|
. |
|
|
Quem derrubou o Fokker
da TAM?
Engenheiro diz que foram os
pilotos
O professor de Engenharia aposentado
Fernando Lobo Vaz de Mello perdeu um
filho, também engenheiro, de 27 anos, no
vôo 402 da TAM que caiu em São Paulo em
31 de outubro de 1996. Nunca se
conformou com a conclusão de que o avião
foi derrubado por um relé defeituoso que
acionou a reversão de uma turbina na
hora da decolagem. Pesquisou os
relatórios oficiais sobre o acidente
(recorreu à Justiça para obter uma
cópia, censurada pelas autoridades) e
chegou à conclusão de que o Fokker da
TAM teria subido se os pilotos tivessem
seguido o manual.
O professor Mello publicou um artigo de
oito parágrafos no Jornal do Brasil, em
12/7. Seus pontos mais importantes:
“Após uma pesquisa detalhada desse
documento, obteve-se um conjunto de
dados que mostra o que realmente
aconteceu no vôo 402 e que ultrapassa a
meia verdade de um simples relé
defeituoso. Durante a operação de
taxiamento do vôo 402, a aeronave emitiu
dois alarmes sonoros indicativos de
problemas, ignorados pela tripulação, o
mesmo acontecendo quando pela terceira
vez soou um alarme na cabine, durante o
início da corrida de decolagem. Caso a
tripulação tivesse considerado quaisquer
desses alarmes, teria condição de
retornar e estacionar a aeronave com
segurança. Imediatamente após a
decolagem, o relé defeituoso causou uma
abertura do reverso do motor direito.
Essa anomalia e os procedimentos que a
aeronave executa automaticamente para
contorná-la, permitindo que o vôo
prossiga em segurança, constam no seu
manual de operação.
Quando o reverso é inadvertidamente
aberto em vôo, a potência do respectivo
motor é automaticamente cortada, ficando
disponível para a sua operação outro
motor, que é suficiente para um vôo
seguro, mesmo durante a decolagem.
Contrariando a recomendação de que as
ações corretivas de vôo só devem ser
tomadas acima de 1000 pés de altura, a
tripulação tentou pretensamente
solucionar a anomalia causada pela
abertura do reverso do motor direito,
que não foi por ela reconhecida, abaixo
de 1000 pés de altura. A altura máxima
atingida durante o vôo 402 foi cerca de
200 pés. A tripulação, para eliminar a
ação do travamento automático da
alavanca de aceleração do motor
defeituoso, forçou essa alavanca três
vezes, terminando por romper seu
acionamento. Paralelamente à ruptura do
cabo, um dos tripulantes diminuiu de
maneira inconseqüente a potência do
motor esquerdo, o único então em
operação normal. O desconhecimento da
tripulação sobre o que ocorria culminou
na perda de controle da aeronave.”
Nenhum jornal se interessou pelas
conclusões do engenheiro.
©Instituto Gutenberg
Boletim Nº 34 Série eletrônica
|
|
|
|
São Paulo, quarta, 9 de julho de 1997
'Empresa do ano' tem segurança
insatisfatória
BARBARA
GANCIA
Colunista da Folha
Só mesmo no Brasil. Baseada em critérios
como rentabilidade, consistência no
desempenho, competitividade e a "maneira
destemida, transparente e eficaz como
reagiu à tragédia do vôo 402", a revista
"Exame" elegeu a TAM como "empresa do
ano".
Pois nem bem a edição com o comandante
Rolim na capa chegou às bancas,
a ATA (Air
Travellers Association),
agência que avalia a segurança do
transporte aéreo no mundo todo,
divulgou
um relatório em que a segurança da frota
da TAM foi considerada "abaixo da
crítica".
Entre as 32 companhias aéreas da América
do Sul, a TAM aparece cotada em 23º
lugar.
Tem mais: a ATA avaliou 260 companhias
aéreas em 107 países. Só 29 foram
desqualificadas. A TAM está entre elas.
Diz a "Exame" que pesquisas realizadas
entre os passageiros da companhia aérea
revelaram que o acidente com o
Fokker-100, que resultou em 99 mortes,
foi percebido pelos entrevistados como
"fatalidade".
Marketing feito à base de tapetes
vermelhos na porta dos aviões e
sanduichinhos na área de embarque sempre
foi o forte da TAM. Mas tapetes
vermelhos e sorrisos na boca de
comissários não foram levados em conta
no relatório que avaliou a segurança da
TAM. Nem servem para abafar as
reclamações de seus pilotos.
Nos hangares espalhados por este Brasil
varonil,
eles costumam
reclamar à boca mais do que pequena dos
salários abaixo do nível do mercado e do
tanto de horas extras que são forçados a
cumprir.
Falam também da manutenção meia-boca dos
aviões do comandante Rolim.
O
laudo definitivo do acidente com o
Fokker ainda não foi divulgado. Enquanto
isso, moradores das residências
atingidas pelo avião, inconformados com
os valores estabelecidos pelo seguro,
entraram na Justiça, e parentes das
vítimas já falam em recorrer assim que
sair o laudo definitivo.
Como se isso não bastasse, vem agora o
relatório da ATA demonstrar que
a "Exame"
foi, no mínimo, insensível e precipitada
ao eleger a TAM como a melhor empresa do
ano.
Eu
não ficarei nem um pouco surpresa se os
técnicos concluírem que a causa do
acidente com o Fokker da TAM foi erro do
piloto ou defeito em uma peça
não-original.
E, pelo resultado de seu relatório, a
ATA também não.
|
|
|
|
São
Paulo, quarta, 30 de julho de 1997
EDITORIAL
RESPEITO
ÀS VÍTIMAS
Passados nove meses da
queda do vôo 402 da TAM, que matou 99
pessoas em São Paulo, é lamentável que
as famílias das vítimas ainda não tenham
recebido informações sobre as causas da
tragédia.
Nem
mesmo foi divulgado o conteúdo da
caixa-preta do avião, na qual estão
registradas as últimas comunicações dos
pilotos e dados técnicos sobre o vôo.
Essas informações são fundamentais para
que se possa dar início a processos
contra os responsáveis.
Não se trata apenas de uma questão de
respeito à dor das famílias dos que
morreram. Também estão envolvidos,
possivelmente, milhões de reais em
indenizações. O conteúdo da caixa-preta,
assim como o restante do relatório da
Aeronáutica sobre a queda do Fokker-100,
tem, ainda, implicações para o nome e a
credibilidade tanto da TAM como da
fabricante da aeronave.
São inaceitáveis, nesse sentido,
argumentos como o do coronel-aviador
Douglas Ferreira Machado, chefe do
Cenipa (Centro de Investigação e
Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), de
que a transcrição das fitas da
caixa-preta deveria ser preservada pois
envolveria um momento particular da vida
dos pilotos. Está em jogo algo muito
mais fundamental. Trata-se de esclarecer
o que matou 99 pessoas -e assim também
contribuir para evitar novas tragédias.
É até possível que os principais
elementos para identificar as causas do
acidente não estejam na caixa-preta. No
que se refere à manutenção, por exemplo,
talvez outras informações podem ser de
grande relevância.
Mas o fato é que há tempo expirou o - já
longo - prazo inicial de seis meses para
a elaboração do relatório e nem as
famílias das vítimas nem tampouco a
opinião pública foram devidamente
esclarecidos sobre o que levou à queda
do avião.
|
|
|
|
São Paulo, sexta, 31 de outubro de 1997
OPINIÃO
Falem,
presidentes!
RENATO GUIMARÃES JR.
O júri
indenizatório que se inicia na
Califórnia
contra fábricas do reverso defeituoso do
Fokker-99 (mortos)
irá expor ao mundo
a violência aos direitos humanos que há
quase um ano a Aeronáutica, no jogo da
TAM, com a conivência do presidente
Fernando Henrique Cardoso -e para
alegria das seguradoras da Lloyds, de
Londres-, impõe ao Judiciário, ao
Ministério Público e aos familiares cujo
direito, na Justiça dos EUA, prescreveu
ontem.
No "day after", só pizza "data venia".
A sonegação do laudo da "caixa-preta" e
de outros dados, entregues pelos
americanos ao Brasil dias após o
acidente, repete o sufoco econômico às
famílias dos mortos do 707 da Varig que
há quase 11 anos caiu na África e do
Fokker da TAM que há sete anos matou,
numa rua de Bauru, mãe e filho.
Essa tradição de macroimpunidade é nossa
desde que uma viúva americana recebeu,
numa ação vitoriosa, US$ 170 pela morte
do marido, o sr. Tramontana, em acidente
aéreo no Brasil.
A queda do 707 da Varig em Paris, em
1973, quando famílias estrangeiras
receberam indenizações decentes, firmou
o país como "paraíso de acordos por
tostões".
Varig e Lloyds fabricaram, em secreto
encontro de direito aeronáutico, na
Aeronáutica, o decreto 97.505/89, em
vigor para vôos internacionais. Ele
congelou, pela tabelinha do FMI, a moeda
da convenção de Varsóvia, para driblar
jurisprudência de 70 anos do STF. O
valor é tão ínfimo que, mesmo
decuplicado (R$ 142 mil), foi recusado
pela maioria das famílias.
Liminar concedida pela Justiça é
desobedecida há 126 dias por coronel da
Aeronáutica, que não entrega provas ao
procurador-geral. Este teve de impetrar
impensável ação contra o ministro da
Aeronáutica para apurar eventuais 99
homicídios culposos em inquérito há oito
meses parado. Segundo a imprensa, TAM e
Fokker embolsaram US$ 48 milhões da
Lloyds pelo seguro -sem laudo?- do avião
destruído. Não há algo de podre no reino
da Inglaterra?
No
nosso, FHC se omite. Apontado como
coator em mandado de segurança, lava as
mãos e joga a toalha, bordada na
jurisprudência de Pilatos, para o STF
enxugar o dever de seu escalão inferior.
Assembléia paulista e Câmara federal já
reagiram ao que a OAB-SP denunciou como
questão de Estado.
Nos EUA, Bill Clinton promoveu congresso
que concluiu que indenizações justas
movem a segurança de vôo.
Na
globalização econômica e jurídica,
viúvas, pais e uma centena de órfãos
promovem o marketing da cidadania: fale
com os presidentes, comandantes da TAM e
do país. Só aí eles serão, como Clinton,
queridos -eleitos e reeleitos os
melhores e maiores.
Renato Guimarães Jr., 59,
professor da Unicamp, é advogado de 63
famílias de vítimas da queda do
Fokker-100 da TAM.
|
|
|
|
São Paulo, sábado, 01 de novembro de
1997
Vôo 402
''A morte de um ente querido por vezes
transtorna e transforma nossa vida. É
bom lembrar que a dor da perda é o preço
que pagamos por amar. Dizem que o tempo
cura, mas não é o tempo por si mesmo que
cura: é o que nós fazemos com o tempo
que pode curar.''
Solange Carvalho da Silva Godoy,
viúva de Amador G.G. Filho, vítima do
vôo 402 da TAM (São Paulo, SP)
Fonte: Folha de S.Paulo
|
|
23 de novembro de 1997
ELIO GASPARI
Basta querer
A empresa alemã Daimler-Benz está
interessada em construir uma base de
lançamento de satélites no Nordeste
brasileiro.
Se o Ministério da Aeronáutica não
encrencar, ela sai. Se encrencar,
arrisca rolar por aí,
como o laudo final
do acidente da TAM no qual, há mais de
um ano, morreram 99 pessoas sem que ele
seja capaz de contar aos contribuintes o
que houve.
Fonte:
Trecho da coluna de Elio Gaspari na Folha de S.Paulo |
|
São Paulo, quarta, 17 de dezembro de
1997.
Batata
BARBARA GANCIA
QUALQUER NOTA (trecho)
Alguém, por acaso, tinha alguma dúvida
de que o laudo da Aeronáutica ia isentar
a TAM de qualquer responsabilidade na
queda do Fokker em Congonhas?
|
|
|
|
São Paulo, quinta, 25 de dezembro de
1997.
Vôo 402
''No caso do acidente da TAM, no ano
passado, provavelmente
a verdade será
mostrada com as 'necessárias'
deformações, como convém aos
responsáveis, a fim de minimizar as suas
negligências.
Há quatro possíveis fontes de defeito em
máquinas e que podem levar à
descontinuidade da produção (no caso, à
queda de um avião): erro de projeto,
defeito de fabricação, falha de operação
e manutenção deficiente.
Na queda do avião, houve a coincidência
das quatro fontes de erro: projeto
inadequado e obsoleto, falta de rigor no
controle de qualidade na fabricação - a
bobina entrou em curto-circuito-, o fato
de o piloto não estar suficientemente
treinado para enfrentar tal problema e a
manutenção falha, que poderia detectar
os possíveis defeitos de projeto,
execução e operação, sugerindo
alterações nas diversas áreas.''
Orlando Cattini (São Paulo, SP)
Fonte: Folha de S.Paulo
|
|
|
|
7 de janeiro de 1998
Direito à segurança
SANDRA SIGNORELLI ASSALI
Eu tenho
esperanças de que em 1998 vamos poder
nos sentir mais seguros ao embarcar em
aviões no Brasil. Quando reunimos numa
associação há sete meses os parentes da
vítimas em acidentes aéreos, abrimos um
canal de expressão, um instrumento para
pressionar. Posso dizer, a essa altura,
que funcionou. Parece óbvio, antigo até:
quando as pessoas se organizam e agem em
conjunto, conseguem transformar alguma
coisa à sua volta e dentro de si. Como
tantos outros, nosso movimento nasceu de
uma tragédia – a queda do vôo 402 da
TAM. Mas apesar de nossas perdas serem
irrecuperáveis, aprendemos a suportá-las
e a conduzir melhor nossas vidas depois
de descobrir que tínhamos uma força. Não
somos apenas viúvas, mães, pais, filhos
e irmãos. Somos cidadãos brasileiros
exigindo o que nos é devido.
Eu tenho
esperanças de quem em 1998 as
autoridades nos forneçam toda a
informação a que temos direito. Depois
que um mandado de segurança impetrado
pelo procurador-geral da Justiça de São
Paulo, Luiz Antonio Marrey, obrigou o
Ministério da Aeronáutica, em novembro
passado, a nos mostrar o conteúdo do
laudo sobre o acidente do 402, ficou
evidente que não estamos mais na era do
"nada a declarar". Provavelmente, a
partir deste ano não seja mais
necessário cumprir uma via-crúcis, de
autoridade em autoridade, de guichê em
guichê, para obter respostas às nossas
perguntas.
Eu tenho
esperanças de que em 1998 as empresas
aéreas deêm melhores condições de
trabalho a seus funcionários e que lhes
garantam treinamento adequado. E isso
não é um mero desejo de alguém que luta
pela questão da segurança. É uma
constatação de que, tendo um canal de
expressão como a Abrapava, os
profissionais de transporte aéreo
denunciam abusos, reivindicam
aperfeiçoamentos e, consequentemente,
tornam mais seguros os vôos. Tem
acontecido isso e temos encaminhado as
denúncias e reclamações deles adiante,
porque não somos empregados, como eles.
Não podemos ser demitidos. Faremos
pressão, por exemplo, para que os
controladores de vôo ganhem
decentemente. Num aeroporto como o de
Congonhas, eles controlam cerca de 80
pousos e decolagens por hora, em duas
pistas, e ganham entre R$ 800 e R$ 1.000
(em Chicago, por exemplo, eles monitoram
em uma hora 100 vôos, mas em sete
pistas, o que permite um tráfego menos
intenso. E ganham cerca de US$ 7.000).
Em 1998
vamos poder ampliar a nossa campanha
pela mudança do Código Brasileiro de
Aeronáutica, no que se refere às
indenizações em acidentes aéreos, pois a
forma como o assunto é tratado é
inconstitucional. Pela lei vigente, o
valor de uma vida humana está fixado em
3.500 OTNs, qualquer que seja a causa do
acidente. Nos outros meios de
transporte, ela varia de acordo com a
responsabilidade das empresas. Só nesse
setor a quantia é pré-fixada.
Em 1998,
vamos discutir mais por que razões os
militares são até hoje os responsáveis
pelos aeroportos. Cabe à Aeronáutica
administrar, fiscalizar, prevenir,
investigar e punir eventuais erros. A
mesma instituição que administra,
fiscaliza? Como pode o investigador ser
ao mesmo tempo réu e juiz? Esta é uma
herança do autoritarismo e, como em
tantos outros setores, já se provou que
o autoritarismo, além de não ser a forma
mais legítima, tampouco é a mais
eficiente. A aviação é um setor que
cresceu muito no Brasil, sem que
crescessem proporcionalmente as
condições de treinamento de mão-de-obra
e de manutenção de aeronaves. A
fiscalização dos aeroportos e o controle
das companhias aéreas precisam se tornar
mais transparentes, se desejamos voar
com mais segurança.
Quando
criamos a Abrapava, em junho passado,
mal tínhamos começado a aprender a viver
com a falta de alguém muito querido.
Éramos mais do que sós: tínhamos um
vazio pela frente. Hoje somos 110
associados, entre parentes de vítimas do
402 e de outros 12 acidentes aéreos
ainda sem laudo. Temos uma associação
reconhecida em todo o País. Ainda restam
muitos acidentes a serem esclarecidos,
pontos obscuros que precisam ser
explicados, mas iremos até o fim. Temos
certeza de que cobrar responsabilidades
é indispensável para construir um país
diferente.
Temos
certeza de que sem essa pressão não
teríamos até hoje uma conclusão oficial
sobre o que aconteceu no vôo 402.
Ao entrar
em 1998, temos poder de pressão, temos
uma voz. E vamos usá-la para que nossas
vidas – as de todos nós – sejam tratadas
com mais respeito.
Sandra
Signorelli Assali é presidente da
Abrapava, Associação Brasileira dos
Parentes e Amigos de Vítimas em
Acidentes Aéreos (viúva de José
Rahal Abu Assali e mãe de Samir, 8, e
Rafaela, 5 anos)
|
|
|
|
São Paulo, terça, 7 de abril de 1998
Lentidão no caso TAM
''O que falta acontecer neste país para
suscitar mais ainda a indignação dos
brasileiros? Falta pouco para caducar o
processo aberto na Justiça solicitando a
indenização para as vítimas do acidente
da TAM.
No entanto, ainda devido às pressões e
interesses do Ministério da Aeronáutica,
o laudo do acidente, ocorrido em 1996,
não é divulgado.
Qualquer
pessoa que precise usar um avião de
carreira neste Brasil e que porventura
venha a ser vítima de um acidente aéreo
corre também o risco de ser duas vezes
vítima - uma pelo próprio acidente e
outra por uma Justiça mórbida que não
tem pulso ou coragem de abrir uma
caixa-preta institucional colocada em
Brasília.
Tais fatos fazem do Brasil um motivo de
piada nos círculos jurídicos
internacionais, a despeito da propaganda
de FHC no exterior!''
Paulo Boccato (São Paulo, SP)
Fonte: Folha de S.Paulo
|
|
|
|
São Paulo, sábado, 13 de junho de
1998
O ombro do presidente
"Qual não foi minha surpresa ao ler o
"Painel' de 5/6 (pág. 1-4, Brasil) e
encontrar a nota "Ombro presidencial'.
Lamentamos profundamente, todo o Brasil
lamentou, a dispensa de Romário da
seleção. Mas o que me admira é o
presidente da República poder dispensar
dez minutos de sua agenda tão atribulada
e escrever uma carta a ele, dando-lhe um
"ombro amigo'.
Quem pode dar muito ao país ainda,
"antes que perca a vez', é o presidente,
que poderia dispor de cinco minutos de
seu precioso tempo para responder a um
telegrama sobre o laudo oficial do
acidente com o vôo 402 da TAM em
31/10/96, com 99 mortos, que já está com
ele há dois meses.
Todos os profissionais, pais, mães,
filhos(as), irmãos(as) que estavam
naquele vôo não eram o Romário, mas com
certeza estavam dando tudo pelo seu
país."
Sandra Signorelli Assali, presidente
da Abrapavaa -Associação Brasileira de
Parentes e Amigos das Vítimas de
Acidentes Aéreos (São Paulo, SP)
Fonte: Folha de S.Paulo
|
|
|
|
|
São Paulo, quarta, 22 de julho de 1998
O jogo do piloto oculto
ELIO GASPARI
O Departamento de Aviação Civil puniu o
major Odin Grothe porque, pilotando um
avião da TAM que fazia um vôo diurno de
São Paulo para Vitória, pediu
autorização à torre de controle para
fazer um pouso visual e desceu em
Guarapari. Fez isso de acordo com os
seus regulamentos e ninguém tem nada a
ver com isso.
A absoluta irrelevância dessa punição é
capaz de deixar sem voz um cantor de
ópera. É apenas mais uma punição numa
época em que muita gente é punida e
pouca coisa é resolvida.
O major foi punido, mas o DAC sustenta
que a Força Aérea deve continuar
exercitando seus oficiais em aeronaves
civis, porque não tem equipamento
semelhante ao das empresas privadas. O
presidente do Sindicato Nacional das
Empresas Aéreas, brigadeiro da reserva
Mauro Gandra, informa que os vôos
comerciais pilotados por oficiais só
poderão acabar se o governo liberar R$ 4
milhões para a criação de um corpo
especial de pilotos-checadores.
Resta uma pergunta: o que é que o
passageiro tem a ver com isso?
Se o governo liberar R$ 4 milhões para
qualquer coisa, muita coisa pode acabar.
Pode acabar a fila do Hospital Souza
Aguiar, por exemplo.
Faltam R$ 4 milhões em muitos lugares do
Brasil, mas o sujeito que comprou uma
passagem num avião comercial, tem o
direito de supor que está voando com uma
tripulação comandada por um piloto da
empresa com que fez negócio.
O brigadeiro diz que os pilotos da FAB
têm uma formação excelente. Ninguém
duvida disso nem isso tem importância. O
passageiro, que paga impostos para
manter o DAC e compra bilhetes para
andar de avião, continua com o direito
de voar sob a absoluta e exclusiva
responsabilidade da empresa com que
contratou a transação.
Tanto é assim que
as tripulações informam aos clientes o
nome do comandante do vôo. (O governador
Albano Franco, um veterano do pânico
aéreo, sabe de cor o nome de dezenas
deles.) Quem se lembra de ter sido
informado que o avião estava sendo
pilotado por um oficial da Aeronáutica?
Os passageiros do vôo que acabou em Guarapari nunca souberam que o pouso
estava sob o comando do major Grothe.
Supunham estar nas mãos do comandante
Tozzi.
O DAC diz que esse tipo de exercício é
necessário e se justifica diante da
falta de aviões equivalentes na aviação
militar. Tem toda razão, mas o problema
continua do mesmo tamanho: o que é que o
passageiro tem a ver com isso? Se o
problema é esse, a FAB (ou Godzilla)
pode voar em aviões vazios.
Tanto o DAC quanto o brigadeiro Gandra
produziram argumentações tautológicas.
Sustentam que os oficiais precisam voar
porque precisam voar (ora porque faltam
aviões, ora porque faltam R$ 4 milhões).
Assim não vale. Se não houvesse um
motivo, é óbvio que não haveria pilotos
militares na aviação civil.
O problema é
que mesmo havendo um motivo razoável,
está sendo praticada uma solução
discutível para o interesse de quem paga
a conta, nas duas pontas (a do imposto e
a do bilhete). Punir o major pode
satisfazer as exigências dos
regulamentos da Força Aérea, mas do
ponto de vista da política pública da
aviação comercial tem mesmo efeito que
tentar apagar o episódio de Guarapari
mudando o nome da cidade.
Obs: referente a
pouso em pista errada realizado no Espírito Santo em 09/07/98. |
|
|
|
São Paulo, quarta, 16 de setembro de
1998
Assistência a vítimas
"Faço referência à reportagem "Swissair
oferece US$ 20 mil a parentes',
publicada dia 4/9 no caderno Mundo. O
texto relembra o acidente com o vôo 402,
da TAM, como exemplo de situação na qual
as vítimas não foram assistidas.
Coordeno o Laboratório de
Estudos e Intervenções sobre o Luto -
LELu, da PUC-SP, e posso
afirmar que desde o primeiro dia após o
acidente a equipe do LELu prestou
assistência às vítimas, tendo
permanecido dia e noite no IML e no
hotel onde os desabrigados e familiares
estavam hospedados.
A atuação do LELu deveu-se unicamente ao
nosso sentimento de solidariedade, sendo
que não recebemos nenhum
pagamento da TAM.
A equipe do LELu já fez tentativas de
aproximação com as companhias aéreas
brasileiras, no sentido de prepará-las
para o enfrentamento de catástrofes
dessa ordem. No entanto, a política das
empresas parece não ser a de priorizar
essas questões."
Maria Helena P. Franco Bromberg,
Laboratório de Estudos e Intervenções
sobre o Luto -LELu (São Paulo, SP)
Fonte: Folha de S.Paulo
|
|
|
|
BRINCANDO DE MOCINHO E VILÃO
CRÔNICA - MÁRIO PRATA (trecho)
(...) E, por falar em mocinho e vilão, na mesa
ao lado lá no Poncho Verde,
uma família estava indignada com o prêmio
dado a TAM. Alguém chegou mesmo a
dizer que era um prêmio Tantã, segundo o Aurélio,
"amalucado, maluco, desequilibrado, tonto".
Logo
percebi que era uma família que havia perdido um
parente no acidente da Tam. E
criticavam o bom moço Comandante Rolim,
em questões ligadas às indenizações. E mais
revoltados estavam porque funcionários da revista
Exame, que haviam dado o prêmio ao incansável Rolim,
alegaram a postura dele correta, visitando as
viúvas, consolando os órfãos,
como dois sobrinhos meus, o Felipe e a Olívia.
Acho que foi mesmo um prêmio Tantã.
E um senhor ainda me saiu com essa: "se esse cara
fosse mesmo bom o XV de Piracicaba não tinha caído
para a segunda divisão, sob o comando dele". Aqui,
no caso, vilão ou mocinho? (...)
Publicado em "O Estado de
S.Paulo" - 19/09/98 |
|
|
|
São Paulo, Sábado, 20 de Novembro
de 1999
Segredos de caixa-preta: a TAM e o Detran*
MARILENE FELINTO (da Equipe de
Articulistas)
Todo
ano - pelo menos nos últimos quatro
anos - acontece um incidente ou um
acidente com aviões da TAM.
Em
outubro de 1996,
um Fokker-100 da TAM caiu em São
Paulo matando 99 pessoas.
Em novembro do mesmo ano,
um jato da companhia abortou a
decolagem por conta de um alarme
falso no painel de controle. A
aeronave já corria na pista quando o
painel indicou falta de potência nos
motores.
Em julho de
1997,
ocorreu uma explosão a bordo de
outro Fokker da TAM, o vôo 283,
matando uma pessoa e ferindo outras.
Três
meses depois,
outro incidente: problema na
aterrissagem de um Fokker-50 da TAM
fechou o aeroporto de Blumenau (SC).
Um dos seis pneus do trem de pouso
estourou no momento do pouso.
Este ano,
há uma semana (em 18/11),
outro incidente com aeronave da TAM:
um "problema técnico" durante o
pouso de um Fokker-100, que ia de
São Paulo para o Rio, fechou o
aeroporto Santos Dumont. Após
derrapar na pista, o avião foi parar
no gramado.
É preciso que
se diga que
essa
seqüência de acidentes é
absolutamente anormal
para uma única companhia aérea
em tão curto espaço de tempo
- só é normal no absoluto
subdesenvolvimento da aviação
africana.
É
preciso tratar o caso da TAM e seus
inseguros aviões Fokker com a
gravidade que o caso parece ter.
Não é esse tratamento, porém, que as
autoridades do setor têm dado aos
fatos. Pelo contrário, agem como se
fosse normal acontecer mais de um
incidente por ano com aviões da TAM.
Esclarecem muito mal a
opinião pública - as explicações
para as causas dos acidentes carecem
de transparência e agilidade. No
mais grave deles, a queda do Fokker
em 1996, a Aeronáutica isentou a TAM
de culpa, apontando apenas
"equívocos" da empresa aérea.
Um dia depois do incidente
da semana passada, o DAC
(Departamento de Aviação Civil),
informava, numa decisão autoritária
e antidemocrática, que as
caixas-pretas do avião já tinham
sido abertas e decodificadas, mas
que o conteúdo delas não seria
revelado, seria mantido em sigilo
até a conclusão da investigação.
Sigilo para quem? Por quem? Por quê?
Ora, então a nós, usuários e
pagantes das passagens de preços
exorbitantes, só nos resta esperar o
próximo acidente?
O direito do
cidadão à informação (rápida e
transparente) é um dos princípios
fundamentais da democracia.O sigilo
só contribui para a reincidência em
"incidentes", para confundir a
memória da opinião pública.
O sigilo
dá à TAM o tempo necessário para se
recompor, para encher lingüiça na
montagem de seu show business
personalista (centrado na figura de
seu dono e "comandante" Rolim), de
sua propaganda suspeita.
* Apenas o trecho sobre a
TAM
|
|
|
|
São Paulo, terça-feira, 10 de julho
de 2001
PAINEL DO LEITOR
TAM
"A morte de qualquer ser humano é uma
tragédia, especialmente para sua
família. Quando se vê ressaltada, nas
declarações dadas por personalidades
após sua morte, a ética do presidente da
TAM, é importante lembrar que, após o
acidente com o Fokker-100, essa tal
"ética" nunca esteve presente nas
negociações sobre as indenizações às
viúvas dos passageiros mortos no
acidente e aos moradores do Jabaquara
que tiveram suas casas destruídas.
Não
tivemos amparo da empresa e ainda fomos
obrigados a ouvir declarações do sr.
Rolim menosprezando os bens que ele não
acreditava que tivéssemos em nossas
residências.
É importante, neste
momento, que a verdade não seja
mascarada pela tragédia que se abateu
sobre sua família."
Jorge Tadeu da Silva
(São Paulo, SP)
Opinião referente às reportagens
exageradamente elogiosas ao "comandante"
Rolim.
Fonte: Folha de S.Paulo
|
|
|
|
Sexta-feira,
12 de Abril de 2002
Segundo acidente com Fokker 100 da TAM em menos
de um mês
O famigerado
"avião do cão"
segue fazendo das suas sem que nenhuma
providência seja tomada pelas autoridades
competentes. É impressionante, mas desta vez o
problema foi com a decolagem que provocou um
problema não determinado ainda de um dos pneus.
Aparentemente o pneu estourou durante a
decolagem. O vôo 3130 sairia hoje de tarde de
São Paulo com destino a Vitória mas foi obrigado
a fazer um pouso de emergência no aeroporto do
Galeão no Rio de Janeiro.
Sei lá,
o DAC está sendo muito omisso nestes casos todos
e a TAM também que continua insistindo com essa
aeronave ridícula. Depois não digam que é
implicação minha hein! Enfim...
Por:
Marcos Alsina
|
|
|
|
São Paulo, segunda-feira, 13 de maio
de 2002
TENDÊNCIAS/DEBATES
O
STJ e a dor moral
TAÍS GASPARIAN
Se a indenização deve compensar a
dor, ela também deve servir de
desestímulo a outras atitudes nocivas
Diante da discrepância de critérios
adotados na fixação do valor das
indenizações por danos morais, o STJ
(Superior Tribunal de Justiça) tem
tomado a corajosa iniciativa de avocar a
si a decisão final da quantificação do
dano moral.
Corajosa, porque, num país marcado por
agudas desigualdades, conferir um valor
pecuniário aos diversos tipos de dor
moral não é uma tarefa fácil. Pelo
contrário, é audaciosa e digna de um
Tribunal Superior que está aí justamente
para, dentre outras funções, conferir
unidade jurídica à interpretação das
leis federais e, conseqüentemente, ao
emaranhado de decisões judiciais.
Diferentemente do dano material, que é
matematicamente aferível, a avaliação do
dano moral se apóia em parâmetros
subjetivos. Quanto vale a dor pela morte
trágica de um parente querido? Ou por se
tornar de repente inválido? Valor nenhum
paga a dor.
O sistema jurídico, ciente dessa
dificuldade, criou um mecanismo que
pretende compensar aquele que sofreu o
dano moral. Entende-se que a indenização
pode proporcionar ao ofendido um
bem-estar psíquico compensatório da
tristeza ou da ofensa. No entanto, o
aspecto mais difícil dessa compensação
reside na fixação do valor do dano.
Embora existam alguns critérios teóricos
que norteiem essa fixação, como a
gravidade da dor, a capacidade
financeira do causador do dano e a
proporcionalidade entre um e outro, as
indenizações têm sido as mais díspares
-revelando uma sociedade sem critério de
graduação de valores morais.
Parece óbvio que a dor do filho menor
que perdeu o pai, em decorrência de um
ato ilícito, é provavelmente maior do
que a daquele que foi ofendido em sua
honra, e a deste mais grave do que
aquele que teve um abalo em seu crédito,
e assim sucessivamente. Mas os julgados
nem sempre apresentam essa coerência.
Alguns exemplos: em
razão de uma decisão judicial, os filhos
menores de uma vítima daquele fatídico
vôo da TAM foram indenizados, pela dor
da perda do pai, em cem salários mínimos
para cada um. O mesmo acidente gerou uma
indenização de 500 salários mínimos para
o pai de um outro passageiro. A esposa e
os filhos menores de uma vítima fatal de
um acidente ferroviário receberam, no
total, indenização pelos danos morais no
valor de 40 salários mínimos. Duzentos
salários mínimos foi o valor recebido
pelos danos morais por uma pessoa que
sofreu um acidente que a invalidou para
o trabalho. Uma servidora municipal,
atacada sexualmente em um parque mantido
e guardado pela municipalidade de São
Paulo, recebeu cem salários mínimos.
Em contrapartida, um homem que sofreu
uma agressão física, em um clube social,
recebeu indenização no valor de 3.600
salários mínimos (R$720 mil). Um
executivo, que teve sua imagem
indevidamente veiculada em um anúncio,
recebeu uma indenização de 500 salários
mínimos (R$ 100 mil). E um juiz de
direito, que teria sido injustamente
apontado pela imprensa como manipulador
de processos de adoção, moveu diversas
ações e talvez receba, a título de
indenização por danos morais, o valor de
cerca de R$ 4 milhões da Rede Globo e R$
800 mil da Revista "IstoÉ".
Fica a incógnita: a dor moral da pessoa
que se tornou um aleijão vale menos do
que a daquela que foi atingida em sua
honra pelo noticiário? A dor dos
parentes das vítimas do acidente da TAM
vale menos do que a do executivo que
teve sua imagem veiculada indevidamente?
Há centenas de outros exemplos que
revelam a falta de critério na
classificação de bens como vida,
integridade física, honra, imagem,
privacidade.
Há ainda outra questão. Observa-se no
Brasil um perigoso processo de
exacerbação no estabelecimento do
"quantum" da indenização por dano moral,
que não guarda nenhuma relação com nossa
realidade econômica ou social. Num país
em que metade da população ganha até
dois salários mínimos, indenizações de
milhões necessariamente provocam alguma
reflexão.
Se a indenização deve compensar a dor,
ela também deve servir de desestímulo a
outras atitudes nocivas. Mas não pode
ser superior à capacidade de quem paga,
nem em valor despropositado. E os
absurdos são de todos os tipos. A Folha
já noticiou o caso de uma decisão
judicial que condenou um pequeno jornal
do interior de São Paulo a pagar 2.500
salários mínimos, um valor que arruinará
a empresa e levará o empresário ao
estado de inadimplência.
E há outro caso, em que uma viúva foi
premiada com uma indenização, em
primeira instância, de R$ 800 mil, só
pelo fato de um jornal popular já
extinto ter chamado de "playboy" seu
marido, que acabara de falecer. Esse
valor foi depois reduzido, pelo Tribunal
de Justiça de SP, para R$ 4.000 - e nesse
patamar confirmado pelo STJ. A
disparidade é tamanha que chega a ser
patético que uma indenização de R$ 800
mil ou de R$ 4.000 se refira a um
mesmíssimo fato.
Não se nega que tenha havido uma
evolução e tanto nesse campo. O medo da
condenação fez com que muitas empresas
tomassem cautelas que jamais cogitaram.
Antes de 1988, o dano moral nem sequer
estava previsto na Constituição,
raramente era reconhecido nas decisões
judiciais e, quando reconhecido, os
valores de indenização eram irrisórios.
De lá para cá, operou-se uma mudança
radical e, tal qual nas grandes
revoluções, em que todo avanço foi
seguido por um exagero, faz-se
necessário um pequeno recuo estratégico,
até mesmo para que não se perca a
conquista.
Na ausência de critérios padronizados
para a fixação da indenização, o papel
do STJ revela-se essencialmente
controlador, para que sejam obedecidos
critérios de equilíbrio. Na voz dos
ministros que o integram, "o valor da
indenização por dano moral não pode
escapar ao controle do Superior Tribunal
de Justiça".
Taís Gasparian é
mestre pelo Departamento de Filosofia e
Teoria Geral do Direito da USP.
|
|
|
|
Sábado, 31 de agosto de 2002
Outra vez, uma vez mais,
desta vez foram dois...
Desta vez o negócio foi mais sério e
caíram dois Fokker 100 da TAM de uma
tacada só em um mesmo dia. Um ficou,
PASMEM, sem combustível e outro teve
(mais uma vez) problema no trêm de
pouso.
O pior de tudo é que isso aconteceu
exatamente no dia que minha esposa
viajou de TAM para o Nordeste. Apesar
que sempre ao voar pela TAM me certifico
que a aeronave não seja um Fokker 100 e
neste caso era um Airbus novinho.
Esse maldito
"avião do cão"
não matou ninguém desta vez a não ser de
susto. O do problema com o trêm de pouso
fez um pouso de emergência em Viracopos
(Campinas) e se arrastou por 400 metros
na pista com espuma e tudo. O caso do
combustível foi mais grave e ele
literalmente caiu sem combustível em uma
fazenda no interior de São Paulo. Neste
caso específico a aeronave ficou
bastante danificada.
Pois é DAC, quando é que vocês vão tomar
uma providência e proibir a decolagem
desse maldito Fokker 100? E vocês da
TAM, quando é que vão se livrar dessas
bombas voadoras?
Por:
Marcos Alsina
|
|
|
|
Os aviões Fokker 100 são inseguros?
Pergunta:
Estes
aviões com freqüência aparecem na mídia com
acidentes bizarros. O último foi um da TAM que a
porta caiu!
Qual a informação sobre a segurança destes aviões?
Como está seu uso pelo mundo?
Será que o problema é da TAM que não faz manutenção
adequada?
Ou apenas um maior destaque aos acidentes com este
modelo que na verdade é tão seguro quanto os outros?
Origem
da pergunta:
Usuário do Yahoo Brasil
.
Resposta:
Sem a menor sombra de
dúvidas, estas sucatas
voadoras só continuam a
ter plena atividade aqui
neste país, onde o
cidadão é sempre o
marginal, enquanto os
engravatados, os
endinheirados e os que
detêm o poder, estão
sempre à margem da lei.
Este famigerado desse
Fokker 100 jamais
deveria continuar a voar
após aquele acidente que
ceifou a vida de tantas
pessoas.
É claro que o que
ocorreu ontem, com a
queda da porta em pleno
vôo, nada mais foi do
que a péssima manutenção
que continua sendo feita
nesses caixões de
defuntos voadores, mas
que, como a ANAC e o DAC
jamais farão nada contra
os donos das companhias
de aviação, porque não
irão querer perder o
privilégio de ter sempre
os 5 assentos que são
disponibilizados para
eles nos aviões, essas
coisas continuarão a
acontecer neste país.
Qualquer pessoa, mesmo
sem ser piloto ou
envolvida diretamente
com a aviação, sabe que
o que de fato derruba
aviões não são os
pilotos, como os
militares do DAC
costumam dizer, e sim o
que jamais quererão ver,
que é a péssima
manutenção da frota
nacional, com destaque
para a Todos À Morte
(TAM).
O que aconteceu com as
vítimas daquele fatídico
vôo, que até hoje brigam
na justiça para receber
indenizações? Por que o
DAC, ao invés de
facilitar a defesa
dessas pessoas, está
cada vez mais ao lado da
TAM? O problema que
levou à queda daquele
avião foi a reversão
não-comandada da manete
da turbina, em pleno
vôo.
Isso só acontece quando
a manutenção ou não
existe, o que
seguramente deve ter
sido o caso da TAM, ou,
quando existe, é feita
apenas pra inglês ver.
É de plena consciência
nacional que esse cabide
de empregos chamado ANAC
- Agência Nacional de
Aviação Civil -, nada
mais é do que um
elefante branco, contra
o passageiro, e sempre
pró-companhias de
aviação.
Como justificar a
esculhambação que se
estabeleceu nesse setor,
especialmente após essa
aberração aparecer?
Qual a razão pra que um
passageiro seja
submetido aos vexames a
que continua sendo
submetido, sob a vista
grossa tanto do DAC -
aliás, um órgão
totalmente hipócrita,
porque, qual a razão
para que o Departamento
de Aviação Civil esteja
na mão de militares???
Aí se explica a
permanente lascívia e
troca de favores entre
os órgãos que cuidam
(para os patrões, claro)
da aviação civil neste
país e os donos das
companhias aéreas.
Enfim, quero deixar
claro que se o
passageiro não se
organizar, não boicotar
os preços, que agora,
com o fim da Varig -
falo fim porque o que
foi feito nada mais é do
que um remendo que não
terá efeito -, meterão a
mão ainda mais no bolso
dos usuários dos
transportes aéreos, já
que, com a eterna
conivência da ANAC e do
DAC, agora mesmo é que
farão a festa.
Fonte: Sim, falo
com conhecimento de
causa. Sou piloto de
linha aérea.
Origem da resposta:
Usuário do Yahoo Brasil
. |
|
|
|
|