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Hora:
00:08
Aeronave:
Boeing B-737–2A1
Operador:
Viação Aérea São Paulo - VASP
Matrícula/Prefixo: PP-SMV
Tripulação:
Ocupantes: 8 / Fatalidades: 0
Passageiros:
Ocupantes: 110 / Fatalidades: 0
Total: Ocupantes: 118 /
Fatalidades: 0
Local do
Acidente: Aeroporto Internacional de São Paulo (SBGR) –
Guarulhos – SP
Tipo de
acidente: Perda de Controle no Solo
Fase de
Operação: pouso
Natureza do
Voo: transporte regular de passageiros
Aeroporto de
Partida: Aeroporto Internacional de São Paulo (SBGR) –
Guarulhos – SP
Aeroporto de
Destino: Aeroporto de Buenos Aires - Ezeiza (SAEZ) –
Argentina
HISTÓRICO
A aeronave decolou do Aeroporto Internacional de São Paulo (SBGR)
com destino a Ezeiza - Buenos Aires (SAEZ).
Durante o procedimento de subida e após o recolhimento dos
flapes, o co-piloto informou ao comandante que a luz de
aviso do “leading edge transit” havia permanecido acesa.
Para tentar solucionar o problema, os flapes foram
reciclados.
Ao iniciar a reciclagem, ocorreu a falha do sistema
hidráulico “A”. No mesmo instante, o comandante informou que
a manete do motor n.º 2 estava travada, mantendo uma
potência muito elevada (EPR 2.11).
Diante de tal situação, o comandante optou pelo regresso e
pouso em SBGR.
O procedimento de aproximação foi realizado para a pista
09L, porém, após o pouso, a aeronave ultrapassou os limites
da pista.
Durante a evacuação de emergência, um passageiro sofreu
lesão grave, cinco sofreram lesões leves e cento e doze
saíram ilesos.
ANÁLISE
Na investigação do acidente, constatou-se que o atuador do
“leading edge flap n.º 3” havia se deslocado devido à falha
de seu suporte traseiro, impedindo seu recolhimento e
provocando o aviso de “leading edge transit“ no painel.
O atuador, estando solto de seu suporte quando do
comandamento da retração dos flapes, provocou o rompimento
das tubulações rígidas de condução do fluido hidráulico do
sistema “A”, “stand by” e de retorno. A imobilização do
“leading edge flap n.º 3” na posição “em trânsito” provocou
um rápido vazamento do fluido hidráulico do sistema “A”.
Nestas condições, o fabricante preconiza que em qualquer
anormalidade que não exija resposta imediata (que não seja
item memorizado), deve ser lido o “normal checklist”, o que
não ocorreu.
A tentativa de ação de reciclagem dos flapes sem a leitura
da respectiva lista de verificações, contribuiu para que a
tripulação não constatasse que a falha primária estava na
impossibilidade de recolhimento do “leading edge flap n.º
3”. Essa condição poderia ter sido identificada através do
“leading edges devices annunciator painel”, conforme
orientado no “checklist”.
O deslocamento do atuador provocou, também, alterações na
manete de combustível. Ao se deslocar, o atuador esbarrou
nos cabos de comando da manete (start lever) e em um dos
cabos de comando da manete de potência do motor nº2. O cabo
foi esticado, provocando a aceleração do motor até o
emperramento da manete em elevada potência (EPR 2.11). A
assimetria de tração interferiu no controle direcional da
aeronave.
Durante os procedimentos, o comandante não conseguiu acoplar
o piloto automático (PA). Toda a pilotagem foi realizada sem
a assistência do PA, sem o “auto throttle” e sob a contínua
necessidade de compensar a assimetria, que variava a cada
solicitação de potência. Essas anormalidades aumentaram
substancialmente a carga de trabalho, reduzindo a
concentração dos tripulantes na solução do problema.
A necessidade de regresso estava configurada. A tripulação
solicitou emergência e interdição da pista 09L, enquanto
efetuava órbita de espera na vertical do VOR de Bonsucesso (BCO)
. Uma vez que o peso da aeronave estava muito acima do
limite para o pouso, a tripulação decidiu baixar o trem de
pouso e os flapes para aumentar o arrasto, acelerando o
consumo de combustível para reduzir mais rapidamente o peso
para pouso.
A extensão dos flapes e do trem de pouso foi realizada
corretamente. Quando da leitura do “checklist” (“loss of
system “A” landing check”), o co-piloto verificou que a luz
indicativa de posição dos “leading edges” (green ligth) não
estava acesa, mas sim a de “leading edges flap transit”,
que indicava algum desacordo entre a real posição dos flapes
e da alavanca de comando dos mesmos. Quando passou ao
segundo passo da pesquisa - verificação da situação pelo
“leading edges devices annunciator panel” (indicador de
posição dos “leading edges devices” no painel superior,
acima e atrás da cabeça dos pilotos), verificou que um dos
“leading edges devices” indicava encontrar-se aberto e que
os demais estavam apagados (indicando recolhidos). Na
seqüência, observou que as luzes de aviso de baixa
quantidade e de baixa pressão (“low quantity e low pressure
- amber lights”) acenderam com avisos no “annunciator panel”
e na “master caution”.
O desconhecimento da correta situação desde o início, aliado
à dupla surpresa da não extensão dos “leading edges devices”
e da falha do sistema hidráulico de reserva (“stand by”),
perturbou a linha de raciocínio do co-piloto. Em sua longa
experiência profissional, ele nunca havia experimentado uma
situação de não posicionamento de flapes dianteiros com
perda de sistema hidráulico “A” e “stand by”.
Diante dessa situação, reagiu inferindo ser algo muito
sério, deduzindo que nenhuma das superfícies de
hipersustentação (nenhum “flap” ou “slat”) havia baixado.
Diante da expressão de certeza do co-piloto, após o mesmo
ter realizado um cheque visual da superfície de comando, o
comandante pediu o cheque para pouso com todos os flapes
recolhidos - “all flaps-up landing check” e acelerou de 153
para 210 kt, velocidade recomendada para o B-737-200 sem
flapes.
O fato de o co-piloto não haver identificado a correta
posição dos flapes e de, incisivamente, ter dado certeza ao
comandante da posição recolhida dos mesmos, implicou na
decisão do comandante em solicitar o “all flaps up” em vez
do “assymmetrical or no leading edge devices”. As diferenças
mais significativas entre estes procedimentos são a
necessidade de reduzir o peso para o pouso e a de aumentar a
velocidade de aproximação e pouso. Para o “assymmetrical or
no leading edge devices” a velocidade seria de 153 kt/149 kt
e para o “all flaps-up” de 188 kt/185 kt, ou seja, uma
diferença de cerca de 32 kt para mais, com o agravante de
estarem com “trailing edge flap” a 15, proporcionando maior
sustentação nas asas, isto é, menor aderência inicial dos
pneus na pista, maior desgaste, maior temperatura, menor
eficiência dos freios e menor momento na desaceleração, ou
seja, maior distância de parada.
Analisando as condições do voo e da aeronave, o comandante
considerou as falhas existentes, os recursos disponíveis e
suas limitações. Diante das estranhas anormalidades,
considerou a possibilidade de um vazamento hidráulico comum
aos três sistemas e concluiu que poderia vir a perder o
sistema hidráulico “B”, o que levaria a uma situação de
“manual reversion”, sem a assistência do sistema “stand by”,
que implicaria em grandes dificuldades de controle da
aeronave. Apesar de ter conseguido reduzir a potência do
motor n.º 2 com socos na manete, ele não tinha inteiro
controle sobre a potência daquele motor, o que poderia
inviabilizar o controle da aeronave. O resultado dessa
análise foi a percepção da urgente necessidade de pousar.
Os tripulantes não chegaram a analisar, planejar ou comentar
quais seriam as ações que realizariam, na eventualidade da
deterioração das condições de operação. Assim, nada se falou
dos procedimentos a serem seguidos no caso de perda do
sistema hidráulico “B”, da necessidade de corte de um dos
motores, da necessidade de uma arremetida, da dificuldade de
parada dentro dos limites da pista ou da possibilidade de
exceder esse limite, do corte do motor n.º 2 na aproximação
final ou logo após o pouso e nem quanto às instruções aos
passageiros para a evacuação de emergência.
A empresa Boeing informou que a energia normalmente
disponível no acumulador do sistema “A” permitiria uma
operação dos freios internos em 85% da sua capacidade total.
Isto significa dizer que apenas com a utilização dos freios
externos, a aeronave percorreria uma distância de 27.252ft.
para a frenagem total, ao passo que, utilizando também os
freios internos, através do seu acumulador, a distância
seria reduzida para 17.411ft. Verifica-se assim, que a
aeronave não conseguiria parar nos limites de comprimento da
pista, pois esta mede 12.130ft.
O pouso foi realizado na área de toque (a 1.300 ft da
cabeceira) e na linha central da pista. A bequilha foi
colocada no solo em três segundos, e os freios foram
aplicados intensamente por cerca de 20 segundos, reduzindo a
velocidade de 185 para 85 kt.
Na pesquisa das ações de manutenção da aeronave, foi
constatado que os circuitos hidráulicos associados aos
acumuladores, responsáveis pelo suprimento de fluido sob
pressão para os conjuntos de freios, na falha ou ausência
dos sistemas principais “A” e “B”, apresentavam um problema
crônico de baixa pressão, fato este que impossibilitou a
seqüência de frenagem da aeronave.
Após o pouso, o co-piloto preocupou-se em empurrar o manche
para manter a bequilha no solo a fim de desacelerar a
aeronave. Deixou de observar se a alavanca do “speed brake”
teria subido, e a ciclagem do reverso e a aceleração do
motor n.º 1 em reverso. O comandante constatou e informou
que não tinha reverso nem freios (pelo FDR, os freios
deixaram de ser ativos 20 segundos após sua aplicação; as
conchas do reverso do motor n.º 1 não abriram, mas a
passagem da manete de reverso pelo “interlock” possibilitou
a aceleração do motor n.º 1). As forças acelerativas dos
motores 1 e 2 e o pouco arrasto da aeronave estabilizaram-na
em 85 kt.
A iniciativa do comandante em tentar o “cavalo-de-pau” não
planejado tinha poucas chances de sucesso pela falta de
freios e de controle direcional (comando de “steering”), mas
a colisão da roda esquerda com uma caixa de inspeção de
fiação do balizamento da pista acelerou o movimento à
esquerda, possibilitando um giro de 90º e o deslocamento de
lado, que pararam a aeronave.
CONCLUSÃO
Fator Humano - Aspecto Psicológico - Contribuiu
Situações de emergência altamente estressantes requerem
ações coordenadas dos tripulantes, com adequada distribuição
de tarefas e responsabilidades e o estabelecimento de formas
de comunicação efetivas. Nesse caso, as habilidades
individuais, isoladamente, não garantem o melhor desempenho,
tornando-se relevantes as relações interpessoais e a atuação
da tripulação enquanto uma equipe. Todavia, verificou-se
durante a emergência, a sobrecarga de trabalho do comandante
e a falta de comunicação entre os tripulantes.
Fator Material - Deficiência de Projeto - Contribuiu
O desencadeamento de falhas múltiplas graves, como
decorrência de uma falha simples (a do suporte),
constituiu-se em uma deficiência de projeto por parte do
fabricante da aeronave.
Fator Operacional
(1). Deficiente Manutenção - Contribuiu
A não atenção aos preceitos ditados pelo B.S. 737-57-1129 e
a não substituição do fusível hidráulico do sistema “stand
by” possibilitaram um vazamento interno, através de seu
pistão de magnésio, acarretando a perda total do fluido e a
inoperância deste sistema.
(2). Deficiente Coordenação de Cabine - Contribuiu
A sobrecarga de tarefas (pilotar e gerenciar a emergência),
associada às situações de voo noturno, de não acoplamento do
piloto automático, aeronave pesada e uma pane complexa,
contribuíram para a inadequada utilização dos recursos da
cabine.
(3). Deficiente Planejamento - Contribuiu
O planejamento para a realização do pouso com potência
assimétrica e com falhas de sistema hidráulico foi
insuficiente para a realidade das dificuldades presentes
nessa ocorrência. A não consideração dos procedimentos
alternativos para as diversas falhas ou deteriorações de
desempenho dos sistemas remanescentes, dificuldades
operacionais e a decisão de não transmitir instruções de
emergência aos passageiros, contribuíram para o aumento das
dificuldades de coordenação e solução dos conflitos
instalados.
(4). Esquecimento - Contribuiu
Os pilotos esqueceram que o modo alternado de extensão dos
“trailing edge flaps”, no caso de falha hidráulica, é
elétrico. A convicção do co-piloto confundiu o comandante e
essa conduta provocou o acréscimo de cerca de 32 kt na
velocidade de aproximação para o pouso, contribuindo para as
dificuldades em desacelerar a aeronave que, nas condições em
que se encontrava e conforme análise posteriormente
realizada na BOEING, não poderia ser parada com sucesso na
pista.
(5). Deficiente Supervisão - Contribuiu
A não classificação do Boletim de Serviço 737-57-1129 como
de “alert”, deixando a critério do operador as ações a
tomar, e a não incorporação das ações previstas no mesmo
boletim no “Maintenance Program Document” (MPD) contribuíram
para o não cumprimento do mesmo em sua íntegra pelos
operadores.
Os fatos constantes da investigação indicam os francos e
concentrados esforços dos tripulantes em solucionar as
diversas falhas que se apresentaram ao longo do voo. Não
obstante, algumas falhas de procedimentos verificadas nessa
ocorrência são indícios de insuficiente operacionalidade dos
tripulantes na condução de alguns procedimentos anormais, de
coordenação e de gerenciamento de conflitos em cabine, que
apontam falhas de supervisão do setor de operações da
empresa.
RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA DE VOO
A empresa VASP deverá:
1) incluir no seu planejamento de instrução um sistema de
ensino de solo (Ground School) que conte com áudio vídeo
tape (AVT) ou “Computer Basic Trainning” (CBT), que
possibilite um ensino inicial mais eficiente, assim como
revisões (reciclagem) mais fáceis e confiáveis aos seus
tripulantes, com menor custo para a operadora e maior
facilidade para os pilotos.
2) Enfatizar a seus tripulantes, na solução das
anormalidades e falhas dos sistemas de suas aeronaves, a
completa obediência à filosofia recomendada pelo fabricante,
onde as soluções das anormalidades que não exijam ação
imediata sejam lidas antes da execução.
3) Estabelecer um programa de revisão de padronização de voo
“Flight Standard” para verificar o cumprimento da mesma por
seus tripulantes.
4) Reforçar, nos treinamentos, detalhes estudados das cartas
de descida, procedimentos e análises de pistas, visando a
uma segurança adicional, mais conservativa, na operação de
suas aeronaves.
5) Nos treinamentos em simulador, enfatizar seus tripulantes
a executarem completos procedimentos de pesquisa de panes,
através da leitura efetiva das orientações contidas no “checklist”.
6) Orientar a Engenharia de Manutenção a adotar
procedimentos mais conservativos nos estudos dos Boletins de
Serviço, buscando uma solução de compromisso com a segurança
dos sistemas, para melhor proteger o conjunto (aeronave)
contra falhas múltiplas;
A fabricante Boeing deverá:
1) Modificar ou atualizar as instruções contidas nos
“Airplane Flight Manuals” - Manuais de Voo - relativas ao
conjugado de falhas de sistema hidráulico “A” e sistema
hidráulico “stand by”, que podem redundar, dentre outras
falhas, na aceleração do motor pela alavanca de reverso sem
a abertura da respectiva concha.
2) Descontinuar o fornecimento dos suportes de atuador P/N
69-37893-2 e similares em alumínio, bem como recomendar aos
operadores de B737-100 e 200 a inspeção dos mesmos, de
acordo com o BS-737-57-1129 (Out/81) e sua modificação pelo
de PN 69-37892-21 e similares, fabricados em aço.
3) Efetuar revisão da FMEA (Failure Mode and Effect Analysis)
para a região dos “leading edge flaps”, em termos das
conseqüências de falha de componente estrutural associado ao
atuador, à luz dos fatos observados por ocasião do acidente
do PP-SMV, visto que, a partir de uma falha simples,
observou-se o desencadeamento de uma seqüência de falhas
múltiplas, a par da possibilidade de um incêndio ou perda
do sistema elétrico, dada a proximidade desse atuador com
condutores elétricos, pneumáticos e cabos de comando do
motor.
O DAC deverá reavaliar o simulador de voo da empresa e
determinar parâmetros mínimos de simulação com prazos de
execução das insuficiências verificadas e deverá incrementar
a avaliação e o acompanhamento das condições de treinamento
das tripulações comerciais, efetuando verificação mais
amiúde e estabelecendo mais detalhadas exigências ao grupo
de inspetores de voo.
Data:
04 MAR 95
Hora: ?
Aeronave:
Harbin Yunshuji Y-12
Operador:
Policía Nacional del Perú
Matrícula/Prefixo: PNP-224
Tripulação:
Ocupantes: 3 / Fatalidades: 0
Passageiros:
Ocupantes: 5 / Fatalidades: 0
Total:
Ocupantes: 8 / Fatalidades: 0
Local do
Acidente: Aeroporto Internacional de Rio Branco (SBRB) -
AC
Tipo de
acidente: Perda de controle no pouso
Fase de
Operação: pouso
Natureza do
Voo: militar
Aeroporto de
Partida: ?
Aeroporto de
Destino: Aeroporto Internacional de Rio Branco (SBRB) -
AC
DESCRIÇÃO:
Após ter aterrissado e percorrido aproximadamente 80 metros
da pista, o Y-12 perdeu o controle em solo, virou para o
lado e saiu para fora da pista. A aeronave parou após ter
encontrado uma área de terra macia.
Fonte: ASN
Se tiver informações sobre
este acidente, por gentileza encaminhe para nós:
contato@desastresaereos.net
Hora:
16:30
Aeronave:
Cessna 208 Caravan
Operador:
Brasil Central (Grupo TAM)
Matrícula/Prefixo: PT-OGO
Tripulação:
Ocupantes: 1 / Fatalidades: 0
Passageiros:
Ocupantes: 4 / Fatalidades: 0
Total: Ocupantes: 5 /
Fatalidades: 0
Local do
Acidente: Aeródromo de Luziânia - GO
Tipo de
acidente: Pouso Antes da Pista
Fase de
Operação: pouso
Natureza do
Voo: cheque inicial de pilotos
Aeroporto de
Partida: Aeródromo de Luziânia (SWUZ) - GO
Aeroporto de
Destino: Aeródromo de Luziânia (SWUZ) - GO
HISTÓRICO
A aeronave realizava voo local, no Aeródromo de Luziânia (SWUZ)
para cheque inicial de quatro co-pilotos, que estavam em
fase de admissão na empresa.
Havia a bordo um Inspetor de Aviação Civil (INSPAC) e quatro
co-pilotos. Durante o cheque do terceiro co-piloto, ao
executar um treinamento de emergência com simulação de motor
em pane, a aeronave executou uma aproximação curta, vindo a
se chocar bruscamente com o terreno, antes da pista de
pouso.
Após o choque, a aeronave desgovernou-se, colidiu com
depressões do terreno e árvores, vindo a parar a vinte
metros da lateral direita da pista.
A aeronave sofreu perda total e os ocupantes saíram ilesos.
ANÁLISE
O comandante estava com 07:00 horas de jornada e 05:30 horas
de voo, no momento do acidente. Aquele era o 34o tráfego
realizado entre instrução e voo de verificação realizado na
mesma jornada. Esse número elevado de procedimentos pode ter
contribuído para o fenômeno da monotonia, acompanhada de
flutuação de atenção, queda de padrão operacional, aumento
das margens de risco e complacência, contribuindo, assim,
para a falha de julgamento e demora na aplicação de
potência, bem como para o cansaço do tripulante.
Em pesquisa feita junto à Diretoria de Operações da Empresa
Brasil Central, verificou-se que o setor de instrução dedica
apenas 01 (uma) hora de voo local para pilotos recém
admitidos, antes de levá-los a cheque junto ao DAC.
Segundo o no 1, da letra D, do item 135.347, subparte H, do
RBHA 135, o mínimo treinamento que um co-piloto deve
realizar, antes de ir a cheque inicial, é de 02:00 (duas)
horas de voo local e 08 (oito) pousos.
Constatou-se, ainda, que a BRC não provê treinamento de
emergência com periodicidade mínima anual, conforme está
previsto no RBHA 135 (letra b, do item 135.331, da parte H).
Exceção é feita à época de compra de aeronaves, quando a
maioria dos comandantes realiza o treinamento em simulador
nos Estados Unidos.
Em relação à atuação do INSPAC, pode-se dizer que o mesmo
realizava o cheque de 04 (quatro) co-pilotos em fase de
admissão, o que não é recomendável. Também, por estar em uma
posição na aeronave onde não visualizava o voo em sua
totalidade e para não criar qualquer conflito de cabine,
deixou a condução do cheque a cargo do instrutor, inclusive
a decisão da arremetida.
No tocante a realização do exercício “simulação de pane do
motor”, pode-se afirmar que o exercício acima mencionado é
realmente necessário, uma vez que é uma situação que pode
ocorrer com o C-208 e que o co-piloto, inexperiente ou não,
deve estar em plena condição de substituir o cmt no caso de
sua incapacidade.
Quanto ao exercício que culminou com o acidente, por tudo o
que foi pesquisado no Fator Operacional e após colher a
experiência de alguns instrutores e “inspacs” da aeronave
C-208, conclui-se que a técnica de pilotagem empregada nesse
treinamento não é recomendável.
Verificou-se, ainda, que a infra-estrutura do Aeródromo de
Luziânia é insuficiente, uma vez que não conta com Serviço
de Contra-Incêndio.
Em relação à manutenção, verificou-se que não existe nenhum
funcionário da BRC com curso de análise de tendência do
motor PT6A-114, ministrado pela Pratt-Whitney, o que pode
desqualificar a necessária precisão nas análises de
desempenho do citado motor.
No tocante ao trato dos assuntos relativos à Segurança de
Voo, constatou-se que a BRC gerencia esta atividade com
escassos recursos humanos e materiais.
A BRC também não possui um Programa de Prevenção de
Acidentes Aeronáuticos (PPAA). O PPAA é, verdadeiramente, o
único documento que estabelece e assegura o compromisso dos
altos escalões da empresa com a Segurança de Voo. Este
documento deve ser revisto periodicamente ou sempre que
houver um crescimento considerável nas atividades da
empresa, quando houver a aquisição de novas aeronaves ou,
ainda, quando ocorrer um acidente.
Quanto ao Cockpit Voice Recorder (CVR), nos C-208,
verificou-se que sua obrigatoriedade de instalação não está
prevista, até 31 de dezembro de 1998, nos RBHA 91 e 135.
Deve-se salientar que a instalação de tal dispositivo, em
qualquer aeronave duplo-comando, em caso de acidente
aeronáutico, facilita o processo investigatório e,
conseqüentemente, a dinâmica da prevenção.
CONCLUSÃO
Fator Humano
(1). Aspecto Psicológico - Contribuiu.
O número excessivo de tráfegos realizados, afetou o nível de
atenção do instrutor, retardando suas ações para corrigir a
situação.
(2). Aspecto Fisiológico - Contribuiu.
A realização de um número excessivo de tráfegos e pousos
levou o instrutor a um cansaço natural, que veio a
prejudicar suas avaliações.
Fator Operacional
(1). Deficiente Instrução - Contribuiu
O exercício foi orientado para um enquadramento da
aproximação final a baixa altura, desprezando a necessidade
de estar alinhado a, pelo menos, 300 (trezentos) pés de
altura do terreno.
As instruções práticas proporcionadas pela BRC aos seus
tripulantes em instrução não incluem seções de simulador e
nem treinamento de pouso sem motor simulado.
(2). Deficiente Supervisão - Contribuiu
A empresa escalou um número excessivo de alunos para
realizar voo de verificação inicial com um único instrutor.
(3) Pouca Experiência de Voo na Aeronave - Contribuiu
O co-piloto em avaliação realizou, apenas, um voo de uma
hora de duração, no C-208, e foi encaminhado para o cheque
inicial junto ao DAC. Ao sugerir a arremetida, demonstrou
bom senso, mas não tinha parâmetros para avaliar
corretamente a situação.
(4) Deficiente Coordenação de Cabine - Contribuiu
O INSPAC deixou o co-piloto em avaliação errar até
ultrapassar seus limites. Quando este sugeriu a arremetida,
a colisão com o solo era inevitável. O INSPAC estava em
posição tal que não visualizava os procedimentos, naquela
fase do voo.
(5) Deficiente Aplicação de Comando - Contribuiu
Considerando o tempo necessário para acelerar o motor, a
interferência do cmt. em aplicar a potência no motor foi
tardia, não possibilitando a recuperação do controle da
aeronave, antes da colisão com o solo.
(6) Deficiente Julgamento - Contribuiu
Em função de seu julgamento incorreto, o Cmt acelerou
tardiamente o motor, permitindo que aeronave estolasse.
(7). Outros Aspectos Operacionais - Contribuíram
A BRC não possui, em seu quadro de funcionários, pessoa
qualificada ASV com dedicação à atividade de Segurança de
Voo.
RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA DE VOO
O DAC deverá:
1) Cobrar a realização de cheque inicial em simulador para
as empresas que operam voo regular, independente do
equipamento que estejam operando, conforme prevê o RBHA 135.
Em especial, implementar essa providência junto ao C-208,
equipamento que tem tido o maior índice de acidentes na
aviação regional, no último ano.
2) Reavaliar as seções 91.609, do RBHA 91 e 135.151, do RBHA
135, quanto a instalação do “Voice-Recorder”, nas aeronaves
C-208, uma vez que a mesma é utilizada na Aviação Regional,
transporta até 12 passageiros e sua operação se dá com dois
pilotos.
3) Somente autorizar a aquisição de equipamentos - aeronaves
- quando a empresa comprovar sua capacidade de cumprir as
rotas a ela concedidas sem ferir a legislação em vigor, isto
é, ter um número de tripulantes compatível com suas
necessidades e uma programação de formação de novos
tripulantes que evite qualquer desrespeito à lei que regula
as atividades do aeronauta - Lei 7.183 - e ao RBHA 135.
4) Assegurar vistorias adequadas e periódicas nos
procedimentos e arquivos de manutenção adotados pelas
empresas aéreas regulares, especificamente no caso dos
motores PT6A-114, e das aeronaves C-208, considerando que a
mesma é uma aeronave monomotor, transporta passageiros,
operando em condições de instrumento, quer sobre grandes
centros, quer sobre áreas inóspitas.
5) Determinar aos operadores da aeronave C-208 os seguintes
parâmetros a serem cumpridos em treinamento de falha de
motor: 200 libras de potência (torque de transparência), 90
KT de velocidade na final, razão de afundamento de 500 pés
por minuto e definição do alinhamento com final para pouso a
300 pés de altura ou acima
6) Realizar vistoria de Segurança de Voo na Empresa Brasil
Central.
7) Por intermédio do SERAC-6, devido ao elevado fluxo de
voos de instrução no Aeródromo de Luziânia, sede do
Aeroclube de Brasília, deverá determinar ao seu
administrador a elaboração do Plano de Emergência
Aeronáutica em Aeródromo.
A Empresa Brasil Central deverá:
1) Incluir em seu programa de formação de tripulantes
treinamentos em simulador.
2) Incluir em seu treinamento periódico (anual), treinamento
de emergências, o qual poderá ser substituído por um
treinamento equivalente em simulador.
3) Apresentar ao DAC um Programa de Instrução, corrigindo as
falhas verificadas neste relatório, incluindo, em sua
instrução, treinamento em CPT adequado e seções de
treinamento em simulador, em conformidade com o RBHA 135.
4) Confeccionar novas fichas de voo, em português, que
incluam treinamento de pouso sem motor simulado.
5) Qualificar, pelo menos, dois de seus técnicos em
manutenção em curso de análise de tendência do motor
PT6A-114, junto ao fabricante Pratt Whitney, para assegurar
uma manutenção adequada à realização de HSI (Hot Section
Inspection - inspeção na seção quente do motor).
6) Programar as suas atividades aéreas em local provido de
Serviço de Socorro e Contra-Incêndio (SCI).
7) Observando o previsto na NSMA 3-3, de 30 de Janeiro de
1996, apresentar a DIPAA do DAC o seu Programa de
Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (PPAA).
8) Alocar para o setor de Segurança de Voo da empresa,
recursos humanos e materiais compatíveis com a frota e rotas
que lhe foram concedidas pelo DAC.
Hora:
17:20
Aeronave:
Neiva NE-821 Carajá
Operador:
Agrícola Sperafico Ltda.
Matrícula/Prefixo: PT-VKF
Tripulação:
Ocupantes: 1 / Fatalidades: 1
Passageiros:
Ocupantes: 4 / Fatalidades: 4
Total: Ocupantes: 5 /
Fatalidades: 5
Local do
Acidente: Serra de Monte Cristo, Rio Branco - MT
Tipo de
acidente: Colisão em Voo com Obstáculo
Fase de
Operação: pouso
Natureza do
Voo: transporte de funcionários de um Banco
Aeroporto de
Partida: Aeródromo de Tangará da Serra - MT
Aeroporto de
Destino: Aeródromo de Pontes e Lacerda - MT
HISTÓRICO
A aeronave decolou do aeródromo de Tangará da Serra-MT com
destino à Pontes e Lacerda-MT. A finalidade do voo era o
transporte de funcionários de um Banco.
Após vinte minutos de voo, nas proximidades de Roncador,
município de Rio Branco, a aeronave chocou-se com uma árvore
sob reduzida visibilidade, vindo a colidir com o solo.
A aeronave ficou completamente destruída e seus cinco
ocupantes faleceram no local.
ANÁLISE
O estudo dos destroços e a análise e pesquisa dos
componentes recuperados indicam que os motores do avião
estavam operando normalmente e com alta potência, devido às
deformações sofridas nas hélices, as indicações de alguns
instrumentos e a posição das manetes de potência. Também é
possível afirmar que não houve desprendimento de nenhum
componente em voo, visto que todos os componentes essenciais
ao voo foram encontrados no local do acidente.
A aeronave decolou de aeródromo não homologado para operação
de voo por instrumentos com destino a um aeródromo da mesma
categoria. De acordo com as regras de tráfego aéreo, o voo
deveria se realizar em condições visuais até o destino. No
entanto, o piloto não dispunha de nenhuma informação das
condições meteorológicas na rota que deveria voar, devido à
falta de infra-estrutura do aeródromo de partida.
A proa de deslocamento da aeronave deveria ser de 264 graus.
No entanto, a proa do aeródromo de partida até o local do
impacto era de 246 graus, indicando que houve um desvio
voluntário por parte do piloto, pois a aeronave estava
equipada com GPS, não dando margens à hipótese de erro de
navegação.
O voo era de transporte de funcionários do Banco do Brasil,
que teriam horário de chegar a um cartório na cidade de
destino. As condições meteorológicas adversas da rota a ser
voada somadas aos dados acima apresentados, conduzem à
seguinte hipótese:
As condições meteorológicas da área impediam a realização
de uma rota direta. Para se manter em condições de voo
visual, o piloto contornou a Serra dos Parecis. Devido à
reduzida visibilidade, o piloto não teve condições de
desviar de uma árvore de cerca de quinze metros.
CONCLUSÃO
Fator Operacional
(1) Condições Meteorológicas Adversas - Contribuíram
As condições meteorológicas da rota não estavam propícias ao
voo VFR. O piloto tentou prosseguir, encontrando má
visibilidade e teto baixo que interferiram no voo e
conduziram-no à circunstâncias anormais.
(2) Deficiente Julgamento - Contribuiu
Houve uma inadequada avaliação do piloto, que mesmo estando
qualificado para voar por instrumentos, não realizou o
procedimento correto, que seria ascender para uma altitude
de segurança e prosseguir para um aeródromo alternativa que
operasse por instrumentos.
(3) Deficiente Planejamento - Contribuiu
O piloto preparou-se inadequadamente para o voo, não
planejando a sua navegação para uma possível situação de voo
por instrumento.
(4) Indisciplina de Voo - Contribuiu
O piloto realizou uma navegação a baixa altura, descumprindo
o que estabelecem as regras de tráfego aéreo.
RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA DE VOO
O SERAC-6 deverá realizar uma Vistoria de Segurança de Voo
Especial na empresa operadora da aeronave acidentada; e
divulgar, através de palestras, reuniões, simpósios e
seminários de segurança de voo, o conteúdo deste relatório,
visando a valorização da doutrina de segurança de voo e o
cumprimento das regras de tráfego aéreo.
Os SERAC deverão divulgar aos operadores de aeronaves de
médio e pequeno porte essa investigação como forma de alerta
para os riscos de desrespeitar as regras de voo visual e de
não respeitar as limitações quanto ao uso do GPS.
Data:
15 MAI 95
Hora: ?
Aeronave:
de Havilland Canada C-115 Buffalo (DHC-5)
Operador:
FAB - Força Aérea Brasileira
Matrícula/Prefixo: FAB2361
Tripulação:
Ocupantes: ? / Fatalidades: ?
Passageiros:
Ocupantes: ? / Fatalidades: ?
Total:
Ocupantes: ? / Fatalidades: ?
Local do
Acidente: Aeroporto Internacional de Manaus - Eduardo
Gomes (SBGE) - AM
Tipo de
acidente: Perda de controle no pouso
Fase de
Operação: pouso
Natureza do
Voo: militar
Aeroporto de
Partida: ?
Aeroporto de
Destino: Aeroporto Internacional de Manaus - Eduardo
Gomes (SBGE) - AM
DESCRIÇÃO:
Após ter aterrissado o Búfalo da FAB saiu da pista ficando
seriamente avariado.
Fonte: ASN
Se tiver informações sobre
este acidente, por gentileza encaminhe para nós:
contato@desastresaereos.net
Hora:
15:40
Aeronave:
IPE-02B Nhapecan
Operador:
Particular
Matrícula/Prefixo: PT-PMN
Tripulação:
Ocupantes: 2 / Fatalidades: 2
Passageiros:
Ocupantes: 0 / Fatalidades: 0
Total: Ocupantes: 2 /
Fatalidades: 2
Local do
Acidente: Presidente Bernardes - SP
Tipo de
acidente: Perda de Controle em Voo
Fase de
Operação: em voo
Natureza do
Voo: planador
Aeroporto de
Partida: Aeródromo de Presidente Bernardes - SP
Aeroporto de
Destino: Aeródromo de Presidente Bernardes - SP
HISTÓRICO
O voo era de reboque de planador. Durante a subida inicial o
planador ganhou excessiva altura em relação ao rebocador. O
cabo de reboque afrouxou (embarrigou). Quando voltou a ser
esticado o planador estava muito acima do rebocador. O
tranco resultante provocou uma atitude picada e o apagamento
do motor do rebocador. O piloto do rebocador iniciou a
descida em emergência sem contudo desconectar o cabo de
reboque. O cabo foi desconectado no planador. O piloto do
planador não pode evitar a aceleração provocada pelo peso do
rebocador
O planador ultrapassou a Velocidade Nunca Exceder (VNE),
teve falha estrutural em voo e seus ocupantes faleceram no
impacto com o solo. O rebocador efetuou um pouso forçado.
ANÁLISE
A pista de Presidente Bernardes estava interditada,
aguardando homologação pelo COMAR IV.
O piloto do rebocador não possuía habilitação de rebocador
de planador e sua experiência não era suficiente para
realizar esse voo, como ficou comprovado pelo esquecimento
de desconexão do cabo de reboque, após sua aeronave assumir
uma atitude anormal em voo.
O piloto do planador possuía apenas 21:10h no tipo de voo e
não tinha experiência para realizar o voo na nacele
traseira, devido à pouca quantidade de horas voadas e à
falta de instrução específica.
Durante a subida, provavelmente o ângulo máximo previsto de
15º entre as aeronaves foi ultrapassado, tendo o piloto do
planador perdido o contato visual com a aeronave rebocadora,
deixando de realizar o procedimento previsto de desligamento
do cabo de reboque ao perceber que o mesmo não estava
distendido. Esse procedimento pode ter sido prejudicado pela
má visualização que dispõem os pilotos deste tipo de
aeronave (planador Nhapecan) quando pilotando da nacele
traseira.
Supõe-se que o piloto da cadeira traseira tenha efetuado a
correção de posição, porém, pela sua falta de experiência e
a dificuldade de visualização do cabo, este tenha afrouxado
muito e se retesado rapidamente, ocasionando uma queda
abrupta de velocidade do avião que o rebocava, fazendo com
que entrasse em atitude anormal (devido ao estol),
ocasionando a parada do motor.
Outra possibilidade seria a de que o passageiro da cadeira
dianteira, que era piloto de monomotor, estivesse pilotando
o planador durante a decolagem. Esta hipótese é bastante
provável, o que poderia explicar o afrouxamento do cabo de
reboque e a situação de risco que se apresentou acima.
Como o piloto-rebocador não desligou o cabo de reboque e o
cabo não se rompeu, o avião rebocador adquiriu uma atitude
ainda de picada conectado ao planador.
O planador, devido a seu perfil aerodinâmico, adquiriu
velocidade rapidamente ao iniciar a picada. Supõe-se que o
piloto tenha comandado a abertura do freio aerodinâmico, com
o objetivo de diminuir a velocidade de descida.
Provavelmente, o planador ultrapassou a velocidade máxima
para abertura do freio aerodinâmico.
A posição aberta desse dispositivo foi confirmada nos
destroços, sendo que o freio da asa direita não suportou a
pressão e se rompeu, assim como a asa direita se soltou
momentos antes do impacto devido ao excessivo fator de carga
aplicado pelo piloto na tentativa de recuperar o voo
nivelado. Provavelmente a VNE (Velocidade a Nunca Exceder)
de 190 Km/h do planador foi ultrapassada.
CONCLUSÃO
Fator Humano - Aspecto Psicológico - Contribuiu
A improvisação e a complacência em relação às normas e
procedimentos, aliados, provavelmente, a sentimentos de
invulnerabilidade, de ambos os pilotos, contribuíram para a
ocorrência do acidente. A falta de condicionamento dos
pilotos em reagir prontamente a condições anormais
caracteriza uma imaturidade ao abordar o voo apenas como
lazer, deixando a técnica e a segurança em segundo plano.
Fator Operacional
(1). Deficiente Supervisão – Contribuiu
Pelo fato do aeroclube responsável pela aeronave rebocadora
permitir a operação por piloto não habilitado.
(2). Pouca Experiência de Voo - Contribuiu
O piloto do planador possuía poucas horas de voo com este
tipo de aeronave, comprovando assim, pouca experiência de
voo, principalmente para ocupar a posição de instrutor na nacele traseira.
O piloto do rebocador, apesar de possuir 49:00h no tipo de
aeronave, não possuía, à época do acidente, experiência
suficiente para realizar o voo de rebocador.
(3). Deficiente Infra-estrutura - Presente sem ter
contribuído.
A pista de Presidente Bernardes estava interditada,
aguardando homologação para iniciar suas atividades aéreas.
Sendo assim, não havia infra-estrutura adequada para
qualquer tipo de voo, principalmente para atender aos
procedimentos em caso de acidente, através de um Plano de
Emergência Aeronáutica em Aeródromo (PEAA).
(4). Influência do Meio Ambiente - Indeterminado.
Pode ter contribuído pela dificuldade de visualização quando
o piloto se posiciona na nacele traseira do Nhapecan,
principalmente para manter a posição prevista em relação ao
avião-rebocador e efetuar as correções necessárias.
(5). Esquecimento - Contribuiu
O piloto-rebocador esqueceu de desligar o cabo de reboque no
momento em que sua aeronave adquiriu uma atitude anormal de
voo.
(6). Indisciplina de Voo - Contribuiu
O piloto-rebocador realizou o voo sem ter habilitação para o
tipo de missão.
O piloto do planador realizou o voo na cadeira traseira, sem
estar habilitado como instrutor no tipo de aeronave.
RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA DE VOO
Os Aeroclubes deverão controlar o movimento de suas
aeronaves, a fim de coibir que sejam operadas em
desobediência às regras e/ou aos regulamentos específicos
para sua utilização; proibir a operação de reboque de
planador por pilotos não habilitados; e realizar brifins
antes de qualquer operação de reboque de planadores, visando
a massificar os procedimentos padronizados para situações
anormais e de emergência.
A Associação Brasileira de Voo a Vela deverá apresentar
estudo ao DAC com relação à possibilidade de implantação de
um sistema de segurança para o reboque, instalando um
fusível que se rompe a uma determinada carga inferior ao
peso do avião rebocador. Este sistema já existe e é
utilizado na maioria dos países Europeus.
O SERAC 4 deverá: realizar aulas abordando o fator humano e
operacional nos acidentes aeronáuticos, nos Aeroclubes de
sua circunscrição, visando elevar o nível da consciência e
doutrina de segurança de voo; divulgar este Relatório Final
a todos os Aeroclubes de sua circunscrição; e realizar uma
Vistoria de Segurança de Voo Especial no Aeroclube de
Marília.
O DAC, através dos SERAC, deverá: alertar as Diretorias dos
Aeroclubes quanto às responsabilidades que envolvem a
autorização de voos por pessoas não qualificadas, uma vez
que tais situações, caso ocorram acidentes aeronáuticos,
poderão resultar em implicações judiciais com reflexos
penais e civis para a entidade aerodesportiva.
Hora:
12:45
Aeronave:
Bell Jet Ranger BH 206B III
Operador:
Riana Táxi Aéreo
Matrícula/Prefixo: PT-HKJ
Tripulação:
Ocupantes: 1 / Fatalidades: 1
Passageiros:
Ocupantes: ? / Fatalidades: ?
Total: Ocupantes: ? /
Fatalidades: ?
Local do
Acidente: Ji-Paraná – RO
Tipo de
acidente: Falha do Motor em Voo
Fase de
Operação: em voo
Natureza do
Voo: transporte de técnicos das Nações Unidas
Aeroporto de
Partida: Heliporto de Porto Velho – RO
Aeroporto
de Destino: Heliponto em Ji-Paraná – RO
HISTÓRICO
A missão consistia em transportar técnicos do PNUD -
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento que fariam
observação aérea das reservas indígenas e extrativistas da
região.
A aeronave decolou às 08:30h local de Porto Velho, com plano
de voo visual para Guajará-Mirim - RO e posteriormente para
Ji-Paraná - RO. Logo após a decolagem, o piloto informou que
faria o sobrevoo em Gurajará-Mirim, porém não pousaria
naquela localidade.
Após o sobrevoo de algumas áreas, o piloto efetuou um pouso
para reabastecimento da aeronave, com 50 litros de
combustível que estavam sendo transportados no seu
bagageiro.
Ás 12:45h, quando já se avistava o local de pouso final em
Ji-Paraná, houve parada do motor da aeronave.
O piloto tentou realizar o pouso forçado em um terreno
cultivado. Não obstante, a aeronave colidiu com árvores e
com o solo.
A aeronave ficou irrecuperável, havendo lesões graves e
fatais nos seus ocupantes.
ANÁLISE
Os pilotos que operavam na região trabalhavam em um regime
de 20 dias de operação por 20 dias de folga. O piloto desta
aeronave havia começado a sua atividade no dia 30 JUN 95, ou
seja, 07 dias antes da data do acidente.
O acionamento do motor foi às 08:27h, estando a aeronave
completamente abastecida, com 95 galões de combustível (360
litros). A decolagem foi às 08:30h local e o piloto
transportava no bagageiro mais 50 litros de combustível de
reserva.
Para cumprir o trecho pretendido, Porto Velho / Guajará
Mirim / Ji-Paraná, em regime de cruzeiro (70% de potência),
a aeronave teria que voar 03:30h, e consumiria
aproximadamente 90,6 galões de combustível. Com isso,
restariam nos tanques 4,4 galões (95 - 90,6 = 4,4).
Após o sobrevoo de reservas indígenas, houve o pouso com
corte do motor, havendo reabastecimento da aeronave com os
50 litros (13 galões) que eram transportados no bagageiro. O
piloto informou ter permanecido no solo por 10 minutos. Este
reabastecimento aumentou a autonomia da aeronave em cerca de
30 minutos.
Aproximadamente as 12:45h, 04:15h após a decolagem, houve o
apagamento do motor. Uma vez que o piloto informou que a
permanência da aeronave no solo para reabastecimento fora de
10 minutos, tem-se que o tempo total de voo foi de 04:05h.
Somando-se a quantidade de combustível da decolagem, 95
galões, com o combustível do reabastecimento, 13 galões,
tem-se um total de 108 galões, que daria uma autonomia de
voo de 04:17h. Considerando que a aeronave voou por 04:05h
(período da decolagem até a parada do motor), deveria haver
nos tanques o combustível equivalente a 12 minutos de voo,
aproximadamente 05 galões. Isto tudo leva em consideração
que a aeronave teve consumo de cruzeiro durante todo o voo,
e não computa os 03 minutos em que o motor ficou acionado
antes da decolagem.
Tem-se, ainda, que a quantidade de combustível não
utilizável, com as duas “Booster Pump” operando, é de 02
galões. Com isto, haveria a presença de 03 galões de
combustível utilizáveis nos tanques, equivalente a 07
minutos de voo. Se deduzirmos os 03 minutos em que o motor
ficou acionado antes da decolagem, considerando que o
consumo seria o mesmo de cruzeiro (apesar de saber-se que o
consumo é menor com a aeronave no solo, é também verdade que
durante as duas decolagens realizadas o consumo foi maior),
teríamos um tempo remanescente de voo de 04 minutos.
A despeito de qualquer consideração matemática e observando
ainda que precisar os números referentes ao consumo real da
aeronave não se mostra viável, verifica-se que a operação
foi feita nos limites de autonomia da aeronave, o que, por
si só, já mostra uma inadequada doutrina de segurança de
voo.
A declaração do piloto de que o liquidômetro indicava a
existência de 10 galões nos tanques não encontra amparo nas
informações disponíveis. Não obstante, não houve exames no
liquidômetro da aeronave para que tal assertiva fosse
corroborada ou descartada. A inexistência de indícios de
fogo nos destroços é condizente com a ausência de
combustível ou uma reduzidíssima quantidade.
Nos exames realizados, verificou-se que o parafuso terminal
(“Borne”) do fio principal de uma das “Booster Pump” estava
solto, sem as marcas próprias existentes quando há a sua
correta fixação. À exceção deste fio, todas as outras
ligações elétricas na parte inferior da aeronave estavam
rompidas. Isto reforça a suspeita de que aquele fio não
estaria fixado adequadamente por ocasião do impacto, não se
podendo determinar exatamente quando esse fio teria se
soltado.
Com base nas informações existentes duas hipóteses serão
consideradas.
1ª Hipótese
A aeronave, possuindo ainda 05 galões de combustível, sofreu
apagamento de motor devido à soltura do “Borne” do fio
principal de uma das “Booster Pump”, elevando a quantidade
de combustível não utilizável de 02 para 10 galões.
Fica descartada a possibilidade da não fixação desse “Borne”
em algum trabalho de manutenção, pois, se assim fosse, a
parada do motor teria ocorrido muito antes, quando o tanque
estivesse ainda com 10 galões. Resta apenas a alternativa de
o “Borne” ter sido fixado inadequadamente, vindo a se soltar
em voo momentos antes do apagamento do motor.
2ª Hipótese
O motor da aeronave parou por falta de combustível. Os
números relativos nos cálculos do combustível remanescente
são aproximados e consideram um consumo constante em regime
de cruzeiro. A aeronave pode ter operado com um consumo
maior e ter sofrido “Pane Seca”. A ausência de indícios de
fogo reforça esta hipótese. Neste caso, o “Borne” de uma das
“Booster Pump” teria se soltado após o impacto, pois houve
indícios de que a sua fixação não era adequada.
Esta hipótese aparece como a mais provável de ter ocorrido.
CONCLUSÃO
Fator Operacional
(1) Deficiente Manutenção – Indeterminado
Apesar de haver indícios quanto à inadequada fixação do
terminal (“Borne”) do fio principal de uma das “Booster Pump”,
não foi possível determinar se esse fio teria se soltado
antes ou após o impacto. É possível que tenha havido
participação da manutenção por inadequação dos serviços
realizados na fixação do terminal.
(2) Deficiente Planejamento - Contribuiu
Mesmo não se podendo determinar o motivo da parada do motor,
que ficou no campo das hipóteses, a aeronave foi operada nos
limites de sua autonomia. Houve erro do piloto em
decorrência de uma inadequada preparação para o voo, com
relação ao cálculo de combustível.
(3) Deficiente Supervisão - Contribuiu
Mesmo que não tenha sido possível determinar se a soltura do
terminal da “Booster Pump” teria ocorrido antes do impacto,
é fato que a fixação era inadequada. Houve a participação de
pessoas que não o tripulante por falta de supervisão
adequada na execução das operações.
RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA DE VOO
O DAC deverá realizar uma vistoria de segurança de voo
especial no setor de manutenção da Riana Táxi Aéreo, visando
a identificar deficiências porventura existentes,
principalmente, no setor de supervisão dos serviços.
A Riana Táxi Aéreo deverá determinar que o setor de
manutenção adote procedimentos, visando a certificar-se de
que a supervisão dos serviços está sendo eficazmente
exercida. A fixação inadequada do terminal (“Borne”) do fio
principal de uma das “Booster Pump” é indício de supervisão
inadequada dos serviços de manutenção; e determinar ao setor
de operações que seja dada ampla divulgação desta ocorrência
ao quadro de tripulantes, enfatizando o aspecto operacional
de deficiente planejamento.
Hora:
11:30
Aeronave:
Cessna 180H Skywagon
Operador:
Particular
Matrícula/Prefixo: PT-DMZ
Tripulação:
Ocupantes: 2 / Fatalidades: 2
Passageiros:
Ocupantes: 0 / Fatalidades: 0
Total: Ocupantes: 2 /
Fatalidades: 2
Local do
Acidente: Serra das Pitangueiras- Divisa dos Estados de
São Paulo e Minas Gerais
Tipo de
acidente: Colisão em Voo com Obstáculo
Fase de
Operação: em voo
Natureza do
Voo: voo de translado
Aeroporto de
Partida: Sorocaba – SP
Aeroporto
de Destino: Santa Rita do Sapucaí – MG
HISTÓRICO
A aeronave realizava um voo de translado de Sorocaba – SP
para Santa Rita do Sapucaí – MG, onde seria utilizada no
lançamento de pára-quedistas. Durante o voo em rota, foram
encontradas condições meteorológicas adversas.
Testemunhas avistaram a aeronave a baixa altura, sob chuva
leve e contínua. A aeronave colidiu com a encosta de um
morro na altitude de 4.350 Ft. No impacto faleceram os dois
tripulantes que estavam a bordo. O voo foi realizado sem o
preenchimento de um plano de voo ou notificação,
dificultando a localização dos destroços, que ocorreu
somente dezessete dias após a ocorrência.
ANÁLISE
No campo do aspecto psicológico é provável que os
tripulantes tenham sofrido elevado nível de estresse e
ansiedade.
As condições de visibilidade e teto, a desatualização de
ambos para o voo em condições IFR e a necessidade de
chegarem ao destino para cumprir o compromisso de lançamento
dos pára-quedistas poderiam ter contribuído para esta
situação.
Verificou-se que os tripulantes estavam com suas
habilitações para o voo por instrumento vencidas e
utilizavam um mapa rodoviário para planejar e realizar o
voo, o qual não provê informações de altimetria sobre o
terreno a ser sobrevoado. As informações colhidas
confirmaram que, desde a decolagem, os pilotos encontraram
condições meteorológicas adversas ao voo visual.
Testemunhas avistaram a aeronave sobrevoando duas vezes a
cidade de Pedra Bela sob chuva e baixa visibilidade,
denotando o desconhecimento de onde se encontravam e a
dificuldade de realizar o voo visual.
A colisão com a encosta de um morro a 4.350 Ft foi apenas a
conseqüência de uma operação deficiente desde o seu
planejamento.
No impacto da aeronave com o morro, a hélice sofreu
deformações para frente e intenso lixamento de suas pás,
indício de que desenvolvia tração, eliminando a
possibilidade de uma falha do motor.
Ao associar os elementos desta análise, verifica-se que os
pilotos, despreparados para voo IFR, realizavam um voo sob
tais condições, a baixa altura e com um mapa que não
apresentava informações de elevação do terreno.
CONCLUSÃO
Fator Humano - Aspecto Psicológico - Indeterminado.
A maneira de como o voo se desenvolveu pode ter gerado um
elevado nível de estresse e ansiedade nos tripulantes.
Fator Operacional
(1). Condições Meteorológicas Adversas – Contribuíram
As condições meteorológicas reinantes apresentavam nuvens
baixas e chuva, dificultando a visualização dos morros.
(2). Deficiente Julgamento - Contribuiu
O comandante tentou realizar um voo visual em condições de
voo por instrumento, devido à sua inadequada avaliação
meteorológica.
(3). Deficiente Planejamento - Contribuiu
O comandante realizava o voo em altitude inferior à de
alguns pontos do terreno, provavelmente por utilizar um mapa
impróprio sem indicações das elevações.
(4). Indisciplina de Voo - Contribuiu
A tripulação estava com seus certificados vencidos e
desobedeceram. as regras de voo visual e as regras de
tráfego aéreo.
RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA DE VOO
O DAC deverá intensificar sua fiscalização utilizando o
sistema de SAC itinerante, objetivando restringir ao máximo
o voo realizado por pilotos que estejam em condições
irregulares.
Os SERAC deverão divulgar o conteúdo deste relatório para
todas as empresas e aeroclubes de sua circunscrição.
Hora:
14:30
Aeronave:
Hughes 369 HS
Operador:
VIP’S Aerotáxi
Matrícula/Prefixo: PT-HIU
Tripulação:
Ocupantes: 1 / Fatalidades: 0
Passageiros:
Ocupantes: 5 / Fatalidades: 1
Total: Ocupantes: 6 /
Fatalidades: 1
Local do
Acidente: São Roque - SP
Tipo de
acidente: Perda de Controle em Voo
Fase de
Operação: aproximação para pouso
Natureza do
Voo: voo panorâmico
Aeroporto de
Partida: São Roque - SP
Aeroporto
de Destino: São Roque – SP
HISTÓRICO
O helicóptero realizava voos panorâmicos a partir do
estacionamento de um Shopping Center local.
Ao realizar o décimo voo, já na aproximação final, o
helicóptero apresentou perda de potência. O piloto tentou
efetuar uma auto-rotação, porém houve colisão da cauda no
solo e perda de controle da aeronave.
O piloto saiu ileso, três passageiros sofreram ferimentos
leves, um passageiro sofreu lesão grave e um veio a falecer
40 dias após o acidente. A aeronave sofreu avarias graves.
ANÁLISE
O piloto estava capacitado para realizar o voo.
O voo no local não estava autorizado pelo SERAC da área. Há
indícios de que o piloto tenha se sentido pressionado para
realizar o voo, em função da relação empregatícia que
mantinha com o dono da aeronave.
As aproximações foram realizadas para uma área cercada por
obstáculos.
Durante a aproximação final, houve falha na alimentação de
combustível para o motor, causado pelo bloqueio do filtro de
alta pressão (PN 1730791) e atraso na atuação da válvula
by-pass, provocando falta de combustível no motor e
conseqüente apagamento do mesmo por um curto período de
tempo. Além disso, constatou-se que o combustível estava
contaminado por água e impurezas que, conforme o manual de
manutenção, pode provocar perda de potência ou apagamento
temporário do motor.
No período de 26 JUL 1993 a 25 JUN 1995 (699 dias), o
helicóptero operou apenas 67,8 horas. Esta situação pode ter
propiciado o aparecimento de fungos no combustível.
A origem da contaminação não foi positivamente identificada,
mas pode ter sido provocada pelos seguintes fatores:
- procedimento inadequado na limpeza do tanque de
combustível, não permitindo a eliminação total dos fungos
ali depositados após o longo período de baixa utilização da
aeronave;
- má qualidade do combustível; e/ou
- procedimento inadequado na estocagem do combustível
utilizado no reabastecimento no local.
Após a perda de potência, o piloto comandou a auto-rotação.
Entretanto, devido à existência de pessoas no setor, foi
obrigado a atuar no coletivo para alterar sua trajetória, o
que pode ter provocado redução na rpm do rotor principal e
diminuição na capacidade de controle. Ao tentar desviar de
um poste que estava a sua frente, o piloto aplicou o comando
cíclico para trás. A grande amplitude de comando, conjugada
com a baixa rpm do rotor principal, provocou o impacto do
rotor com o cone de cauda e, em função da atitude cabrada da
aeronave, a colisão da cauda com o solo.
CONCLUSÃO
Fator Humano - Aspecto Psicológico - Indeterminado
Existem indícios de que o piloto tenha realizado o voo,
mesmo sem estar autorizado, por uma pressão percebida vinda
do dono do helicóptero, com o qual mantinha relação
empregatícia.
Fator Operacional
(1) Deficiente Manutenção - Contribuiu
A limpeza do sistema de combustível, incluindo os tanques e
a substituição dos filtros, não foi relatada na caderneta de
manutenção. A empresa não apresentou a nota fiscal da compra
dos filtros, não sendo confirmada a origem dos mesmos. Os
filtros de combustível apresentaram grande quantidade de
impurezas e água, evidenciando procedimentos inadequados de
manutenção.
(2) Deficiente Aplicação dos Comandos - Contribuiu
Houve um comando acentuado de cíclico a baixa altura e com
baixa rpm do rotor, provocando a colisão e o rompimento do
cone da cauda ao tocar o solo.
(3) Influência do Meio Ambiente - Contribuiu
Os obstáculos artificiais obrigaram o piloto a modificar sua
trajetória de planeio, fato que foi decisivo para a perda de
controle no pouso.
(4) Deficiente Supervisão - Contribuiu
O proprietário do helicóptero permitiu a operação no pátio
de estacionamento do Shopping Center, apesar de não ter
autorização para tal.
RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA DE VOO
A VIP’S AEROTAXI deverá observar e cumprir o previsto na IMA
100-4, de 31 de março de 1991, sobre a operação de pouso e
decolagem de helicópteros em locais não homologados ou
registrados; registrar todos os serviços de manutenção
realizados nas devidas cadernetas, bem como, arquivar todas
as notas fiscais de aquisição de material de aviação; e
fazer o controle de qualidade do combustível utilizado em
suas aeronaves.
O SERAC-4 deverá realizar Vistorias Técnicas na VIP’S
AEROTAXI, com o objetivo de avaliar suas condições técnicas
de funcionamento.
Os SERAC deverão disseminar os ensinamentos deste acidente.
Hora:
13:00
Aeronave:
EMB 710C Carioca
Operador:
Particular
Matrícula/Prefixo: PT-NLF
Tripulação:
Ocupantes: 1 / Fatalidades: 1
Passageiros:
Ocupantes: 1 / Fatalidades: 0
Total: Ocupantes: 2 /
Fatalidades: 1
Local do
Acidente: Fazenda Vale Rico - Juara - MT
Tipo de
acidente: Pouso Forçado
Fase de
Operação: pouso
Natureza do
Voo: transporte particular de passageiros
Aeroporto de
Partida: Aeródromo de Juara - MT
Aeroporto
de Destino: Fazenda Vale Rico – Juara – MT
HISTÓRICO
A aeronave decolou de Juara (MT) para a fazenda Vale Rico
com duas pessoas a bordo em uma etapa de 15 minutos de voo
em condições VFR. No destino, foram efetuadas duas passagens
sobre o aeródromo. Em seguida, a aeronave ingressou no
tráfego, sendo que, na aproximação final, o motor parou. O
piloto optou por um desvio à direita, aproando uma área
descampada. Durante o pouso, ocorreu colisão com obstáculos
no solo. A aeronave sofreu uma brusca desaceleração ao
colidir com um tronco. A sucessão de colisões causou a
destruição total da aeronave, graves ferimentos no
passageiro e morte do piloto.
ANÁLISE
O piloto estava com seus certificados de habilitação técnica
e de capacidade física vencidos e possuía pouca experiência
na aeronave.
Antes da decolagem, não foi feito o cálculo de combustível
necessário. A aeronave decolou utilizando o combustível do
tanque direito, para uma etapa de 15 minutos de voo em
condições VFR. Na aproximação final, o motor parou de
funcionar por falta de alimentação de combustível. O
passageiro, também piloto, assumiu a pilotagem, com anuência
do comandante, por ter mais experiência em aviação. Ao
verificar a impossibilidade de se alcançar a cabeceira,
optou pelo pouso forçado em um terreno descampado. O piloto
não efetuou os procedimentos de partida do motor em voo, nem
a preparação para o pouso forçado, indicativos de seu
despreparo para situações de emergência.
CONCLUSÃO
Fator Operacional
(1). Deficiente Supervisão - Contribuiu
Por parte do proprietário da aeronave, o qual permitiu a
pilotagem de elemento com habilitação vencida,
caracterizando inadequada supervisão técnico-administrativa.
(2). Deficiente Planejamento - Contribuiu
O piloto não planejou o combustível necessário para o voo.
(3). Esquecimento - Contribuiu
O piloto esqueceu-se de trocar o tanque, o que ocasionou a
parada do motor com 70 litros remanescentes no tanque
esquerdo.
(4). Pouca Experiência de Voo na Aeronave - Indeterminado
Não foi possível determinar a experiência do piloto, pois
não foram encontrados seus registros pessoais, que
atestariam sua freqüência de voo
RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA DE VOO
Os proprietários de aeronaves (aviação geral) deverão
propiciar condições para que seus tripulantes mantenham o
nível de treinamento, principalmente com relação à
freqüência de voos; e não permitir a operação de suas
aeronaves por tripulantes com certificados vencidos.
Os SERAC deverão: exigir, reiteradamente, nos voo de cheque,
proficiência nos procedimentos de emergência de falha do
motor, bem como planejamento de autonomia; e realizar
vistorias aleatórias em aeródromos do interior, mormente em
pistas particulares, no intuito de fiscalizar o voo de
pilotos com certificados vencidos.
Hora:
19:45
Aeronave:
Piper PA-31 Navajo
Operador:
Construtora Poty Ltda.
Matrícula/Prefixo: PT-IHH
Tripulação:
Ocupantes: 1 / Fatalidades: 1
Passageiros:
Ocupantes: 6 / Fatalidades: 6
Total: Ocupantes: 7 /
Fatalidades: 7
Local do
Acidente: Teresina - PI
Tipo de
acidente: Perda de Controle em Voo
Fase de
Operação: em voo
Natureza do
Voo: transporte particular de passageiros
Aeroporto de
Partida: Aeroporto de Fortaleza – CE
Aeroporto
de Destino: Aeroporto de Teresina – PI
HISTÓRICO
Procedente de Fortaleza, o PT-IHH chamou o Controle Teresina
(APP TE) informando que se encontrava no nível 100 (Fl 100),
na entrada do Terminal Teresina e pronto para iniciar a
descida.
Às 19:10P, o APP autorizou a descida, informou as condições
meteorológicas do campo e orientou o piloto a reportar ao
atingir o Fl 050 ou a 25 NM.
Passados 15 minutos após o último contato e não tendo
recebido o reporte previsto, o APP chamou a aeronave na
fonia, não obtendo resposta.
Logo após, o controlador de voo foi chamado ao telefone na
sala AIS. O piloto da aeronave, utilizando um telefone
celular, informou estar com pane nos equipamentos de
comunicação e de rádio navegação. O piloto informou, também,
que estava em contato visual noturno com a cidade de
Teresina, que tornaria a ligar quando estivesse na vertical
do aeródromo e dispensava o alerta de emergência.
Às 19:30P, o piloto efetuou outro telefonema, informando ao
controlador que estava na vertical da pista e que, além da
pane elétrica, desconfiava que o trem de pouso não estivesse
baixado e travado.
O APP sugeriu ao piloto que realizasse uma passagem baixa,
para uma verificação visual do posicionamento do trem de
pouso.
O piloto realizou a passagem no sentido da pista, próximo ao
pátio de estacionamento, sendo observado que o trem de pouso
estava em baixo, contudo, suas portas não estavam fechadas.
Em seguida, às 19:45P, o piloto ligou novamente para a sala
AIS. O controlador informou a situação verificada, e o
piloto pediu para que os observadores permanecessem no
local, a fim de realizar uma outra passagem baixa e que
retornaria a ligação. Esse foi o último contato com o APP
Teresina.
A aeronave foi localizada no dia seguinte, por volta das
07:00P, a 6 Km a Nordeste do Aeroporto, totalmente
destruída. O piloto e os seis passageiros faleceram no
acidente.
ANÁLISE
O piloto possuía grande interesse em ser efetivamente
contratado pela empresa operadora. Havia, ainda, pressão
familiar para que isso viesse a ocorrer. No voo estavam
sendo transportados integrantes do escalão superior da
empresa, ou seja, pessoas com poder de decisão. Influenciado
pela “classe“ dos passageiros à bordo e pela possibilidade
de conseguir o emprego pretendido, o piloto acabou aceitando
o voo, que se desenrolaria no período noturno, mesmo sabendo
das diversas discrepâncias como a pane em um dos
alternadores.
Após a ocorrência da pane elétrica, o piloto mostrou-se
calmo durante os três contatos, via telefone celular, com o
APP-Teresina, tendo, inclusive, aceitado a sugestão do
controlador de voo para fazer uma passagem baixa na vertical
do campo, para a verificação da condição do trem de pouso.
Apesar da calma aparente, supõe-se que o estado emocional do
piloto estivesse alterado diante do conflito estabelecido,
de grau de dificuldade muito acima de sua condição para
solucioná-lo. Se tudo corresse bem teria, assim, demonstrado
o seu potencial aos passageiros. Essa motivação teria
norteado todo o seu comportamento e a seqüência de decisões
erradas, que tomou antes e durante o voo.
O piloto, contratado para realizar o voo na condição de
“free-lancer” embora estivesse qualificado para o tipo de
operação, tinha pouca experiência em aeronave Navajo,
principalmente na situação de comandante, possuindo um total
de apenas 13:55 horas de voo registradas.
O voo foi realizado sem co-piloto. O passageiro que
substituiria o co-piloto dizia-se piloto privado, mas acabou
não comparecendo ao embarque em Teresina. No regresso um
passageiro de última hora lotou a aeronave. Pelo acima
exposto o piloto foi compulsado a voar uma aeronave
executiva com passageiros, sem co-piloto e em voo noturno e
com discrepâncias que tornavam o trabalho mais estressante.
O voo tinha sido planejado de forma tal que o regresso para
Teresina ocorresse durante o período diurno. O piloto estava
com a habilitação para voo IFR válida e a aeronave era
homologada para voo por instrumentos. Paralelamente, não
havia condições meteorológicas que comprometessem a
realização de um voo seguro. Dessa forma, tem-se que a maior
preocupação do piloto em não realizar a etapa no período
noturno dava-se em função de uma pane no alternador
esquerdo.
Ao contrário do que havia sido planejada, a decolagem só
ocorreu às 17:53h, pois o avião ficou aguardando a chegada
de um passageiro. Com isso, a maior parte do voo transcorreu
no período noturno.
A pane elétrica somente ocorreu após às 19:10P, já na
Terminal Teresina (54NM de SBTE), quando o piloto, via
telefone celular, informou que havia perdido os sistemas de
comunicação e de rádio-navegação. A partir desse momento, o
piloto apresentou diversas dúvidas e tomou algumas decisões
que demonstraram sua falta de conhecimento da aeronave e
seus sistemas, sua pouca experiência como comandante e a
provável inexistência de manuais a bordo.
Na segunda ligação telefônica, o piloto informou que, além
da pane elétrica, desconfiava que o trem de pouso não
estivesse completamente baixado e travado. Após sugestão do
controlador, resolveu realizar uma passagem na vertical do
campo. Nesse ponto, observa-se que o piloto deixou de
concentrar-se na pane elétrica e priorizou uma possível pane
do abaixamento do trem de pouso. Todavia, o “check-list” do
avião, quando se refere à falha do sistema elétrico
decorrente da falha dos alternadores, diz que o voo deve ser
encerrado tão logo seja possível.
A decisão de fazer uma passagem baixa sobre o campo, estando
com o trem de pouso baixado, também não deve ter sido bem
analisada pelo piloto, pois como o avião não possuía bombas
de recalque e estava passando por uma pane elétrica, não
seria possível utilizar o reforço das bombas elétricas de
combustível durante a arremetida.
Durante a passagem sobre o campo, foi observado que o trem
de pouso estava baixado e as portas do trem abertas. Essa
informação foi transmitida para o piloto, quando da terceira
ligação, às 19:45P. Diante desse quadro, o piloto disse que
faria uma outra passagem para que fosse verificada novamente
a posição do trem de pouso.
Mais uma vez o piloto decidiu erradamente por falta do
manual a bordo (para consulta) e de insuficiente
conhecimento da operação dos sistemas da aeronave, uma vez
que o referido manual prevê que as portas do trem de pouso
ficarão abertas quando ocorrer uma falha elétrica.
Verificou-se que o tempo decorrido entre a primeira e a
última chamada, via telefone celular foi de aproximadamente
30 minutos, tempo máximo de utilização de uma bateria
aeronáutica em sua melhor condição, após a falha de sistema
de alternadores.
De acordo com a análise dos destroços e a posição em que
foram encontrados, verificou-se que a aeronave estava na
perna do vento afastada, em curva para a esquerda, como se
estivesse querendo enquadrar a perna base. O motor direito
estava inoperante na hora da colisão com o solo e a hélice
embandeirada. O motor esquerdo estava na condição de pouca
potência ou de potência reduzida e o trem de pouso estava
baixado e travado.
A hipótese mais provável é a de que a aeronave arremeteu com
curva à esquerda para a perna do vento. O combustível para a
continuação do voo era suficiente e a seletora estava na
posição correta. Havia necessidade de aplicar, praticamente,
a potência de decolagem, já que a aeronave estava com trem
de pouso em baixo e com sete pessoas a bordo. Entretanto,
durante essa seqüência de arremetida, como a aeronave estava
com pane elétrica e, conseqüentemente, sem as bombas
elétricas de combustível, ocorreu falha de alimentação,
provocando o apagamento do motor direito e a redução na
potência do motor esquerdo. Diante dessa situação, voando a
baixa altura e noturno (com poucas referências visuais),
pode ter ocorrido uma das situações:
- diante das inúmeras anormalidades em desenvolvimento, as
condições de operação alcançaram tal grau de dificuldade,
que o piloto não foi capaz de gerenciar a situação perdendo
o controle da aeronave;
- diante das inúmeras anormalidades presentes, da reduzida
informação de controle de voo e da falta de referencia
externas é provável que o piloto tenha sofrido desorientação
espacial e perda de controle, sem chances de recuperação
pela reduzida altura do voo; ou
- nas circunstâncias acima ocorreu o esgotamento da bateria
e a perda total de energia elétrica. Agravou essa situação a
falta de pontos de referência no solo no setor. Sem
condições de visibilidade externa o piloto não teve chances
de se orientar e manter o voo seguro.
CONCLUSÃO
Fator Humano – Aspecto Psicológico - Contribuiu
No nível organizacional, a empresa tinha conhecimento de uma
série de deficiências da aeronave e não providenciou a
manutenção corretiva, aumentando desnecessariamente a carga
de trabalho do piloto e os riscos da operação.
Os passageiros pressionaram o piloto, “free lancer” e pouco
experiente, a efetuar um voo sem co-piloto e em condições
que contrariavam os procedimentos de segurança de voo.
Ao nível pessoal, o piloto tinha consciência das
dificuldades que lhe eram impostas para operar a aeronave.
Numa atitude de resignação aceitava condições de operação
muito difíceis, inclusive contrariando o RBHA e os manuais
da aeronave. O piloto precisava mostrar desempenho impecável
para tentar obter a efetiva contratação da operadora.
Fator Operacional
(1). Deficiente Instrução - Contribuiu
O processo de treinamento do piloto na operação da aeronave
foi deficiente, levando-o a realizar procedimentos
incompatíveis com os previstos no manual do avião.
(2). Deficiente Manutenção - Contribuiu
Os serviços de manutenção, nos níveis preventivo e
corretivo, não estavam adequados, pois a pane do alternador
provavelmente já havia se caracterizado antes da decolagem
de Fortaleza para Teresina, e não foi adotada nenhuma medida
para solucionar a mesma.
(3). Deficiente Julgamento - Contribuiu
O piloto não avaliou adequadamente os riscos decorrentes da
operação noturna, estando com uma pane no sistema elétrico
(alternador esquerdo) e sem co-piloto. Após a pane ter se
caracterizado, o piloto também não fez uma correta avaliação
ao decidir por uma arremetida para nova passagem na vertical
da pista e ultrapassar o tempo máximo de operação da
bateria.
(4). Deficiente Planejamento – Contribuiu
O planejamento inicial, ou seja, voo com um co-piloto e o
retorno durante o período diurno, não foi cumprido. Assim, a
opção pelo regresso no período noturno apresentou-se como
inadequada preparação para o voo (um voo de risco), já que a
aeronave estava com uma pane no alternador esquerdo.
(5). Esquecimento - Contribuiu
O piloto deixou de realizar o procedimento previsto para
pane elétrica, que seria “pousar assim que possível”. Além
disso, houve o esquecimento de que as portas do trem de
pouso não se fechariam com esse tipo de pane, as bombas
elétricas de combustível estariam inoperantes durante a
arremetida e que, a duração da bateria seria de, no máximo,
30 minutos em caso de falha dos alternadores.
(6). Pouca Experiência de Voo na Aeronave - Contribuiu
Os erros cometidos pelo piloto resultaram da sua pouca
experiência na aeronave e, mais especificamente, na condição
de comandante.
(7). Deficiente Supervisão - Contribuiu
Houve inadequada supervisão no planejamento e na execução do
voo, envolvendo os níveis administrativo, técnico e
operacional, que se caracterizaram pela contratação de um
piloto “free-lancer”, com pouca experiência, sem co-piloto e
pela operação de uma aeronave no período noturno, estando
com diversas panes inclusive uma pane de alternador.
RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA DE VOO
A Construtora Poty Ltda deverá elaborar um Programa de
Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (PPAA) ; deverá, através
do setor de operações, realizar atividades de reciclagem dos
conhecimentos dos pilotos, dando destaque para os
procedimentos de emergência e a operação dos sistemas das
aeronaves que voam; e deverá, quando da contratação de
pilotos, verificar o que preceitua a legislação aeronáutica
(Lei nº 7.183, de 05 Abr. 84, art. 2º), de forma a não
operar com pilotos “free-lancer” e deixar de cumprir o
previsto no RBHA.
Os SERAC deverão divulgar os ensinamentos contidos nesse
relatório, dando ênfase ao aspecto Gerenciamento de Risco; À
luz dos acontecimentos contidos nesse relatório, aprimorar a
fiscalização na aviação geral e executiva nos aeródromos
onde houver SAC e implementar a realização de blitz (SAC
itinerante) em época e locais de maior movimento;
conscientizar os proprietários de aeronaves,
administradores, pessoal de apoio e tripulantes para os
riscos decorrentes do uso indevido das aeronaves, tais como:
deficiente manutenção, treinamento insuficiente de
tripulantes e composição irregular de tripulação; e
conscientizar a comunidade aeronáutica para os riscos do voo
além da capacidade, tanto para os tripulantes quanto para os
proprietários, que eventualmente são vítimas da própria
usura, inconseqüência e irresponsabilidade.
O SERAC-2 deverá realizar vistoria técnica no setor
aeronáutico da empresa Construtora POTY Ltda; e realizar
blitz nas dependências do aeroporto Alto da Balança, em
Fortaleza.
Hora:
16:15
Aeronave:
EMB-721C Sertanejo
Operador:
Particular
Matrícula/Prefixo: PT-EOX
Tripulação:
Ocupantes: 3 / Fatalidades: 3
Passageiros:
Ocupantes: 7 / Fatalidades: 6
Total: Ocupantes: 10 /
Fatalidades: 9
Aeronave:
Cessna 172 Skyhawk
Operador:
Particular
Matrícula/Prefixo: CX-ATR
Tripulação:
Ocupantes: 1 / Fatalidades: 1
Passageiros:
Ocupantes: ? / Fatalidades: 0
Aeroporto de
Partida: Aeródromo de Canela – RS
Aeroporto de
Destino: Aeródromo de Canela – RS
Total: Ocupantes: ? /
Fatalidades: 0
Local do
Acidente: Gramado - RS
Tipo de
acidente: Colisão de Aeronaves em Voo
Fase de
Operação: em voo
Natureza dos
Voos: voos panorâmicos
Aeroporto de
Partida: Aeródromo de Canela – RS
Aeroporto de
Destino: Aeródromo de Canela – RS
HISTÓRICO
Duas aeronaves decolaram do Aeródromo de Canela para a
realização de voo panorâmico. Uma delas dirigiu-se para a
cidade de Gramado e a outra tinha como destino a localidade
de Itaimbezinho, passando inicialmente por Gramado.
Nas proximidades do bairro Três Pinheiros (Gramado), as duas
aeronaves colidiram em voo, com um ângulo aproximado de 90º.
Após o impacto, a aeronave CX-ATR conseguiu manter-se em voo
após a colisão, apesar do seccionamento do montante da asa
esquerda e parte do profundor esquerdo. O piloto fez um
pouso forçado em um lago, cujo impacto com a água ocasionou
sérias avarias na aeronave.
A aeronave PT-EOX sofreu perda total. Três tripulantes e
seis passageiros sofreram lesões fatais e uma passageira
sofreu lesões leves.
ANÁLISE
O acidente ocorreu no final das competições aéreas
promovidas pelo Aeroclube de Canela.
O comandante da aeronave PT-EOX, durante o decorrer daquele
dia, havia realizado voos panorâmicos em meio às
competições, apresentando sinais de cansaço.
Como o piloto havia se sentido mal, sendo inclusive
confirmado pelos voluntários do Corpo de Bombeiros que sua
pressão sangüínea encontrava-se baixa, houve certa
relutância de sua parte em realizar aquele voo. No entanto,
induzido pelos companheiros que lhe trouxeram pessoas
interessadas pelo voo panorâmico, decidiu realizá-lo,
condicionando-o à presença de outro piloto a bordo.
Apesar de várias pessoas, inclusive diretores do Aeroclube,
constatarem as precárias condições físicas do piloto do
PT-EOX, não houve a iniciativa no sentido de afastá-lo do
voo, mas sim a de incluir outro piloto a bordo, o que não
foi suficiente para evitar a colisão.
Segundo informações levantadas através de um piloto que
havia voado anteriormente na aeronave PT-EOX, o transceptor
“VHF” encontrava-se com problemas de fonia. Motivado pela
inexistência de órgão de controle de tráfego aéreo no
aeródromo e pela pane no equipamento de transmissão, o
piloto manteve o rádio desligado. O fato de as competições
aéreas já terem sido encerradas, pode ter também contribuído
para que o piloto adotasse tal procedimento.
A falta de comunicação entre as duas aeronaves
impossibilitou adequada coordenação durante o voo.
Nos instantes que antecederam à colisão, a aeronave PT-EOX
voava na proa do sol, fato que diminuiu as possibilidades de
seus tripulantes avistarem a outra aeronave.
Não houve um brifing sobre os cuidados necessários durante o
voo, como a observação do espaço aéreo. É possível que os
ocupantes da aeronave estivessem distraídos, observando
algum ponto no solo (voo panorâmico) e descuidando da
vigilância relativa ao espaço aéreo.
CONCLUSÃO
Fator Humano
(1). Aspecto Fisiológico - Indeterminado
O piloto da aeronave PT-EOX não estava em plenas condições
físicas. Elementos voluntários do Corpo de Bombeiros mediram
a pressão do piloto e confirmaram que ela encontrava-se
baixa.
Apesar de não ter sido possível confirmar, tudo indica que o
piloto vinha submetendo-se a tratamento médico relativo a
labirintite.
O co-piloto também estava cansado, face às atividades aéreas
em que havia se envolvido.
(2). Aspecto Psicológico - Indeterminado
O comandante da aeronave PT-EOX foi praticamente forçado
(induzido) a realizar o voo panorâmico para atender a seus
companheiros, mesmo sem reunir as condições físicas ideais.
Este aspecto e o fato de efetuar um voo panorâmico com o
equipamento rádio do avião desligado são indícios de baixo
nível de alerta situacional.
Fator Operacional
(1). Deficiente Manutenção - Indeterminado
O fato do equipamento “VHF” da aeronave PT-EOX encontrar-se
em pane, levou o comandante a realizar o voo sem
possibilidade de comunicação e coordenação com a outra
aeronave envolvida no acidente.
(2). Deficiente Coordenação de Cabine - Indeterminado
A coordenação das atividades entre os dois pilotos da
aeronave PT-EOX não foi suficiente para manter uma adequada
vigilância do espaço aéreo.
(3). Influência do Meio Ambiente - Contribuiu
No momento do acidente, a posição do sol em relação à
trajetória da aeronave PT-EOX diminuiu sobremaneira as
possibilidades dos tripulantes daquela aeronave avistarem,
em tempo oportuno, o outro avião.
(4). Deficiente Planejamento - Contribuiu
A organização do evento não planejou o uso de equipamento de
comunicação para dar apoio aos voos panorâmicos, não previu
o uso de limites por setores para reduzir as possibilidades
de colisão e subestimou os riscos da operação que se propôs
realizar.
(5). Deficiente Supervisão - Contribuiu
Percebe-se a presença deste aspecto em nível organizacional
pelo insuficiente planejamento e pela insuficiência das
medidas adotadas pela organização do evento para a
realização do voo panorâmico por piloto que não possuía as
necessárias condições psicológicas e fisiológicas para a
atividade.
RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA DE VOO
Os SERAC deverão:
1) Orientar os Aeroclubes quanto à obrigatoriedade da
comunicação quando da realização de quaisquer eventos
aerodesportivos, informando ao SERAC todos os aspectos
relacionados à programação, planejamento, medidas
preventivas a fim de permitir uma adequada supervisão
daquelas atividades.
2) Divulgar o conteúdo deste relatório para todas as
empresas e aeroclubes de sua circunscrição.
3) Orientar os Aeroclubes e escolas de pilotagem para
adotarem, através de seus setores de operações, mecanismos
necessários de planejamento e controle que auxiliem a
supervisão de suas atividades aéreas, detectando as
potencialidades de riscos existentes, tais como inadequadas
condições físicas e psicológicas de pilotos, bem como
problemas de manutenção das aeronaves.
Data:
22 OUT 9 5
Hora:
18:20
Aeronave:
Beech 95 B-55
Operador:
Particular
Matrícula/Prefixo: PT-IMH
Tripulação:
Ocupantes: 2 / Fatalidades: 2
Passageiros:
Ocupantes: 6 / Fatalidades: 5
Total:
Ocupantes: 8 / Fatalidades: 7
Local do
Acidente: Aeródromo de Redenção (SNDL) - PA
Tipo de
acidente: Colisão em Voo com Obstáculo
Fase de
Operação: em voo
Natureza do
Voo: voo panorâmico
Aeroporto de
Partida: Aeroporto de Belém - PA
Aeroporto de
Destino: Aeroporto de Altamira - PA
HISTÓRICO
A aeronave decolou do aeródromo de Redenção – PA, com 2
tripulantes e 6 passageiros a bordo, para realizar voo
panorâmico em comemoração ao Dia do Aviador, nas
proximidades daquela cidade.
Às 18:20P, ao sobrevoar a pista no sentido 23/05, a
aproximadamente 1500 ft de altura, a aeronave iniciou um
giro sobre o seu eixo longitudinal, nivelada, para o lado
esquerdo, na vertical da cabeceira 05. Na seqüência,
interrompeu a manobra na posição invertida (dorso), deixando
o nariz cair e, após, girou duas vezes em atitude picada,
iniciando então uma recuperação.
Com as asas niveladas, porém afundando, a aeronave colidiu
com o telhado de um galpão próximo à pista e, em seguida,
contra o solo, vindo a sofrer avarias acima de qualquer
recuperação.
Os dois pilotos e cinco passageiros faleceram no local. Um
dos ocupantes sobreviveu com ferimentos graves.
ANÁLISE
Na noite anterior ao acidente, houve a realização do baile
do aviador, uma comemoração tradicional na comunidade
aeronáutica. O piloto da aeronave acidentada era o
responsável pela organização do baile e, segundo informações
de testemunhas, ficou presente na festa até às seis horas da
manhã do dia 22 de outubro, dia da ocorrência do sinistro
ora analisado.
Durante o decorrer do dia 22 de outubro, o piloto participou
de alguns eventos e, segundo declarações de testemunhas,
tanto ele quanto o co-piloto ingeriram bebida alcoólica até,
aproximadamente, seis horas antes do momento do acidente.
O dia transcorria normalmente para o piloto, que comemorava,
à sua maneira, a festa dos aviadores. Não havia voo
programado para aquele dia, e sim para o dia seguinte. Desta
forma, a ingestão de bebida alcoólica e a falta de descanso
adequado do piloto naquele dia não teriam qualquer ligação
com a atividade aérea, visto que esta não existiria.
No entanto, ao entardecer, colegas aviadores e até mesmo o
co-piloto da aeronave acidentada compareceram à residência
do piloto e, com certo sacrifício, convenceram-no a
participar de um sobrevoo coletivo de oito aeronaves nas
proximidades da cidade, em comemoração ao dia do aviador,
antecipando o sobrevoo planejado para o dia 23 de outubro
pela manhã.
O piloto aceitou, o que pode significar um comportamento de
submissão à pressões externas, posto que inicialmente o
mesmo não havia acatado a idéia.
Após, o piloto deslocou-se para o aeródromo e ocupou a
aeronave sem ter realizado qualquer tipo de planejamento e
brifim para o tipo de voo proposto.
A realização de um sobrevoo de oito aeronaves em uma data
comemorativa requer um planejamento adequado, com relação à
coordenação dos voos, proibição de realização de manobras a
baixa altura e outros procedimentos impróprios. No entanto,
a supervisão do evento não proporcionou um planejamento
adequado da atividade. Não houve, sequer, um brifim coletivo
para os participantes do sobrevoo.
Dessa forma, a tripulação adentrou a aeronave, deu partida e
decolou. Uma tripulação evidentemente acometida de fadiga e
um bem provável embotamento cerebral etílico, em decorrência
da falta de repouso adequado para a atividade aérea e do
consumo de bebida alcoólica até um período de seis horas
antecedentes ao voo do sinistro.
O fato de a aeronave estar com duas pessoas a mais do que
prevê o fabricante é um indício do baixo grau de
comprometimento com a doutrina de segurança de voo dos
tripulantes. O nível de percepção do perigo estava, bem
provavelmente, comprometido pela condição física e
psicológica em que se encontravam naquele momento.
Testemunhos de pessoas ligadas ao piloto relatam que o mesmo
constantemente solicitava a colegas aviadores que lhe
ensinassem a realização de algumas manobras acrobáticas, mas
que era desestimulado por aqueles, pois não possuía
habilitação para tais procedimentos. Há relatos, também, de
que o piloto era indisciplinado em alguns aspectos do voo,
quando realizava pousos e decolagens noturnos de aeródromos
não homologados para operação noturna.
Dessa forma, tem-se que a hipótese mais provável para a
ocorrência do sinistro foi a tentativa de realização de uma
manobra acrobática por uma tripulação não habilitada nem
qualificada para tal procedimento, em uma aeronave não
homologada para manobras acrobáticas e com excesso de
passageiros a bordo. Uma excessiva autoconfiança do piloto,
aliada a uma atitude complacente do co-piloto e a um estado
de fadiga e embotamento cerebral etílico, estiveram
presentes na tomada de decisão pela tripulação ou pelo
piloto isoladamente, que conduziu a aeronave a condições
marginais de voo até a sua colisão com o solo.
CONCLUSÃO
Fator Humano
(1) Aspecto Fisiológico – Contribuiu
Houve a participação de variáveis fisiológicas no desempenho
da tripulação, com relação à fadiga e consumo de bebida
alcoólica em período próximo à realização do voo.
(2) Aspecto Psicológico - Contribuiu
Houve a participação de variáveis psicológicas em nível
individual e psicossocial, relacionadas à aspectos de
submissão diante de pressões externas, autoconfiança, falha
de percepção do perigo (ausência de juízo crítico),
motivação e complacência do co-piloto.
Fator Operacional
(1) Deficiente Planejamento - Indeterminado
É provável que tenha havido erro cometido pelo piloto
decorrente da falta de planejamento para o tipo de voo
(panorâmico).
(2) Indisciplina de Voo – Contribuiu
Contribuiu pelo fato dos tripulantes terem desobedecido
intencionalmente normas operacionais e normas técnicas do
fabricante, e transportarem dois passageiros a mais do que
prevê o fabricante, além de realizarem manobra fora do
envelope de homologação da aeronave.
(3) Deficiente Aplicação nos Comandos – Contribuiu
O piloto cometeu erro decorrente do inadequado uso dos
comandos da aeronave.
RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA DE VOO
O Departamento de Aviação Civil deverá determinar que esta
ocorrência seja discutida nos eventos de segurança de voo
realizados pelos diversos SERAC. Ênfase especial deverá ser
dada ao aspecto psicológico.
O SERAC-1 deverá realizar uma palestra de segurança de voo
na cidade de Redenção - PA, reunindo o maior número possível
de pilotos e proprietários que operam no Sul da Pará, com a
finalidade de conscientizá-los das normas de segurança a
serem observadas nos voos e abordando os fatores humano e
operacional contribuintes para esta ocorrência.
Data:
28 OUT 95
Hora:
11:25
Aeronave:
Piper PA-12 Super Cruiser
Operador:
Fly
Propaganda Aérea Ltda.
Matrícula/Prefixo:
PP-DHZ
Tripulação:
Ocupantes: 1 / Fatalidades: 1
Passageiros:
Ocupantes: 0 / Fatalidades: 0
Total:
Ocupantes: 1 / Fatalidades: 1
Local do
Acidente: Praia da Macumba, Recreio dos Bandeirantes,
Rio de Janeiro - RJ
Tipo de
acidente: Perda de controle em voo
Fase de
Operação: em voo
Natureza do
Voo: voo de propaganda aérea
Aeroporto de
Partida: Aeroporto Santos Dumont (SBRJ), Rio de Janeiro
- RJ
Aeroporto de
Destino: Aeroporto Santos Dumont (SBRJ), Rio de Janeiro
- RJ
HISTÓRICO
A aeronave efetuava um voo de propaganda aérea (reboque de
faixa) sobre o litoral oeste da cidade do Rio de Janeiro.
Era a segunda, numa seqüência de três aeronaves de uma mesma
empresa, que voavam a 150 metros de separação entre si,
mantendo 250 pés de altura e em contato rádio avião - avião.
Em certo momento do voo, o piloto da terceira aeronave
observou que a aeronave à sua frente, o PP-DHZ, iniciara uma
curva acentuada à direita em voo descendente, alijando a
faixa de propaganda e em total silêncio-rádio.
A aeronave manteve uma inclinação de cerca de 45º para a
direita, até colidir com o mar, numa distância de cerca de
400 metros da praia da Macumba, no Recreio dos Bandeirantes.
A aeronave submergiu de imediato, tendo sido encontrada a 15
metros de profundidade, sendo resgatada pelo Grupamento
Marítimo de Salvamento que, com a ajuda de populares, puxou
a aeronave para a praia.
O piloto veio a falecer em conseqüência do impacto com o
mar.
ANÁLISE
O piloto estava sem os cintos de segurança. Caso estivesse
voando com os mesmos, poderia ter evitado o choque de sua
cabeça com o painel frontal da aeronave. A possibilidade de
sobrevivência nesse caso teria aumentado significativamente.
O piloto possuía pouca experiência de voo e estava
realizando seu primeiro voo como “puxa-faixa”. Era portador
da licença de Piloto Privado, sendo que, em conformidade com
a legislação em vigor, o mesmo deveria possuir a
qualificação de Piloto Comercial, a fim de exercer a
pilotagem em Serviço Aéreo Especializado. Assim sendo, o
mesmo não era habilitado para executar a missão, a qual veio
a culminar com o acidente.
A aeronave apresentava excessivo grau de corrosão, mesmo
após terem sido realizados serviços preventivos e corretivos
de manutenção por oficinas homologadas.
A ineficiência dos serviços de manutenção realizados na
aeronave, tanto pelo Aeroclube de Juiz de Fora, quanto pelo
Aeroclube do Brasil, permitiu que houvesse uma fratura nos
tubos de fixação da deriva, ocasionada pelo alto grau de
corrosão em que se encontravam.
Tendo em vista a atitude da aeronave em voo picado,
inclinada e em curva contínua pela direita, e aparentemente
sem nenhuma ação eficaz pelo piloto em contrariar esse
movimento, admite-se que tenha ocorrido a fratura dos tubos
da estrutura na ligação da deriva com o restante da
aeronave, o que causou a perda de controle da mesma.
Muito provavelmente, o piloto sem saber exatamente o que
estava ocorrendo e, na tentativa de restaurar o controle
efetivo da aeronave, efetuou o alijamento da faixa, conforme
foi observado pelo piloto da terceira aeronave.
O fato de o referido voo ser realizado a baixa altura, de
deparar-se com uma atitude inesperada e agressiva da
aeronave em rumo de colisão com o mar e ainda, na tentativa
de o piloto readquirir o controle do avião, não houve tempo
suficiente para que o mesmo efetuasse qualquer tipo de
contato-rádio com as demais aeronaves.
CONCLUSÃO
Fator Humano - Aspecto Psicológico – Contribuiu
O piloto teve uma tomada de decisão inadequada, quanto ao
fato de estar voando sem os cintos suspensórios. Caso
estivesse utilizando, as conseqüências do acidente poderiam
ter sido minimizadas.
Fator Operacional
(1). Deficiente Manutenção – Contribuiu.
Houve a participação de pessoal de manutenção por
inadequação dos serviços preventivos e corretivos
realizados, o que contribuiu para a quebra da tubulação da
deriva, que estava com alto grau de corrosão. A quebra da
deriva pode ter gerado a incontrolabilidade da aeronave a
baixa altura.
(2). Deficiente Supervisão – Contribuiu.
Houve a participação de uma inadequada supervisão com
relação aos serviços de manutenção e com relação à
inadequada periodicidade de realização desses serviços.
(3). Pouca Experiência de Voo ou na Aeronave – Indeterminado
O piloto realizava sua primeira missão de reboque de faixa.
Apesar de ser inexperiente no tipo de voo, não se pode
determinar que tal aspecto tenha contribuído para a
ocorrência do acidente.
RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA DE VOO
A FLY PROPAGANDAS deverá realizar um controle efetivo de
periodicidade das inspeções de suas aeronaves; apresentar ao
DAC um programa de treinamento para seus pilotos, que
determine uma quantidade de horas mínimas requeridas para se
realizar os voos de “puxa-faixa”, e deverá apresentar ao DAC
um Programa de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos.
Os Aeroclubes de Juiz de Fora e do Brasil deverão reavaliar
as condições técnicas de seus mecânicos, através de exames e
testes periódicos; e incrementar as atividades de supervisão
de inspetoria durante e após a realização dos serviços de
manutenção preventiva e corretiva.
O SERAC 3 deverá realizar Vistoria de Segurança de Voo na
empresa Fly Propaganda Aérea; realizar Vistoria de Segurança
de Voo nos setores de manutenção dos Aeroclubes de Juiz de
Fora e do Brasil; divulgar, através de DIVOP, esta
ocorrência a todos os operadores de propaganda aérea da sua
circunscrição; e divulgar esta ocorrência a todos os demais
SERAC, no sentido de que as empresas de suas respectivas
circunscrições sejam alertadas para os fatores contribuintes
desse acidente.
Data:
24 NOV 9 5
Hora:
08:45
Aeronave:
Cessna 210 N Centurion II
Operador:
Particular
Matrícula/Prefixo: PT-OLD
Tripulação:
Ocupantes: 1 / Fatalidades: 1
Passageiros:
Ocupantes: 5 / Fatalidades: 5
Total:
Ocupantes: 6 / Fatalidades: 6
Local do
Acidente:
Aeródromo do
Campo de Marte (SBMT), São Paulo - SP
Tipo de
acidente: Perda de controle em voo
Fase de
Operação: em voo
Natureza do
Voo: transporte de carga
Aeroporto de
Partida: Aeródromo do Campo de Marte (SBMT), São Paulo -
SP
Aeroporto de
Destino: Aeroporto de Sorocaba (SDCO) - SP
DESCRIÇÃO:
Um avião Cessna não consegue levantar voo do Campo de Marte
e cai sobre a Avenida Santos Dumont, em São Paulo no dia 24
de novembro de 1995, matando os cinco passageiros e o
piloto.
HISTÓRICO
A aeronave decolou da pista 12 do Campo de Marte (SBMT), com
notificação de voo para Sorocaba (SDCO), transportando 06
pessoas a bordo.
Durante a decolagem, após a saída do solo e com os trens de
pouso em processo de recolhimento, as pás da hélice tocaram
a pista.
Após o toque, a aeronave tomou uma atitude cabrada e, em
curva pela direita, veio a colidir com um poste de baixa
tensão. A parada total da aeronave ocorreu numa avenida
próxima à cabeceira oposta da pista de decolagem.
Todos os ocupantes faleceram no local do acidente e a
aeronave ficou irrecuperável.
ANÁLISE
Devido à pequena capacidade dos caminhões dos bombeiros,
houve demora no apagamento do incêndio.
No que se refere ao aspecto psicológico, verificou-se que o
piloto tinha dificuldade em se concentrar diante de
situações de múltiplas estimulações como nas decolagens.
Era, entretanto, considerado um instrutor de voo
padronizado. A falta de dados sobre os últimos instantes
desse voo indeterminam a contribuição desse aspecto para o
acidente.
A comissão de investigação do acidente verificou que o peso
de decolagem 3.732 lb. estava abaixo do peso máximo
permitido de 3.800 lb. O Centro de Gravidade (CG) estava
deslocado para trás, mas dentro dos limites previstos. Para
decolar do Campo de Marte a aeronave necessitaria de 530m
dos 1600m disponíveis.
Foi constatado que durante o pré-voo o piloto deixou de
drenar o tanque ventral da aeronave, talvez por não ter
encontrado indícios de água ou impurezas nas amostras
resultantes da drenagem dos demais tanques. As análises
feitas no combustível retirado da aeronave comprovaram a
existência de água no mesmo.
Durante o táxi não foram percebidas anormalidade no motor.
Durante a corrida de decolagem o ruído do motor da aeronave
apresentou mudanças próximo à velocidade de rotação.
Explosões foram ouvidas e reportadas pelas testemunhas. A
aeronave também teve aumentada a distância de corrida no
solo que chegou a 1000m. Esse comportamento anormal do motor
e o aumento da distância de decolagem são indícios de
problemas (água) no grupo motopropulsor.
Após sair do solo o trem de pouso foi recolhido. A
performance da aeronave é alterada pela característica de
recolhimento do trem de pouso do C210, que tende a aumentar
o arrasto aerodinâmico. A ausência de gravador de voz de
cabine e a não existência de sobreviventes nos leva a
formulação de pelo menos duas hipóteses:
1ª. Hipótese
A aeronave sofreu redução de potência logo após o
recolhimento do trem de pouso. Como conseqüência afundou e
tocou com as pás da hélice na pista. A aeronave foi cabrada
excessivamente. Com redução de potência por presença de água
no combustível, o ângulo de cabrada e a perda de segmento
nas pás da hélice não foi possível sustentar o voo. O piloto
tentou o pouso de emergência.
2ª. Hipótese
O piloto recolheu o trem de pouso e permaneceu próximo à
pista para aproveitar o efeito solo e acelerar mais a
aeronave. Nesse momento o motor perdeu potência e afundou,
provocando o toque das pás no solo. A aeronave foi cabrada
excessivamente. Nesse meio tempo ocorreu a falha (perda de
potência) do motor que, conjugada com a perda de segmento
nas pás das hélices inviabilizou o voo, obrigando o piloto
à tentativa de pouso de emergência.
CONCLUSÃO
Fator Humano - Aspecto Psicológico - Indeterminado
Os indícios de contribuição desse aspecto para a ocorrência
ficaram ao campo da indeterminação por insuficiência de
dados para as análises.
Nas últimas avaliações psicológicas foi observado uma
dificuldade de concentração em situações de múltipla
estimulação, existindo um empenho de busca da melhor
resposta, em detrimento do fator tempo.
Fator Operacional
(1). Esquecimento - Indeterminado
O piloto não drenou o reservatório de combustível localizado
na área ventral da fuselagem.
Houve constatação de água no combustível durante a
investigação.
As “explosões” ocorridas durante a decolagem são indícios de
mau funcionamento do motor, ocorrido por presença de água no
combustível.
(2). Deficiente Julgamento - Contribuiu
A aeronave utilizou o dobro de pista necessária para
alcançar a velocidade de rotação e iniciar sua saída do
solo. Este fato, somado ao funcionamento irregular do motor,
já seria suficiente para que o piloto abortasse a decolagem.
(3). Deficiente Aplicação dos Comandos - Indeterminado
Após recolher o trem de pouso o piloto permitiu que a
aeronave afundasse.
A atitude da aeronave, observada após a ocorrência do toque
da hélice na pista, é indício de perda de controle em voo.
(4). Deficiente Infra-estrutura - presente sem ter
contribuído
Apesar desse acidente envolver uma aeronave de pequeno
porte, o Pelotão Contra-Incêndio encontrou dificuldades para
combater o fogo, devido a inadequação das vestimentas dos
bombeiros e insuficiente quantidade de água.
Apesar de não ter sido um fator contribuinte para o acidente
em questão, a incapacidade em debelar o fogo caracterizou
deficiência de infra-estrutura aeroportuária.
(5). Deficiente Planejamento - Contribuiu
Apesar da experiência que possuía, os fatos indicam que o
piloto não havia se preparado para uma emergência na
decolagem.
RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA DE VOO
Os SERAC deverão alertar os operadores de aeronave C-210
Centurion, em suas respectivas áreas, da existência de um
dreno de combustível localizado próximo à entrada da bomba
de combustível, na seção ventral da aeronave. Alguns modelos
incorporaram este dreno e, durante a investigação, foi
constatado que vários pilotos desconheciam esta
diferenciação; e divulgar em suas atividades educativas e
promocionais (seminários, palestras, Divop etc.) noções de
gerenciamento de risco como alternativa educacional para
evitar ocorrências como essa.
A Administração do Campo de Marte deverá: providenciar
equipamentos de proteção individual aos bombeiros do Pelotão
Contra-Incêndio (PCI), adequados às situações de combate ao
fogo possíveis de ocorrer no socorro a aeronaves
acidentadas; e adequar as viaturas do PCI à categoria
prevista no Aeródromo do Campo de Marte, pois, embora não
tenha contribuído para as fatalidades e danos, houve
deficiência dos equipamentos necessários ao ataque ao fogo,
além de estarem operando, no momento do acidente, abaixo da
categoria.
Data:
28 NOV 95
Hora:
02:00
Aeronave:
Fairchild FH-227B
Operador:
TABA
Matrícula/Prefixo: PP-BUJ
Tripulação:
Ocupantes: 2 / Fatalidades:
2
Passageiros:
Ocupantes: 2 / Fatalidades:
1
Total:
Ocupantes: 4 / Fatalidades: 3
Local do
Acidente: próximo a
Santarém - PA
Tipo de
acidente: Colisão em Voo com Obstáculo
Fase de
Operação:
aproximação para pouso
Natureza do
Voo:
voo de
transporte de carga
Aeroporto de
Partida: Aeroporto Internacional de Belém - Val de Cans
- (SBBE) - PA
Aeroporto de
Destino: Aeroporto
de Santarém (SBSN) - PA
DESCRIÇÃO:
O Fairchild da TABA, operando
um voo cargueiro vindo de Belém, caiu na sua segunda
tentativa de pouso no Aeroporto de Santarém.
Histórico da Aeronave:
Prefixo Operador DD
-------------- ------------------------------ ----------
N2740R FAIRCHILD-HILLER CORPORATION
PP-BUJ PARAENSE TRANSPORTES AEREOS SA 02.08.1968
PP-BUJ GOVERNO BRASILEIRO 15.07.1970
PP-BUJ VARIG 1970
PP-BUJ GOVERNO BRASILEIRO 10.1975
PP-BUJ TABA 19.06.1976
-------------- ------------------------------ ----------
www.aeromuseu.com.br
Se tiver informações sobre
este acidente, por gentileza encaminhe para nós:
contato@desastresaereos.net
Data:
02 DEZ 95
Hora:
15:30
Aeronave:
EMB 721C
Sertanejo
Operador:
Particular
Matrícula/Prefixo: PT-EKN
Tripulação:
Ocupantes: 3 / Fatalidades: 3
Passageiros:
Ocupantes: 0 / Fatalidades: 0
Total:
Ocupantes: 3 / Fatalidades: 3
Local do
Acidente: Fazenda Casa Branca, Guaraci - SP
Tipo de
acidente: Colisão em Voo com Obstáculo
Fase de
Operação:
aproximação para pouso
Natureza do
Voo:
voo panorâmico
Aeroporto de
Partida: estrada vicinal - Altair - SP
Aeroporto de
Destino: estrada vicinal - Altair - SP
HISTÓRICO
A aeronave decolou de uma estrada vicinal que dá acesso a
cidade de Altair (SP), com o objetivo de realizar um voo
panorâmico, transportando 07 passageiros.
Quando na aproximação final para pouso na estrada, a
aeronave passou entre linhas de transmissão de alta tensão e
cabos de aço utilizados como pára-raios. Neste instante
houve a colisão do estabilizador vertical com os cabos de
aço, ocasionando a separação de parte do referido
estabilizador da estrutura da aeronave.
A aeronave entrou em curva pela esquerda e ainda voou por
aproximadamente 07 Km, quando, após colidir a asa esquerda
numa árvore, veio a sofrer um forte impacto com o solo.
O piloto e todos os passageiros faleceram no local do
acidente e a aeronave ficou irrecuperável.
ANÁLISE
Neste acidente, as irregularidades cometidas pelo piloto
demonstram uma grande incapacidade profissional para a
atividade aérea.
O piloto, proprietário da aeronave, estava com os
certificados vencidos quando acertou com a prefeitura local
a realização de voos panorâmicos no final de semana. Como a
cidade era desprovida de aeródromo, foi utilizado como pista
uma estrada vicinal próxima. Nesta estrada foram demarcadas
as cabeceiras e também a localização de uma rede de alta
tensão.
A presença da Guarnição da Polícia Militar pressupõe
conivência de autoridade local, sendo tal fato,
provavelmente ocasionado por desconhecimento das normas que
regulamentam a atividade da aviação civil.
Desprezando qualquer norma operacional, o piloto colocou a
bordo da aeronave 07 passageiros, quando sua capacidade
máxima seria 06.
Como o piloto passou por cima da rede, é provável que sua
atenção tenha sido dirigida somente para esses fios e que
não tenha observado a existência do cabo de aço (cabo
pára-raios).
Após a perda de parte do estabilizador vertical, a aeronave
iniciou uma curva pela esquerda o que é indício de tentativa
de prosseguir para um pouso de emergência seguida de perda
de controle em voo devido ao travamento ou dificuldade com
os comandos dos pedais ou profundor.
A perda de todo o estabilizador vertical logo após
impossibilitou comandar a aeronave o que ocasionou sua perda
de controle, a conseqüente colisão da asa esquerda com uma
árvore e o impacto final com o solo.
CONCLUSÃO
Fator Humano
(1). Aspecto Fisiológico - Indeterminado
O piloto estava com seu CCF vencido não sendo possível
afirmar, por isso, que estivesse apto para o voo.
(2). Aspecto Psicológico - Contribuiu
O piloto tinha conhecimento de que realizava uma operação
irregular em diversos aspectos.
O piloto não percebeu o fio pára-raio ou subestimou a
distância (altura) correta para ultrapassá-lo. O provável
pânico a bordo após a colisão pode ter dificultado o
controle da aeronave.
Fator Operacional
(1). Deficiente Infra-estrutura - Contribuiu
A operação fora de aeródromo homologado contribuiu para o
acidente, pela inexistência de qualquer apoio aeronáutico e
de infra-estrutura aeroportuária, bem como pela existência
de obstáculo no setor de aproximação.
(2). Imprudência - Contribuiu
O piloto aumentou, desnecessariamente, os riscos da operação
ao realizá-la em local não homologado, sem as mínimas
condições de segurança de voo e localizado perto de rede de
alta tensão.
O piloto aumentou, desnecessariamente, os riscos aos
ocupantes ao colocar passageiro a bordo em número superior
ao permitido pela homologação.
(3). Indisciplina de Voo - Contribuiu
O piloto operou a aeronave com os seus CHT e CCF vencidos,
em local não homologado, exercendo atividade com aeronave
registrada em outra categoria sem que para tal estivesse
autorizado.
(4). Negligência - Contribuiu
O piloto não considerou as possibilidades da ocorrência de
uma situação de emergência operando num local não
homologado, nem tampouco respeitou o fato de estar com seus
certificados vencidos.
A aeronave possuía uma capacidade de no máximo 06
passageiros e foi operada transportando a bordo 07
passageiros. Apesar de não ter contribuído, este fato
demonstra o nível de negligência por parte do piloto.
RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA DE VOO
O DAC deverá:
1) Com base nesta ocorrência e através da Assessoria
Jurídica e da Assessoria de Comunicação Social, divulgar
documento esclarecedor aos Governos dos Estados e
Prefeituras Municipais sobre a legislação atual que
regulamenta a aviação civil, alertando sobre os perigos da
conivência com operações irregulares de aeronaves civis e
suas conseqüências perante o Poder Judiciário.
2) Divulgar essa ocorrência entre os proprietários de
aeronaves da aviação geral, aeroclubes, escolas de formação
de pilotos e em Seminários voltados para a aviação civil ou
de Segurança de Voo.
3) Estudar a viabilidade de criar um Grupo de Trabalho (GT)
para definir um programa eficaz de controle e acompanhamento
das aeronaves e tripulantes em situação irregular,
estabelecendo contato estreito com esse universo de forma a
inibir iniciativas como as dessa ocorrência. Alertar aos
integrantes do GT que considerem a possibilidade de uso de
outras organizações governamentais de controle como a
Receita Federal e outros cadastrados. Considerar essa
ocorrência com a mesma gravidade de outras como o PT-LSD,
que se acidentou em Guarulhos com uma banda de músicos de
grande repercussão psicossocial a nível nacional.
Você tem mais informações sobre estes ou outros acidentes?
Escreva para nós:
contato@desastresaereos.net
.
Fontes: ASN, Wikipédia
e CENIPA.
Edição de texto e imagem: Jorge Tadeu da Silva
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