Data:
07 FEV 94
Hora:
08:00
Aeronave:
EMB 711T Corisco II
Operador:
Particular
Matrícula/Prefixo:
PT-NVN
Tripulação:
Ocupantes: 1 / Fatalidades:
0
Passageiros: Ocupantes: 2 / Fatalidades: 1
Total:
Ocupantes: 3 / Fatalidades: 1
Local do
Acidente: Fazenda Três Meninas, Arapuã - MS
Tipo de
acidente:
Pouso Forçado
Fase de
Operação: pouso
Natureza do
Voo: transporte particular de passageiros
Aeroporto de
Partida:
Três Lagoas
- MG
Aeroporto
de Destino:
Vila Bela -
MT
HISTÓRICO
A aeronave
decolou de Três Lagoas - MG, para Vila Bela - MT, em condições VFR,
com três pessoas a bordo.
Após
quarenta minutos de voo, voando sobre uma camada de nuvens, o motor
apresentou funcionamento irregular e o piloto decidiu regressar para
Três Lagoas.
No retorno,
o proprietário, que era um dos passageiros, insistiu para pousarem
em uma fazenda no município de Arapuã - MS.
O piloto
iniciou a descida ao obter contato visual com o solo. Constatando
ter passado da fazenda sugerida, efetuou novo retorno à rota.
Contudo, devido ao motor continuar apresentando problemas, decidiu
pousar em uma rodovia em construção.
Na curva da
aproximação final, o proprietário comandou o trem de pouso embaixo.
Em seguida, o piloto nivelou as asas da aeronave, tomando uma
trajetória oblíqua com a rodovia, colidiu com algumas árvores e,
logo em seguida, com o solo.
A aeronave
teve perda total. O proprietário faleceu no local, o outro
passageiro sofreu lesões graves e o piloto permaneceu
ileso.
ANÁLISE
A presença
do proprietário a bordo e as interferências do mesmo na pilotagem
podem ser um indício de pressão psicológica que levou o piloto a
cometer a série de irregularidades que antecederam ao acidente.
Não foi
possível levantar a experiência do piloto na aeronave, no entanto
verificou-se que o mesmo não era habilitado em voo por instrumentos,
tendo decolado para o voo em que se acidentou em condições
desfavoráveis ao voo visual. Utilizou-se de navegação baseada
primariamente em um GPS, contrariando regulamentos em vigor e
aumentando, desnecessariamente, os riscos de insucesso na navegação
e no controle da aeronave. Voando no topo, sem referências com o
solo, o piloto foi surpreendido com anormalidades de operação do
motor.
Nos exames
dos destroços, foi verificado que havia uma considerável mancha de
óleo na parte inferior da fuselagem. Foi verificado que o consumo de
óleo era exagerado (quase um litro por hora) e que a inspeção anual
de manutenção (IAM) estava vencida. As anormalidades mecânicas
(funcionamento do motor), aliadas às condições meteorológicas
adversas e as dúvidas relativas à navegação (desconhecimento da
posição), foram os fatores contribuintes que antecederam o conflito
de procedimentos que ocorreram momentos antes do
acidente.
A
interferência do patrão, segundo informações, baixando o trem de
pouso na curva de enquadramento, a baixa velocidade e a baixa
altura, gerou uma condição de insuficiente sustentação na aeronave,
obrigando o piloto a nivelar as asas (desfazer a inclinação) para
evitar o estol. Essa iniciativa não evitou a colisão com uma árvore
e a perda de controle da aeronave.
CONCLUSÃO
Fator
Operacional
(1).
Deficiente Manutenção - Contribuiu
A IAM
vencida, o elevado consumo de óleo e as falhas do motor são indícios
de deficiente manutenção e contribuiu para o pouso
forçado.
(2).
Condições Meteorológicas Adversas - Contribuíram
As formações
encontradas desde a decolagem e a navegação sem contato visual
precipitaram o pouso forçado em local não
preparado.
(3). Indisciplina
de Voo
O piloto
efetuou o voo sem a habilitação necessária, decolando em condições
por instrumentos de um aeródromo não homologado e utilizando um GPS,
não homologado, para sua navegação.
RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA DE VOO
O SERAC-4
deverá divulgar o conteúdo deste relatório para todas as empresas e
aeroclubes de sua circunscrição e intensificar as fiscalizações
realizadas nos operadores e oficinas de aviação, visando a detectar
o não cumprimento de regulamentos e normas do DAC por proprietários
ou operadores.
Data:
10 FEV 94
Hora:
16:20
Aeronave:
EMB 810C –
Sêneca
Operador:
Heliranger Aerotáxi Ltda.
Matrícula/Prefixo: PT- EBL
Tripulação:
Ocupantes: 1 / Fatalidades:
0
Passageiros: Ocupantes: 2 / Fatalidades: 2
Total:
Ocupantes: 3 / Fatalidades: 2
Local do
Acidente:
Aeroporto
Santos Dumont, Rio de Janeiro - RJ
Tipo de
acidente: Perda de Controle
em Voo
Fase de
Operação:
em voo
Natureza do
Voo: transporte particular de passageiros
Aeroporto de
Partida:
Aeroporto
Santos Dumont, Rio de Janeiro - RJ
Aeroporto
de Destino: Aeroporto do Campo de Marte, São Paulo - SP
HISTÓRICO
A aeronave
decolou do aeroporto Santos Dumont (RJ) com destino ao Campo de
Marte (SP). Logo após a decolagem, o piloto sentiu “anormalidades”
nos comandos de voo e optou pelo retorno. Na aproximação final da
pista 02 e sem condições de manter-se em voo, o piloto efetuou o
pouso no mar.
O piloto
sofreu lesões leves e os dois passageiros faleceram e a aeronave
sofreu danos irrecuperáveis.
ANÁLISE
O piloto
estava com seus certificados válidos e possuía experiência para a
realização do voo.
Após a
decolagem, o piloto sentiu dificuldades no controle de arfagem do
avião, ocasionado por uma provável perda do comando do profundor.
Houve tentativa de retorno à pista, porém sem
sucesso.
Nas
pesquisas realizadas, constatou-se que no dia 28 de dezembro de
1993, a aeronave sofreu danos no lado esquerdo do estabiprofundor,
em incidente de solo, no Campo de Marte – SP, e foi recuperada pela
Oficina Hangar Fontoura Ltda., durante uma inspeção de 100
horas.
Ocorreu,
também, a instalação de um transmissor de emergência (ELT),
realizada pela empresa Aristek Comércio Aeronáutico, poucos dias
antes do acidente, feita em área de difícil acesso, próxima ao
sistema de comando do estabilizador e do leme de direção, o que pode
ter contribuído para danificar ou mesmo travar os cabos de comando
do estabiprofundor.
O piloto
afirmou que, após estes serviços, sentia um comportamento estranho
da aeronave em voo. Os problemas no controle de arfagem, ocorridos
logo após os serviços de manutenção realizados no estabiprofundor,
são indícios de uma provável deficiência desses
serviços.
A
impossibilidade de recuperação de todos os destroços do mar,
inviabilizou um exame das partes afetadas.
Em virtude
do colapso da estrutura da aeronave, pelo impacto com o mar, é
difícil sustentar que os passageiros teriam condições de
sobrevivência pelo uso ou não do cinto de segurança. Entretanto, a
falta de uma orientação adequada para uma evacuação, no caso de uma
emergência, pode ter contribuído para a impossibilidade do abandono
da aeronave.
CONCLUSÃO
Fator
Operacional
(1).Deficiente Manutenção - Indeterminado
As
características dos problemas mecânicos apresentados, as quais
sugerem um possível travamento de comando, indicam uma possibilidade
de contribuição deste aspecto na consumação do acidente, por
inadequação dos serviços corretivos realizados.
(2).Deficiente Supervisão – Indeterminado
Apesar de
não ter contribuído para a cadeia de eventos, o não cumprimento de
norma estabelecida pelo RBHA 135, como a obrigatoriedade do briefing
dos procedimentos de emergência aos passageiros, podem ter
contribuído para a impossibilidade do abandono da
aeronave.
RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA DE VOO
Os SERAC
deverão divulgar o conteúdo deste relatório para todas as empresas
de táxi aéreo de sua circunscrição, visando a elevar o nível de
segurança de voo neste tipo de atividade e alertá-las quanto ao fiel
cumprimento das normas em vigor em relação às responsabilidade do
comandante de uma aeronave efetuando serviço de transporte aéreo
público.
Embora não
tenha sido fator contribuinte para a ocorrência do acidente, A
INFRAERO deverá reavaliar, junto à comissão de segurança do
Aeroporto Santos Dumont, a necessidade de ações efetivas para a
solução dos problemas de atendimento aos acidentes ocorridos
próximos à cabeceira 02, pelos barcos de
salvamento.
Data:
22 MAR 94
Hora:
14:46
Aeronave:
Cessna 402 B
Operador:
Táxi Aéreo
Kovacs
Matrícula/Prefixo: PT- JHV
Tripulação:
Ocupantes: 2 / Fatalidades: 1
Passageiros: Ocupantes: 6 / Fatalidades: 2
Total:
Ocupantes: 8 / Fatalidades: 3
Local do
Acidente: Aeroporto de Itaituba, Itaituba - PA
Tipo de
acidente: Perda de Controle
em Voo
Fase de
Operação:
em voo
Natureza do
Voo: transporte particular de passageiros
Aeroporto de
Partida:
Aeroporto de
Itaituba, Itaituba - PA
Aeroporto
de Destino: Aeroporto de
Santarém -
PA
HISTÓRICO
A aeronave
decolou de Itaituba-PA, às 14:45 local, com destino a Santarém-PA,
com dois tripulantes e seis passageiros a bordo.
Após a
decolagem da pista 05, o piloto informou à Torre de Controle que
estava com uma forte vibração no profundor, declarando-se em
emergência. A aeronave, que cruzava 300 pés, naquele momento,
iniciou uma curva pela direita, em atitude picada, vindo a colidir
com a superfície de uma lagoa, distante cerca de uma milha da
cabeceira da pista 23.
A aeronave
sofreu perda total e o co-piloto e dois passageiros faleceram no
local, por afogamento, após abandonarem a
aeronave.
ANÁLISE
Na análise
dos destroços, verificou-se que a atitude picada com que a aeronave
se chocou com a superfície da lagoa é típica de baixa velocidade e
pequeno ângulo de ataque. Este dado demonstra a tentativa do piloto
em exercer pressão sobre o profundor da aeronave, através do
compensador do profundor que, segundo declaração do Cmt, também era
de difícil atuação.
Na
investigação, ficou evidenciada a falta de 3 (três) rebites que
prendem o suporte de acionamento ao profundor da aeronave, levando à
falha do sistema de comando do profundor no componente “Elevator
Arm”, P/N 503 5007-2, o qual é interligado ao componente “Elevator
Push Pull Tube” através de uma peça de união, que é fixada pelos
citados rebites.
Conforme
declaração dos sobreviventes, a aeronave teria passado por uma forte
turbulência no dia anterior. Esta poderia ter causado um dano
estrutural à aeronave, não perceptível aos pilotos, podendo ter
afetado os componentes citados no parágrafo
anterior.
A forte
vibração no manche, durante a decolagem, teria sido causada,
provavelmente, pela folga daqueles rebites até a perda total dos
mesmos, quando o piloto perdeu o comando do profundor e o controle
da aeronave. A partir desse momento, o piloto nada poderia fazer
para evitar o acidente. A hipótese de os rebites não estarem
instalados antes do voo é impossível, tendo em vista a
impossibilidade de se exercer o comando do profundor sem aqueles
rebites. Se assim fosse, os problemas sentidos pela tripulação
teriam ocorrido já na primeira decolagem.
Apesar de
estar prevista a inspeção periódica naquela seção a cada revisão de
200:00 horas da aeronave, conforme Service Manual 401/402, página
2-47, não é possível detectar qualquer deficiência na peça durante
as inspeções intermediárias ou nos intervalos entre os voos, tendo
em vista a difícil localização do ponto onde se encontra a
interligação que veio a se desprender e a própria falta de
orientação do fabricante quanto a esses
procedimentos.
Todavia, a
falta de uma análise mais apurada na peça, bem como da conexão com o
profundor, que não foi encontrado, impossibilita a exata
determinação do progresso da falha e da possibilidade de verificação
da mesma nas inspeções de 200:00 horas.
Apesar de a
aeronave estar com 8 (oito) coletes salva-vidas à bordo, dois
passageiros e um tripulante vieram a falecer por afogamento. No
entanto, não se pode afirmar que, mesmo com a utilização dos
coletes, estes não viessem a falecer, devido à grande quantidade de
combustível (altamente tóxico) derramado ao redor da
aeronave.
CONCLUSÃO
Deficiência
de Projeto - Indeterminado
O local onde
se encontra a interligação que se desprendeu é de difícil acesso. A
inspeção desta peça está prevista no Manual de Serviço da aeronave,
devendo ser realizada nas revisões de 200:00 horas. As dificuldades
inerentes a esse procedimento e a falta da peça indeterminaram as
conclusões relativas a esse fator.
Fator
Operacional
(1).Condições Meteorológicas Adversas –
Indeterminado
A aeronave
voou, por 15 (quinze) minutos, em região de forte turbulência, o que
leva a suposição que tal situação possa ter contribuído para
acelerar a falha estrutural no componente e o colapso dos
rebites.
(2).
Deficiente Manutenção - Indeterminado
A inspeção
da peça é prevista no Manual de Serviço da aeronave para as revisões
de 200:00 horas. A aeronave encontrava-se com 22:40 horas de voo
após a revisão de 1000:00 horas, quando ocorreu o acidente. A falta
de uma análise mais apurada da peça, aliada à sua difícil
localização e não remoção dos rebites, impossibilita determinar o
progresso da falha e sua verificação nas revisões de 200:00
horas.
(3).
Deficiente Procedimento Operacional – Presente sem ter
contribuído
Um brifim
sobre os procedimentos de emergência para os passageiros poderia ter
minimizado as conseqüências do acidente.
RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA DE VOO
O DAC deverá
divulgar o acidente para todos os operadores do Cessna 402B,
alertando-os para a necessidade da inspeção criteriosa do componente
do sistema de comando do profundor.
O Instituto
de Fomento e Coordenação Industrial (IFI) deverá promover estudos e
recomendações cabíveis à Cessna Air Co, no sentido de evitar a
recorrência do desprendimento da conexão entre o “Elevator Arm” e o
“Elevator Push Pull Tube”.
O SERAC 1
deverá realizar Vistoria de Segurança de Voo na Táxi Aéreo Kovacs,
com ênfase na área de manutenção e a supervisão das atividades
realizadas neste setor e determinar a elaboração e ativação do PEAA
para o aeródromo de Itaituba.
Os SERAC
deverão:
1)
Enfatizar, em cursos, seminários, palestras, etc, a importância do
treinamento para situações de sobrevivência na selva e no mar, aí
incluída a natação como fonte de sobrevivência, conforme
estabelecido no RBHA - 135 (Registro Brasileiro de Homologação
Aeronáutica), na sua subparte H, item 135.331 e no Código Brasileiro
de Aeronáutica.
2) Alertar
aos operadores e proprietários quanto a Importância dos Kits de
sobrevivência estarem a bordo e disponíveis para utilização em
situações de emergência; e quanto ao cumprimento do que prevê o RBHA
135, na subparte B, item 135.117, que trata das instruções verbais
aos passageiros antes da decolagem.
A Táxi
Aéreo Kovacs Ltda deverá:
1)
Estabelecer um programa efetivo de treinamento para o seu quadro de
pilotos, conforme prevê o RBHA 135, na sua subparte H, item 135.331,
enfatizando os aspectos de sobrevivência na selva e no mar, conforme
prevê o Código Brasileiro de Aeronáutica.
2) Instruir
seus pilotos para o fiel cumprimento do que prevê o RBHA 135, na
subparte B, item 135.117, que trata das instruções verbais aos
passageiros antes da decolagem.
Data:
26 ABR 94
Hora:
07:4 0
Aeronave:
Cessna 208
Caravan
Operador:
Pena Táxi Aéreo
Matrícula/Prefixo: PT- OGI
Tripulação:
Ocupantes: 2 / Fatalidades:
2
Passageiros: Ocupantes: 0 / Fatalidades: 0
Total:
Ocupantes: 2 / Fatalidades: 2
Local do
Acidente: Jacareacanga - PA
Tipo de
acidente: Colisão em Voo
com Obstáculo
Fase de
Operação:
em voo
Natureza do
Voo: transporte particular de passageiros
Aeroporto de
Partida:
Aeródromo Mundico Coelho - Itaituba (SNMD)
- PA
Aeroporto
de Destino: Aer ódromo
de Jacareacanga
(SBEK) - PA
HISTÓRICO
A aeronave
decolou do aeródromo Mundico Coelho - Itaituba-PA (SNMD) com destino
a Jacareacanga (SBEK) por volta das 06:40Q.
Às 06:45Q,
efetuou o primeiro contato com a Rádio Jacareacanga que informou as
condições do aeródromo, teto zero e visibilidade 300 metros (abaixo
dos mínimos).
Os pilotos
prosseguiram no voo e, às 07:07Q, informaram que se encontravam
cinco minutos fora, na radial 135º e que já estavam cruzando 3500
Ft.
Dez minutos
depois, os tripulantes solicitaram novamente as condições do tempo
e, como permaneciam as mesmas, ficaram circulando até às 07:37Q,
quando a Rádio Jacareacanga questionou se a aeronave avistava o
aeródromo.
Com a
reposta negativa, a rádio alertou a aeronave quanto à altitude
mínima do setor (3000 pés). Dois minutos depois a rádio Jacareacanga
iniciou uma série de chamadas sem receber resposta da
aeronave.
A aeronave
colidiu com o solo e foi destruída. Seus dois ocupantes faleceram no
local.
ANÁLISE
O comandante não
era habilitado no voo IFR. Sua habilitação era de piloto
privado. A aeronave estava sendo operada como táxi aéreo. Nessa
categoria é exigido que o comandante tenha a habilitação técnica de
Piloto de Linha Aérea.
O voo estava
sendo conduzido em condições de visibilidade que exigiam habilitação
em voo por instrumentos (IFR). O comandante não era habilitado ao
voo por instrumentos. A colisão com o terreno (selva) em área fora
de aeródromo é indício de que houve tentativa de voo visual em
ambiente de visibilidade restrita. Certamente o clima psicológico
entre os tripulantes nos momentos que antecederam o acidente deve
ter sido de elevado nível de tensão, apreensão e elevado estresse.
O tipo de
formação existente era nevoeiro de superfície (o conhecido aru) que
permanecia colado à mata nas horas iniciais do
dia.
Os exames
dos destroços levaram a conclusão de que o motor estava operando com
potência no momento do impacto e os comandos de voo não apresentavam
problemas. Algumas partes da aeronave foram levadas por curiosos,
prejudicando o levantamento dos indícios e a
investigação.
CONCLUSÃO
Fator
Operacional
(1).
Condições Meteorológicas Adversas – Contribuíram
As condições
meteorológicas eram desfavoráveis na localidade de destino para a
realização do voo visual. Havia uma camada de nevoeiro próxima a
floresta.
(2).
Deficiente Instrução - Contribuiu
O Comandante
não tinha qualificação para voar aquele tipo de aeronave e não
possuía habilitação para o voo por instrumentos.
(3).
Deficiente Julgamento - Contribuiu
Os pilotos
prosseguiram no voo, mesmo sabendo das condições meteorológicas
adversas na localidade de destino.
(4).
Indisciplina de Voo – Contribuiu
Um dos pilotos não
tinha a qualificação para voar aquela aeronave e, além disso, houve
desobediência intencional às normas e regras de tráfego aéreo,
quanto a não observância do nível mínimo de voo IFR no
setor.
(5)
Deficiente Supervisão - Contribuiu
Houve
deficiente supervisão da empresa responsável ao deixar que um piloto
não qualificado viesse a operar a aeronave.
(6)
Deficiente Coordenação de Cabine - Contribuiu
O voo IFR
sem obedecer às regras ditadas na IMA 100-12, conduzido abaixo dos
limites e fora do perfil da descida são indícios de que não havia um
planejamento/coordenação nas operações realizadas na cabine de
comando.
RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA DE VOO
A Pena Táxi
Aéreo deverá enviar ao SERAC-1 uma planilha de seus tripulantes e
respectivas qualificações, assim como a escala de voo, por um
período mínimo de seis meses consecutivos. Implementar aulas e
palestras acerca de planejamento de voo e meteorologia para o Quadro
de Tripulantes da empresa.
O SERAC-1
deverá realizar uma Vistoria de Segurança de Voo Especial na Pena
Táxi Aéreo, dando ênfase, principalmente, às qualificações dos seus
pilotos.
Os SERAC
deverão divulgar o presente relatório para todas as empresas
operadoras de sua circunscrição.
Data:
01 MAI 94
Hora:
13:43
Aeronave:
North American AT- 6D
Operador:
Particular
Matrícula/Prefixo: PT- KUX
Tripulação:
Ocupantes: 1 / Fatalidades: 1
Passageiros: Ocupantes: 0 / Fatalidades: 0
Total:
Ocupantes: 1 / Fatalidades: 1
Local do
Acidente:
Turmalina - MG
Tipo de
acidente: Colisão em Voo
com Obstáculo
Fase de
Operação:
em voo
Natureza do
Voo: voo de acrobacia aérea
Aeroporto de
Partida:
Aeródromo
de Turmalina -
MG
Aeroporto
de Destino:
Aeródromo
de Turmalina -
MG
HISTÓRICO
A aeronave
realizava um voo de acrobacia aérea em Turmalina - MG, em
comemoração ao dia do trabalhador.
O piloto
realizou algumas passagens baixas sobre a praça e, em seguida, sobre
a parte mais baixa da cidade, executou dois “looping” consecutivos e
um “tounneaux” de quatro tempos.
Após essa manobra, subiu na reta e
realizou uma curva de reversão pela esquerda, onde, a mais de 90º de
inclinação e no topo da manobra, entrou em estol. Girando para a
direita cerca de 30º, conseguiu retornar à posição de asas
niveladas, porém muito baixo. Com cerca de 20º picado, pouca
velocidade e em situação de estol, o piloto iniciou uma recuperação.
Na parte
mais elevada da cidade, cerca de 300ft acima do eixo das passagens
baixas, a aeronave chocou-se contra uma edificação, destruindo-se no
impacto e ocasionando o falecimento do piloto.
ANÁLISE
O piloto
possuía o Certificado de Piloto Desportista (CPD) e estava
habilitado a realizar acrobacias somente em situações não
caracterizadas como demonstração aérea. As restrições legais e
limitações técnicas do piloto eram do conhecimento da Associação
Brasileira de Acrobacia Aérea (ACRO), que impediu o piloto de voar o
Christian Eagle do Aeroclube, mas não teve meios para impedir o
mesmo de voar o seu próprio T-6.
O piloto
dedicava-se ao treinamento de manobras básicas de acrobacia de uma
forma inconstante e sem a orientação de instrutor habilitado.
Realizava as manobras de acordo com informações colhidas
aleatoriamente de pilotos mais experientes. Não aceitava a idéia de
receber instrução formalmente.
Alguns
traços de seu perfil psicológico, destacando-se as tendências para a
impulsividade, improvisação e descaso com a operação, contribuíram
para a consumação do acidente.
O piloto não
conhecia a área e não levou em consideração a topografia da região
no planejamento do seu voo. A falta de um planejamento mais apurado
do voo levou o piloto a realizar uma curva de reversão para um setor
mais elevado do terreno.
Sabe-se que
o piloto costumava fazer sempre a mesma série acrobática nos seus
treinamentos, porém em alturas compatíveis com a segurança das
manobras. Membros ACRO e alguns pilotos externaram suas preocupações
em relação ao modo perigoso com que algumas manobras eram executadas
nas apresentações do piloto.
A ausência
de instrução com profissional habilitado contribuiu para que o
piloto não evoluísse o suficiente para realizar as manobras
pretendidas com a técnica adequada. Esse insuficiente preparo para a
execução das acrobacias no T-6 e a falta de adequação das manobras
em relação à topografia do terreno contribuíram para a consumação do
acidente.
CONCLUSÃO
Fator Humano
– Aspecto Psicológico - Contribuiu
Traços do
perfil psicológico do piloto, destacando-se a impulsividade,
improvisação e o descaso com a operação, contribuíram para a
ocorrência do acidente.
Fator
Operacional
(1).
Deficiente Instrução - Contribuiu
O piloto não
realizou treinamento adequado no T-6 para realizar acrobacias a
baixa altura.
(2).
Deficiente Aplicação dos Comandos - Contribuiu
O piloto
optou por reduzir a potência do motor na recuperação da curva de
reversão à baixa altura, diminuindo suas chances de recuperação da
manobra.
(3).
Deficiente Julgamento - Contribuiu
O piloto
julgou inadequadamente a altura disponível para a realização da
manobra.
(4).
Deficiente Planejamento - Contribuiu
O piloto não
realizou um reconhecimento antecipado da área onde realizaria a
apresentação, não considerando suficientemente a topografia da
região em seu planejamento.
(5).
Indisciplina de Voo - Contribuiu
O piloto não
estava habilitado para realizar acrobacia à baixa altura em
demonstração aérea.
(6). Pouca
Experiência de Voo na Aeronave - Contribuiu
O piloto não
possuía adequada experiência para executar acrobacias em
demonstração aérea.
(7).
Deficiente Supervisão - Indeterminado.
O piloto era
dono da aeronave e não aceitava interferências em suas atividades.
A ACRO e o
Aeroclube do qual o piloto era sócio tinham conhecimento do pouco
treinamento e da ausência de certificado de piloto de demonstração
aérea, porém não tinham meios para evitar que o piloto fizesse
acrobacias em sua própria aeronave.
RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA DE VOO
Os SERAC
deverão atuar com mais efetividade junto às entidades
aerodesportivas e prefeituras que se proponham a realizar eventos
aeronáuticos, exigindo que estas atividades aconteçam dentro das
normas de segurança de voo e do estabelecido pela IAC 3314 expedida
pelo Departamento de Aviação Civil e divulgar este acidente aos
aeroclubes e entidades aerodesportivas que ministram acrobacia
aérea, enfatizando a necessidade de treinamento e planejamento
adequados, por parte dos pilotos desportivos, para cada fase de sua
capacitação técnica.
A ACRO
deverá procurar o apoio do SERAC sempre que identificar problemas em
relação a qualquer um de seus associados, auxiliando na fiscalização
do cumprimento da legislação aeronáutica e, conseqüentemente,
contribuindo para manter elevado o nível da Segurança de Voo e
envidar esforços para conscientizar seus associados a avaliar as
condições de segurança do local da demonstração aérea, através de
uma equipe precursora. O planejamento do evento deverá ser realizado
pelo piloto, recomendando-se procedimentos de segurança e atenção
aos obstáculos existentes no local.
Data:
07 MAI 94
Hora:?
Aeronave:
Embraer 110E Bandeirante
Operador:
RICO Linhas Aéreas
Matrícula/Prefixo:
PT-GJW
Tripulação:
Ocupantes: ? / Fatalidades:
?
Passageiros:
Ocupantes: ? / Fatalidades:
?
Total:
Ocupantes: 16 / Fatalidades: 8
Local do
Acidente: São Gabriel da Cachoeira -
AM
Tipo de
acidente:
Colisão em Voo
com Obstáculos
Fase de
Operação: aproximação
Natureza do
Voo: transporte regular de passageiros
Aeroporto de
Partida:?
Aeroporto de
Destino: Aeroporto de São Gabriel da Cachoeira - AM
DESCRIÇÃO:
Aproximando-se para o pouso em São Gabriel, o Bandeirante
bateu contra algumas árvores e caiu a poucos metros da
pista.
Fonte: JetSite
Se tiver informações sobre
este acidente, por gentileza encaminhe para nós:
contato@desastresaereos.net
Data:
12 MAI 94
Hora:
14:00
Aeronave:
Cessna 210L
Operador:
Particular
Matrícula/Prefixo: PT- JMQ
Tripulação:
Ocupantes: 1 / Fatalidades:
0
Passageiros: Ocupantes: 3 / Fatalidades:
2
Total:
Ocupantes: 4 / Fatalidades:
2
Local do
Acidente: Rio Teles Pires - MT
Tipo de
acidente:
Pouso Forçado
Fase de
Operação: amerissagem
Natureza do
Voo: voo de transporte particular de passageiros
Aeroporto de
Partida: posto da
FUNAI (coord. S 08º 23` 00” W 057º 40` 00”)
Aeroporto
de Destino:
Aeródromo
de Alta
Floresta (SBAT) - MT
HISTÓRICO
A aeronave
decolou de um posto da FUNAI (coord. S 08º 23` 00” W 057º 40` 00”)
com destino a Alta Floresta (SBAT), com 1 (um) tripulante e 3 (três)
passageiros a bordo.
Após 04
minutos de voo, durante a subida e cruzando 2.000ft de altitude,
houve quebra de uma das pás da hélice, seguida de forte vibração no
motor.
O piloto
cortou o motor e direcionou a aeronave para pousar no rio Teles
Pires.
Após a
amerissagem, o passageiro que ocupava a cadeira traseira direita
abriu a porta direita e saiu da aeronave.
O piloto foi
o segundo a abandonar a aeronave. Os outros dois passageiros
faleceram no local.
A aeronave
sofreu danos graves no estabilizador horizontal e profundor e
avarias leves na fuselagem.
ANÁLISE
Durante a
última revisão foi adquirido um conjunto de hélice para a aeronave,
que foi vendido como se fosse “novo” pela oficina Aero Hélice
Manutenção Ltda.
Após análise
do Relatório Técnico do Instituto de Aeronáutica e Espaço e do Laudo
Técnico do Parque de Material Aeronáutico do Galeão, verifica-se
que:
- Foi
realizada inspeção em todo o conjunto de hélice sendo observadas
várias irregularidades.
- O exame
realizado no IAE mostrou presença de corrosão por pites e
intergranular na superfície da pá quebrada e marcas de praia na
superfície da fratura, que são características de fratura por
fadiga. Estes pites de corrosão, bem como a corrosão intergranular
facilitaram a propagação da trinca de fadiga, que atingiu quase toda
a seção da pá da hélice.
- No exame
das pás nº 2 e nº 3, realizado no PAMAGL, foram encontrados vários
pontos de corrosão em toda a extensão das pás, havendo suspeita de
inclusão de material estranho numa dada região da pá nº 3,
visualizado através de técnica radiográfica.
Dentro dessa
análise, pode-se afirmar que o elo que deu início ao acidente foi a
falha apresentada pela pá nº 1 do conjunto de
hélice.
CONCLUSÃO
Fator
Operacional
(1).
Deficiente Manutenção - Contribuiu.
A existência
de corrosão na pá nº 1 do conjunto de hélice evidenciou a falta de
manutenção adequada pela oficina responsável pela venda e revisão do
material.
(2). Outros
- Contribuiu.
A venda do
conjunto de hélice reutilizado, como se fosse “novo”, pela Oficina
Aero Hélice Manutenção Ltda, demonstrou total falta de consciência
de Segurança de Voo, o que contribuiu, decisivamente, para a
ocorrência do acidente.
RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA DE VOO
O SERAC-6
deverá realizar Vistoria de Segurança de Voo na oficina Aero Hélice
Manutenção Ltda e adotar as providências corretivas, caso
necessário. Emitir alerta aos proprietários e operadores de
aeronaves a hélice que tenham realizado manutenção na oficina Aero
Hélice Manutenção Ltda, para a verificação das condições de seus
equipamentos quanto à manutenção dos conjuntos de hélice. Alertar
todos os operadores e/ou proprietários de sua circunscrição, para o
fiel cumprimento do brifim de abandono e equipamentos de emergência
para os passageiros de suas aeronaves.
O DAC deverá
estudar procedimentos de medidas técnicas para o controle individual
das pás e não somente dos cubos de hélice.
Data:
03 JUN 94
Hora: 1 0:40
Aeronave:
Piper PA-28
Operador:
Particular
Matrícula/Prefixo: PT- JXD
Tripulação:
Ocupantes: 1 / Fatalidades:
0
Passageiros: Ocupantes: 2 / Fatalidades: 0
Total:
Ocupantes: 3 / Fatalidades: 0
Fatalidades
em solo: 3
Local do
Acidente:
Parati
- RJ
Tipo de
acidente:
Colisão no
Solo com Obstáculo
Fase de
Operação: pouso
Natureza do
Voo: voo de
transporte
particular de passageiros
Aeroporto de
Partida: Aeroporto Internacional de Viracopos / Campinas
- SP
Aeroporto
de Destino:
Aeródromo
de Parati - RJ
HISTÓRICO
A aeronave
decolou de Campinas – SP com plano VFR para Parati - RJ, com um
piloto e dois passageiros a bordo.
Chegando ao
aeródromo de destino, o piloto observou a presença de pessoas
transitando pela pista de pouso. Efetuou passagens baixas sobre a
pista e, após certificar-se que esta estava livre, iniciou o
procedimento de pouso.
Durante a
corrida após o pouso, a aeronave atropelou duas pessoas que
subitamente haviam entrado na pista, quebrou a asa esquerda e
capotou. A aeronave deslizou por 120 metros, vindo a atingir uma
criança que se encontrava na lateral da pista.
Em
conseqüência, um dos passageiros sofreu lesões leves e as três
pessoas atingidas pela aeronave vieram a falecer.
ANÁLISE
A pista é de
propriedade e responsabilidade da Prefeitura Municipal de Parati. No
entanto, não estava em condições seguras de operação, por não
possuir cercas de proteção, biruta, demarcações e, principalmente,
pelo trânsito constante de pessoas, animais e veículos na
mesma.
Por
solicitação da própria Prefeitura de Parati ao Terceiro Comando
Aéreo Regional, foi realizada uma vistoria no aeródromo para o
levantamento das precariedades e condições de insegurança da
pista.
Tal vistoria
gerou um relatório que foi encaminhado, também, para o Departamento
Aeroviário e Hidroviário do Estado do Rio de Janeiro
(DAH).
Verifica-se,
então, que o acidente ocorreu devido à invasão dos limites de
operação da pista por duas pessoas, facilitada pela deficiente
infra-estrutura do Aeródromo de Parati.
CONCLUSÃO
Fator
Operacional
(1).
Deficiente Supervisão - Contribuiu
Houve falta de
supervisão adequada na autorização das operações aéreas no aeródromo
sem que houvesse condições de segurança para tal.
Houve falta de
supervisão adequada na manutenção das condições de operação do
aeródromo.
(2).
Deficiente Infra-estrutura - Contribuiu
Houve a
participação dos serviços de infra-estrutura aeronáutica, pelas
condições físicas operacionais inadequadas.
RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA DE VOO
O Aeródromo
de Parati ficou interditado após a ocorrência do acidente até o
início de 1997, quando foi concluída a sua reforma, que incluiu a
ampliação, asfaltamento e demarcação da pista, instalação de biruta
e contratação de um administrador que coordena as atividades do
aeródromo. Tendo em vista tal observação, seguem-se as
recomendações:
Os COMAR e
SERAC deverão realizar o levantamento das condições dos aeródromos
de suas circunscrições.
A DEPV, as
Administrações de Aeródromos Públicos, os COMAR e SERAC deverão, ao
detectarem irregularidades, em aeródromos públicos, que possam por
em risco a segurança de voo, tomar as medidas necessárias para a
interdição do mesmo, até que as deficiências sejam totalmente
sanadas.
Os SERAC
deverão divulgar o conteúdo desse relatório aos aeroclubes e
administradores de aeródromos públicos de suas respectivas
circunscrições.
A
Prefeitura de Parati deverá inspecionar periodicamente
a área operacional do aeródromo, coibindo o acesso por locais não
determinados, bem como a prática de atividades estranhas às
operações aéreas no interior do aeródromo.
O
Departamento Aeroviário e Hidroviário do Estado do Rio de Janeiro
deverá fiscalizar periodicamente
os aeródromos sob a sua jurisdição, informando ao Departamento de
Aviação Civil as irregularidades constatadas, criando para isso uma
equipe de trabalho com profissionais ligados a infra-estrutura
aeroportuária e à segurança de voo.
Data:
10 SET 94
Hora:?
Aeronave:
Gates Learjet 24D-A
Operador:
Thor Táxi Aéreo
Matrícula/Prefixo:
PT-LAU
Tripulação:
Ocupantes: ? / Fatalidades: 0
Passageiros:
Ocupantes: ? / Fatalidades:
0
Total:
Ocupantes: ? / Fatalidades: 0
Local do
Acidente: Aeroporto Internacional de Brasília - DF
Tipo de
acidente: Colisão com Obstáculo em Solo
Fase de
Operação: taxiamento
Natureza do
Voo: transporte particular de passageiros
Aeroporto de
Partida:?
Aeroporto de
Destino: ?
DESCRIÇÃO:
Colisão em solo com veículo do Aeroporto.
Fonte: ASN
Se tiver informações sobre
este acidente, por gentileza encaminhe para nós:
contato@desastresaereos.net
Data:
19 SET 94
Hora:
18:30
Aeronave:
EMB 711 Corisco
Operador:
Particular
Matrícula/Prefixo: PT- NEN
Tripulação:
Ocupantes: 1 / Fatalidades: 1
Passageiros: Ocupantes: 1 / Fatalidades: 1
Total:
Ocupantes: 2 / Fatalidades: 2
Local do
Acidente: Fazenda Santana, Barão de Melgaço - MT
Tipo de
acidente:
Colisão em Voo
com Obstáculo
Fase de
Operação: decolagem
Natureza do
Voo: voo de
transporte
particular de passageiros
Aeroporto de
Partida: Aeroporto Internacional de Campo Grande
(SBCG) - MS
Aeroporto
de Destino:
Aeródromo
da Fazenda Ilha
Camargo (SWYK), Poconé - MT
HISTÓRICO
A aeronave
efetuava um voo de Campo Grande - MS (SBCG) para a Fazenda Ilha
Camargo (SWYK), em Poconé - MT.
Com o
objetivo de obter informações relativas à navegação até o destino, o
piloto optou por um pouso técnico na fazenda Santana. Após o
pouso, abandonou a aeronave com o motor em funcionamento, deixando
um passageiro a bordo, para colher informações do destino com um
funcionário da fazenda.
Durante a
decolagem desta localidade, a aeronave perdeu altura, colidiu com
uma árvore e após, com o solo.
A aeronave
sofreu perda total e os dois ocupantes faleceram no
local.
ANÁLISE
O
procedimento de pousar para pedir informações caracteriza um erro de
navegação do piloto, não sendo possível identificar o fator que o
desencadeou.
A
temperatura oscilava em 30ºC neste dia.
A aeronave
permaneceu na marcha lenta durante um longo período, até o retorno
do piloto para a nova decolagem.
A decolagem
foi realizada às pressas, configurada pela atitude do piloto em não
efetuar o corte do motor para obter às informações do
destino.
Não houve,
por conseqüência, um planejamento adequado para uma situação de
emergência, contribuindo para o despreparo nos procedimentos após
sua ocorrência. Na análise do grupo motopropulsor, ficaram
evidenciados os seguintes aspectos :
a) O motor estava sem
potência quando do impacto com o solo;
b) A aeronave possuía
combustível, comprovado pela vegetação seca ao redor da aeronave,
sem poder precisar a quantidade;
c)
A seletora de combustível
estava aberta e a bomba elétrica ligada;
d) A seletora dos magnetos
estava em “OFF”;
e) Havia combustível nas
linhas e a aranha apresentou condições livres;
e
f) A
análise do CTA constatou que o motor não apresentou anormalidade que
pudesse indicar alguma falha, que não
momentânea.
Assim sendo,
três hipóteses foram levantadas para o acidente:
1) Posição Incorreta da Seletora de
Combustível.
Caso tenha
ocorrido uma troca de tanque com a posição incorreta da seletora, a
falta de combustível seria sentida no instante de uma solicitação
efetiva do motor (decolagem).
Neste caso,
o piloto teria percebido e selecionado corretamente a seletora
(confirmada nos destroços), contudo o tempo não teria sido
suficiente para sanar o problema, devido a altura reduzida e baixa
velocidade da aeronave.
2) Falha dos
Magnetos.
Os magnetos
foram encontrados em “OFF”. Há a possibilidade de os bombeiros, por
precaução ou inadvertidamente, terem desligado durante a retirado
dos corpos. Outra possibilidade (pouco provável) é a do piloto ter
acionado para “OFF” ao perceber que iria colidir com as
árvores.
3) Formação
de Vapor na Linha de Combustível.
A gasolina
de aviação é composta de 20% de tolueno, 65% de alquilados
(ISO-OCTANOS) e 15% de um composto denominado C-5.
Na análise
do IAE/CTA, ficou constatado que o C-5 é um puro ISOPENTANO, de
altíssima octanagem e volatilização, adicionado à AVGAS para
facilitar as primeiras partidas, em dias frios, e manter certa
segurança em condições meteorológicas adversas, com sua temperatura
de vaporização em torno de 28ºC a 30º.
Um táxi
muito longo e temperatura externa alta, ou parada em marcha lenta,
pode levar à vaporização dessa fração leve, com o aquecimento da
linha de combustível, precipitando bolhas em seu interior, com a
conseqüente perda de potência na decolagem. O fato de a bomba
elétrica ter sido encontrada ligada na ação inicial, pode advir do
acionamento, pelo piloto, após a ocorrência da emergência, como
preconizado no manual de operações da aeronave.
CONCLUSÃO
Fator
Operacional
(1).
Deficiente Instrução/Pouca Experiência de Voo e na Aeronave -
Indeterminados
Não foi
possível avaliar o treinamento recebido pelo piloto, nem tão pouco a
sua experiência de voo e na aeronave.
(2).
Deficiente Julgamento - Indeterminado
Supõe-se que
o piloto não tenha avaliado as conseqüências possíveis quanto a
efetuar um pouso técnico, deixar o motor girando em marcha lenta por
algum tempo e com temperatura externa elevada e decolar logo após, e
que esse procedimento poderia contribuir para a perda de potência
após a decolagem.
(3).
Esquecimento - Indeterminado
Supõe-se que
a possibilidade da seletora estar posicionada incorretamente, ou da
bomba elétrica de combustível estar desligada, tenham acontecido em
função do piloto ter esquecido de realizar parte dos procedimentos
para a decolagem devido, principalmente, à pressa.
(4).
Deficiente Planejamento - Contribuiu
Houve
inadequada preparação para o voo, ocasionando a necessidade do pouso
técnico e, principalmente, quanto à decolagem da fazenda Santana,
propiciando erros de procedimentos e não permitindo uma adequada
preparação para emergências após a decolagem.
(5).
Influência do Meio - Ambiente - Indeterminado
Possivelmente, a elevada temperatura ambiente (em torno de
30ºC) levantada na terceira hipótese, possibilitou a formação de
vapor na linha de combustível, vindo a interferir no comportamento
da aeronave, durante a decolagem.
RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA DE VOO
OS SERAC
deverão divulgar o acidente nos seminários e palestras, enfatizando
a necessidade imperiosa de se realizar todos os procedimentos
previstos para todas as fases do voo.
Orientar os
checadores para que nos voos de cheque privilegiem um pouco mais os
procedimentos de emergência de parada de motor após a
decolagem.
Data:
23 SET 94
Hora:
06:35
Aeronave:
EMB 111E Bandeirante
Operador:
Purus Aéro Táxi Ltda.
Matrícula/Prefixo: PT- GJY
Tripulação:
Ocupantes: 2 / Fatalidades: 2
Passageiros: Ocupantes: 0 / Fatalidades: 0
Total:
Ocupantes: 2 / Fatalidades: 2
Local do
Acidente: Km 29 da rodovia BR 364 -
Tarauacá - AC
Tipo de
acidente:
Colisão em Voo
com Obstáculo
Fase de
Operação: em voo
Natureza do
Voo: voo de
transporte de
carga
Aeroporto de
Partida: Aeroporto de Feijó -
AC
Aeroporto
de Destino:
Aeródromo
de
Tarauacá - AC
HISTÓRICO
A aeronave
decolou de Feijó para Tarauacá, às 06:30 h, com dois tripulantes e
635 Kg de carga. O tempo estimado de voo em rota era de dez minutos.
Às 06:35 h, a Rádio Tarauacá recebeu uma chamada do PT-GJY,
respondendo imediatamente, porém não houve contestação do piloto da
aeronave. A seguir, a Rádio realizou diversas chamadas, mas não
recebeu resposta para nenhuma delas.
Diante do
silêncio da aeronave, a Tasa acionou a Polícia Militar local, que
iniciou as buscas.
A aeronave
foi encontrada a 50 metros do lado direito da BR-364, no Km 29 do
trecho Tarauacá - Feijó, totalmente destruída. Os dois tripulantes
faleceram no local.
ANÁLISE
Durante o
pouso em Feijó, no dia anterior ao acidente, o co-piloto
inadvertidamente comandou o passo bandeira em vez de aplicar o
reverso. Para recuperar o controle direcional, o Comandante assumiu
os comandos atuando nos freios, sem contudo conseguir evitar uma
saída lateral e parada final 40m após ultrapassar a cabeceira da
pista oposta.
Na saída pela lateral
esquerda, a roda do trem de pouso principal esquerdo desceu um
degrau de mais de 20cm entre o pavimento e a parte lateral recoberta
com capim. Percorreu cerca de 30m antes de vencer o batente e voltar
para a pista. Os 40m percorridos após a ultrapassagem da cabeceira
oposta eram de terreno não preparado.
A aeronave
foi retirada do local e rebocada para o pátio de estacionamento do
aeroporto, onde o comandante efetuou uma inspeção visual na mesma.
Após a inspeção, ele informou à base da empresa sobre a ocorrência e
que a aeronave estava em condições de voo e que, na manhã seguinte,
decolaria para Tarauacá e Rio Branco.
Segundo
testemunhas, o comandante informou que, por precaução, manteria os
trens de pouso baixados até o destino.
A aeronave
acidentada estava com a compensação do leme para a posição contrária
ao do voo com falha do motor direito.
Com a
análise dos destroços e informações disponíveis, é possível supor a
seguinte seqüência de eventos:
1 - A
aeronave sofreu um incidente de perda de controle no solo no dia
anterior ao acidente. Em função disto, o comandante decidiu
prosseguir o voo com o trem de pouso embaixo, no trecho Feijó –
Tarauacá; e
2 - Durante
o voo, provavelmente a baixa altura devido às condições de nevoeiro
baixo, houve alguma anormalidade no motor direito ou acionamento
inadvertido da sua válvula de corte. Operando monomotor e com trem
embaixo, a aeronave não teve potência suficiente para manter o voo
nivelado e começou a perder altura em direção às árvores. Para
diminuir o arrasto, os tripulantes comandaram o recolhimento do trem
de pouso, mas não a tempo de restabelecer as condições de voo. A
aeronave colidiu com a ponta da asa direita em uma árvore mais alta
que o resto da vegetação, perdendo 3,20 metros da asa e iniciando um
rolamento até o impacto com o solo na posição de dorso. A aeronave
sofreu perda total e os tripulantes faleceram.
Os motivos
que levaram ao corte do motor direito em voo não foram claramente
identificados, mas podem estar relacionados com a falta de
manutenção e limpeza do filtro do tubo de P3. Como o filtro foi
consumido pelo incêndio, não foi possível concluir positivamente a
sua contribuição para o acidente.
Os fatos
verificados podem ter sido agravados pelas condições psicológicas
reinantes na cabine (comandante de comportamento autoritário,
prepotente e experiente “versus” co-piloto inseguro, contrariado,
tenso e pouco experiente) que propiciaram falhas como a compensação
errada da aeronave, aumentando o grau de dificuldade de controle até
tornar irreversível o acidente.
CONCLUSÃO
Fator Humano
– Aspecto Psicológico - Contribuiu
A
determinação de cumprir a etapa desviou a atenção do Comandante dos
cuidados exigidos para o planejamento do voo e normas de segurança.
Havia um nível de tensão acima do normal nos tripulantes devido às
ocorrências do dia anterior. O co-piloto, inseguro quanto a
operacionalidade da aeronave, não teve condições de impedir a
decolagem. Havia passado a noite anterior em estado de ansiedade
acarretada pelo problema e, contrariado, decolou operando como
piloto.
Fator
Operacional
(1).
Deficiente Manutenção - Indeterminado
A falta de
manutenção preventiva para o filtro de P3, levando a uma possível
relação com a perda de potência observada no motor direito, pode ter
contribuído para o acidente, apesar de não ter sido possível
comprovar seu estado real devido aos danos do incêndio.
(2)
Deficiente Planejamento do Voo – Contribuiu
O voo com
trem de pouso baixado, com a aeronave carregada e em condições
meteorológicas adversas são indícios do deficiente
planejamento.
(3).
Deficiente Aplicação de Comandos - Contribuiu
O
posicionamento do compensador do leme direcional para a posição
contrária ao do voo monomotor com falha do motor direito indica
deficiente aplicação de comando, contribuiu para a dificuldade de
controle da aeronave.
RECOMENDAÇÕES DE
SEGURANÇA DE VOO
O Operador
deverá:
1) Instruir
seus tripulantes quanto à responsabilidade pela segurança das
operações aéreas previstas no Código Brasileiro de Aeronáutica e
que, conforme previsto no RBHA 135, não permite a operação da
aeronave que esteja em desacordo com as condições de
aeronavegabilidade. A inspeção visual realizada pelo Comandante não
foi suficiente nem adequada para permitir a operação após o
incidente de saída da pista em Feijó.
2) Alertar aos seus
tripulantes que os voos de traslado só podem ser efetuados com a
aeronave vazia e mediante autorização de autoridade
competente.
3) Orientar seus Comandantes
para que considerem a posição e a opinião dos co-pilotos nas
decisões que envolvam a operação das aeronaves da
empresa.
4)
Cumprir um programa de
instrução que inclua, entre outros aspectos, treinamento em
simulador de voo, voo local, em rota e treinamento de gerenciamento
de recursos de tripulação (CRM).
Data:
01 OUT 94
Hora:
08:00
Aeronave:
Cessna 310Q
Operador:
Aerosita
Matrícula/Prefixo: PT- KYK
Tripulação:
Ocupantes: 2 / Fatalidades: 2
Passageiros: Ocupantes: 1 / Fatalidades: 0
Total:
Ocupantes: 3 / Fatalidades: 2
Local do
Acidente: Datas - MG
Tipo de
acidente:
Colisão em Voo
com Obstáculo
Fase de
Operação: decolagem
Natureza do
Voo: voo de
campanha
eleitoral
Aeroporto de
Partida: Datas - MG
Aeroporto
de Destino:
Aeródromo
de
Teófilo Otoni
- MG
INFORMAÇÃO DO CENIPA
Emissão: 07/06/2001
Data da Ocorrencia: 01/10/1994
Matrícula: PT-KYK
Histórico:
Número da RSO: 079/D/01
Destinatário: SERAC-3
Recomendação: Alertar os
pilotos (através de simpósios, palestras e seminários), quanto aos
problemas decorrentes da ingestão de bebida alcoólica, em período
inferior a 12 horas antes do voo, e o comprometimento do estado de
prontidão do aeronavegante e do aumento dos riscos inaceitáveis para
a atividade aérea.
Sem microfilmagem do relatório ou
relatório sendo confeccionado.
INFORMAÇÃO DOS
FAMILIARES DO COMANDANTE (em 28.09.2010)
O processo ainda corre na justiça
e o laudo da Aeronáutica sobre o acidente nunca foi finalizado.
Data:
01 OUT 94
Hora:
13:30
Aeronave:
Piper J3F-65
Operador:
Aero clube
de Botucatu
Matrícula/Prefixo: PT- TIY
Tripulação:
Ocupantes: 1 / Fatalidades: 0
Passageiros: Ocupantes: 1 / Fatalidades: 0
Total:
Ocupantes: 2 / Fatalidades: 0
Local do
Acidente:
Fazenda
Três Barras, Botucatu - SP
Tipo de
acidente:
Colisão em Voo
com Obstáculo
Fase de
Operação:
em voo
Natureza do
Voo: voo de
fotografia
Aeroporto de
Partida: Aeroclube de
Botucatu
- SP
Aeroporto
de Destino:
Aeroclube de
Botucatu
- SP
Clique aqui para ler o depoimento de um passageiro desse
acidente
HISTÓRICO
A aeronave
regressava de um voo de fotografia, contratado junto ao Aeroclube de
Botucatu.
Havia a
bordo o piloto e um fotógrafo.
O
deslocamento de regresso estava sendo realizado à baixa altura em
área de relevo acidentado, quando a aeronave colidiu com árvores no
sopé da Serra de Botucatu e, a seguir, com o solo.
A aeronave
sofreu avarias graves; o passageiro, lesões graves; e o piloto,
lesões leves.
ANÁLISE
O voo em
questão exigia a qualificação de Piloto Comercial, mas o piloto era
Piloto Privado.
Verificou-se
que o piloto apresentou um comportamento de baixo nível de alerta
situacional, que colocou em risco a aeronave. Houve pressa no
apronto do voo e insuficiente atenção para o planejamento.
O piloto não
assumiu uma atitude conservativa diante da possibilidade dos ventos
existentes próximo à Serra. Os ventos naquela área muito
provavelmente contribuíram para a colisão com o obstáculo e o
solo.
A premência
em atender as necessidades do contrato com o fotógrafo levou a
direção da entidade a não observar as normas em vigor e escalar um
piloto privado pouco experiente para realizar um voo remunerado de
fotografia. Do mesmo modo disponibilizou uma aeronave cujo fim não
era realizar esse tipo de serviço.
Desde o
inicio do voo o piloto apresentou um comportamento típico de superestimação de sua capacidade e no desempenho da aeronave.
Subestimou as dificuldades que o ambiente (topografia, ventos
etc...) poderia impor à sua incipiente experiência e não considerou
o fato de estar transportando um terceiro.
Devido ao
seu entusiasmo pela aventura, o piloto foi imprudente ao voar abaixo
do mínimo previsto nas Regras do Ar (IMA 100-12), determinando
condições que levaram ao acidente.
CONCLUSÃO
Fator
Operacional
(1).
Deficiente Instrução – Indeterminado
O piloto
apresentou insuficiente conhecimento da performance da aeronave que
pilotava, bem como dos efeitos adversos dos ventos em área de
montanha.
(2).
Deficiente Supervisão - Contribuiu
O piloto não
possuía a qualificação necessária para o desempenho de atividade
especializada, para que foi escalado. A aeronave não havia sido
registrada para esse tipo de voo.
(3)
Condições Meteorológicas Adversas - Indeterminado
Por
insuficiência de informações sobre a meteorologia no local da
ocorrência não se pode atribuir contribuição efetiva desse aspecto
para o acidente.
(4)
Deficiente Planejamento - Contribuiu
O piloto,
não planejou adequadamente o seu voo. A interferência do passageiro
e a opção pelo voo à baixa altura em região montanhosa são indícios
de contribuição deste fator para o acidente.
(5)
Deficiente Julgamento - Contribuiu
O piloto não
considerou o reduzido desempenho da aeronave frente à topografia da
Serra e os efeitos dos ventos na área, decidir-se pelo voo a baixa
altura.
(6)
Indisciplina de Voo - Contribuiu
O piloto
deixou de cumprir o que estabelece as regras de voo visual, na
medida em que se manteve voando em altitude inferior à
prevista.
RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA DE VOO
Os SERAC
deverão:
a) À luz
dessa ocorrência, desenvolver campanhas para esclarecer aos
aeroclubes, proprietários de aeronaves e pilotos, que a prática
ilegal na atividade aérea pode levar a danos materiais, lesões e
outros custos determinados pela irregularidade cometida.
b)
Conscientizar as diretorias dos aeroclubes a não permitirem a
operação das aeronaves sob suas responsabilidades para outros fins
que não sejam aqueles para os quais estejam habilitadas, estendendo
está conscientização também para os associados.
c) Orientar
os aeroclubes e outras entidades afins para controlarem efetivamente
as atividades de seus tripulantes e suas
aeronaves.
O SERAC-4
deverá efetuar uma Vistoria de Segurança de Voo no Aeroclube de
Botucatu, com ênfase no setor de documentação das aeronaves de sua
propriedade, licenças para operação de atividades remuneradas, no
setor de operações e na instrução.
O Aeroclube
de Botucatu deverá, antes de explorar comercialmente voos
especializados, capacitar-se legalmente para prestar esses serviços
e deverá aprimorar a instrução teórica de seus associados e alunos
de modo a suplantar as várias deficiências verificadas nessa
ocorrência.
Data:
08 OUT 94
Hora: 1 2:40
Aeronave:
Bell HB-350B
Operador:
LRC Táxi Aéreo Ltda.
Matrícula/Prefixo: PT- HNW
Tripulação:
Ocupantes: 1 / Fatalidades: 1
Passageiros: Ocupantes: 6 / Fatalidades: 2
Total:
Ocupantes: 7 / Fatalidades: 3
Local do
Acidente:
Rod. D.
Gabriel P. Couto, Itu - SP
Tipo de
acidente:
Colisão em Voo
com Obstáculo
Fase de
Operação:
em voo
Natureza do
Voo: voo de
transporte particular de passageiros
Aeroporto de
Partida: Aeroporto do
Campo de Marte - São Paulo - SP
Aeroporto
de Destino: Heliponto de Málaga (SDHG) - São Paulo - SP
HISTÓRICO
A aeronave
decolou do Campo de Marte, com 7 pessoas a bordo, com pouso previsto
na notificação de voo para o heliponto de Málaga (SDHG). O voo
destinava-se, no entanto, para um Haras no município de Salto-
SP.
Quando
próximo do local de pouso, o piloto decidiu realizar um voo rasante
sobre uma rodovia, o que culminou com a colisão em um barranco
localizado à beira da estrada.
O piloto e
dois passageiros faleceram, quatro sofreram lesões graves e a
aeronave sofreu perda total.
ANÁLISE
A capacidade
máxima permitida para a aeronave era de 2 tripulantes e 4
passageiros. Um passageiro de 7 anos de idade não tinha cinto de
segurança disponível e sofreu lesões graves.
O piloto
apresentava um comportamento exibicionista, tendo sido alertado por
seus pares, anteriormente, para evitar fazer curvas de grande
inclinação em voo rasante (manobras arrojadas). Durante esse voo
efetuou manobras desnecessárias assustando os passageiros.
Voou a
baixa altura sobre estrada e, informando que ia mostrar do que o
helicóptero era capaz, efetuou curva a baixa altura sobre uma
estrada vindo a colidir com um barranco. O comportamento imaturo e o
exibicionismo do piloto foram fatores contribuintes para o
acidente.
O piloto
possuía 722:36 horas totais de voo das quais 541:12 no HB350B, sua
experiência era satisfatória para realizar a viagem a que se
pretendeu, mas não era para a manobra em que se
acidentou.
O piloto
utilizou-se do helicóptero para um deslocamento sem o conhecimento
da empresa para o qual trabalhava e, ainda, apresentou um plano
incorreto para encobrir o seu destino.
A comunidade
em que o piloto convivia tinha conhecimento sobre a atitude
profissionalmente imatura do piloto, no entanto deixou de alertar as
autoridades e outros responsáveis sobre o perigo que tal
comportamento poderia provocar na operação do
helicóptero.
CONCLUSÃO
Fator Humano
– Aspecto Psicológico - Contribuiu.
O piloto se
propôs a transportar pessoas amigas para uma atividade de lazer. Por
insegurança e falta de maturidade profissional, adotou uma atitude
exibicionista em voo, executando manobras bruscas e voo
rasante.
Fator
Operacional
(1).
Deficiente Supervisão - Contribuiu
Outros
profissionais pertencentes à comunidade freqüentada pelo piloto
tinham conhecimento de seu comportamento incongruente com a
segurança de voo, mas não se empenharam em levar esse fato à direção
da empresa proprietária do helicóptero.
O piloto
tinha acesso ao helicóptero sem conhecimento da direção da empresa.
Utilizou-se do helicóptero para atividades particulares, e em
desacordo com as regras de voo (IMA 100-12) até provocar o acidente.
A excessiva liberdade de operação dada a esse tripulante contribuiu
para o acidente.
(2).
Deficiente Planejamento - Contribuiu.
O piloto não
considerou o peso, a temperatura elevada, a altitude e as
conseqüências de manobras como curvas de grande inclinação para o
desempenho do helicóptero. Voou a baixa altura em terreno acidentado
sem ter condições para executar essa manobra de
risco.
(3).
Deficiente Julgamento - Contribuiu.
O piloto
julgou ter capacidade para conduzir o helicóptero a grande
velocidade entre obstáculos próximos. Seu deficiente julgamento
contribuiu para a colisão com o obstáculo em voo.
(4).
Imprudência - Contribuiu
O piloto
permitiu que uma pessoa fosse conduzida no helicóptero sem ter
assento e cinto de segurança disponível. Sua imprudência contribuiu
para lesões a essa pessoa.
O piloto
aumentou desnecessariamente as margens de risco ao efetuar voo
rasante a grande velocidade entre obstáculos, contribuindo para o
acidente.
(5).
Indisciplina de voo - Contribuiu
O piloto
transportava pessoa a bordo em desobediência aos limites
recomendados pelo fabricante e em desacordo com a legislação
vigente.
O piloto
operou o helicóptero em desrespeito as regras gerais (IMA 100-12)
que determina as alturas mínimas para o voo.
A
notificação incorreta e proposital do voo que pretendia realizar
poderia ter contribuído para a dificuldade de localização da
aeronave, prejudicando o socorro e o resgate.
RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA DE VOO
1. Às
empresas operadoras
a.
Conscientizar seus tripulantes a não adotarem um comportamento de
risco que prejudique a imagem da atividade perante o público
usuário.
b. Adequar o
nível de controle das operações, de modo a impedir que seus
tripulantes operem em desacordo com a legislação vigente sob pena de
terem suas empresas envolvidas em acidentes por deficiente
supervisão.
c. Reciclar
os conhecimentos de tráfego aéreo, de performance das respectivas
aeronaves e de aerodinâmica do seu grupo de
tripulantes.
2. À LRC
Táxi Aéreo Ltda.
Desenvolver
um efetivo controle de suas atividades aéreas,
quanto:
a). Ao
conhecimento e aprovação pelo Setor de Operações de todos os voos a
serem realizados;
b). Ao fiel
cumprimento das regras de tráfego aéreo, principalmente quanto à
aderência ao plano/ notificação de voo, a fim de facilitar o
Controle de Tráfego Aéreo, a segurança da navegação aérea, e quando
necessário os trabalhos de localização e busca da
aeronave;
c). Não
permitir, sob quaisquer hipóteses, o embarque de passageiros sem a
provisão de cintos de segurança.
d) Reciclar
os conhecimentos de tráfego aéreo, de performance das respectivas
aeronaves e de aerodinâmica do seu grupo de
tripulantes.
3. Aos
Serviços Regionais de Aviação Civil
a. Divulgar
o acidente como peça importante para prevenção, em seminários e
palestras de segurança de voo, frisando a necessidade do
conhecimento das características da performance das aeronaves
relacionadas com as variáveis a que estão sujeitas e suas
influências em uma pilotagem segura.
b. Alertar
os pilotos de helicóptero, em peças de divulgação, voos de cheque e recheques, da importância do correto cumprimento das regras de
tráfego aéreo, visando atentarem para a altura mínima de voo acima
de obstáculos. O simples cumprimento deste preceito elementar teria
evitado este acidente.
c.
Incentivar, como doutrina permanente de segurança de voo, o
impedimento do embarque de passageiros sem a provisão de cintos de
segurança.
d.
Incentivar as empresas operadoras a colocarem, à vista, Relatórios
de Perigo, ou outro meio de contato direto entre o cliente e as
mesmas, quando os passageiros poderão reportar suas impressões
quanto ao conforto ou desconforto do voo, ansiedades e apreensões
que sentiram a bordo, particularmente aquelas ligadas à
Segurança de Voo.
4 - Ao
SERAC-4
Efetuar uma
vistoria de segurança de voo na LRC Táxi Aéreo com ênfase no setor
de operações e treinamento e tendo por base os fatores contribuintes
listados nesse acidente.
Data:
09 OUT 94
Hora:
17:42
Aeronave:
Boeing 707-324-C
Operador:
Lloyd Aéreo Boliviano
Matrícula/Prefixo:
HK-3355X
Tripulação:
Ocupantes: 5 / Fatalidades:
0
Passageiros: Ocupantes: 0 / Fatalidades:
0
Total:
Ocupantes: 5 / Fatalidades:
0
Local do
Acidente:
Aeroporto
Internacional de Guarulhos ( SBGR)
- SP
Tipo de
acidente: Falha do Trem de Pouso
Fase de
Operação:
pouso
Natureza do
Voo: voo de
transporte de cargas
Aeroporto de
Partida: Aeroporto Internacional de Viracopos (SBKP) -
Campinas - SP
Aeroporto
de Destino: Aeroporto
Viru-Viru -
Santa Cruz de la Sierra - Bolívia
HISTÓRICO
A aeronave
decolou de SBKP (Campinas-SP), às 15:11 h, com destino a Viru-Viru
(Bolívia). Sua tripulação era composta de 05 tripulantes e
transportava carga.
Ao cruzar o
nível 240, o co-piloto notou o acendimento da luz da bomba
hidráulica n.º 3. Imediatamente, o mecânico de voo (FE) tentou
isolar o sistema principal, porém sem sucesso, pois o vazamento foi
muito rápido. O indicador da quantidade de fluido hidráulico caiu
para zero. Como conseqüência, houve a perda do sistema hidráulico
principal (utility).
Houve
necessidade de abaixamento do trem em emergência e, em função das
condições da aeronave, o Comandante optou em prosseguir para SBGR
(Guarulhos-SP), que possuía melhores condições de infra-estrutura
para pouso em emergência, além de apresentar condições
meteorológicas favoráveis. A aterrissagem ocorreu às 17:42
h.
Durante o
pouso, o trem principal direito travou quando no toque com a pista e
o esquerdo recolheu. O trem de pouso do nariz permaneceu recolhido.
A evacuação da aeronave foi realizada pela porta
principal.
A aeronave
sofreu avarias graves e ocasionou a interdição da pista por 36
horas.
ANÁLISE
Na inspeção
da aeronave, após a pressurização do sistema hidráulico através das
bombas elétricas, constatou-se que a perda do fluido hidráulico do
sistema principal (utility) ocorreu devido à ruptura de uma
tubulação rígida pertencente ao circuito de pressão, localizado no
interior do “pylon” do motor nº 3. A perda do sistema hidráulico
principal foi decorrente do vazamento do fluido hidráulico através
dessa tubulação.
A tubulação
rompeu devido ao desgaste da parede do tubo provocado por roçamento
com uma de suas braçadeiras de fixação. Essa parte da tubulação
rompida tinha sofrido reparo com aplicação de solda. A solda com
liga leve enfraqueceu o material do tubo, levando a tubulação a
perder a resistência por fadiga, desgaste e tração, entre outras.
Este tipo de reparo não é previsto pelo fabricante, pois o manual de
manutenção da aeronave B707, menciona que os reparos permitidos são
por troca de seção do tubo ou substituição por mangueiras
flexíveis.
Após a
execução do procedimento de perda do sistema hidráulico “utility” e
alijamento do combustível, a tripulação iniciou o abaixamento manual
do trem dianteiro. O FE acionou a manivela, segundo o Check List do
B-707 “Operating Manual”, Capítulos 4-“Emergency Procedures” e
12-“Hydraulics”.
Na primeira
etapa do acionamento da manivela (sentido horário até o batente), as
luzes “Gear” e “Door” acenderam normalmente. Ao iniciar a segunda
etapa (sentido anti-horário) a manivela rodou apenas ¾ de volta de
seu curso previsto, que é de uma volta completa. A luz “Gear” apagou
e a luz “Door” permaneceu acesa. Esta segunda etapa foi repetida,
com auxílio do mecânico que acompanhava o voo, sem resultado
satisfatório. Decidiu-se então utilizar a “Emergency Extension Bar”
para baixar o trem do nariz.
Da mesma
maneira, o acionamento apresentava-se excessivamente duro, não
permitindo o arriamento completo e travamento do trem dianteiro. A
tripulação não observou a posição do pino de travamento no porão
41.
Após o
acidente, no erguimento da aeronave, observou-se que o trem
dianteiro não baixava por queda livre. A equipe de remoção da
aeronave tentou baixar o trem utilizando a manivela de arriamento e
após a “Emergency Extension Bar”, sem sucesso. Foi necessário a
remoção do tambor (Control Drum) de acionamento em emergência para
obter a extensão do trem dianteiro.
Verificou-se, nesta ocasião, que o pino de travamento em
emergência estava danificado, como se o tambor tivesse rodado com o
pino estendido, amassando sua extremidade contra a rampa do “Pin
Detent”.
A introdução
do pino de travamento em emergência no “Pin Detent” só ocorre
durante um acionamento em emergência do trem, pois, durante a
operação normal hidráulica, o tambor permanece fixo na posição. Após
um acionamento em emergência do trem, é necessário que o pino seja
manualmente removido da posição de bloqueio, conforme indica o
manual de manutenção da aeronave B707.
O “Operating
Manual”,, Cap. 12-“Hidraulics”, no procedimento de arriamento em
emergência do trem dianteiro, prevê o caso do “Lock Pin” estar no
furo do "Pin Detent" antes do arriamento do trem. Nesta situação, o
pino deve ser removido manualmente e o procedimento, usando a
“Emergency Bar”, continuado para obter a extensão completa do trem.
O Manual, porém, não menciona como identificar se o pino está
restringindo o movimento da manivela, antes de iniciar o
procedimento de arriamento em emergência.
Não foi
identificada a ocasião em que o sistema foi usado pela última vez,
porém no último Check C, o arriamento em emergência dos trens de
pouso foi efetivamente realizado.
Durante o
procedimento de arriamento dos trens principais não houve alteração
na indicação das luzes. Assim, as luzes “DOOR” e “GEAR” permaneceram
acesas e as luzes verdes, de trem travado, apagadas. Não houve
confirmação de indicação visual de abaixamento dos
trens.
Após estas
infrutíferas ações, decidiu-se executar o pouso com os trens
destravados. No toque das rodas do trem principal direito no solo, o
mesmo travou em “down”, acendendo a respectiva luz verde - ”Right
Gear”. O trem principal esquerdo recolheu ao tocar o
solo.
A operação
dos trens principais em emergência, durante os testes realizados
após o acidente, foi normal. Igualmente, o sistema de indicação dos
trens operou normalmente durante os testes de extensão normal e em
emergência.
De acordo
com informação do fabricante, utilizando-se o sistema de extensão do
trem por emergência (emergency gear extension system), “existe a
possibilidade” de que os trens principais não tenham uma extensão
completa para a posição “down”, após terem sido liberados da trava
da posição “up”, pela manivela de acionamento do
sistema.
Neste caso,
o fabricante desconhece qual seria a força necessária a ser
empregada na manivela para se levar o trem para a posição “down” e
posterior bloqueio. Entretanto, esclarece que o mecanismo foi
projetado para suportar uma força de até 150 lbs (68kgf). O esforço
na manivela de extensão em emergência é nominalmente em torno de 50
libras (23kgf), conforme descrito no manual de manutenção. Dessa
forma, pode-se inferir que essa força poderá ser maior, até o limite
para o qual o sistema for projetado.
É provável
que a tripulação não tenha aplicado a força máxima, com receio de
danificar o mecanismo do sistema. Foi verificado que o treinamento
em simulador não é suficiente para habilitar os FE na extensão do
trem de pouso pelo sistema de emergência, uma vez que a relação de
força a ser exercida na manivela só é possível de ser avaliada na
aeronave, efetuando-se o treinamento simulado em voo. Este tipo de
treinamento, em voo, só é realizado pelos operadores mais
tradicionais, que possibilitam aos seus tripulantes uma avaliação
mais real deste tipo de emergência.
Os manuais
de operação e manutenção da aeronave não descrevem esta
particularidade do sistema de extensão do trem de pouso por
emergência. O esperado é que, seguindo-se os procedimentos
previstos, se obtenha o arriamento completo do trem de pouso e o seu
posterior travamento. Entretanto, não existe qualquer referência
quanto à força máxima a ser utilizada para o seu posicionamento
correto e posterior travamento. Isto pode vir a revelar
insuficiência de informações nos Manuais e “Checklist”, bem como no
programa de treinamento de emergências.
Atuando-se o
sistema de emergência da aeronave, percebe-se como esse esforço
máximo é bastante considerável. Durante as pesquisas realizadas, foi
possível reproduzir esta força e sentir a dificuldade em se atuar a
manivela, quando da tentativa de travamento do trem principal que,
após queda livre, havia permanecido a aproximadamente 15º da
vertical. É conveniente salientar que a força a ser aplicada, apesar
de não ter sido mensurada, é sensivelmente maior do que quando o
trem, após queda livre, tem sua extensão completa. Durante esse
procedimento, a força aplicada era tanta que a manivela, em sua
extensão máxima, chegou a envergar.
CONCLUSÃO
Fator
Material
Deficiência
de Projeto – Contribuiu
* Insuficiência de Informações sobre o sistema de extensão do
trem de pouso por emergência.
Há indícios
da sua contribuição para a ocorrência do acidente, particularmente,
considerando-se que existe a possibilidade dos trens principais não
terem tido sua extensão completa após queda livre. Esta
particularidade não é do conhecimento dos operadores e o fabricante
desconhece qual seria a força necessária a ser empregada na manivela
no caso de se levar o trem para a posição “down” e posterior
bloqueio.
O fabricante
esclarece que o mecanismo foi projetado para suportar uma força de
até 150 lbs (68kgf) na manivela, entretanto este particular não está
descrito nos manuais da aeronave e "checklist", nem nas instruções
de treinamento dos tripulantes.
Nesse
sentido, é muito provável que a tripulação não tenha aplicado esse
esforço máximo, com receio de danificar o próprio mecanismo do
sistema, principalmente, considerando-se o seu desconhecimento sobre
o esforço que pode ser aplicado.
* Ausência de um sistema de identificação de "reset" do trem
dianteiro.
Pode ter
contribuído para o insucesso na extensão do trem dianteiro, uma vez
que a ausência de um sistema eficaz de identificação para a
tripulação de que o "reset" do sistema de extensão do trem do nariz
não foi executado levou a tripulação a iniciar o procedimento
através da manivela de acionamento de emergência, antes de saber se
o pino de travamento estava obstruindo o movimento do sistema de
extensão. Este procedimento, certamente danificou o pino de
travamento em emergência, impossibilitando a extensão do trem do
nariz.
Fator
Operacional
(1).
Deficiente Manutenção - Contribuiu
As inspeções
feitas na aeronave deixam patente que o rompimento da tubulação por
onde vazou todo o fluido hidráulico, que resultou na perda do
sistema hidráulico principal, foi conseqüência de inadequados
serviços de manutenção para sanar algum vazamento
anterior.
A tubulação
apresentava desgaste por roçamento com uma das braçadeiras de
fixação da mesma, o que produziu um furo por onde escoou-se o fluido
hidráulico. A área de desgaste no tubo apresentava sinais de
preenchimento anterior por solda de liga leve. A solda com liga leve
enfraquece o material da tubulação e não é um reparo previsto no
Manual de Manutenção da aeronave B707.
Há também
indícios de sua contribuição devido à possibilidade de não ter sido
executado o “reset” do trem dianteiro após a realização do teste do
trem de pouso pelo sistema de emergência durante a Inspeção Tipo
“C”.
(2).
Deficiente Supervisão - Contribuiu
Não houve
uma adequada inspeção nas linhas hidráulicas no interior do "pylon",
que detectaria linhas em mau estado e braçadeiras deterioradas, além
de ter sido permitido o reparo inadequado de tubulações hidráulicas,
feitos em desacordo com o Manual de Manutenção da aeronave.
Há também
indícios de sua contribuição na medida em que existe a possibilidade
de não ter sido inspecionado adequadamente, durante a Inspeção tipo
“C”, o sistema de emergência do trem de pouso após a realização do
teste por esse sistema, deixando de ser verificado o “reset” do trem
dianteiro.
(3).
Deficiente Treinamento - Indeterminado.
Pode ter
contribuído para o insucesso na extensão e travamento dos trens
principais. Apesar da experiência da tripulação, há que se
considerar o reduzido treinamento neste tipo de procedimento de
emergência para os pilotos. Os FE realizam este tipo de treinamento
somente em simulador, não sendo complementado na aeronave, em voo,
onde podem ser reproduzidas as reais condições da extensão do trem
de pouso por emergência.
RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA DE VOO
AO
FABRICANTE (BOEING):
a. Complementar as
informações contidas nos manuais de voo e nos “checklist”,
informando que a alavanca de atuação do sistema de emergência do
trem de pouso é projetada para resistir a uma força de até 150 lb.
(68kgf). Além disso, é conveniente que a informação existente nas
instruções para a extensão do trem do nariz, “exercer suficiente
esforço até se obter o travamento”, seja aplicada, também, aos trens
principais.
b. Analisar a possibilidade
de orientar os operadores quanto à complementação do treinamento da
extensão do trem de pouso por emergência (Emergency Gear Extension
System) para os FE na própria aeronave, em voo, em virtude do
simulador não reproduzir o esforço real a ser exercido na
manivela.
c. Em face das dificuldades
encontradas na extensão do trem de pouso, em situações de emergência
hidráulica, o fabricante deverá analisar a possibilidade de nova
orientação aos operadores, em termos de adequar o teste do sistema
de extensão do trem de pouso por emergência a intervalos mais
reduzidos. Para tanto deve ser considerada a idade das aeronaves, as
constantes panes que o sistema hidráulico vem apresentando e a
necessidade do sistema de extensão do trem de pouso em emergência
(Emergency Gear Extension System) em ter ajustes mais freqüentes e
precisos em seus mecanismos e componentes.
d. Analisar a possibilidade
de introdução de um sistema eficaz de identificação que mostre, para
a tripulação, se o “reset” do sistema de extensão do trem do nariz
foi executado ou não.
Ao proprietário (TAMPA) e ao Operador (LAB)
a.
Ao realizar serviços nas
linhas hidráulicas das aeronaves B-707, devem ser observadas,
mandatoriamente, as instruções contidas no Manual de Manutenção da
aeronave. Os reparos permitidos são por troca de seção do tubo ou
substituição por mangueiras flexíveis.
b. Verificar nas demais
aeronaves B-707 da frota a situação das tubulações das linhas
hidráulicas e suas fixações, prevenindo a existência de tubos com
reparos não permitidos e braçadeiras partidas ou
danificadas.
c. Verificar nas demais
aeronaves B-707 da frota o correto posicionamento do pino de
travamento em emergência no "Pin Detent".
d. Prever a complementação do
treinamento da extensão do trem de pouso pelo sistema de emergência
para os FE na própria aeronave, onde podem ser reproduzidas as reais
condições de operação do sistema.
e. Providenciar para que o
sistema mecânico por bandeirolas, aplicável aos cargueiros, esteja
disponível, de modo que as bandeirolas de sinalização não sejam
encobertas por paredes de proteção no interior da cabine de
carga.
f. Evitar o transporte de
tripulantes ou passageiros no compartimento da galley, quando a
proteção da cabine, contra carga solta, for feita por rede e não por
uma parede de aço.
g. Melhorar o monitoramento
da operação dos gravadores de voo (FDR e CVR) de suas aeronaves, de
forma a garantir que os mesmos estejam em perfeito funcionamento,
gravando dados essenciais à investigação e à prevenção de
acidentes.
h. Verificar, nas demais
aeronaves B-707 da frota, o correto funcionamento das calhas do
sistema de alijamento de combustível.
3. À
INFRAERO
Analisar a
possibilidade de incluir, no kit de desinterdição de pista dos
aeródromos sob sua administração, cintas e outros equipamentos
apropriados ao içamento das aeronaves que neles
operam.
Data:
10 OUT 94
Hora:
16:55
Aeronave:
Beech D50B Twin Bonanza
Operador:
Particular
Matrícula/Prefixo: PT-BFB
Tripulação:
Ocupantes: 3 / Fatalidades:
3
Passageiros: Ocupantes: 0 / Fatalidades:
0
Total:
Ocupantes: 3 / Fatalidades: 3
Fatalidades em solo: 2
Local do
Acidente:
Belo Horizonte - MG
Tipo de
acidente:
Perda de Controle em
Voo
Fase de
Operação: em voo
Natureza do
Voo: voo
local de adaptação
Aeroporto de
Partida:
Aeródromo
Carlos Prates (SNCH) - Belo Horizonte - MG
Aeroporto
de Destino:
Aeródromo
Carlos Prates (SNCH) - Belo Horizonte - MG
HISTÓRICO
A aeronave
decolou do aeródromo Carlos Prates (SNCH), com três tripulantes a
bordo, para realizar um voo local de adaptação.
Após a
decolagem, o piloto realizou uma curva pela direita para ingresso na
perna do vento. No circuito de tráfego, subitamente, a aeronave
baixou a asa esquerda, entrando em uma atitude de voo picado, vindo
a colidir com um imóvel residencial a cerca de 1,5Km do
aeródromo.
Em
conseqüência, a aeronave explodiu, vindo a falecer os três
ocupantes, dois moradores do imóvel, que ficou totalmente destruído,
e uma terceira vítima sofreu queimaduras leves.
ANÁLISE
O piloto
estava habilitado, porém sua experiência no tipo de aeronave
resumia-se a 01:00 h. Este era seu segundo voo. O co-piloto
realizava seu primeiro voo na aeronave.O terceiro tripulante possuía
a licença de Piloto Comercial e sua experiência no modelo era de
03:10h.
Os pilotos
em comando não receberam instrução teórica ou prática da aeronave em
quantidade e qualidade necessárias e não tinham experiência no
modelo, não possuindo assim, condições de realizar um voo
seguro.
Os pilotos
possuíam pouca ou nenhuma experiência na aeronave, não reunindo os
conhecimentos e condicionamentos necessários para uma operação
segura que, associado às características individuais de
autoconfiança e ansiedade, colaboraram para a formação de um quadro
onde o nível de percepção ficou reduzido.
A aeronave
foi transladada para Belo Horizonte com seu certificado de
aeronavegabilidade suspenso devido a IAM vencida.
A aeronave
ficou baseada no aeródromo Carlos Prates (SNCH), onde realizou
serviços de manutenção em oficinas não homologadas para seu modelo e
por mecânicos contratados diretamente pelo proprietário,
evidenciando o comprometimento na qualidade dos serviços
realizados.
Dos fatos
apurados, constatou-se que, após a decolagem, a aeronave apresentou
dificuldades em subir, ingressando na perna do vento, onde entrou em
estol e colidiu com uma edificação. A hélice esquerda estava
embandeirada, sugerindo que houve falha do motor
esquerdo.
O
compensador do leme de direção estava totalmente defletido para a
direita, ou seja, leme para a esquerda. Esta situação, associada à
falha do motor esquerdo, torna a controlabilidade da aeronave mais
difícil, evidenciando uma confusão no uso dos controles, pois
deveria ter sido comandado compensador para a esquerda, de modo a
facilitar a aplicação do leme à direita, lado do motor
bom.
Tem-se,
considerando todos os dados apurados, que a aeronave vivenciou uma
pane do sistema moto-propulsor esquerdo, não sendo possível definir
o que a gerou. Com isso, a hipótese mais provável levantada foi o
desvio de atenção dos tripulantes para a pane apresentada e a
conseqüente falta de coordenação de cabine, o que levou os pilotos a
uma não observação da velocidade da aeronave, vindo esta a entrar em
um estol à baixa altura, impossibilitando a sua
recuperação.
CONCLUSÃO
Fator Humano
- Aspecto Psicológico - Contribuiu
A pouca ou
nenhuma experiência dos pilotos na aeronave, comprometendo a
formação dos condicionamentos necessários à sua operação, associada
às características individuais de autoconfiança e ansiedade,
interferiram em seus processos de julgamento e tomada de
decisão.
Fator
Operacional
(1).
Deficiente Instrução - Contribuiu.
Não houve
adaptação dos pilotos ao tipo de aeronave.
(2).
Deficiente Manutenção - Indeterminado.
Não ficou
determinado o que causou a falha do grupo motopropulsor esquerdo,
entretanto verificou-se que os serviços de manutenção não eram
realizados por pessoal homologado.
(3).
Deficiente Aplicação dos Comandos - Contribuiu.
O
compensador do leme de direção foi comandado até o batente direito,
quando deveria ter sido comandado para o lado
esquerdo.
(4).
Deficiente Coordenação de Cabine - Contribuiu
Os pilotos
não interagiram de forma adequada, permitindo que a aeronave
entrasse em estol.
(5). Pouca
Experiência de Voo na Aeronave - Contribuiu.
Os pilotos
não tinham experiência na aeronave.
RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA DE VOO
Os SERAC
deverão divulgar o conteúdo deste relatório para todos os aeroclubes
e oficinas de manutenção de sua circunscrição, destacando a
necessidade de um adequado serviço de manutenção e de um bom preparo
profissional por parte dos pilotos.
O SERAC-3
deverá realizar uma vistoria de segurança de voo especial nas
oficinas do aeródromo Carlos Prates (SNCH).
Data:
14 OUT 94
Hora:?
Aeronave:
Lockheed RC-130E Hercules
Operador:
FAB - Força Aérea Brasileira
Matrícula/Prefixo: FAB2460
Tripulação:
Ocupantes: 6 / Fatalidades: 6
Passageiros:
Ocupantes: 15 / Fatalidades: 15
Total:
Ocupantes: 21 / Fatalidades: 21
Local do
Acidente: A 62 km (38.8 mls) a NE de Brasília - DF
Tipo de
acidente:
?
Fase de
Operação:
em voo
Natureza do
Voo:
militar
Aeroporto de
Partida: Aeroporto Internacional do Galeão - Rio de
Janeiro - RJ
Aeroporto de
Destino: (?) Aeroporto de Belém - PA
DESCRIÇÃO:
Queda do avião após ser tomado pelo fogo.
Fonte: ASN
Se tiver informações sobre
este acidente, por gentileza encaminhe para nós:
contato@desastresaereos.net
Data:
07 NOV 94
Hora:
10:57
Aeronave:
Hughes/McDonnell Douglas 369E
Operador:
Air Angra Táxi Aéreo Ltda.
Matrícula/Prefixo: PT-HIH
Tripulação:
Ocupantes: 1 / Fatalidades: 1
Passageiros: Ocupantes: 0 / Fatalidades:
0
Total:
Ocupantes: 1 / Fatalidades: 1
Local do
Acidente: Barra de Guaratiba - Rio de Janeiro - RJ
Tipo de
acidente:
Colisão em Voo
com Obstáculos
Fase de
Operação: em voo
Natureza do
Voo: voo de
transporte particular de passageiros
Aeroporto de
Partida: Aeroporto
Santos Dumont (SBRJ) - Rio de Janeiro - RJ
Aeroporto
de Destino:
Angra dos
Reis
HISTÓRICO
A aeronave
decolou do Aeroporto Santos Dumont no Rio de Janeiro (SBRJ) com
destino a Angra dos Reis para apanhar um
passageiro.
O plano de
voo previa o deslocamento via litoral, a 500FT de altura, pelos
corredores visuais.
A meteorologia
predominante na rota era desfavorável ao voo VMC.
Após a
decolagem, o piloto modificou a rota proposta sem comunicar a TWR
RJ.
Quando a
aeronave se encontrava na área do setor Sul de Jacarepaguá, o piloto
foi alertado, pela TWR RJ, para a restrição de visibilidade a
frente.
O piloto
reduziu a velocidade, prosseguindo no voo sobre uma região
acidentada, sob forte nevoeiro e sem condições para o voo VFR.
Acompanhando
a encosta de um morro, a baixa altura, para permanecer em condições
visuais, colidiu, de baixo para cima, com a copa de uma árvore. O
piloto morreu e a aeronave sofreu danos graves.
ANÁLISE
Ao modificar
a rota proposta no plano de voo, o piloto se dirigiu a uma região
com vários morros, onde predominava um forte nevoeiro e condições de
voo IMC.
Ao decidir
prosseguir no voo VMC, a baixa altura, o piloto entrou em condições
de voo por instrumentos para o qual não era habilitado. Na tentativa
de recuperar as condições visuais de voo colidiu com uma
árvore.
Pessoas que
moravam na região do acidente ouviram o barulho do helicóptero
voando na área, contudo, devido ao forte nevoeiro que encobria a
região, não avistaram o helicóptero.
O piloto já
havia reclamado antes, junto ao SERAC-3, do desconforto em utilizar
os corredores visuais da área Rio voando aeronaves monomotoras.
Segundo o mesmo, numa eventual pane de motor, a aeronave estaria
muito afastada do litoral.
Conforme
apurado, ao se deslocarem para Angra dos Reis, freqüentemente os
pilotos utilizam uma rota mais próxima à Restinga da Marambaia.
Desta forma, os riscos de conflito de tráfego aéreo ou de repetição
desse tipo de acidente se elevam como conseqüência da indisciplina
de voo de alguns pilotos que, inseguros, insistem em não utilizar o
corredor visual, desrespeitando as Regras de Tráfego Aéreo
vigentes.
CONCLUSÃO
Fator Humano
– Aspecto Psicológico - Contribuiu
O piloto
apresentou excesso de autoconfiança que desencadeou decisões
equivocadas, contribuindo para a configuração do
acidente.
Fator
Operacional
(1).Condições Meteorológicas Adversas -
Contribuíram
Na região do
acidente havia forte nevoeiro restringindo a
visibilidade.
(2).
Deficiente Julgamento - Contribuiu
O piloto avaliou
erroneamente ser possível prosseguir no voo VFR apesar das
condições meteorológicas adversas. Para tentar manter referências
visuais aproximou-se demais do solo.
(3).Deficiente Planejamento - Contribui
O piloto
planejou mal o voo ao escolher uma rota diferente da proposta, que
apresentava relevo acidentado e meteorologia adversa.
(4).
Indisciplina de Voo - Contribui
O comandante
da aeronave mudou intencionalmente e sem autorização a rota proposta
no plano de voo, descumprindo as Regras de Tráfego Aéreo sem motivo
justificado.
RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA DE VOO
Os SERAC
deverão repassar às comunidades aeronáuticas (Empresas, Aeroclubes,
Escolas de Pilotagem etc.) as seguintes Recomendações de
Segurança:
a. Enfatizar a importância da correta consulta e interpretação
das condições meteorológicas predominantes nos aeródromos de partida
e de chegada, bem como na rota proposta, antes de iniciar o
voo.
b. Alertar os pilotos quanto ao perigo de adentrar em condições
IFR sem estar habilitado e ou com aeronave não homologada para este
tipo de voo.
c.
Recomendar que os pilotos não forcem o voo VFR. Tal opção
pode ser fatal e, tratando-se de helicóptero, é preferível o pouso
num local seguro ao voo cego a baixa
altura.
d. Salientar a necessidade do planejamento amplo e detalhado do
voo, avaliando condições meteorológicas na rota, autonomia e
alternativas de pouso em caso de mau tempo.
e. Divulgar o perigo do não cumprimento as Regras de Tráfego
Aéreo, no tocante
à alteração da rota proposta no plano de voo.
O SRPV-RJ
deverá avaliar a possibilidade da criação de um corredor visual,
ligando a área Rio a Angra dos Reis, sobre o continente, tendo em
vista a operação das aeronaves monomotoras.
Data:
09 NOV 94
Hora:
14:12
Aeronave:
Bombardier Learjet 55
Operador:
Líder Táxi Aéreo
Matrícula/Prefixo: PT-LIG
Tripulação:
Ocupantes: 3 / Fatalidades: 0
Passageiros:
Ocupantes: 35 / Fatalidades:0
Total:
Ocupantes: 5 / Fatalidades: 0
Local do
Acidente: Aeroporto
Santos Dumont (SBRJ) - Rio de Janeiro - RJ
Tipo de
acidente: Perda de Controle em Solo
Fase de
Operação: pouso
Natureza do
Voo:
transporte
particular de passageiros
Aeroporto de
Partida:
?
Aeroporto de
Destino: Aeroporto Santos Dumont (SBRJ) - Rio de
Janeiro - RJ
DESCRIÇÃO:
O avião perdeu o controle na aterrissagem na pista 20L e
caiu na Baia da Guanabara.
Fonte: ASN
Se tiver informações sobre
este acidente, por gentileza encaminhe para nós:
contato@desastresaereos.net
Data:
14 NOV 94
Hora: ?
Aeronave:
Cessna TU206G Turbo Stationair
Operador:
Igreja
Evangélica Assembléia de Deus
Matrícula/Prefixo: PT-LSZ
Tripulação:
Ocupantes: 2 / Fatalidades: 0
Passageiros: Ocupantes: 1 / Fatalidades: 1
Total:
Ocupantes: 3 / Fatalidades: 1
Local do
Acidente:
Serra
do Mar - Cunha - SP
Tipo de
acidente:
Colisão em Voo
com Obstáculo
Fase de
Operação: em voo
Natureza do
Voo: voo de
transporte particular de passageiros
Aeroporto de
Partida: Aeroporto
Santos Dumont (SBRJ) - Rio de Janeiro - RJ
Aeroporto
de Destino:
Aeroporto de
Congonhas (SBSP) - São Paulo - SP
HISTÓRICO
A aeronave
decolou do Rio de Janeiro com destino a São Paulo. Entre a cidade de
São José dos Campos e Angra dos Reis, região de relevo acidentado da
Serra do Mar, voando com plano VFR, encontrou condições
meteorológicas adversas.
Na tentativa de ultrapassar os obstáculos
naturais, o piloto iniciou uma subida em condições IFR.
A aeronave
colidiu com obstáculos, tendo sofrido perda total. Os tripulantes
sofreram lesões leves e a passageira sofreu lesões graves, vindo a
falecer no dia seguinte.
ANÁLISE
As pesquisas
e exames realizados não indicaram contribuição da aeronave e seus
sistemas para o acidente. As revisões e manutenção da aeronave
estavam em ordem e atualizadas. Os certificados de matrícula e
aeronavegabilidade estavam válidos.
Os pilotos
eram experientes e estavam aptos a realizarem o voo. O piloto não
conhecia a região, tendo contratado um outro, com experiência na
área para compensar essa deficiência.
O voo
transcorreu sem anormalidades até que as condições de visibilidade e
teto começaram a deteriorar-se. Contrariando recomendação do piloto
contratado (co-piloto) para auxiliá-lo, o piloto iniciou uma subida IFR (sem condições visuais) para ultrapassar os obstáculos naturais.
Antes de conseguir atingir uma altitude de segurança, colidiu com as
árvores e com o solo. O ângulo de ataque relativo à encosta, o
amortecimento do choque pelas árvores e a baixa velocidade foram
fatores que tornaram o acidente de alto índice de
sobrevivência.
A passageira
que ocupava um dos bancos traseiros estava sem cintos de segurança.
Nos diversos choques sofreu politraumatismo.
O piloto não
comunicou suas intensões de mudar de tipo de condição de voo. Houve
demora em se constatar o acidente e em localizar os sobreviventes. A
passageira faleceu 24 horas após e sem ter sido
socorrida.
CONCLUSÃO
(1).
Condições Meteorológicas Adversas -
Contribuíram
As condições
meteorológicas adversas, no que concerne à baixa visibilidade,
contribuíram para o acidente.
(2).
Deficiente Coordenação de Cabine - Contribuiu
Ficou
evidente a falta de coordenação de cabine quando da tomada de
decisão sobre a mudança da regra de voo. Houve confusão na
comunicação interpessoal e, consequentemente, inadequado
gerenciamento dos recursos de tripulação.
(3).
Deficiente Julgamento - Contribuiu
Refere-se ao
deficiente julgamento quanto à possibilidade de ascender em
condições instrumento em área de relevo acidentado, decorrente de
inadequada avaliação da situação.
(4).
Deficiente Planejamento - Contribuiu
O piloto
planejou o voo sob condições VFR quando a rota se apresentava
desfavorável para esse tipo de voo.
Quando as
condições se tornaram impeditivas ao VFR, o piloto entrou em
condições IMC sem planejar ou solicitar, ao ACC, autorização para
voar IMC.
RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA DE VOO
Os
proprietários ou operadores de aeronaves deverão:
1) Orientar
seus tripulantes a levarem em consideração as condições
meteorológicas na fase de planejamento de suas missões; a cumprirem
as condições propostas no plano de voo, somente modificando essas
condições de voo após autorizado.
2)
Implementar em seu grupo de pilotos maior disciplina operacional,
visando o cumprimento das normas e regulamentos existentes. O brifim
à passageira, incluindo o uso do cinto de segurança por todo o voo e
ajustado nas fases de decolagem, subida, descida e pouso, muito
provavelmente teria evitado grande parte das lesões que ela
sofreu.
3)
Envidar esforços para melhorar o conhecimento de seus tripulantes
sobre gerenciamento dos recursos da tripulação.
Os SERAC
deverão:
1) Acelerar
o programa de Curso de Gerenciamento de Recursos de Tripulantes para
a aviação executiva, como forma de fornecer mais um instrumento de
conhecimento para aumentar as condições de segurança de voo nesse
segmento da aviação civil.
2) Fazer com
que os proprietários ou operadores de suas respectivas
circunscrições tomem conhecimento das recomendações e segurança de
voo emitidas.
Data:
04 DEZ 94
Hora:
09:00
Aeronave:
EMB 201A Ipanema
Operador:
SAM - Sociedade Agrícola Mogiana Ltda.
Matrícula/Prefixo: PT-UEY
Tripulação:
Ocupantes: 1 / Fatalidades: 0
Passageiros: Ocupantes: 0 / Fatalidades: 0
Total:
Ocupantes: 1 / Fatalidades: 0
Local do
Acidente:
Fazenda
Guatapará - Guatapará - SP
Tipo de
acidente:
Colisão em Voo
com Obstáculos
Fase de
Operação: em voo
Natureza do
Voo: voo de
aplicação de defensivos agrícolas
Aeroporto de
Partida: Fazenda Guatapará - Guatapará - SP
Aeroporto
de Destino: Fazenda Guatapará - Guatapará - SP
HISTÓRICO
O piloto
realizava aplicação de defensivos agrícolas em uma plantação de
cana-de-açúcar. Devido à grande extensão do terreno a ser coberto,
várias aeronaves operavam simultaneamente, cada uma iniciando a
pulverização onde a anterior havia terminado.
Numa dessas
passagens, ao iniciar a recuperação para ultrapassar uma rede de
alta tensão, a aeronave enganchou o anel de amarração, situado no
intradorso da asa esquerda, no cabo de sustentação da
torre.
Após a
colisão, o piloto perdeu o controle da aeronave vindo a colidir com
o solo.
Em
conseqüência, o piloto sofreu lesões graves, a aeronave teve avarias
graves e houve danos à linha de transmissão.
ANÁLISE
O piloto
realizou o curso de piloto agrícola na Geórgia-USA, sendo sua
habilitação reconhecida pelo DAC em setembro de 1994. Sua
experiência neste tipo de aviação, incluídas as horas do curso de
formação, perfaziam um total de 70 horas. Era sua primeira operação
agrícola. Cada aeronave iniciava o “tiro” onde a anterior havia
terminado e assim sucessivamente. Cada passagem era demarcada por
seis sinalizadores em sentido perpendicular a uma linha de
transmissão de alta tensão. Uma aeronave iniciava a aplicação e ao
concluir o seu “tiro” arremetia e, ao invés de executar o balão,
fazia uma espécie de circuito de tráfego para se posicionar atrás
das outras aeronaves, iniciando outro “tiro” onde sua precedente
terminara.
A segurança
da operação estava comprometida pelo sentido de aplicação, que era
perpendicular a uma linha de alta tensão, e pela utilização de
várias aeronaves ao mesmo tempo.
Na passagem
que culminou com o acidente, a aeronave, ao terminar o “tiro”,
estava próxima da rede de alta tensão. O piloto procurou
ultrapassá-la, inclinando a aeronave e colocando-a numa posição
paralela ao ângulo formado pelos fios em relação à torre. Durante
esta manobra, tocou com o anel de amarração (situada no intradorso
da asa esquerda) no cabo de sustentação da torre, o que, aliado a
baixa velocidade decorrente da ascensão, provocou uma perda de
sustentação.
CONCLUSÃO
Fator
Operacional
(1).
Deficiente Planejamento - Contribuiu
O rumo dos
voos de aplicação perpendicular à rede de alta tensão obrigava os
pilotos a executarem manobras mais agressivas para ultrapassá-la no
final do “tiro”. Além disso, o fato de os “tiros” serem executados
em série, fazia com que os pilotos se preocupassem com a aeronave à
sua frente, desviando o nível de alerta situacional da operação
propriamente dita.
(2).
Deficiente Julgamento - Contribuiu.
O piloto não
avaliou corretamente o momento de iniciar a recuperação, a fim de
ultrapassar o obstáculo.
(3). Pouca
Experiência na Aeronave - Contribuiu.
O piloto
possuía apenas 70:00 horas totais de voo neste tipo de
operação.
RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA DE VOO
Os SERAC
deverão divulgar este acidente às empresas da aviação agrícola,
enfatizando aos pilotos sobre a necessidade de se avaliar
criteriosamente a área a ser sobrevoada, com a finalidade de se
planejar o voo com a maior segurança possível.
A Sociedade
Agrícola Mogiana deverá realizar um planejamento mais criterioso de
todos os voos, levando em consideração a área de aplicação e a
experiência dos pilotos, a fim de que acidentes como este não se
repitam.
Data:
15 DEZ 94
Hora:
14:12
Aeronave:
EMB 110 Bandeirante
Operador:
TABA - Transporte Aéreos da Bacia Amazônica
Matrícula/Prefixo: PT-LIG
Tripulação:
Ocupantes: 2 / Fatalidades:
0
Passageiros:
Ocupantes: ? / Fatalidades:0
Total:
Ocupantes: ? / Fatalidades: 0
Local do
Acidente:
?
Tipo de
acidente:
Seqüestro
Fase de
Operação: em voo
Natureza do
Voo:
transporte
particular de passageiros
Aeroporto de
Partida: Aeroporto de Carauari (SWCA) - Carauari - AM
Aeroporto de
Destino: Aeroporto de Tefé (SBTF) - AM
DESCRIÇÃO:
Em
dezembro de 1994, um avião Bandeirante da Taba (Transporte Aéreos da
Bacia Amazônica) foi sequestrado após decolar de Caruari (AM). A
aeronave seguiria para Tefé (AM), quando teve a rota desviada pelos
seqüestradores os colombianos Odsongil Silva e Talmo Torques.
Os
passageiros foram libertados em uma pista de pouso desconhecida em
Tabatinga (1.100 km de Manaus). O piloto Paulo Sérgio Gonçalves
Monteiro, 31, e o co-piloto Luís Antônio Ribeiro Pedrada, 30, foram
libertados na Embaixada do Brasil em Bogotá (Colômbia).
Fonte: Folha Online
Se tiver informações sobre
este acidente, por gentileza encaminhe para nós:
contato@desastresaereos.net
Data:
17 DEZ 94
Hora:
14:30
Aeronave:
Cessna 180A
Operador:
Particular
Matrícula/Prefixo: PT- AZB
Tripulação:
Ocupantes: 1 / Fatalidades: 1
Passageiros: Ocupantes: 5 / Fatalidades: 2
Total:
Ocupantes: 6 / Fatalidades: 3
Local do
Acidente:
Nova
Odessa - SP
Tipo de
acidente: Perda de Controle em Voo
Fase de
Operação: em voo
Natureza do
Voo: voo de l ançamento de
pára-quedistas
Aeroporto de
Partida:
Aeroporto de
Americana - SP
Aeroporto
de Destino:
Aeroporto de
Americana - SP
HISTÓRICO
A aeronave
decolou do aeroporto de Americana - SP para realizar um voo de
lançamento de pára-quedistas. A bordo, havia o piloto e cinco
pára-quedistas. Três seriam lançados a 5.000 pés e os outros dois a
7.000 pés de altura.
Ao atingir
5.000 pés, ainda antes da área de lançamento, a aeronave entrou em
formação de nuvens, tendo o piloto iniciado curva à esquerda. Nesta
manobra, os ocupantes sentiram uma forte pressão de cima para baixo,
seguida de um estalo e a colisão de algo com a lateral direita da
fuselagem.
Sem a asa
direita, a aeronave iniciou uma queda em parafuso. Antes do choque
com o solo, três dos pára-quedistas abandonaram a aeronave com
sucesso.
A aeronave
colidiu com o solo violentamente e explodiu, provocando a morte dos
três ocupantes restantes.
ANÁLISE
Cerca de 15
dias antes desse acidente, após um pouso na pista de Americana
(SDAI), o PT-AZB deu um “cavalo de pau” violento, seguido de estouro
de pneu e toque da asa direita no solo.
As
cadernetas da aeronave não foram localizadas. Ademais, uma vez que
não há registros de serviços de reparos após o “cavalo de pau”, é
provável que o próprio piloto, que era proprietário da aeronave e
possuidor de certificado de Mecânico de Aeronaves Categoria I, tenha
realizado os serviços.
Naquela
ocorrência, houve o toque da ponta da asa direita com o solo. Não se
pode descartar a hipótese de que a estrutura da asa tenha sido
afetada como conseqüência desse evento.
Durante a
inspeção de 1.000 horas, uma bomba de vácuo revisada foi instalada
no avião. É recomendável que seja instalada uma bomba de vácuo nova
para evitar pane nesse sistema sensível.
A bordo da
aeronave, estavam o piloto e mais cinco pára-quedistas, duas pessoas
além do previsto. Como efeito, o “CG” da aeronave, que possuía um
limite traseiro de 45,8%, foi estimado em 46,9%, e o seu peso
excedente ao máximo em 598,3 libras.
Havia nuvens
esparsas, com cobertura estimada em 4/8 e base a 1.500 metros (5.000
pés).
Ao atingir a
altura de 5.000 pés, e antes de atingir o ponto de lançamento, a
aeronave entrou em formação de nuvens, perdendo o contato visual com
o solo. Neste ponto, consta que o instrutor pára-quedista solicitou
ao piloto que efetuasse uma curva à esquerda a fim de tentar
recuperar o contato visual com o ponto de lançamento. Durante esta
manobra, foi sentida pelos ocupantes uma forte pressão de cima para
baixo, tipo “G” positivo, seguido de um forte barulho e a pancada de
um objeto
(provavelmente parte da asa) na lateral direita da fuselagem,
ao mesmo tempo em que a aeronave entrou em atitude de perda e
iniciou um mergulho em parafuso.
Pelos dados
disponíveis, tem-se, como hipótese provável, que o piloto, ao
realizar curva à esquerda, sofreu desorientação espacial, fato que
pode ter decorrido de pane no horizonte artificial,
turbulência no interior da nuvem, além da não qualificação do piloto
e da aeronave para o voo por instrumentos. Adicionalmente, a
aeronave operava com o “CG” fora dos limites, o que teria tornado o
seu controle ainda mais crítico.
Não foi
possível precisar o porquê da asa ter fraturado em voo, contudo é
possível que o componente já estivesse fragilizado em decorrência da
colisão com a ponta da asa direita com o solo após um “cavalo de
pau”. Todavia, não foi possível descartar a ultrapassagem do limite
estrutural da aeronave em voo.
CONCLUSÃO
Fator
Operacional
(1).
Condições Meteorológicas Adversas - Contribuíram
A separação
da asa ocorreu em condições de voo por instrumentos (IMC). Há
indícios de que a falta de referências no solo e turbulência tenham
contribuído para a entrada em atitude anormal, seguida de tentativa
de recuperação com ultrapassagem dos limites do envelope da aeronave
em voo.
(2).
Deficiente Manutenção - Indeterminado
As
cadernetas de controle de serviços de manutenção (hélice, motor e
estrutura) da aeronave não foram encontradas. Há indícios de
deficiente controle nesse aspecto.
(3).
Deficiente Aplicação dos Comandos - Indeterminado
Há indício
de que, por falha de controle, o piloto tenha entrado em atitude
anormal em condições IMC e, por deficiente aplicação de comandos,
tenha ultrapassado o limite estrutural da
aeronave.
(4).
Deficiente Julgamento - Contribuiu
O piloto
julgou ter condições de operar em presença de nuvem, sem possuir a
qualificação requerida.
(5).
Deficiente Planejamento - Contribuiu
A aeronave
estava fora dos limites de peso e balanceamento.
O piloto entrou em
formação de nuvens sem estar habilitado ao voo IFR, em
aeronave não homologada para esse tipo de voo.
(6). Pouca
Experiência de Voo na Aeronave - Indeterminado
Não foi
possível saber a experiência de voo do piloto na
aeronave.
RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA DE VOO
O DAC deverá
identificar as deficiências de segurança de voo existentes na
atividade de lançamento de pára-quedismo, de modo a produzir
instruções à Confederação Brasileira de Pára-quedismo para que adote
providências para minimizar os riscos decorrentes do uso de material
aeronáutico de lançamento. Determinar que seja feito um DIVOP, aos
pilotos e proprietários de aeronaves homologadas para lançamento de
pára-quedistas, relatando as deficiências operacionais verificados
nessa ocorrência.
Os SERAC
deverão divulgar essa ocorrência em forma de DIVOP orientando
proprietários, tripulantes e usuários para os perigos da prática
incorreta de manutenção e do voo além dos limites estabelecidos pelo
órgão homologador e pelo fabricante das aeronaves.
A
Confederação Brasileira de Pára-Quedismo deverá divulgar este
relatório entre suas entidades associadas, no intuito de alertá-las
para que fiscalizem com maior rigor as operações de lançamento,
verificando não só as condições técnicas do avião e do piloto, como
também a operação dentro das normas estabelecidas pelo
DAC.
Data:
23 DEZ 94
Hora:
07:30
Aeronave:
EMB-202 Ipanema
Operador:
FECRIS - Aviação Agrícola Ltda.
Matrícula/Prefixo: PT- UHE
Tripulação:
Ocupantes: 1 / Fatalidades: 0
Passageiros: Ocupantes: 0 / Fatalidades: 0
Total:
Ocupantes: 1 / Fatalidades: 0
Fatalidades em solo: 1
Local do
Acidente:
Fazenda
Bugre Morto - Pontão - RS
Tipo de
acidente:
Colisão em Voo
com Obstáculo
Fase de
Operação: em
solo
Natureza do
Voo: voo de aplicação de
defensivos agrícolas
Aeroporto de
Partida: Fazenda Bugre Morto - Pontão - RS
Aeroporto
de Destino:
Fazenda Bugre Morto - Pontão - RS
HISTÓRICO
O piloto
realizava voo de aplicação de defensivos agrícolas em uma lavoura de
soja quando, ao realizar sua quarta passagem para pulverização à
baixa altura, colidiu com o solo e com o bandeirinha que sinalizava
o local da passagem.
Após a
colisão, o piloto recuperou o voo e efetuou um pouso normal na pista
da fazenda.
O
sinalizador faleceu no local da colisão e a aeronave sofreu avarias
leves no trem de pouso.
ANÁLISE
Apesar de
possuir uma elevada quantidade de horas de voo, o piloto tinha pouca
experiência para realizar a missão. Era sua primeira safra e seu
segundo voo neste tipo de atividade.
Em seu
primeiro voo, no dia anterior ao acidente, colidiu com um telhado.
Segundo relatos do proprietário da fazenda, a aeronave não se
mantinha num voo constante, apresentando oscilações de
altura.
No início do
dia, o local a ser pulverizado foi reconhecido pelo piloto por via
terrestre. Houve a constatação de que o terreno era irregular, com
muitas variações de nível, mas sem obstáculos tipo postes, fios ou
árvores No início da quarta passagem, o piloto posicionou-se
aproando o bandeirinha e, momentos após, sem que houvesse
perda de sustentação da aeronave provocada por qualquer falha
mecânica, houve a colisão do trem de pouso direito no solo e em
seguida com o bandeirinha.
Analisando
os fatos apresentados, dentre eles as características psicológicas
do piloto, a nível individual, como ansiedade e insegurança, bem
como suas dificuldades no aprendizado e os incidentes ocorridos, é
provável que, ao alinhar a aeronave para a quarta passagem, em
função da inclinação do terreno, o piloto não tenha julgado
corretamente a altura mínima necessária para manter-se nivelado em
relação ao mesmo, ocasionando a colisão com o solo e o
bandeirinha. Apesar de o piloto afirmar que não houve
ofuscamento de sua visão pela posição do sol, não se pode descartar
esta hipótese.
CONCLUSÃO
Fator Humano
- Contribuiu
Houve a
participação de variáveis psicológicas a nível individual, como
ansiedade e insegurança, interferindo no desempenho do
piloto.
Fator
Operacional
(1).
Deficiente Julgamento - Contribuiu
O piloto não
julgou corretamente a altura que deveria manter para evitar a
colisão do trem de pouso com o solo.
(2).
Deficiente Instrução - Indeterminado
Há indícios
de que o treinamento recebido não atribuiu ao piloto as plenas
condições técnicas necessárias para o desempenho da
atividade.
(3).
Influência do Meio-Ambiente - Indeterminado
A posição do
sol durante a realização do voo pode ter ocasionado um ofuscamento
na visão do piloto que, em função dos aclives e declives do terreno,
pode ter influenciado no acidente.
(4).
Deficiente Supervisão - Contribuiu.
Houve uma
inadequada supervisão por parte do proprietário da empresa em não
determinar uma melhor avaliação do piloto, principalmente após ter
verificado que no dia anterior ao acidente o piloto já tinha
apresentado problemas em voo.
RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA DE VOO
Os SERAC deverão
divulgar o conteúdo deste relatório para todas as empresas agrícolas
e aeroclubes que ministram este tipo de atividade.
Você tem mais informações sobre estes ou outros acidentes?
Escreva para nós:
contato@desastresaereos.net
.
Fontes: ASN, Wikipédia
e CENIPA.
Edição de texto e imagem: Jorge Tadeu da Silva
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