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TORINO |
MANCHESTER
UNITED |
ALIANZA LIMA |
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THE STRONGEST |
SELEÇÃO DE ZÂMBIA |
CHILE GREEN CROSS |
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PAKHTAKOR TASHKENT |
LEEDS UNITED |
SANTOS |
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CORINTHIANS |
GRÊMIO |
CAXIAS |
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Clique
AQUI para ler o especial:
"A tragédia com o voo da
Chapecoense" |
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TORINO
A Itália perde a base de sua
seleção
Em 4 de maio de 1949, há
algumas milhas de Turim, sob forte nevoeiro, aconteceu uma tragédia
que marcaria para sempre a história do futebol italiano e
mundial.
O avião, um Fiat G212, que
transportava a delegação do Torino de volta à Itália, após um
amistoso contra o Benfica em Portugal, chocou-se contra uma das
torres da basílica de Turim de Superga, a 600 metros de altura. Não
houve sobreviventes.
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O avião dentro
da torre da Basílica de Turim
Foto: Wikimedia
Commons |
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Foto de um Fiat
G212 igual ao do acidente
Foto: Andrea
Buzzacchi |
Pela Liga Italiana a rodada
era a de número 34. O Torino liderava a competição com quatro pontos
de vantagem sobre a Internazionale de Milão, faltando quatro jogos
para o término do Campeonato. Como na época a vitória valia dois
pontos, oito ainda estavam em jogo.
No mesmo dia a Liga declarou
a equipe grená campeã nacional. Seria, então, o quinto Scudetto
(título de campeão italiano) consecutivo do time. Considerado a
melhor equipe da Europa durante uma década e a base da Azurra, os
dirigentes não aceitaram tal proposta: queriam conquistar o título
em campo, jogando.
Para honrar os 18 jogadores
mortos na tragédia, entre eles o ídolo Valentino Mazzola, o Torino
disputou as quatro partidas restantes com a equipe juvenil. Em 15 de
maio, a primeira, 4x0 em cima do Genova. Em 22 de maio, a segunda:
3x0 no Palermo. Em 29 de maio, a terceira, 3x2 contra a Sampdoria.
Por fim, 12 de junho, 2x0 na Fiorentina.
Os quatro rivais
demonstrando profundo respeito, também escalaram suas equipes
juvenis. Assim, o Torino atingira o seu principal objetivo e
sagrou-se campeão dentro de campo. A equipe viria a ganhar um novo
Scudetto apenas em 1976.
REGISTRO: Vestindo
camisas grenás, o Corinthians prestou no mesmo dia do acidente uma
homenagem aos jogadores do Torino, num jogo contra a Portuguesa, no
estádio do Pacaembu.
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Os jogadores na foto: Bacigalupo;
Castigliano, Ballarin, Rigamonti e Loik; Menti e Ossola; Martelli, Gabeto,
Moroso e Mazzola. |
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MANCHESTER
UNITED
A tragédia que a
Inglaterra nunca esquecerá
No dia 06 de fevereiro de
1958, após a disputa de uma partida contra o Estrela Vermelha, em
Belgrado, o Manchester fazia a viagem de retorno à
Inglaterra. Era o vôo 609 da British European Airways.
A equipe havia conquistado
um empate por 3 a 3 contra o time iugoslavo, que lhe rendeu a
classificação para as semifinais da Taça dos Campeões.
Mas não houve tempo para
comemoração. Segundo testemunhas, durante a viagem estava nevando
muito. O piloto do bimotor Airspeed Ambassador, prefixo G-ALZU, construído
pela “De Havilland”, que fazia vôos regulares entre a Alemanha e a
Inglaterra, estava com pouca visibilidade. E, para piorar, um dos
motores estava com defeito. A torre chegou a ser informada sobre o
problema, mas nada adiantou.
Logo depois, o motor pegou
fogo e o avião caiu nas proximidades da cidade de Munique, na região
da Baviera, por volta das 18 horas.
No acidente morreram 28
pessoas entre passageiros e moradores do local da queda do avião. A
comitiva do Manchester era formada pelo diretor esportivo, o
secretário da equipe, 11 jornalistas e 17 jogadores.
Logo após o acidente, o
zagueiro Billy Foulker afirmou: “Tudo se passou terrivelmente
depressa. Uma explosão formidável que sacudiu o aparelho, e tínhamos
a impressão que nossos tímpanos explodiam”.
A equipe perdeu oito
jogadores: Roger Byrne, Eddie Colman, Duncan Edwards, Mark Jones,
David Pegg, Tommy Taylor, Liam Welan e Greoffrey Bent.
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O Airspeed
Ambassador - prefixo G-ALZU - em Munique antes do acidente |
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Após a queda, o
avião queima na região da Baviera, próximo a Munique
Fotos: Mrs. Ruby
Thain |
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O que
sobrou do bimotor
Airspeed Ambassador |
Placa em memória
dos jogadores falecidos no desastre aéreo de Munique, no estádio
Old Trafford
(clique na foto
para amplia-la) |
Entre os sobreviventes
Bobbby Chalton, que, em 1966, voltou a sorrir quando no estádio de
Wembley, foi o grande destaque no Mundial vencido pela
Inglaterra.
Até hoje a tragédia não foi
esquecida. No aeroporto de Riem foi construído um grande memorial e
várias homenagens ocorreram no aniversário de 40 anos do acidente,
em 1998. A mais bonita aconteceu no estádio Old Trafford, no dia 7
de fevereiro desse ano. Antes do jogo entre Manchester United e
Bolton, mais de 50 mil pessoas fizeram um minuto de silêncio.
Nesse mesmo ano, 1998, o
destino pregou uma peça aos ingleses. O Manchester foi à cidade de
Munique enfrentar, pela Copa dos Campeões, o Bayern Munich, no dia
30 de setembro. O jogo terminou empatado por 2 a 2 e a dor da
lembrança voltou ao coração dos ingleses.
ALIANZA
LIMA
A tragédia que podia ser
evitada
O Alianza Lima foi, ao longo
dos anos 70 e 80, a grande sensação do futebol peruano e a base para
as convocações da seleção nacional. Na época o Peru ocupava o lugar
de quarta potência do futebol sul-americano atrás apenas de Brasil,
Uruguai e Argentina. Porém, essa história de grande celeiro de
grandes jogadores do futebol peruano se encerrou de forma rápida e
trágica.
No dia 8 de dezembro de
1987, o Alianza estava na cidade de Pucallpa, onde disputava mais
uma partida pelo Campeonato Peruano, competição que liderava naquele
momento. O time saiu de campo vencedor por 1 x 0. Foi a última
vitória da precoce carreira daqueles atletas.
No retorno à capital, poucos
minutos antes de aterrissar no Aeroporto Internacional Jorge Chavez,
o avião Fokker 27 MPA, da Marinha de Guerra do Peru, apresentou
problemas no trem de pouso dianteiro. O piloto – mais tarde
descobriu-se que não era qualificado – fez, por duas vezes, manobras
bruscas com a aeronave, para cima e para baixo, no intuito de baixa
o trem de pouso a força. Na segunda manobra perdeu o controle do
avião que caiu no Mar de Ventanilla. Apenas ele, o piloto,
sobreviveu. Perderam a vida todos os jogadores, comissão técnica,
alguns torcedores, árbitros e a tripulação.
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Avião Fokker 27 MPA
igual ao do acidente |
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A
última foto antes da tragédia |
Na manchete do
jornal peruano:
o aviso do piloto
para a torre |
A tragédia comoveu o país. E
também os sobreviventes. Escaparam da morte Juan Reynoso, Richard
Garrido, Javier Castillo, Benjamin "Colibri" Rodriguez e César
Espino, todos integrantes do time titular, mas que, por motivo de
contusão ou suspensão, não participaram da partida.
No ano seguinte, o público
pernambucano pôde conhecer de perto o que sobrou do Alianza Lima. A
equipe estava no mesmo grupo que o Sport, na Copa Libertadores da
América. Ex-sensação do futebol peruano, o time azul e branco estava
desmantelado. Primeiro, o Leão venceu no Peru, 1 x 0, gol de falta
de Betão; depois, goleou o adversário, na Ilha do Retiro, por 5 x 0.
Esperança do país, o Alianza
encerrou sua participação na competição continental em último lugar
eu sua chave, apesar da animação dos jogadores atuais
O acidente causou uma
reviravolta no futebol peruano. Em termos práticos, o futebol do
país ainda não se recuperou da tragédia. Jamais as equipes peruanas
conseguiram maior destaque nas competições sul-americanas. O Alianza
é um nome quase desconhecido para as novas gerações - que viram o
Sporting Cristal se tornar o principal representante do futebol
peruano.
A Tragédia de Viloco
Em 24 de setembro de
1969, feriado local, a equipe do The Strongest foi convidada para
participar de um jogo amistoso organizado pela Associação de Futebol
de Santa Cruz de La Sierra.
Para a equipe, era
somente outra visita a cidade de Santa Cruz, após o término do
Campeonato Nacional. A última partida oficial foi disputada no
domingo anterior, dia 14 de setembro, uma derrota para o
Universitário por 3 a 1, no que viria a ser a última oficial para da
vida de diversos jogadores.
Na noite do dia 26 de
setembro, soube-se que o avião, um DC-6 da Lloyd Aéreo Boliviano,
com a maioria da delegação do The Strongest, que retornava da cidade
de Santa Cruz de La Sierra em direção a La Paz havia desaparecido.
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Avião
abandonado no Aeroporto de La Paz. Idêntico ao do acidente |
Passadas vinte e
quatro horas do desaparecimento, e já sem muita esperança, o país
recebeu a notícia: o avião havia se precipitado contra numa região
montanhosa chamada La Cancha, na região mineira de Viloco, a cerca
de 100 km de La Paz.
Todos os 69
passageiros e 9 membros da tripulação morreram. Os 16 jogadores e os
três outros membros da delegação que morreram:
Armando Angelacio,
Hernán Andretta, Orlando Cáceres, Juan Iriondo, Jorge Durán, Julio
Díaz, Héctor Marchetti, Angel Porta, Jorge Tapia, Ernesto Villegas,
Germán Alcázar, Eduardo Arrigó, Oswaldo Franco, Raúl Farfán, Oscar
Flores e Diógenes Torrico, mais o técnico Eustáquio Ortuño, o
massagista Felipe Aguilar e o dirigente da equipe José Ayllón.
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O transporte das
vítimas da tragédia
(Foto: site do The
Strongest) |
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Chile Green Cross
(atual Deportes Temuco)
Em 03 de abril de 1961
o avião Douglas DC-3 da LAN Chile, prefixo CC-CLD-P210, realizava o
voo 210 trazendo de volta a equipe
do Chile Green Cross (hoje Deportes Temuco) de uma partida em Osorno,
pelo Torneio Apertura da Copa Chile.
Voando com visibilidade ruim, chocou-se contra a Serra de Las
Animas, na Cordilheira de Linares, matando todos os seus 20
passageiros e quatro tripulantes.
Pakhtakor Tashkent
No dia 11 de agosto de
1.979, uma colisão aérea entre dois aviões russos Tupolev 134As da
Aeroflot, vitimou a equipe de futebol do Pakhtakor Tashkent, do
Uzbequistão, que fazia o vôo 7880, rota Tashkent - Donetsk -
Minsk sobre a antiga União Soviética.
Uma falha do controle
de tráfego aéreo da Rússia na separação aérea das aeronaves causou o
choque entre elas, a 27.200 pés de altitude, que vieram a cair sobre
a cidade de Dneprodzerzhinsk, na Ucrânia.
No avião prefixo
CCCP-65735 da delegação do Pakhtakor Tashkent morreram todos os 84
ocupantes, entre eles os 14 jogadores e os três membros da comissão
técnica. Na outra aeronave, a de prefixo CCCP-65816, morreram os 94
ocupantes. Computando as duas aeronaves o saldo foi de 178 mortos.
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Tupolev
Tu-134A semelhante ao do acidente
(Foto: Juhani
Sipilä) |
Seleção da Zâmbia
A Tragédia no Gabão
No dia 28 de abril de 1993 uma aeronave De Havilland DHC-5 da Força
Aérea da Zâmbia, prefixo AF-319, que levava a Seleção do país para uma partida das
Eliminatórias para a Copa do Mundo de 1994, explodiu logo após
decolar de um aeroporto em Libreville, no Gabão, onde havia sido reabastecido.
Dezoito jogadores,
três dirigentes da Associação de Futebol da Zâmbia (FAZ) e cinco
militares morreram.
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De Havilland
DCH-5 semelhante ao da tragédia no Gabão.
(Foto: site do
futura-dtp.dk) |
As investigações a
respeito das verdadeiras causas do acidente nunca foram completadas,
e os “Chipolopolo” (Balas de Cobre, no idioma bemba, em referência
ao estilo veloz de jogo da seleção zambiana e ao metal cuja extração
é vital para a economia do país) perderam muito do espaço que haviam
conquistado nos anos anteriores. Há fortes indícios, no entanto, que
aquele time seria uma das grandes surpresas da Copa de 1994.
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AS
QUASE TRAGÉDIAS |
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LEEDS
UNITED
A equipe do Leeds United
da Inglaterra por pouco não foi vitimada por uma tragédia aérea em 01 de
outubro de 1998. Após uma partida em que foi derrotado pelo West Ham por
3x0 jogadores e comissão técnica retornavam de Londres para a cidade de
Leeds.
O avião, um bimotor British Aerospace 748 fretado da empresa
Emerald Airways, parou de funcionar após a decolagem assim que
atingiu os 150 pés.
Com um dos motores em chamas o piloto realizou
um pouso de emergência no Aeroporto Stansted, em Londres. Havia 19
jogadores entre os 44 passageiros. Apenas um jogador feriu-se, mas sem
gravidade.
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O British Aerospace
748 após o pouso de emergência
(Foto: Arquivo
Desastres Aéreos) |
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SANTOS
Três minutos que fizeram a
diferença
Depois de sagrar-se bi
campeão sul-americano e mundial em 62 e 63, o ano de 1968 foi muito
pródigo e generoso para o Santos F.C. Venceu as Recopas Sul-americana e
Mundial interclubes. É por isso que a FIFA reconhece o Santos também
como tricampeão.
Ainda em 68 foi bicampeão
paulista e do Torneio Roberto Gomes Pedrosa (a 1ª Taça de Prata), onde
no dia 15 de setembro de 1968, (um domingo) enfrentou o Flamengo no
Maracanã vencendo por 3 a 2.
Após a partida, Pelé &
Cia. retornaram a São Paulo viajando num avião modelo Viscount, prefixo
PP-SER, da Vasp, que pousou no aeroporto de Congonhas às 21h15.
Desembarcaram 52 passageiros e comissários, incluindo a delegação do
Santos. Permaneceram a bordo o comandante Neutel e co-piloto Freire.
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O Viscount 748
fotografado antes do acidente
(Foto: Arquivo
Desastres Aéreos) |
Cerca de três minutos
após, o avião decolou para um vôo de treinamento dos tripulantes. Ao
sobrevoar a Cidade Universitária (o Campus da USP – Universidade de São
Paulo), houve falha numa das turbinas e o avião caiu ficando reduzido a
escombros.
Morreram na queda os dois
tripulantes e em terra uma senhora que residia numa das casas atingidas
pelo impacto e pelas labaredas.
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O local da queda
próximo a Cidade Universitária (USP)
(Foto: Arquivo
Desastres Aéreos) |
O acidente não foi
destaque na imprensa. Apenas um jornal de São Paulo publicou, mas sem
alarde, que o Santos havia desembarcando a poucos instantes daquele
aparelho que acabou se precipitando na região da Cidade Universitária.
Naquele tempo, a VASP pertencia ao Governo de São Paulo e, para a
imprensa, o acidente, só teria repercussão mundial, se acontecesse com o
pessoal do Santos a bordo.
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CORINTHIANS
Pânico no Equador
No dia 1º de maio de 1996,
um sério acidente numa tentativa frustrada de decolagem do avião que
traria de volta a delegação do Corinthians para o Brasil após um jogo em
Quito, no Equador, quase acaba em tragédia.
A bordo da aeronave os
jogadores comemoravam com champanhe a vitória de 3 a 1 sobre o Espoli,
do Equador, quando "viram a morte de perto", como definiu o zagueiro
Cris. Às 18h45 daquela quarta-feira, 80 pessoas entre jogadores,
comissão técnica, torcedores e jornalistas estavam prontas para decolar
de Quito rumo a São Paulo.
Chovia forte no momento da
tentativa de decolagem efetuada pelo comandante Cledir da Silva, nos
controles do Boeing 727-2B6, prefixo PP-LBY, da companhia aérea FLY.
Eram 17 horas locais (19
horas de Brasília). Na aeronave 72 pessoas a bordo. A pista do aeroporto
Mariscal de Sucre é considerada uma das mais perigosas do mundo.
Quarenta e seis segundos
após o início da corrida, quando o avião deveria estar levantando vôo,
os passageiros descobriram o que o comandante já sabia: o 727 não iria
decolar. Na realidade ele já havia iniciado os procedimentos para
abortar a decolagem, isso a mais de 200 quilômetros por hora.
Nesse momento a aeronave
patinou, saiu da pista, deslizou pela grama e destruiu tudo pela frente,
incluindo cercas e o muro onde finalmente parou quase nas ruas da
capital do Equador. O tanque de combustível da asa direita rompeu-se e
derramou combustível sobre o trem de pouso que se partia e as faíscas
deflagraram um incêndio que atingiu a aeronave que já estava com sua
cabine destruída e a fuselagem partida ao meio.
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O Boeing 727 da Fly
sai da pista em Quito, no Equador
(Foto: Agência AFP/Veja) |
O pronto atendimento dos
bombeiros evitou o incêndio total da aeronave e o fogo foi logo apagado.
Segundo o comandante, no momento em que o avião taxiava, chovia pouco,
mas aumentou ao tentar arremeter. "Infelizmente, a pista não foi
suficiente para que a aeronave parasse a tempo", garantiu Cledir:
"Tivemos muita sorte porque poderíamos ter morrido todos", disse.
"Evitei uma tragédia."
"É difícil falar o que
houve", afirmou o goleiro Ronaldo. "Mas vou lembrar-me disso por muito
tempo ainda." O goleiro ainda afirmou: "O piloto foi sensacional."
Conforme um porta-voz do
DAC (Departamento de Aviação Civil) equatoriano, o avião, ao atingir o
muro no final da pista, teve um princípio de incêndio na turbina
direita, logo controlado pelos bombeiros. O fogo começou quando o
comandante reverteu bruscamente os motores para diminuir a velocidade.
"Tinha a sensação de que
todos íamos morrer", contou o diretor de Futebol Jorge Neme. "Na hora do
impacto, as pessoas foram arremessadas para frente e houve pânico". "Foi
horrível. O avião batia em muretas e a fuselagem ia rasgando. As
cadeiras voavam, os vidros se quebravam e as pessoas não paravam de
gritar. Pela janela, via-se fogo na asa e o querosene vazava para todos
os lados. O avião só parou depois de bater de frente em um muro e
invadir uma avenida", relatou o jornalista Ricardo Capriotti, da Rádio
Bandeirantes, que estava na aeronave.
"Houve uma neurose
generalizada", atestou o médico do Corinthians, Paulo Farias. "Todos
queriam sair do avião ao mesmo tempo." O jogador Tupãzinho foi quem mais
se machucou. Com o corpo tomado pelo querosene, ele não esperou que os
tobogãs de emergência inflassem e saltou do avião. Torceu o tornozelo e
teve algumas queimaduras. Outros cinco passageiros sofreram escoriações
leves e o piloto, comandante Cledir Joaquim da Silva, cortou o rosto. Um
saldo positivo. Se o avião tivesse saído do chão, poderia ter batido de
frente em uma das montanhas que compõem a Cordilheira dos Andes e cercam
o aeroporto Mariscal Sucre, no centro de Quito. A direção do Aeroporto
informou que houve apenas feridos leves.
O DAC do Equador admite
três hipóteses: a ruptura do trem de aterrissagem dianteiro, uma falha
nos motores ou mesmo o avião ter patinado na pista devido à chuva. Uma
das comissárias do vôo, Carmem, declarou que o avião não estava em
perfeitas condições desde que saiu de São Paulo, mas não entrou em
detalhes.
Sabe-se que para fazer o
vôo com apenas uma escala, em Porto Velho, o Boeing estava com os
tanques cheios e muito pesados para uma pista pequena como a de Quito. A
tripulação do avião permaneceu na capital equatoriana durante o período
de inspeção e a FLY informou que "Desde que a aeronave foi adquirida
pela empresa, há quarenta dias, não havia nenhum sinal de problemas em
nenhum de seus vôos."
O avião foi adquirido da
Royal Air Maroc, companhia aérea marroquina. O comandante Cledir, que já
havia pilotado o avião antes dessa viagem, disse à empresa que também
não sabia o motivo do acidente. "Segundo ele, no momento em que decidiu
abortar a decolagem, o avião deveria frear normalmente, até o final da
pista", relatou Mello. "Mas a aeronave não parou, não se sabe se pelo
fato de a pista estar molhada ou por influência dos ventos." |
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GRÊMIO
e CAXIAS
Mudança de voo na última hora salva
os dois times
Grêmio altera programação
e salva delegação do acidente
A queda do vôo JJ 3054 da
TAM em São Paulo no dia 17 de julho de 2007 quase vitimou toda a
delegação do Grêmio. O diretor de futebol do clube, Paulo Pelaipe,
afirmou que o elenco seguiria nesse vôo para chegar a Goiânia, onde
enfrentou o Goiás no dia 19 de julho, mas o caos aéreo acabou alterando
a programação. “Uma das alternativas era São Paulo-Porto Alegre à tarde.
Em uma conversa com Mano Menezes (técnico), decidimos não pegar o vôo
para São Paulo, até pelo caos aéreo. Decidimos ir para Brasília e então
ir para Goiânia”, confirmou o dirigente.
Segundo Pelaipe, no
momento da queda, a delegação já estava no Distrito Federal. “Quando
chegamos em Brasília, os celulares estavam entupidos de telefonemas”,
relatou.
No caso de Pelaipe, o seu
filho, que passa férias na Argentina, chegou a ter a informação de que o
dirigente estava no avião, mas a dúvida foi solucionada com um
telefonema. O mesmo fato ocorreu entre o goleiro Saja e seu pai.
Elenco do
Caxias escapa da tragédia ao embarcar em vôo seguinte
Além da delegação do
Grêmio, o elenco do Caxias também esteve muito perto de embarcar no vôo
JJ 3054 da TAM, que caiu dia 17 de julho de 2007 em Congonhas, em São
Paulo. O time seguia para Maringá (PR), onde enfrentou o ADAP/Galo-PR no
dia seguinte pela Série C do Campeonato Brasileiro, mas embarcou no vôo
seguinte ao do acidente. O vôo dos jogadores do Caxias mudou a rota e
desembarcou em Curitiba, onde os passageiros souberam da tragédia em São
Paulo. De acordo com o assessor de imprensa do clube, Gustavo Rech, o
elenco ficou muito emocionado.
“Nós poderíamos ter sido
as vítimas. Eu chorei, muitos choraram. Estamos atônitos, todos estamos
em estado de choque”, relatou Rech.
O ex-presidente do
Internacional, Paulo Amoretty, está entre as vítimas do acidente.
Fonte: Gazeta Esportiva.Net
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