Personagens da tragédia
O drama das vítimas, a consternação das testemunhas e
a alegria de quem escapou
A dor
O adeus da loba
REGINA LEMOS
jornalista, 46 anos
Ela andava exultante
nos últimos dias. A uma das suas amigas mais íntimas, disse que "estava
começando a viver de novo". A jornalista carioca Regina Lemos Valério, 46
anos, se referia à superação de uma grande tragédia pessoal.
Em junho de
1994, seu terceiro marido, o publicitário Antônio Carlos Patrício Valério,
então com 33 anos, foi morto estupidamente por um tiro do estudante Clibas
Cortez numa lanchonete de São Paulo. O pecado de Tonhão, como era mais
conhecido, foi tentar apartar uma briga de adolescentes.
A perda fez com
que Regina se mobilizasse numa bem-articulada campanha pelo desarmamento
da população civil, que chegou à televisão. A disposição com que abraçou a
causa confirmava seu espírito guerreiro. Sua mais recente empreitada era o
bem-sucedido projeto da revista Mais vida, publicada pela editora
de Isto É. O 11o número da revista foi o segundo feito sob a
supervisão de Regina. Com circulação nacional e uma
tiragem de 60 mil exemplares, Mais vida ia de encontro a uma das
maiores motivações da jornalista: oferecer a mulheres maduras como ela
indicações para uma vida plena, a partir de uma visão de equilíbrio de
corpo, mente e espírito.
O novo desafio a entusiasmara tanto que, na
quarta-feira 30, mesmo sabendo que teria de acordar bem cedo para viajar,
trabalhou até tarde. Transcreveu de uma fita cassete a entrevista que fez
com a modelo Fabiana Scaransi, capa de uma das próximas edições da
revista. Ainda posou para o fotógrafo Renato dos Anjos, que prepara um
calendário com flagrantes de jornalistas em seu ambiente de trabalho. Na
mesa de Regina, estava um vaso com rosas brancas, sua flor preferida.
O final de semana seria de muito trabalho, até seu retorno a São
Paulo, programado para segunda-feira. No Rio de Janeiro coordenaria a
sessão de fotos para uma matéria sobre caminhadas à beira-mar. Regina se
dedicava a um projeto de vida, o de elevar a auto-estima da mulher de meia
idade. Em 1994, abdicou do cargo de diretora de redação da revista
Marie Claire para escrever o livro Quarenta: a idade da loba
(editora Globo). Num trabalho de fôlego, entrevistou 96 mulheres, entre
anônimas a estrelas como Irene Ravache e Vera Fischer.
Com um tom
confessional, elas expõem suas inseguranças em relação às limitações da
idade, ao mesmo tempo em que se colocam aptas a novas descobertas. O clima
íntimo das entrevistas já era uma marca da revista Marie Claire
brasileira, lançada por Regina em 1991. "Tivemos coragem de mostrar um
lado real do País e isso despertou um sentimento de credibilidade e
solidariedade da leitora", diz Mônica Serino, sua melhor amiga, que
trabalhou com ela e a sucedeu na direção da Marie Claire.
O
sucesso de Regina na direção da revista fez com que em 1995 ela fosse
convidada para assessorar a redação da Marie Claire portuguesa. A
temporada de oito meses em Lisboa só era interrompida para que ela
acompanhasse de perto o inquérito que apura a morte do marido. De volta ao
Brasil, pensava em escrever um novo livro, agora sobre os sentimentos
masculinos, enquanto atuava em outros projetos editoriais. Com 20 anos de
profissão, 17 dos quais dedicados a imprensa feminina, Regina, entre
outros trabalhos, assinou uma coluna de moda no Jornal da Tarde, de
São Paulo, onde também foi editora.
Charmosa e bem-humorada, Regina foi
hippie na adolescência e defendeu causas libertárias que a empolgavam até
hoje. Em 1988, sua generosidade a fez visitar sistematicamente uma
solitária detenta da Penitenciária Feminina de São Paulo. Ultimamente,
além do trabalho, outro motivo de alegria era a notícia de que seria avó
pela segunda vez. Sua filha com o primeiro marido, Heitor, já falecido,
Inês Lemos Raddatz, que mora em Berlim e é mãe de Maria, de seis anos,
está grávida de um mês. Seu segundo marido foi o jornalista Sérgio Vaz. Na
fatídica manhã de quinta-feira, Regina viajou sozinha, embora pudesse ter
a companhia de uma colega da revista Mais vida, a editora
assistente de beleza, Katia Del Bianco, que só conseguiu passagem para o
voo das 12h03. Foi o último voo da loba.
Caminhos cruzados
RONALDO JENKINS DE
LEMOS coronel-aviador, 51 anos

Foto: Carol Quintanilha |
Menos
de meia hora depois de o Fokker 100 cair, Ronaldo Jenkins de Lemos foi
convocado no Rio pelo representante da resseguradora britânica Lloyds para
investigar o acidente. Coronel-aviador na reserva desde 1991,
Lemos comandou por 15 anos a Divisão de Investigação e Prevenção
de Acidentes Aéreos da Aeronáutica e hoje é dono de uma empresa
do ramo.
Uma hora e
meia depois, Lemos desistiu de assumir a investigação. Soube que sua irmã,
a jornalista Regina Lemos, estava entre as vítimas. A trágica coincidência
também ocorreu com a psicóloga Cristina Secchin, que deu assistência a
tripulantes da TAM que fariam voos posteriores ao acidente. Cristina era
prima de Regina. |
A ironia do herdeiro
ERNESTO IGEL
estudante, 28 anos
Filho do milionário Pery Igel, dono do
Grupo Ultra, o jovem Ernesto Igel gostava de aventuras. Certa vez, cruzou
as Américas a bordo de uma moto - de Nova York a São Paulo. Quando
embarcava, porém, num avião da TAM, ele se sentia orgulhoso. Afinal, foi
seu pai quem emprestou dinheiro para que o amigo da família Comandante
Rolim comprasse o primeiro avião de sua frota.
Triste acaso
FLÁVIA F. FERNANDES
comissária de bordo, 22 anos

Foto: Carol Quintanilha |
A
aeromoça Flávia Fernandes não estava escalada para o voo 402. Na verdade,
deveria voar para Brasília, e não para o Rio de Janeiro. "Ou alguém passou
mal ou faltou. Caso contrário, ela não teria entrado no avião", contou a
tia, Alice.
Há seis meses, Flávia havia passado por um susto. Ela foi
refém durante um assalto a um avião da TAM ocorrido em São José dos
Campos, no interior de São Paulo, e passou momentos difíceis sob a mira de
metralhadoras. Flávia era jovem e bonita. Adorava se arrumar e pensava em
se casar. |
O prejuízo da seguradora
Foi um dia
incomum na sede administrativa do Unibanco, em São Paulo. Oito executivos
da instituição financeira haviam embarcado no voo 402 rumo ao Rio de
Janeiro. Eles tinham compromissos variados, em diferentes lugares da
capital carioca. Às duas horas da tarde, a assessoria de imprensa ainda
fazia uma triagem em todos os departamentos do banco para saber se mais
alguém, além dos profissionais mencionados na lista da TAM, estava no
avião. O saldo final confirmado pelo Unibanco foram os oito mortos.
Aluisio Calil Mathias estava entre eles.
Aos 28 anos de idade, Mathias
ocupava a superintendência de Corporate Internacional do Unibanco. "Ele
estava vivendo o melhor momento da carreira", contou o amigo Amizaque
Catonho, que correu para o IML assim que soube do acidente. Outras vítimas
foram Marcelo Ferrão, 28 anos, gerente da Unibanco Assets Management;
Ariovaldo Riccioli, gerente de finanças e investimento; Carlos Mario
Fournier Vieira, superintendente de finanças e investimento; Cristiano
Gusmão Neto, superintendente de Corporate Internacional; Luiz Claudio
Tamiello, assessor jurídico; Marcos Aurélio Rios e Marilene Gimenez
Haddad, ambos gerentes da Unibanco Assets Management.
Melhor sorte teve
Armando Gonçalves, gerente do setor de macroeconomia do banco. Na
quarta-feira 30, véspera do acidente, ele tentou uma reserva no voo, mas
não conseguiu. Para não ficar na lista de espera, decidiu seguir o caminho
convencional da ponte aérea. Ao desembarcar no Rio de Janeiro, descobriu
que nascera novamente. Como se não bastasse, o Unibanco responde por todos
os seguros da companhia aérea e deverá bancar todos os prejuízos da
tragédia.
"Papai não volta"
ARIOVALDO RICCIOLI
executivo, 32 anos

Foto: álbum
de família |
Gerente
de finanças e investimento do Unibanco, casado com Eliane e pai das
meninas Gabriela, de dois anos e meio, e Isabela, de três meses, Ariovaldo
Riccioli viajava com frequência ao Rio a negócios.
Na manhã de
quinta-feira, a filha Gabriela perguntou à mãe pelo pai. "Ele foi ao Rio e
volta à noite", respondeu Eliane. "Não, mãe, o avião dele caiu e ele não
volta mais", retrucou Gabriela. A mãe tentou desconversar, dizendo que
aquilo era besteira da filha. Minutos depois, ao ligar a televisão teve a
confirmação da premonição há pouco demonstrada pela pequena Gabriela.
|
À espera do filho
HENRIQUE M. TRINDADE
engenheiro, 32 anos
A morte do engenheiro pós-graduado em
marketing Henrique Trindade é duplamente cruel. Atual gerente geral do
Cartão Real Visa, ele deixa a filha Roberta e a esposa Kátia grávida de
cinco meses de um menino. "A família crescia exatamente como eles haviam
planejado", lamenta a amiga Maria Cecília.
Só de avião
HAMILTON CIMIONI
empresário, 49 anos
Proprietário de um frigorífico, Cimioni
era de uma tradicional família curitibana. Empresário de sucesso, andava
com seguranças e só gostava de viajar de avião. Era casado, pai de três
filhos e tinha chegado a São Paulo na noite de quarta-feira para embarcar
na manhã seguinte para o Rio, para mais uma reunião de negócios. Um de
seus seguranças, Dimas Guimarães, foi ao IML para ajudar na identificação,
mas não conseguiu.
Morte na rua
TADAO FUNADA,
pedreiro, 60 anos
Corpo em chamas, o pedreiro Tadao Funada
despencou de um prédio de dois andares na esquina das ruas Luís Orsini de
Castro e Victor Eugênio do Sacramento. "Fui tentar ajudar, mas ele já
estava morto. Parecia um boneco carbonizado", disse o marceneiro
Washington Luis Abreu e Silva. O mais provável é que tenha sido queimado
pelo querosene derramado pelo avião.
Vítima americana
DAVID FRANCIS TOBOLLA
diretor financeiro, 40 anos
Apaixonado pelo Brasil, o
executivo americano David Francis Tobolla morava há um ano e meio em São
Paulo. Funcionário de carreira do maior banco do mundo, o Citibank,
poderia escolher qualquer canto do planeta para trabalhar, mas optou pela
filial paulista graças à influência de sua esposa brasileira. Aos 40 anos,
era diretor financeiro da área de pessoa física da instituição.
Com lugar marcado
HENRIQUE MENTONI
FILHO executivo, 40 anos
O administrador sênior de fundos
Henrique Mentoni Filho costumava viajar duas vezes por mês ao Rio para
reuniões com executivos de sua carteira de clientes. Acreditava que o voo
402 era perfeito porque tinha lugar marcado, ao contrário da ponte-aérea.
Paulista, 40 anos, Mentoni era separado, tinha duas filhas e trabalhava no
Chase Manhattan Bank.
Vida realizada
LAÉRCIO CREMASCO
executivo, 42 anos
O mais perto que o gerente havia passado da
morte foi há alguns anos, quando sofreu um acidente de barco. Mesmo assim,
considerava-se um homem de sorte. Estava satisfeito com a carreira. "Ele
tinha alcançado todos os seus objetivos", contou o irmão Levi. Executivo
do Laboratório Farmacêutico Boehringer De Angeli, Cremasco encarava a
ponte aérea duas a três vezes por mês.
Horror
"Achei que ia morrer esmagada"
LOURDES DE SOUZA dona de casa, 56 anos
Um avião em
chamas passou pela cabeça da dona de casa Lourdes de Souza. Há 30 anos,
ela mora na rua Dr. Victor Eugênio do Sacramento, ao lado do segundo
prédio atingido pelo avião. Estava tranquilamente no quintal de sua casa,
lavando com uma mangueira sua cachorra Laika, uma pastora alemã, quando a
tragédia aconteceu. "O avião com as luzes acesas e piscando passou e
estremeceu tudo. Achei que ia morrer esmagada, mas ele continuou reto,
largando combustível. O barulho era infernal. Começou a pegar fogo nas
coisas do quintal, mas fui apagando com a mangueira. Quando entrei em
casa, meu filho de 18 anos estava debaixo da mesa da cozinha", relembra
Lourdes.
Pouso na cama
JORGE TADEU DA SILVA
professor, 38 anos
Os pais Natividade, 62
anos, e Arnaldo Conceição da Silva, 66 anos, moravam no sobrado colado
ao do filho Jorge na rua Luís Orsini de Castro. O casal
havia acabado de comprar seu primeiro carro zero, um Logus. No final de
semana, a garagem foi reformada e pouco antes do acidente, eles estavam
na janela do quarto, examinando o teto da obra. Assim que desceram para
tomar o café da manhã, aconteceu a tragédia. "O trem de pouso do avião
foi parar em cima da cama dos meus pais", conta Jorge. "Escaparam pelos
fundos, pois há uma comunicação com o meu sobrado."
Visão da varanda
REGINA MASCAGNI
professora, 40 anos
A 500 metros do local do acidente, Regina
Mascagni acompanhava o Fokker 100 da sacada do 12o andar do
prédio onde mora. "Achei estranho o avião subir e em seguida perder
velocidade." A professora se diz convencida de que o piloto seguia em
linha reta e, ao perceber que poderia cair sobre uma escola, teria dado
uma guinada à direita. "Ele começava a perder velocidade e, de repente,
desviou para a direita e a asa bateu no prédio em frente." Por muito
pouco, os 2,4 mil alunos da Escola Estadual de Primeiro e Segundo Graus
Doutor Ângelo Mendes de Almeida não entraram na lista das vítimas. A
escola fica na rota de passagem dos aviões e só escapou de ser atingida
por pura sorte. "Os alunos ficaram em pânico", contou a inspetora Marilda
Ferreira Branco.
"Pareciam bombas"
HUMBERTO COELHO
bancário, 40 anos
Morador de uma rua próxima ao local da queda
do avião, Coelho foi um dos primeiros a chegar e encontrou um cenário de
horror. "Pareciam bombas explodindo. Ajudei a tirar um senhor de uma das
casas, mas ele não conseguia se mexer. Sua casa havia sido totalmente
destruída", contou. O tenente-coronel do Corpo de Bombeiros Leopoldo
Correia Filho também ajudou no resgate: "Era uma visão dantesca."
Labaredas no céu
MARIA A. DE OLIVEIRA
dona de casa, 48 anos
A rua estava vazia. A 150 metros dos
primeiros prédios atingidos pelo Fokker 100, Maria Aparecida de Oliveira
esperava o ônibus no ponto. De repente, apareceu um avião voando baixo,
que atingiu em cheio o alto do edifício da esquina. "Depois, bateu num
apartamento do prédio do outro lado da rua, fazendo um estrondo enorme. O
avião foi caindo para a rua de trás e soltando labaredas. As bolas de fogo
se espalhavam para todos os lados", conta Maria Aparecida. A esta altura
ela já estava correndo na direção contrária. "Só quando pararam de cair,
voltei para minha casa."
Alívio
Escapou graças ao pãozinho
MARIA HELENA DA SILVA desempregada, 25 anos

Foto: Alex
Soletto |
Sem
emprego, Maria Helena veio de Ipatinga, Minas Gerais, para tentar a sorte
em São Paulo. Hospedou-se na casa dos amigos Sandra, 18 anos, e Daílson,
25 anos. "Eles foram muito legais em me deixar morar lá", disse ela, que
ajudava nos afazeres da casa.
Na manhã de quinta-feira, ela levantou cedo
e foi à padaria, que fica no fim da rua. Ouviu um estrondo. "Senti um
cheiro de queimado e logo virei para trás. Vi o avião caindo. Cheguei mais
perto e vi a casa onde morava pegando fogo. Fiquei desesperada, meus
amigos estavam lá dentro", conta Maria Helena. "Agora não sei para onde
vou." |
Salvo pelo trânsito
LUIZ CARLOS RELVA
consultor técnico, 48 anos

Foto: Pedro
Agilson |
O
motorista de táxi ouviu poucas e boas do passageiro Luiz Carlos Relva na
manhã do acidente. De Alphaville ao aeroporto, Relva pedia mais velocidade
para não perder o voo.
Horas depois, já no Rio, agradecia emocionado ao
caótico trânsito paulistano. "Estou renascendo novamente", comemorava. "A
Castelo Branco salvou a minha vida." |
Nervosismo na ponte aérea
NIZAN GUANAES
publicitário, 37 anos
Uma agitação fora do comum na sala de
espera da ponte aérea chamou a atenção do publicitário Nizan Guanaes, que
aguardava o embarque para o Rio. "As pessoas estavam muito tensas e os
telefones celulares não paravam de tocar", lembra Nizan. Segundos depois,
funcionários do aeroporto comunicaram o acontecido. No início da tarde da
quinta-feira 31, Nizan voltou a São Paulo, ligeiramente nervoso, mas
confiante de que, pela lei das probabilidades, seria muito difícil
acontecer uma nova fatalidade naquele mesmo dia.
Boa nova no IML
PAULO SÉRGIO LOPES
operador de câmbio, 27 anos

Foto: Alex
Soletto |
O
operador de câmbio do BCN Paulo Sérgio Lopes, 27 anos, chegou ao IML
apavorado. Recebeu por telefone a notícia do acidente e pensou que seu
tio, Luís Roberto Cardoso, que trabalha no ramo de informática, estivesse
no voo. "Ele sempre viaja pela TAM e no horário do acidente", contou Paulo
Sérgio.
"Quando vi a lista de passageiros foi um verdadeiro alívio", disse
o operador, que logo em seguida recebeu uma ligação de seu tio ao celular.
"Agora que estou tranqüilo vou ao hemocentro doar sangue. Tem muita gente
precisando."
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Fonte: Revista
Isto É (6 de novembro de 1996)
- Reportagem de Álvaro Almeida, Andréa
Michael, Andréia Ferreira, Celso Fonseca, Cilene Pereira, Darcio Oliveira,
Edna Dantas, Gilberto Nascimento, Lu Gomes, Luciana Peluso, Luiza
Villaméa, Mário Simas Filho, Rita Moraes (SP); Hélio Contreiras, Valéria
Propato (RJ); Andrei Meireles, Eliane Trindade (DF)
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