogado por
mais 30 dias, por ordem do
Ministério Público, a pedido do
delegado Romeu Tuma Júnior.
A comissão de técnicos da
Aeronáutica, da TAM e do sindicato
de pilotos e aeroviários que
investiga o acidente elaborou
anteontem um relatório preliminar
sobre a tragédia, que não aponta
culpados e não tira conclusões.
A Unibanco Seguros, responsável pelo
pagamento das indenizações, divulgou
ontem um balanço do que foi pago até
o momento. Os valores somam R$
2.714.706,13. As oito famílias de
funcionários do Unibanco receberam
pagamentos no valor total de R$
2.022.653,95, referentes a seguros
pessoais por morte acidental. Um
total de R$ 79.714,26 foi pago às
famílias de três tripulantes, também
por conta de seguros pessoais. Foram
pagas 24 indenizações a
proprietários de veículos avariados,
totalizando R$ 126.143,92, e R$
236.194 a 13 famílias que tiveram
suas casas danificadas.
As despesas com hotel e funerais
somaram R$ 250 mil. Os gastos com a
UTI do Hospital Albert Einstein,
onde esteve internado o vendedor
Dirceu Barbosa Geraldo, uma das
vítimas em terra, totalizaram R$
142.958. Também estão em fase final
de pagamento as indenizações pelos
bens danificados de alguns moradores
(R$ 364 mil) e por edificações
danificadas (R$ 850 mil).
RELEMBRANDO
-
01.11.1996
O
comandante
Rolim
Adolfo
Amaro,
fundador
e
presidente
da
TAM,
chegou
nesta
sexta-feira
(1)
a
São
Paulo
às
6h30,
depois
de
pilotar
quase
a
noite
inteira
seu
jato
Cessna Citation,
vindo
do
Caribe.
Às
15h,
ele
concedeu
entrevista
coletiva
no
aeroporto
de
Congonhas
e
afirmou
que
vai
indenizar
todas
as
vítimas
que
estavam
a
bordo
do
Fokker
100
sem
que
seja
necessário
qualquer
iniciativa
legal
por
parte
das
famílias.
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São Paulo, sábado, 22 de fevereiro
de 1997
VÔO DA TAM
Advogados temem morosidade
da Justiça brasileira e processam
fabricante da peça que causou a
queda do avião
Vítimas tentam indenização fora do
Brasil
da Reportagem Local
As indenizações aos parentes das
vítimas da queda do avião da TAM
podem ser resolvidas fora do Brasil,
para evitar a morosidade da Justiça
brasileira.
Pelo menos é o que pretende um grupo
de familiares de mortos no acidente,
que matou 99 pessoas, entre
passageiros, tripulantes e vítimas
em terra em 31 de outubro do ano
passado em São Paulo.
O grupo, que hoje representa cerca
de 20 famílias, desistiu de acionar
a TAM ou as seguradoras da empresa
aérea e decidiu cobrar os
fabricantes das peças do Fokker-100
que falharam e provocaram o
acidente.
As mudanças realizadas pelo
fabricante e ratificadas pelas
autoridades aeronáuticas logo depois
do acidente são um atestado de que
havia defeito no avião'', diz Renato
Guimarães Júnior, um dos advogados
do grupo.
O grupo não divulga o nome da
empresa que pretende acionar ou seu
país de origem, mas já tem encontro
marcado no próximo mês com uma
empresa de advocacia norte-americana
especializada em acidentes aéreos.
Segundo Guimarães Júnior,
"os
advogados norte-americanos já têm
claro quais as falhas que causaram o
acidente e sabem quais empresas vão
responder por isso''.
Antes de ingressar com a ação, os
advogados pretendem reunir outros
parentes de vítimas.
Guimarães Júnior representa parentes
de uma vítima. A seu cliente, deu as
seguintes orientações: não assinar
nenhum recibo de indenização pelo
acidente e não ingressar com nenhuma
ação na Justiça brasileira.
Vítima em terra
Por outro lado, a família de Dirceu
Barboza Geraldo, uma das vítimas em
terra, entrou ontem com uma ação de
indenização contra a TAM na Justiça
brasileira.
A indenização pedida pela família
por danos morais e materiais é de
cerca de R$ 2 milhões.
A Unibanco Seguros, seguradora da
TAM, ofereceu à família uma
indenização no valor total de R$ 145
mil. O valor não foi aceito.
A advogada dos familiares, Ana
Cristina Casanova Cavallo, alega que
o Código Brasileiro do Ar, que
relaciona o valor da indenização
para as vítimas de solo ao peso do
avião, é inconstitucional.
A advogada anexou ao processo
declarações de empresas onde ele
trabalhava como autônomo.
Segundo a advogada, Geraldo, que era
vendedor de autopeças, ganhava R$
4.396 mensais. Ele morreu com 39
anos. O cálculo foi feito com base
nos rendimentos que ele teria até
completar 65 anos.
Os danos morais foram calculados
levando-se em conta os 29 dias que
ele passou internado e no sofrimento
da família.'' A ação pede que o juiz
fixe esse valor, mas ela estima que
chegue a R$ 500 mil.
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São Paulo, quinta, 10 de julho de 1997
VÍTIMAS DO VÔO 402
Bens perdidos com choque custam
mais, diz vítima
Indenização da TAM não cobre prejuízo
MALU GASPAR
da Reportagem
Local
Três de quatro famílias atingidas pelo
acidente com o Fokker-100 da TAM em
outubro de 1996 ouvidas pela
Folha afirmam que a indenização
paga pela empresa não foi suficiente
para cobrir os danos com o acidente.
O
jornalista Jorge Tadeu da Silva,
34, diz ter recebido R$ 55 mil e gastado
cerca de R$ 85 mil com a reforma da casa
e a compra de tudo o que perdeu.
Silva diz ter impetrado ação por danos
morais contra a empresa. "Desde o
acidente que sofro de insônia. Fiquei
revoltado ao saber que a TAM foi
escolhida empresa do ano pela revista
"Exame".
A família do professor de matemática
Marco Antônio de Oliveira, vítima fatal
em terra da queda do Fokker-100 da TAM,
também diz ter gasto muito mais do que o
que foi recebido da empresa.
Maria Ivone de Oliveira, 47, irmã do
professor, não soube precisar qual foi a
indenização recebida nem o total de
gastos da família. "Gastamos muito mais
do que ganhamos e até agora não
retomamos o que tínhamos."
Teresa Oka, 63, teve o muro, o telhado e
o portão da casa destruídos. Ela diz ter
gasto cerca de R$ 15 mil com reformas em
casa, contra R$ 5.700 de indenização.
"Perdi quase todos os clientes da minha
lavanderia, que não queriam voltar aqui.
Só agora as coisas começam a melhorar."
Todos dizem ter tido estada em flat,
aluguéis de casas provisórias e despesas
imediatas após o acidente pagos pela
TAM.
O vice-presidente da empresa, Luiz
Eduardo Falco, disse ontem que não
comentaria os casos das vítimas do
acidente de 96.
Para Maria Ivone,
o acidente ocorrido ontem com o avião da
TAM trouxe lembranças do irmão.
"Esquecer é impossível, mas quando
acontece uma coisa dessas fica mais
difícil ainda. Pensei que com o tempo ia
passar, mas não passa."
A mesma sensação teve a dona-de-casa
Sônia Tezini Litwin, 34, que também teve
a casa destruída com a queda do
Fokker-100 no ano passado.
A casa onde ela morava ainda está sendo
reconstruída.
"Quando soube do acidente com o avião da
TAM, fiquei trêmula. Parece que tudo
voltou a acontecer naquela hora".
Como o jornalista Silva, Maria Ivone e
Sônia também têm ansiedade e problemas
para dormir, e dizem morrer de medo
quando ouvem barulho de avião.
"Um mês após o acidente, vi passar perto
um avião da Vasp, soltando fogo pela
turbina. Deitei no chão do carro, pus a
mão na cabeça e gritei: '(morrer) De
avião, não!"', diz Maria Ivone.
Comentário
Estranho. o vice-presidente da TAM não
quis comentar. Bem, é compreensível, a
fase de conceder entrevistas como
estratégia de marketing já havia
passado.
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São Paulo, quinta, 25 de setembro de
1997
CASO TAM
Para ministro, pedido de
esclarecimentos sobre laudo do acidente
deve ser enviado à Aeronáutica e não ao
presidente
STF arquiva ação de vítimas do vôo 402
da Sucursal de Brasília
O ministro Octávio Gallotti, do STF
(Supremo Tribunal Federal), determinou
ontem o arquivamento do mandado de
segurança movido pelos parentes das
vítimas do acidente com o vôo 402 da
TAM, que matou 99 pessoas em outubro de
1996 em São Paulo.
Por meio do mandado de segurança (com
pedido de liminar), os parentes das
vítimas pretendiam obrigar o Ministério
da Aeronáutica a divulgar imediatamente
o laudo sobre as causas do acidente.
O Cenipa (Centro de Investigação e
Prevenção de Acidentes Aeronáuticos),
órgão do ministério, analisa há mais de
dez meses laudos técnicos e relatórios
sobre o caso.
O Cenipa informou
que suas conclusões têm caráter
preventivos e que não há prazo para a
divulgação do relatório final.
Os familiares das vítimas dependem da
divulgação desse laudo para ajuizar
ações de indenização contra a TAM.
Segundo eles, o prazo para mover essas
ações nos EUA é de um ano e, no Brasil,
é de dois anos.
O
mandado de segurança foi impetrado
contra o presidente Fernando Henrique
Cardoso, na condição de comandante
supremo das Forças Armadas.
Relator do
mandado, Gallotti negou andamento ao
pedido, porque acolheu
argumento do
Palácio do Planalto de que a ação
deveria ser dirigida ao ministro da
Aeronáutica, Lélio Lobo.
Ele
nem chegou a examinar o pedido de
liminar.
Os parentes podem recorrer ao plenário
do STF contra a decisão de Gallotti ou
ajuizar nova ação, dessa vez dirigida ao
ministro da Aeronáutica. "O ato
perseguido pelos impetrantes é,
iniludivelmente, da alçada de escalão
inferior ao do presidente da República",
afirmou Gallotti.
Comentário
Mas não
foi o ex-presidente FHC que colocou-se
na linha de frente pela rapidez na
apuração do acidente?
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São Paulo, sexta, 30 de outubro de 1997
Viúva quer 'mudar as coisas' no Brasil
da Reportagem Local
A
fonoaudióloga Margarete Bellotto Linden,
28, não entrou com ação de indenização
nos EUA por ''questão de princípios''.
Ela acredita que quem deve satisfação as
famílias é a TAM e que o processo no
Brasil pode ser uma maneira de ''mudar
as coisas'' no país.
''Acho que muita gente está no processo
norte-americano pensando em uma
indenização supostamente mais alta e
mais fácil de obter. Isso não me
seduz'', diz.
Em
sua opinião, não é justo um consumidor
comprar uma passagem de uma empresa
nacional, para um vôo doméstico e, na
hora que ocorre um acidente, ter de sair
procurando pelo mundo a companhia que é
a última responsável pelo desastre.
''Meu marido comprou a passagem da TAM e
morreu sem chegar ao destino'', afirma.
''Não
é minha a responsabilidade de provar
tintim por tintim o que aconteceu para
ter um direito reconhecido.''
Ela também dá caráter de missão a sua
resistência. Para Margarete, o processo
no Brasil, que ainda pretende iniciar,
pode ajudar a mudar o Brasil.
''Precisamos cobrar a responsabilidade
das pessoas certas e pressionar as
instituições para que cumpram seu papel.
Estou apostando na Justiça brasileira.''
Margarete não teve filhos no seu
casamento de um ano e dez meses com
André Linden, diretor da Vila Romana
morto no acidente. Mas diz que, com sua
cruzada, quer ''deixar um país melhor
para os filhos'' que possa vir a ter.
Ação inviável
O advogado Renato Guimarães Júnior, que
trabalha junto com o escritório
norte-americano no contato com as
famílias brasileiras, diz que uma ação
iniciada no Brasil pode ser inviável.
''Se houver outras empresas - e
estrangeiras - envolvidas além da TAM, o
processo não tem mais fim'', afirma.
Nesse caso, diz, cada ato processual
relativo a essas empresas deve ser feito
por carta rogatória - um pedido judicial
para que a providência seja tomada no
país sede da empresa. Ela têm de passar
pelo Itamaraty, que cuida de relações
exteriores, depois no similar
estrangeiro, depois ser remetida à
Justiça do outro país, ''num vaivém que
não tem mais fim'', segundo Guimarães
Júnior.
TAM
A TAM não
se pronuncia sobre o acidente com o vôo
402 até que seja divulgado o relatório
final.
Material de divulgação da empresa afirma
que a indenização de R$ 145 mil está à
disposição das famílias desde dezembro
de 96. O valor representa quase dez
vezes o estabelecido no Código
Brasileiro do Ar, ressalta. Até agora,
18 das 99 famílias aceitaram a
indenização. A empresa não revela quais
foram.
Prazo no Brasil é de dois anos
A legislação brasileira tem pelo menos
três diferenças importantes, comparada à
dos EUA, no que se refere a ações por
acidente aéreo: o prazo para iniciar o
processo é de dois anos, a companhia
área pode ser processada
independentemente de culpa e o relatório
tem peso maior no julgamento.
O prazo de dois anos é definido pelo
Código Brasileiro do Ar. Para alguns
advogados, é possível iniciar processo
com base no Código do Consumidor, que
fixa o prazo de prescrição em 20 anos.
Mas, segundo o advogado Sérgio Alonso,
especialista em direito aeronáutico, o
Código do Ar vale para o caso por ser
legislação específica.
Alonso diz que já existe jurisprudência
que exige pagamento de
indenização
acima do
previsto no código do ar, pelo qual os
casos fatais valem cerca de R$ 17 mil.
''Quando fica
provado que houve dolo (intenção) ou
culpa grave, a indenização é calculada
com base no Código Civil. Aí são pagos
dois terços do que a vítima ganharia até
completar 65 anos, mais danos morais'',
explica.
Alonso diz que, no caso do 402, a ação
pode ser movida contra a TAM. ''As
vítimas tinham um contrato de transporte
com a TAM, que é a responsável direta
pelo passageiro. Se ela não for culpada,
paga e depois processa quem é.''
O
advogado diz que o STF já decidiu que os
relatórios finais da Aeronáutica tem
''presunção de verdade'', isto é, podem
nortear a sentença, por serem emitidos
por autoridade pública e especializada.
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São Paulo, sexta, 30 de outubro de 1997
PERIGO NO AR
Há 63 famílias brasileiras no processo
contra duas empresas: prazo para iniciar
processo termina hoje
Justiça
dos EUA pode recusar ação do 402
ROGERIO SCHLEGEL
da Reportagem Local
A Justiça norte-americana pode rejeitar
a ação que as famílias das vítimas do
vôo 402 estão iniciando, por considerar
que o acidente ocorreu no Brasil e,
eventualmente, tem como culpadas
empresas que estão fora dos Estados
Unidos.
''Se a Fokker (fabricante holandesa) foi
a responsável pelo acidente, a corte
talvez tenda a mandar o caso para outro
país'', afirma Leigh Ballen, advogado do
escritório Speiser, Krause & Madole, que
representa as famílias nos EUA.
''Mas, se as companhias norte-americanas
provocaram ou contribuíram para o
desastre, a corte deve aceitar o caso.''
O prazo para aderir à ação que já
existe, na Califórnia, é de um ano e
acaba hoje. O acidente com o avião da
TAM ocorreu em 31 de outubro de 1996 e
deixou 99 mortos.
No total, 63 famílias brasileiras estão
no processo, segundo Ana Beatriz Kopacek,
que organiza seus documentos.
O escritório também aceitou representar
famílias que receberam os R$ 145 mil
oferecidos pela seguradora da TAM e
assinaram recibo dando quitação por seus
direitos.
O processo é movido contra a Northrop
Gruman, que fabricou o sistema de relés
suspeito de provocar a queda do
Fokker-100, e a Teleflex, empresa
responsável por um sistema de cabos de
segurança da aeronave. Há possibilidade
de chamar até dez outras empresas ao
processo, se forem suspeitas.
O escritório norte-americano,
especializado em causas aeronáuticas,
estima que a ação possa ir a julgamento
após dois anos. O caso é apreciado por
um júri de até 12 pessoas, como ocorre
no Brasil com crimes como o assassinato.
A indenização varia com o valor que a
vítima ganhava e a situação de seus
dependentes. Leigh Ballen acredita que,
em muitos casos, possa ultrapassar US$ 1
milhão. No início de outubro, ele não
arriscou um valor total para a causa.
Por contrato, o escritório fica com um
quarto do que for recebido. No início da
negociação com as famílias brasileiras,
esse percentual era de 33%, mas foi
reduzido diante do grande número de
interessados.
O contrato é de risco: se não ganhar a
ação ou fizer acordo, o escritório não
recebe nada.
Entre 80% e 90% dos processos por
acidente acabam em acordo entre as
partes, informa Ballen. ''Chega um
momento no processo em que sabemos da
culpa da empresa e ela sabe que nós
sabemos. Aí sai o acordo'', explica.
O pagamento da indenização é dividido
entre os responsáveis pelo acidente
conforme um percentual de culpa fixado
pela Justiça.
Júri nos
EUA não verá relatório
O relatório final da Aeronáutica
brasileira, quando estiver pronto, não
será mostrado ao júri dos EUA que decide
o caso.
''O relatório é importante porque é
informativo. Mas temos de provar tudo
por nós mesmos. Ele não é prova
suficiente para o júri'', afirma o
advogado Leigh Ballen.
Ele diz que também os relatórios do NTSB
(agência norte-americana que investiga
acidentes) não podem ser mostrados no
julgamento. É uma questão de princípio
da Justiça dos EUA: se o relatório da
investigação servisse para apontar o
culpado, não existiria razão para o
julgamento.
''Podemos mostrar os dados da
caixa-preta e até chamar um investigador
brasileiro para depor. Mas nunca abrir a
conclusão final, que teria peso por
envolver uma investigação criteriosa,
feita por especialistas'', diz.
O escritório conta com consultores e
advogados que entendem de aviação para
montar sua acusação. Também pode ter
acesso a documentos das empresas
envolvidas, a critério do juiz.
Isso sempre costuma ser uma frente de
embate na corte, diz Ballen, porque elas
tentam preservar as informações, mas a
acusação tem direito de acesso.
''As regras funcionam de forma que o
máximo de informação seja passado aos
dois lados, por vídeos, testemunhas e
documentos'', diz.
''Todos vêem as cartas do outro, com
raras exceções, o que facilita o acordo.
Os julgamentos são caros e tomam
tempo.''
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São Paulo, terça, 04 de novembro de
1997
VÔO 402
1ª ação em SP ligada à queda avião da
TAM usa Código de Defesa do Consumidor
Indenização pode chegar a R$ 3 mi
ROGERIO SCHLEGEL
da Reportagem Local
O filho do executivo Arthur Eduardo
Gasparian, uma das 99 vítimas do
acidente com o vôo 402, iniciou ação de
indenização contra a TAM na sexta-feira
- data do primeiro aniversário da morte
do pai, que tinha 54 anos.
Esse é o primeiro processo de
indenização ligado ao caso iniciado em
São Paulo. Já existe ação semelhante
movida pela família da relações-públicas
Flávia Stalt em Londrina (PR) e um
processo de 63 famílias iniciado nos EUA
contra outras duas empresas, suspeitas
de terem fabricado componentes que
contribuíram para o desastre.
O biólogo Marcelo Gasparian pe de
quantia equivalente à pensão que
receberia até o pai completar 65 anos
anos e danos morais a se rem fixados
pelo juiz.
A advogada Regina Manssur, que o
representa, estima que a TAM poderá ter
de pagar perto de R$ 3 milhões, se for
condenada.
A empresa só se manifestará so bre o
assunto depois de ser notificada pela
Justiça.
Arthur Gasparian era engenhei ro formado
pelo ITA (Instituto Tecnológico da
Aeronáutica), especializado em energia
nuclear. Como diretor de divisão da
multinacional alemã Voith, recebia R$
15.930 na época do acidente.
Ao se separar da mãe de Marcelo, ele
definiu por escrito que daria pensão
equivalente a 10% de seus rendimentos ao
filho.
Pelas contas da advogada, só de
salários, sem promoções, o pai receberia
perto de 2,3 milhões até os 65 anos
-data considerada pela Justiça para
indenizações.
O processo não fixa o valor pedido como
indenização moral. "Damos parâmetros
para o juiz decidir, como a boa saúde
financeira da TAM e o fato de a FAA
(órgão aeronáutico norte-americano)
afirmar em documentos que uma vida vale
US$ 2,7 milhões na aviação", diz
Regina Manssur.
A ação tem quase
cem páginas, mais da metade de
argumentação jurídica. O destaque do
processo é se basear no Código de Defesa
do Consumidor.
Segundo Regina Manssur, isso permitiu
acionar diretamente a TAM e pedir valor
superior ao que é fixado no Código
Brasileiro do Ar, que limita a
indenização a cerca de R$ 17 mil. "O
Tribunal Regional Federal (segunda
instância da Justiça Federal) da 2ª
Região já aplicou o Código de Defesa do
Consumidor em casos semelhantes",
afirma. "O Código Brasileiro do Ar está
superado nesse caso."
Processo pede R$ 147 mil já
O processo de Marcelo Gasparian tem um
pedido que poderá gerar uma reviravolta
no atual impasse das indenizações: pede
que, enquanto o valor final é discutido,
o juiz ordene o pagamento dos R$ 147 mil
que a TAM oferece às famílias.
''Até esse valor não há discussão,
porque a empresa se dispõe a pagá-lo.
Pedimos ao juiz que o libere já'', diz
Regina Manssur.
O procedimento, chamado tutela
antecipada, é uma espécie de liminar que
pode ser concedida até sem que a outra
parte seja ouvida.
Ter como base o Código do Consumidor
também facilita o andamento da ação. Sem
considerar o código, o interessado teria
de provar a intenção ou culpa grave da
transportadora no acidente para receber
valor acima dos R$ 17 mil.
Pelo código, há responsabilidade direta,
isto é, a TAM tem de pagar a indenização
mesmo que o acidente tenha sido causado
por outra empresa.
O transportador só se livra da
indenização em casos especiais -
provando, por exemplo, que a vítima
contribuiu para o desastre.
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São Paulo, quarta, 05 de novembro de
1997
PERIGO NO AR
Valor cobriria eventuais indenizações a
famílias de vítimas
Seguradora da TAM quer receber US$
115 mi da Fokker por vôo 402
das agências
internacionais
A seguradora da TAM está pedindo US$ 115
milhões à Fokker pelo acidente ocorrido
com o vôo 402, há um ano. Segundo a TAM,
a iniciativa é da Lloyds, de Londres,
para se prevenir de eventuais
indenizações que tenha de pagar.
A
Lloyds funciona como resseguradora da
TAM, isto é, assume responsabilidades
junto com a Unibanco, seguradora
original.
Os US$ 115 milhões
constam de lista de credores apresentada
ontem, na Holanda, pelos atuais
administradores da Fokker. A empresa
faliu em março e a Justiça está
levantando todos suas dívidas já
existentes ou futuras.
Segundo Jan Koetsier, que se identificou
como advogado da TAM na Holanda, é a
companhia brasileira que aparece como
credora da Fokker. No Brasil, a TAM diz
que ele trabalha para a Lloyds.
A TAM estaria responsabilizando a Fokker
pelo desastre, em que morreram 99
pessoas. Koetsier admite que o relatório
final sobre o caso ainda não saiu, mas
acrescentou: "Não dependemos só dessas
investigações, pois também temos nossas
próprias informações".
A TAM participa com seis funcionários da
comissão de investigação montada pela
Aeronáutica, que ainda não divulgou
publicamente suas conclusões.
O valor pedido teria como base o que foi
pago às vítimas do acidente e a
estimativa sobre o que ainda será pago
em novos processos.
Por
enquanto, a TAM só sofre dois processos,
no Brasil, que estão na fase inicial.
A companhia oferece R$ 145 mil às
famílias que se comprometam a não exigir
na Justiça mais direitos relativos ao
acidente. Segundo a TAM, 18 famílias
-que não identifica- fizeram esse
acordo.
A TAM ressalta que
essa indenização é quase dez vezes o
valor fixado pelo Código Brasileiro do
Ar.
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São Paulo, quinta, 11 de dezembro de
1997
VÔO 402
Decisão usou código do consumidor,
que permite acionar empresa
independentemente de culpa pelo acidente
Justiça obriga TAM a pagar 1ª
indenização
RODRIGO VERGARA
da Reportagem Local
A TAM perdeu a primeira batalha jurídica
para parentes das vítimas da queda do
Fokker-100 que matou 99 pessoas, em 31
de outubro do ano passado, em São Paulo.
Anteontem, o juiz Ricardo Cintra Torres
de Carvalho, da 21ª Vara Cível de São
Paulo, condenou a empresa aérea a pagar,
em cinco dias, uma indenização prévia de
R$ 12.750 a Maria Aparecida Locatelli Gasparian, ex-mulher de um executivo
morto no acidente.
O pagamento, no entanto, não significa a
quitação da dívida com a ex-mulher,
segundo Regina Marilia Prado Manssur,
advogada de Maria Aparecida. "Mesmo com
o pagamento, vou manter o processo
contra a TAM, em que pedimos R$ 220
mil."
A decisão do juiz foi baseada na
indenização oferecida pela TAM aos
parentes das vítimas. A oferta da
empresa, aceita por parentes de 5 das 99
vítimas, era uma reparação de R$ 145
mil. Em troca, o beneficiado assinava um
documento em que dava como quitada a
dívida da empresa pelo acidente.
Maria Aparecida recebia, de pensão, 8,5%
dos rendimentos do ex-marido, o
engenheiro Arthur Eduardo Gasparian,
então com 54 anos. Assim, pediu à
Justiça o equivalente a 8,5% do que ele
receberia até completar 65 anos.
Como o trâmite do processo pode ser
longo, sua advogada solicitou à Justiça
que antecipasse o pagamento de 8,5% do
valor oferecido pela TAM aos parentes.
Regina representa ainda os dois filhos
do casal Gasparian em outro processo
contra a TAM. Mas, nesse caso, não há
decisão judicial.
Código do Consumidor
"Foi a primeira vez que a Justiça
aceitou a tese do Código de Defesa do
Consumidor para desastres aéreos", diz
Regina Manssur. A decisão do juiz ocorre
menos de dois meses depois de iniciada a
ação, que foi aberta em 30 de outubro.
De acordo com a advogada, a decisão pode
ser usada por todos os parentes de
vítimas do acidente. "Basta que entrem
com uma ação no Brasil contra a TAM e
incluam no processo a decisão do juiz."
Procurada ontem pela Folha, a TAM
indicou o advogado Luiz Eduardo Arena,
que cuida, segundo a empresa, das
indenizações a parentes e vítimas de
acidentes aéreos com aviões da empresa.
A reportagem ligou três vezes para o
escritório de Arena, mas não obteve
resposta.
Para Sandra Assali, presidente da
Associação dos Amigos e Parentes de
Vítimas de Acidentes Aéreos, a decisão
da Justiça não muda a orientação da
entidade de entrar com ações nos Estados
Unidos contra fabricantes de peças
defeituosas do Fokker-100.
A associação diz acreditar que nos EUA
obterá uma indenização em um prazo menor
que no Brasil.
"Sabe-se lá quanto vai levar para sair a
decisão final na Justiça brasileira? A
quantia de R$ 145 mil, para alguns
parentes que conheço e que estão
passando necessidade, é uma senhora mão
na roda, mas o que vai acontecer
depois?"
Sandra diz que as ações movidas pela
associação ainda não foram aceitas pela
Justiça norte-americana. Caso a ação
seja aceita, o que vai ser decidido em
fevereiro, a sentença final sai em um
ano.
"Se as ações não forem aceitas nos EUA,
o Código de Defesa do Consumidor é um
bom caminho para percorrer aqui no
Brasil", diz Sandra. Uma das diferenças
entre as duas linhas de ação é que a
associação espera que o laudo da
Aeronáutica aponte os responsáveis pelo
acidente para acioná-los.
Já a ação no Brasil responsabiliza a
TAM, de quem os passageiros compraram o
bilhete.
"Quem meu pai contratou para
transportá-lo foi uma empresa
brasileira, não um fabricante de um
parafuso no Paraguai, na Escócia ou na
Holanda. Não estou preocupado com o
tempo que leve", disse ontem Marcelo
Eduardo Locatelli Gasparian, filho do
engenheiro morto no acidente.
"A qualidade de vida da minha família
caiu em todos os sentidos."
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São Paulo, sábado, 13 de dezembro de
1997
VÔO 402
Apólice
tem limite de US$ 400 milhões; 20 das
famílias das 99 vítimas da queda do
Fokker em SP já fizeram acordo
Seguro da TAM cobre todas as
indenizações
da Reportagem Local
A apólice de seguro da TAM deve cobrir
todos os custos com indenizações a
parentes de vítimas do vôo 402, mesmo
que todas as famílias optem por acionar
a empresa no Brasil. O limite da apólice
de seguro da TAM é de US$ 400 milhões,
contratado com a Unibanco Seguros.
O valor
médio das ações, segundo apurou a Folha
com advogados que representam as
vítimas, fica entre US$ 1,5 milhão e US$
2,7 milhões.
Esses valores, multiplicados pelas 99
vítimas, dão um montante a ser pago
entre US$ 148 milhões e US$ 267 milhões.
Segundo Luiz Eduardo Arena Alvarez,
advogado representante da seguradora,
caso o valor das indenizações
determinadas pela Justiça ultrapasse
esse montante, o ressarcimento passa a
ser de responsabilidade da empresa
aérea.
Isso, no entanto, não deve ocorrer.
Familiares de 20 vítimas já aceitaram,
segundo Arena, os US$ 145 mil oferecidos
pela seguradora. Para ter acesso ao
dinheiro, esses parentes tiveram que
assinar um termo quitando sua dívida com
a empresa.
Parentes de outras 64 vítimas pleiteiam
nos EUA o direito de acionar fabricantes
norte-americanos de peças do Fokker-100.
Um júri da Califórnia vai decidir em
fevereiro se o caso é de competência da
Justiça norte-americana.
Segundo Leigh Ballen, um dos advogados
norte-americanos que representam as
famílias, nos Estados Unidos as
indenizações são sempre maiores que US$
1,5 milhão. Nesse caso, porém, não
seriam cobradas da TAM.
Caminhos diferentes
Em alguns casos, a mesma vítima pode ser
objeto de ações de diferentes tipos. É o
caso dos familiares do engenheiro Arthur
Eduardo Gasparian, morto no acidente,
então com 54 anos.
Sua ex-mulher, Maria Aparecida Locatelli
Gasparian, obteve na Justiça brasileira
a primeira vitória judicial contra a
TAM. O despacho do juiz, dado na última
segunda-feira, determina o pagamento de
R$ 12 mil à autora da ação, que pede, no
total, R$ 200 mil.
Marcelo Locatelli Gasparian, filho de
Maria Aparecida e Arthur, seguiu o mesmo
caminho e pede cerca de R$ 2,5 milhões.
Seu irmão Daniel, no entanto, preferiu o
caminho norte-americano, e faz parte do
grupo de familiares que ingressou com
ação na Justiça dos Estados Unidos.
Há ainda o caso das vítimas que não
estavam a bordo do avião, mas foram
colhidas em terra pela aeronave em
chamas.
Nesse caso,
diz Regina Manssur, advogada de Marcelo
e Maria Aparecida,
a responsabilidade civil é da TAM,
mas não pode ser usado o Código de
Defesa do Consumidor, base das ações que
impetrou na Justiça para seus clientes.
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São Paulo, sábado, 13 de dezembro de
1997
VÔO 402
Viúva pede US$ 4 milhões
da Reportagem Local
A presidente da Abrapavaa (Associação
Brasileira de Parentes e Amigos de
Vítimas de Acidentes Aéreos), Sandra
Assali, integra o grupo de familiares de
vítimas que ingressou com ação nos
Estados Unidos.
O marido de Sandra, José Rahal Abu
Assali, tinha 45 anos quando embarcou no
vôo 402 da TAM. José Rahal deixou, além
da viúva, dois filhos, hoje com 8 e 5
anos.
Ele tinha um salário de R$ 7.000, que,
com alguns adicionais, chegava a R$
8.000 mensais, diz Sandra.
Na ação que impetrou na Justiça da
Califórnia, a viúva pede uma indenização
de US$ 4 milhões, que se refere a danos
morais e materiais.
Os danos materiais são calculados com
base numa projeção de quanto Rahal
receberia, em salários, até sua morte. A
expectativa de vida é definida com base
em estatísticas populacionais. Já os
morais referem-se ao sofrimento causado
aos familiares com sua morte.
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