.
23.12.1992
Hora: 17:10
Aeronave:
EMB-720D Minuano
Operador:
Particular
Matrícula/Prefixo: PT-RIB
Tripulação:
Ocupantes: 1 / Fatalidades: 0
Passageiros:
Ocupantes: 0 / Fatalidades: 0
Total:
Ocupantes: 1 / Fatalidades: 0
Em solo: 1
fatalidade
Local do
Acidente: Pista de Feijó – SWFJ - AC
Tipo de
acidente: Outros - Colisão com Pessoa no Solo
Fase de
Operação: em solo
Natureza do
Voo:
Transporte particular de passageiros
Aeroporto de
Partida: Aeródromo Eirunepé - AM
Aeroporto
de Destino: Aeroporto de Feijó – SWFJ - AC
HISTÓRICO
A aeronave decolou de Eirunepé - AM com
destino a Feijó - AC. Na corrida no solo após o pouso,
depois de percorrer aproximadamente 400 m, atropelou um
pedestre que cruzava a pista. A aeronave sofreu avarias
leves na raiz da asa esquerda e o pedestre faleceu a caminho
do hospital.
ANÁLISE
Ao chegar na vertical da pista, o piloto
efetuou uma passagem sobre a mesma para verificar as suas
condições e alertar a população de que iria pousar. O pouso
foi realizado e, a 400m após o toque no solo, o piloto viu
uma criança que cruzava a pista de pouso e tentou desviar à
direita. Este desvio, porém, não conseguiu evitar o choque
da asa esquerda com o pedestre. Os procedimentos adotados
pelo piloto foram considerados adequados.
Existe uma rua que cruza a pista e o acesso
de viaturas e pedestres é controlado por uma guarita.Os
funcionários que permanecem nesta guarita, porém, abandonam
o serviço as 17:00 h e, a partir deste momento, o acesso à
pista passa a ser livre.
Não existe nenhum tipo de sinalização
alertando aos pedestres e motoristas dos cuidados a serem
tomados para o cruzamento da pista, tampouco vias de acesso
alternativas que contornem os seus limites.
CONCLUSÃO
Fator Operacional - Deficiente
Infra-Estrutura - Contribuiu.
É permitido o acesso de viaturas e pedestres
à pista de pouso, não havendo placas de sinalização e existe
uma rua que cruza a pista, sendo confundida com a mesma.
RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA DE VOO
O SERAC-7 e SERENG-7 deverão realizar
vistoria em SWFJ para verificar se as medidas abaixo
mencionadas e recomendadas à Prefeitura de Feijó foram
implementadas. Caso nenhuma ação tenha sido tomada,
interditar o aeródromo até a implementação das mesmas:
- cerca para evitar o acesso à pista de
pessoas não autorizadas;
- ruas alternativas para evitar o cruzamento
da pista de pouso;
- aumento da área ao redor da pista de pouso,
para proporcionar maior segurança às operações aéreas.
O DAC, por intermédio dos SERAC, deverá
divulgar este acidente para todos os governos estaduais, no
sentido de que os mesmos alertem todas as prefeituras a eles
subordinadas, quanto à adoção de medidas de fiscalização ao
acesso de pessoas e veículos às pistas de pouso e, ainda,
medidas que evitem o acesso de animais a essas áreas.
.
17.11.1992
Hora: 17:00
Aeronave: EMB–121 A
Xingú
Operador: Governo
de Minas Gerais
Matrícula/Prefixo:
PP-EMN
Tripulação:
Ocupantes: 2 / Fatalidades: 0
Passageiros:
Ocupantes: 0 / Fatalidades: 0
Total: Ocupantes: 2
/ Fatalidades: 0
Local do Acidente:
Aeródromo de Araxá - MG
Tipo de
acidente: Acidente Pessoal em Voo
Fase de
Operação: em voo
Natureza do Voo:
Transporte particular de passageiros
Aeroporto de
Partida: Aeródromo de Araxá – MG
Aeroporto de
Destino: Aeroporto de Belo Horizonte - MG
HISTÓRICO
A aeronave decolou de Araxá(MG), com destino
a Belo Horizonte(MG).
Na saída do tráfego, a tripulação percebeu
que o sistema de pressurização não havia entrado em
funcionamento. A fim de energizar o selo de pressurização, o
co-piloto deixou o seu assento e foi verificar a alavanca de
fechamento da porta principal da aeronave. Nessa tentativa,
a porta abriu e o cabo de aço do suporte da mesma amputou a
mão esquerda do co-piloto.
O comandante retornou para o aeródromo de
Araxá, realizando o pouso com a porta principal aberta.
O co-piloto recebeu os primeiros socorros em
Araxá e logo depois foi encaminhado para o Hospital das
Clínicas em São Paulo, onde teve a sua mão reimplantada. As
ferragens da porta principal ficaram empenadas, causando
danos leves à aeronave.
ANÁLISE
Sobre a aeronave, verificou-se que constavam
nos registros do relatório de voo que o sistema de
pressurização vinha apresentando problemas (intermitentes),
não deixando claro quais foram as ações corretivas tomadas
por parte da manutenção. O manual de manutenção da aeronave
orienta, de maneira clara, a verificação do funcionamento e
regulagem da válvula seletora, caso o selo de vedação da
porta principal não infle.
Nos testes realizados, foi verificado que o
parafuso ajustável, responsável pela regulagem do ponto de
atuação da válvula seletora, estava com a contra-porca
solta, não permitindo o comandamento da válvula para inflar
o selo após o fechamento da porta.
Por não haver registros de ações de
manutenção em corrigir a falha do sistema, há indícios de
que a operação da aeronave tenha continuado com essa pane
intermitente, que era sanada com as pancadas dadas pelos
pilotos na alavanca de fechamento da porta. Este
procedimento não chegou ao conhecimento do chefe dos
pilotos, que era um oficial da Polícia Militar.
Em virtude da diferença de formação
profissional entre o chefe e os pilotos, segundo relatos
destes, as relações de trabalho entre os mesmos eram
difíceis e de pouco diálogo, o que prejudicava o trato dos
assuntos técnicos e a atividade de supervisão realizada pela
chefia, pois pouca coisa chegava ao seu conhecimento.
As pesquisas no campo psicológico levam a
crer que a reincidência de panes no sistema de pressurização
e a dificuldade de relacionamento entre o chefe e os pilotos
no ambiente de trabalho tenham levado a tripulação ao
desenvolvimento de condutas improvisadas, ou seja, o
manuseio constante da alavanca de travamento da porta.
O co-piloto, ao posicionar-se para empurrar a
tranca, usou o cabo de aço de sustentação da porta como
apoio, enlaçando-o no punho esquerdo e atuando de forma
brusca no trinco. Em conseqüência da abertura explosiva da
porta, o cabo de aço, ao esticar, decepou sua mão esquerda.
CONCLUSÃO
Fator Humano – Aspecto Psicológico -
Indeterminado
Há indícios de que as dificuldades de
relacionamento entre o chefe e os pilotos tenham contribuído
para que as tripulações desenvolvessem procedimentos não
previstos nos manuais, no caso das panes do sistema de
pressurização.
Fator Operacional
(1) Deficiente Manutenção – Contribuiu
A manutenção não corrigiu satisfatoriamente
os defeitos do sistema de pressurização, que se tornaram
rotineiros.
(2) Deficiente Supervisão - Contribuiu
O ambiente de trabalho, que propiciava
dificuldades no relacionamento, impediu que a chefia dos
pilotos tomasse conhecimento de procedimentos não previstos
realizados pelos tripulantes. Em virtude deste fato, não
foram adotados procedimentos para a solução do problema da
porta, embora os manuais de operação e manutenção do EMB-121
sejam claros e orientem quanto aos passos a serem seguidos,
sendo também recomendada a não atuação dos comandos da porta
em voo.
RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA DE VOO
Os SERAC deverão divulgar este acidente para
todas as empresas e aeroclubes de sua circunscrição.
O SERAC – 3 deverá realizar uma Vistoria de
Segurança de Voo no operador da aeronave, focando os
procedimentos adotados pela manutenção e instrução dos
pilotos, a fim de localizar pontos onde a segurança de voo
possa estar comprometida, e orientar o operador da aeronave
para ativar uma Seção de Prevenção de Acidentes
Aeronáuticos.
.
18.06.1992
Hora: 10:20
Aeronave:
Beech F 90-1 King Air
Operador:
Maeda Táxi Aéreo
Matrícula/Prefixo: PT-OLP
Tripulação:
Ocupantes: 2 / Fatalidades: 2
Passageiros:
Ocupantes: 2 / Fatalidades: 2
Total:
Ocupantes: 4 / Fatalidades: 4
Local do
Acidente: Navegantes - SC
Tipo de
acidente: Colisão em Voo com Obstáculo
Fase de
Operação: aproximação para pouso
Natureza do
Voo: Transporte particular de passageiros
Aeroporto de
Partida: Aeroporto de Itumbiara (SBIT) - GO
Aeroporto de
Destino: Aeroporto de Blumenau (SSBL) - SC
HISTÓRICO
A aeronave decolou de Itumbiara-GO (SBIT)
para Blumenau-SC (SSBL), com escala em Ituverava-SP (SDIV).
Devido às condições meteorológicas em Blumenau durante a
descida, a tripulação optou pelo pouso em Navegantes (SBNF).
Foi realizado procedimento IFR para a pista 25 sendo que, na
MDA, os tripulantes não atingiram condições visuais.
Na aproximação final, o piloto arremeteu com
curva à esquerda, à baixa altura e depois reverteu a curva
para a direita. Em seguida, a aeronave colidiu com o mar,
destruindo-se totalmente. Os dois pilotos e os dois
passageiros faleceram no acidente.
ANÁLISE
A aeronave cumpria a etapa de voo entre
Ituverava e Blumenau, transportando os diretores da empresa
proprietária da aeronave.
O piloto e o co-piloto possuíam vínculo
empregatício com a empresa em tela, e a razão da viagem era
a realização de negócios por parte dos diretores, em
Blumenau. Supõe-se, então, que o voo teria sido permeado
pela necessidade de se chegar àquela localidade e que este
aspecto teria influenciado na capacidade de julgamento dos
pilotos.
No plano de voo “AFIL”, passado ao APP
Uberaba, foi confirmado o aeródromo de Navegantes como
alternativa de Blumenau (apenas 25 milhas náuticas de
distância).
Ainda antes da descida, ao atingir condições
visuais sobre a camada de nuvens, a tripulação solicitou
cancelamento do plano IFR, iniciando a descida a partir do
FL 180. Devido à deterioração das condições meteorológicas e
pelo fato de Blumenau não operar IFR, optou-se pelo pouso em
Navegantes, sendo que as condições naquele aeródromo eram de
visibilidade de 4000 metros e teto de 700 pés. Estas
condições denotariam operação de voo por instrumento nos
mínimos. Às 1252Z foram informadas pela Rádio Navegantes as
novas condições: 2000 metros de visibilidade e 500 pés de
teto, o que caracterizou fechamento do campo para operações
de pouso e decolagem. Mesmo assim os tripulantes
prosseguiram na aproximação para Navegantes.
A tripulação reportou trem em baixo na
aproximação final da descida ECHO 2 (cuja atitude mínima de
descida é de 600 pés) sendo este o último contato bilateral
estabelecido. Após, a aeronave foi avistada em curva à
esquerda, arremetendo à baixa altura (aproximadamente 300
pés), com grande inclinação - 60º. Tal curva, além de
realizada com trem de pouso e flapes abaixados, foi efetuada
em padrão não estabelecido na carta de aproximação, que
prevê arremetida no QDR 250 de Navegantes, ascendendo para
1500 pés. A atitude do piloto, em arremeter mantendo a
configuração de pouso, faz crer na ansiedade da tripulação
em pousar, tentando circular para visualizar a pista.
Na ocasião chovia sobre a localidade, o teto
e a visibilidade restritos prejudicaram as referências
visuais de solo e de horizonte, situação agravada pela
transição, nesta trajetória, do voo sobre a terra para o voo
sobre o mar. Estas condições de voo sobre o mar, com
visibilidade restrita, chuva e a ausência de um horizonte
definido, durante a realização de curvas de grande
inclinação, são propícias à desorientação espacial.
Testemunhas visualizaram a aeronave, após a
curva à esquerda, em curva de reversão à direita, também com
grande inclinação. Após desaparecer no horizonte, ouviu-se
barulho de aplicação de potência, seguido de silêncio. Estas
últimas observações denotam possibilidade de desorientação
espacial do piloto em comando, com conseqüente entrada da
aeronave em atitude anormal, culminando com a colisão na
superfície do mar. A aplicação de potência certamente se deu
em situação desfavorável, não auxiliando na recuperação.
CONCLUSÃO
Fator Humano
(1). Aspecto Psicológico - Indeterminado
Embora não sejam claras as evidências de
problemas de pressão da diretoria em viagens a negócio, há
suspeita de ansiedade e estresse pela necessidade de pousar
em localidade próxima a Blumenau. Tal situação pode ter
interferido, no nível cognitivo, na decisão de prosseguir em
operação abaixo dos mínimos.
(2). Aspecto Fisiológico – Indeterminado
Há indícios de que a tripulação tenha sofrido
desorientação espacial durante a execução de manobras a
baixa altura sobre o mar, em condições de visibilidade
restrita e chuva.
Fator Operacional
(1). Condições Meteorológicas Adversas -
Contribuíram
As condições reinantes durante a descida em
rota e a aproximação apontavam para a escolha de outra
localidade, que estivesse aberta para a operação IFR. A
meteorologia na localidade interferiu no voo na medida em
que não seria possível alcançar condições visuais ao final
do procedimento de descida.
(2). Indisciplina de Voo - Contribuiu
O procedimento IFR foi realizado em aeródromo
fechado para este tipo de voo e a arremetida foi feita em
perfil não previsto em carta.
RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA DE VOO
Os SERAC deverão:
(1) Divulgar este relatório às empresas de
táxi aéreo sob sua jurisdição, solicitando aos Presidentes
e/ou Diretores que orientem seus tripulantes para operarem
seus equipamentos de acordo com as normas e regulamentos,
visando a elevar o nível de segurança de voo das empresas.
(2) Divulgar o NOTAM Z0004/97, às empresas de
transporte aéreo, que modifica a IMA 100-12, item 4.3.1 e
estabelece restrições previstas no RBHA 135 para operação
IFR das aeronaves executando serviços aéreos públicos.
(3) Reiterar, durante seminários e vistorias,
as condições propícias para a ocorrência de desorientação
espacial.
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09.08.1992
Hora: 15:30
Aeronave: Neiva
56C1 Paulistinha
Operador: Aeroclube
de Catanduva
Matrícula/Prefixo:
PP-HRL
Tripulação:
Ocupantes: 1 / Fatalidades: 0
Passageiros:
Ocupantes: 1 / Fatalidades: 0
Total: Ocupantes: 2
/ Fatalidades: 0
Local do Acidente:
Rodovia Chafik Saab, Km 32 – Urupês – SP
Tipo de
acidente: Falha do Motor em Voo
Fase de
Operação: em voo
Natureza do Voo:
sobrevoo turístico
Aeroporto de
Partida: Aeroporto de Catanduva - SP
Aeroporto de
Destino: Aeroporto de Catanduva - SP
HISTÓRICO
A aeronave decolou de Catanduva-SP para
realizar um sobrevoo nas proximidades da cidade de Urupês-SP,
distante cerca de 30 km , tendo a bordo o piloto e um
passageiro.
Com aproximadamente duas horas de voo, o
piloto iniciou a transferência de combustível do tanque mais
cheio (superior) para o mais vazio (inferior), para
prosseguir na etapa do voo.
Para tal, posicionou a válvula seletora de
combustível em “ambos” e, após o transbordamento do
combustível do tanque inferior, retornou a seletora para a
posição “inferior”.
Com cerca de quatro minutos após essa última
alteração, o motor começou a funcionar irregularmente e
durante os procedimentos de emergência, o piloto notou que a
válvula seletora estava numa posição incorreta corrigindo-a,
sem contudo, restabelecer o funcionamento normal do motor.
O piloto preparou-se para um pouso de
emergência em uma pista abandonada. Porém, ao notar que não
a atingiria optou pelo pouso numa rodovia.
Durante a corrida no solo, a aeronave colidiu
a ponta da asa direita com uma placa de sinalização de
trânsito, o que causou o giro da aeronave para esse lado e,
no prosseguimento, colidiu frontalmente com um barranco.
A aeronave sofreu avarias leves e seus
ocupantes saíram ilesos.
ANÁLISE
Foi constatado que, na seqüência de eventos
de transferência de combustível, quando o piloto retornou a
válvula seletora para a posição inferior, esta não se alojou
na posição correta, o que foi percebido tardiamente, quando
o piloto já executava os procedimentos de emergência para
tentar restabelecer a potência do motor. O não reacendimento
se deveu, possivelmente, ao fato de haver “secado” o
combustível remanescente nas linhas de combustível do tanque
para o motor. Este tipo de “parada de motor” por falta de
combustível exige que, para reacendê-lo, seja necessário
acionar um mecanismo booster, que envie o combustível sob
pressão dos tanques para o motor (uma vez que as linhas de
combustível se secam) e, até que seja restabelecido
novamente o fluxo de combustível, o motor permanecerá
inoperante.
CONCLUSÃO
Fator Operacional
(1). Deficiente Instrução/Experiência de Voo
na Aeronave - Contribuíram
O piloto processou a transferência de
combustível de forma deficiente não observando o correto
posicionamento da válvula seletora de combustível.
(2). Deficiente Planejamento - Contribuiu
O piloto não se preparou adequadamente para o
voo, no que concerne aos procedimentos normais o que
acarretou uma incorreta operação do sistema de combustível.
(3). Esquecimento - Contribuiu
O piloto esqueceu de checar o correto
posicionamento da válvula seletora de combustível, o que
ocasionou a interrupção do fluxo de combustível para o motor
e conseqüente parada do mesmo.
RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA DE VOO
Os SERAC deverão divulgar o teor deste
relatório aos aeroclubes de suas circunscrições, para que
alertem seus pilotos sobre os perigos que podem advir de um
voo mal planejado, acarretando no esquecimento de
procedimentos julgados simples, mas que podem ter
conseqüências desastrosas.
O Aeroclube de Catanduva deverá divulgar o
teor deste relatório entre os pilotos, como forma de evitar
a recorrência de acidentes desta natureza.
.
22.06.1992
Hora: 06:05
Aeronave: Boeing
737-2A1C
Operador:
VASP - Viação Aérea São Paulo
Matrícula/Prefixo:
PP-SND
Tripulação:
Ocupantes: 2 / Fatalidades: 2
Passageiros:
Ocupantes: 1 / Fatalidades: 1
Total: Ocupantes: 3
/ Fatalidades: 3
Local do
Acidente: 15 km (9,4 mls) a oeste do Aeroporto Internacional
Cruzeiro do Sul, no Acre
Tipo de
acidente: Colisão com solo em voo controlado
Fase de
Operação: Abordagem final para pouso
Natureza do Voo:
Transporte de Carga
Aeroporto de
Partida: Aeroporto Rio Branco-Presidente Médici
(RBR/SBRB), AC
Aeroporto de
Destino: Aeroporto Internacional Cruzeiro do Sul
(CZS/SBCZ), AC
HISTÓRICO
O Boeing 737-200, prefixo PP-SND, da VASP, comprado novo de
fábrica em 1976, sofreu perda total em acidente a 22 de
junho de 1992, quando já operava convertido como cargueiro.
A aeronave colidiu com o solo a 15 quilômetros do aeroporto
de Cruzeiro do Sul (AC), durante uma aproximação noturna
balizada por auxílio VOR.
Durante a descida para Cruzeiro do Sul, a atenção da
tripulação foi distraída pelo sistema de alerta de incêndio
do compartimento de carga, que passou a ser acionado de
forma intermitente. A aeronave caiu na selva durante a
chegada do Delta 1 à pista 10.
Fatores contribuintes
a. Fator Humano
(1) . Aspecto Fisiológico
- Não houve evidência de que este aspecto tenha contribuído
para a ocorrência do acidente.
(2). Aspecto Psicológico - Contribuiu
- O aspecto psicológico contribuiu na geração de um alto
nível de ansiedade para realizar o pouso e no desvio do foco
de atenção durante as manobras de aproximação ao pouso. - O
aspecto psicológico foi influenciado pelo acionamento do
alarme de fumaça que gerou um aumento da carga de trabalho a
bordo.
b. Fator Material
- Não houve indícios de que este fator tenha contribuído
para o acidente.
c. Fator Operacional
(1). Instrução deficiente
- Embora a instrução tenha sido realizada de acordo com o
que as normas recomendam, as falhas que contribuíram para o
acidente são características da falta de experiência em
enfrentar anormalidades simultaneamente à manutenção do
controle de voo. Tais falhas poderiam ser evitadas com
instruções de simulador mais adequadas e treinamentos
envolvendo os aspectos de gerenciamento do cockpit.
(2). Manutenção deficiente - Indeterminado.
- Não foi possível determinar a causa do acionamento do
alarme "Aft Cargo Smoke" e se os serviços de manutenção
contribuíram para esta ocorrência.
(3). Coordenação deficiente do cockpit
- Desempenho inadequado das funções atribuídas a cada
tripulante. Os procedimentos previstos para a execução da
descida por instrumento foram modificados e alguns foram
suprimidos em função do aparecimento de um elemento
complicador (alarme de fumaça)
(4). Influência do ambiente
- A noite escura contribuiu para a criação do fenômeno
"buraco negro", ou "figura de fundo", dificultando a
percepção de referências externas para uma possível
identificação da distância vertical da aeronave ao solo.
(5). Supervisão Deficiente
- A supervisão, ao nível da cabina de pilotagem, contribuiu
para o acidente pela gestão inadequada dos recursos
disponíveis para o voo na cabina de pilotagem.
- A supervisão em nível de empresa contribuiu para o
acidente ao não identificar a necessidade de treinamento de
gerenciamento de cockpit e fornecê-lo à tripulação
envolvida.
- A supervisão, ao nível da empresa, também foi inadequada
ao subir para a mesma missão, dois pilotos não
familiarizados com a aeronave a utilizar e em operação
noturna.
(6). Outros Aspectos Operacionais
- O descumprimento de vários "Callouts", a não utilização do
rádio altímetro e o uso inadequado do "alerta de altitude",
como auxílio à realização do procedimento de descida,
contribuíram para a ocorrência do acidente.
Clique aqui e acesse o Relatório Final desse acidente.
Fontes:
Cenipa e ASN - Informações e imagens: colaboração de Davide
Viganò
.
07.06.1992
Hora: 09:30
Aeronave: Aeroboero
AB-115
Operador:
Particular
Matrícula/Prefixo:
PP-FGE
Tripulação:
Ocupantes: 1 / Fatalidades: 1
Passageiros:
Ocupantes: 2 / Fatalidades: 2
Total: Ocupantes: 3
/ Fatalidades: 3
Local do Acidente:
Aeroporto Estadual Artur Siqueira (BJP/SDBP) - Bragança
Paulista - SP
Tipo de acidente:
Colisão em Voo com Obstáculo
Fase de
Operação: em voo
Natureza do Voo:
acrobacia aérea
Aeroporto de
Partida: Aeroporto Estadual Artur Siqueira (BJP/SDBP) -
Brag. Paulista - SP
Aeroporto de
Destino: Aeroporto Estadual Artur Siqueira (BJP/SDBP) -
Brag. Paulista - SP
HISTÓRICO
A aeronave decolou com notificação de voo
local para o setor norte do aeródromo, onde o piloto faria
treinamento para manutenção operacional.
Após a decolagem, o piloto começou a executar
manobras acrobáticas sobre o aeródromo, com voos rasantes.
Em uma passagem baixa a aeronave colidiu com
um dos hangares.
O piloto sofreu ferimentos graves, duas
pessoas que se encontravam nas proximidades sofreram
ferimentos leves e a aeronave ficou totalmente destruída.
ANÁLISE
Os exames médicos atestaram que a
concentração de álcool na corrente sangüínea do piloto era
1,8 g/l. O piloto possuía alto grau de alcoolemia,
considerado de embriaguez psicótica, no qual há verdadeiro
estado de alienação mental e ataxia motora. É um estado
pré-comatoso, no qual não é capaz de coordenar seus atos e
raciocínio, afetando sua capacidade de julgamento e seu
nível de percepção.
CONCLUSÃO
Fator Humano – Aspecto Fisiológico -
Contribuiu
O estado de embriaguez pré-comatoso do piloto
tornava-o incapaz de coordenar atos e raciocínio,
incapacitando-o para a atividade aérea.
O aspecto psicológico não foi investigado.
Fator Operacional
(1). Deficiente Julgamento - Contribuiu
O piloto colidiu com o hangar em virtude da
inadequada avaliação de altura e velocidade.
(2). Deficiente Planejamento - Contribuiu
Não houve planejamento para a realização das
manobras.
(3). Indisciplina de Voo - Contribuiu
O piloto desobedeceu intencionalmente as
regras de tráfego aéreo e as normas do Comando da
Aeronáutica ao realizar manobras acrobáticas em aeronave não
homologada, no circuito de tráfego de um aeródromo, sem
habilitação para essa atividade e em estado de embriaguez.
(4). Deficiente Supervisão - Contribuiu
A direção do aeroclube não supervisionou
corretamente a atividade aérea, tendo deixado que um piloto
embriagado fizesse uso de uma aeronave sob sua
responsabilidade.
RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA DE VOO
O DAC deverá implementar atividades
educativas de segurança de voo (palestras, seminários,
publicações etc.) enfatizando aos tripulantes os riscos do
uso de automedicação, drogas e álcool na atividade aérea;
alertar os proprietários e operadores de aeronaves,
presidentes e diretores de entidades aerodesportivas, bem
como outros responsáveis, para os riscos que correm caso
permitam que seus prepostos ou associados cometam
transgressões semelhantes às verificadas nesse acidente.
Devem alertar, também, que, nos casos de danos, lesões
graves ou fatais os responsáveis acima referidos poderão
responder por crime de responsabilidade.
Os SERAC deverão fazer ampla divulgação deste
relatório em seminários, palestras e atividades educativas,
visando a elevar o nível de percepção dos operadores de
aeronaves.
09.05.1992
Hora: 10:00
Aeronave: Piper PA
25-260
Operador: Aero
Agrícola Caiçara
Matrícula/Prefixo:
PT-DOG
Tripulação:
Ocupantes: 1 / Fatalidades: 1
Passageiros:
Ocupantes: 0 / Fatalidades: 0
Total: Ocupantes: 1
/ Fatalidades: 1
Local do Acidente:
Município de Maracatu - SP
Tipo de acidente:
Colisão em Voo com Obstáculo
Fase de
Operação: em voo
Natureza do Voo:
voo de aplicação de defensivo agrícola
Aeroporto de
Partida: Município de Maracatu - SP
Aeroporto de
Destino: Município de Maracatu - SP
HISTÓRICO
A aeronave realizava voo de aplicação de
defensivo agrícola sobre uma plantação de bananas, em região
montanhosa.
Sobre a área havia nevoeiro de superfície,
cobrindo a parte superior dos morros.
Ao realizar a segunda aplicação, desta vez na
parte mais elevada do terreno, o avião afundou, tocando as
copas de algumas bananeiras e colidindo em seguida com o
solo, incendiando-se.
A aeronave ficou totalmente destruída e o
piloto faleceu no local.
ANÁLISE
Na realização de voos com lançamento de
produtos químicos, em áreas de relevo montanhoso é
fundamental que a aeronave desenvolva uma grande velocidade
no mergulho para que, após o “tiro”, a mesma tenha energia
suficiente para a recuperação. Para isso, deve-se consumir
combustível e defensivo agrícola, na maior quantidade
possível, nos pontos mais baixos da região, para que se
tenha um peso menor e visando a um melhor desempenho
posterior do avião nas áreas mais altas. É necessário,
também, que se tenha boas condições de teto, a fim de que a
manobra, no seu ponto mais elevado, possa ser realizada com
um ganho de energia potencial.
De acordo com o relato de testemunha, a
aeronave efetuou apenas uma passagem no ponto mais baixo e o
segundo tiro foi realizado na área mais alta do relevo.
Diante do baixo teto e do peso relativamente
alto do avião, é possível que tenha havido um erro de
avaliação por parte do piloto na aplicação da velocidade
necessária para a execução do “tiro” e posterior
recuperação, “afundando” além do previsto e colidindo com o
solo.
O piloto, na data do acidente, encontrava-se
na base da operação em Biguá desde manhã, aguardando a
dissipação de um nevoeiro no local do serviço.
Soube-se que o mesmo manifestou vontade de
estar na cidade de Sorocaba, local onde se realizariam os
preparativos para uma festa aviatória que ocorreria no dia
seguinte.
Apesar de não ter sido feita investigação na
área do fator humano, há indícios de que o piloto tenha se
precipitado para a realização do voo, motivado pelo desejo
de executar o serviço o mais rápido possível para prosseguir
para Sorocaba, a fim de participar dos preparativos da festa
aviatória, não atentando para as condições meteorológicas e
outros aspectos operacionais do voo numa região que requeria
redobrados cuidados.
CONCLUSÃO
Fator Humano – Aspecto Psicológico -
Indeterminado
É provável que o piloto tenha se precipitado
para a realização do voo, motivado pelo desejo de executar o
serviço o mais rápido possível para prosseguir para
Sorocaba, a fim de participar dos preparativos da festa
aviatória.
Fator Operacional
(1). Condições Meteorológicas Adversas –
Contribuíram
A presença de nevoeiro na área de aplicação
do defensivo agrícola contribuiu para uma operação fora dos
parâmetros normais.
(2). Deficiente Julgamento - Indeterminado
A precipitação da aeronave contra a copa das
bananeiras pode ter sido decorrente de inadequada avaliação
dos parâmetros de velocidade e peso da aeronave para a
execução da manobra.
(3). Deficiente Planejamento – Contribuiu
Não houve, por parte do piloto, uma adequada
preparação para o voo.
RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA DE VOO
Os SERAC deverão divulgar o conteúdo deste
relatório para todas as empresas de aviação agrícola e
aeroclubes que ministram o referido curso, através de DIVOP,
seminários de aviação civil ou outros meios que julgarem
eficazes, visando a orientar os operadores e pilotos em
instrução no sentido de que estabeleçam normas operacionais
específicas para cada área de pulverização, englobando o voo
sobre regiões montanhosas, os aspectos de meteorologia e a
performance das aeronaves.
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27.04.1992
Hora: 12:00
Aeronave: Fairchild
FH-1100
Operador: EDRA Táxi
Aéreo Ltda.
Matrícula/Prefixo:
PT-HUU
Tripulação:
Ocupantes: 1 / Fatalidades: 0
Passageiros:
Ocupantes: 1 / Fatalidades: 0
Total: Ocupantes:
2/ Fatalidades: 0
Local do Acidente:
Tanabí - SP
Tipo de acidente:
Pouso Forçado
Fase de Operação:
pouso
Natureza do Voo:
voo de translado
Aeroporto de
Partida: Jales - SP
Aeroporto de
Destino: Ipeúna - SP
HISTÓRICO
A aeronave estava em voo de translado de
Jales para Ipeúna quando, repentinamente, começou a vibrar e
o piloto comandou a auto-rotação. Foi feito um pouso forçado
em terreno arado. O piloto e o passageiro sofreram lesões
graves e o helicóptero ficou irrecuperável.
ANÁLISE
Exames dos destroços evidenciaram a ausência
de uma parte do rotor de cauda, indicando uma possível
separação em voo.
De fato, as pás fraturadas sofreram exames no
CTA, onde se concluiu que a pá branca fraturou em voo,
provavelmente devido a mecanismo de fadiga.
As pás do rotor de cauda deste tipo de
aeronave sofrem um tipo de erosão no seu bordo de ataque
devido ao atrito com partículas de poeira ou areia durante a
operação. Assim, pás praticamente novas, são condenadas
devido a estes desgastes prematuros. No intuito de minimizar
este problema, foi incorporada uma proteção no bordo de
ataque com lâmina de aço.
As chapas utilizadas nestas adaptações
pesavam mais de 100 gramas e o fabricante da aeronave limita
ao máximo de cinco gramas de contrapesos para balanceamento
dinâmico do rotor de cauda.
Devido à rigidez resultante desta adaptação,
as pás tiveram as suas características de flexão reduzidas,
causando concentração de forças em um ponto logo abaixo da
proteção, provocando trincas e posteriormente o cisalhamento
ou desprendimento da proteção, causando em ambos os casos um
grande desbalanceamento e resultando em vibrações intensas
na aeronave. Com as vibrações atuando em toda a estrutura e
nos sistemas de comandos de voo, o piloto teve dificuldade
em manter o controle da aeronave e não conseguiu completar a
auto-rotação com sucesso.
Os assentos dianteiros não possuíam
suspensórios para ombros, o que pode ter contribuído para
que os ocupantes tivessem sido lançados para fora do
aparelho após o primeiro impacto, sofrendo lesões graves.
CONCLUSÃO
Fator Operacional
(1). Deficiente Manutenção - Contribuiu
Foi realizada uma adaptação nas pás do rotor
de cauda não prevista pelo fabricante. Esta modificação
provocou concentração de fadiga na pá e sua posterior quebra
em voo. A vibração subseqüente dificultou a controlabilidade
do helicóptero.
(2). Deficiente Supervisão - Contribuiu
As inspeções e o controle realizados tanto
pela oficina quanto pelo operador e pelo piloto não foram
suficientemente eficazes para impedir as falhas verificadas.
Não houve uma supervisão adequada no planejamento e na
execução do serviço, possibilitando a aplicação do
revestimento no bordo de ataque das pás do rotor de cauda.
(3). Deficiente Aplicação de Comandos -
Indeterminado.
Não se pode avaliar com precisão o nível de
vibração a que a aeronave foi submetida após a perda de
parte do rotor de cauda, bem como a sua influência na
controlabilidade durante o procedimento de auto-rotação.
Supõe-se que o elevado nível de vibração tenha sido o fator
que preponderantemente dificultou o controle do helicóptero
para o pouso.
RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA DE VOO
Os operadores de FH-1100 deverão inspecionar
as pás do rotor de cauda quanto à existência de defeitos
superficiais, principalmente na região próxima ao bordo de
ataque, e que o reparo ou a condenação sejam feitos segundo
os critérios estabelecidos no manual de manutenção. Não
devem aceitar peças que não tenham sua documentação
controlada e fiscalizada.
A Oficina EDRA deverá efetuar a manutenção
seguindo o que está previsto pelo fabricante. Toda e
qualquer modificação com o intuito de melhor aproveitamento
de material ou extensão de sua vida útil deve ser submetida
à aprovação do fabricante e/ou do órgão homologador antes de
sua implantação.
O DAC deverá estudar a possibilidade de
determinar ou recomendar, para os helicópteros operando no
Brasil, a adoção de assento de encosto alto, conjugado com o
uso de suspensórios de ombros, buscando reduzir as lesões
pessoais no caso de pouso forçado. Determinar, através dos
SERAC, a difusão deste relatório aos operadores de FH-1100,
destacando as conseqüências de adaptações não homologadas
feitas no rotor de cauda e efetuar uma visita técnica na
EDRA Helicentro e uma Vistoria de Segurança de Voo na EDRA
Táxi Aéreo Ltda.
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28.02.1992
Hora: 10:40
Aeronave: Neiva
NE-821 Caraja
Operador: M. B.
Pereira Comercial Ltda.
Matrícula/Prefixo:
PT-VLW
Tripulação:
Ocupantes: 2 / Fatalidades: 2
Passageiros:
Ocupantes: 7 / Fatalidades: 7
Total: Ocupantes: 9
/ Fatalidades: 9
Local do Acidente:
Guapó - GO
Tipo de acidente:
Falha Estrutural
Fase de
Operação: em voo
Natureza do Voo:
voo de transporte de passageiros
Aeroporto de
Partida: Aeroporto de Brasília - DF
Aeroporto de
Destino: Aeródromo de Rio Verde - GO
HISTÓRICO
A aeronave decolou de Brasília com destino a
Rio Verde - GO, transportando sete passageiros.
Cerca de cinqüenta minutos após sua
decolagem, na rota planejada, foi visto saindo de uma nuvem
em queda descontrolada.
A aeronave chocou-se com o solo,
incendiando-se em seguida.
Houve perda total da aeronave e falecimento
dos nove ocupantes.
ANÁLISE
O piloto possuía 5.000 horas de voo em
monomotores e SÊNECA, porém, somava apenas 30 horas de voo
no Carajá, realizadas durante instrução recebida em rota.
A aeronave decolou com cerca de 436 Kg de
excesso de peso.
Exames dos motores e hélices mostraram sinais
de funcionamento normal até o momento da colisão com o solo.
Ambos colidiram com potência equivalente à utilizada em voo
de cruzeiro.
As asas quebraram em voo, por sobrecarga
vertical positiva, conforme as indicações de falhas nas
longarinas e deformações permanentes no extradorso de
reforçadores e revestimentos.
O fator de carga máximo previsto para o
Carajá é de 3, 43g positivo.
O Carajá, modificação do PA-31-350, tem
diferenças significativas que afetam a estrutura. Possui
peso maior, velocidades maiores e desempenho superior. As
cargas na asa do Carajá são, portanto, maiores que o projeto
original do PA-31, o qual já havia sofrido 13 casos de falha
estrutural em todo o mundo.
Sabe-se que não é normal utilizar margens de
segurança muito altas nas asas e, parte desta margem, foi
consumida na conversão para o Carajá, uma vez que a asa não
foi modificada e as cargas aumentaram.
No caso da aeronave acidentada ocorreram dois
agravantes adicionais, o excesso de peso e a presença de
“WINGLETS” (aletas de ponta de asa), dois fatores que
aumentariam as cargas nas asas.
Os “WINGLETS”, componentes que não fazem
parte do projeto original da aeronave (PA-31), nem de sua
modificação posterior (PA-31-350 e sua conversão Carajá),
não estando portanto homologados, provocaram a mudança na
distribuição, aumentando as cargas nas pontas das asas, o
que sobrecarregou em flexão toda a asa.
As velocidades de manobra de voo em ar
turbulento do Carajá são iguais a 168 Kt, para o peso máximo
de decolagem. Devido ao motor potente, sabe-se que os
limites de velocidade podem ser ultrapassados, como é o caso
da velocidade máxima de operação (VMO) de 200 Kt, facilmente
atingida durante uma descida, se não houver uma redução
antecipada do motor.
O quadro formado pela pouca experiência dos
tripulantes na operação de um tipo de aeronave com um
histórico de falhas estruturais, fragilizada ainda mais na
sua conversão original para o Carajá, agravada pelo excesso
de peso a bordo e pela instalação dos “WINGLETS”, nos leva à
hipótese mais provável de ter ocorrido uma extrapolação do
fator de carga máximo, durante a penetração em uma nuvem
mais pesada, em decorrência de desorientação espacial,
seguida de manobras bruscas e excesso de velocidade,
culminando com a quebra das asas por sobrecarga em flexão
positiva, provavelmente, provocada por manobra abrupta de
profundor acima da velocidade máxima de operação.
CONCLUSÃO
Fator Material
(1). Deficiência de Projeto - Indeterminado
Apesar de ter ficado com uma margem de
segurança estrutural menor que o PA-31, o Carajá foi
homologado pelo CTA com uma margem de segurança maior que os
limites mínimos exigidos.
(2). Deficiente Manuseio do Material -
Contribuiu
A instalação dos “WINGLETS” sem a devida
aprovação pelo CTA contribuiu para o aumento de carga na
asa.
Fator Operacional
(1). Condições Meteorológicas Adversas -
Indeterminado
Provavelmente contribuiu. A aeronave foi
vista saindo de uma nuvem em queda descontrolada.
(2). Deficiente Instrução - Indeterminado
Não foi possível concluir se a instrução de
30 horas de voo em rota recebida pelo piloto foi suficiente
para sua perfeita adaptação ao novo equipamento.
(3). Deficiente Aplicação dos Comandos -
Indeterminado
Aplicações bruscas de profundor provavelmente
contribuíram para ultrapassar os limites de fator de carga
das asas.
(4). Deficiente Planejamento - Contribuiu
O piloto decolou com excesso de peso, não
preparando adequadamente o seu voo.
(5). Pouca Experiência de Voo na Aeronave -
Contribuiu
A pouca experiência dos tripulantes no Carajá
contribuiu para a execução de manobras que levaram a exceder
o limite de fator de carga da aeronave, em condições de voo
IFR, sem estar habilitado para tal.
RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA DE VOO
O DAC deverá comunicar às oficinas
homologadas para trabalhos no NE-821 que aletas de ponta de
asa não são homologadas para esse tipo de aeronave.
Os SERAC deverão divulgar o presente
relatório em palestras e seminários, alertando para a
importância da obediência aos limites operacionais da
aeronave.
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19.02.1992
Hora: 09:10
Aeronave: BELL
HELICOPTER 206B-II
Operador:
Heliranger Táxi Aéreo Ltda.
Matrícula/Prefixo:
PP-HSL
Tripulação:
Ocupantes: 1 / Fatalidades: 1
Passageiros:
Ocupantes: 1 / Fatalidades: 1
Total: Ocupantes:
2/ Fatalidades: 2
Local do Acidente:
23º 26205/046º 37’ 15’’W – 5 milhas do Campo de Marte - SP
Tipo de acidente:
Colisão em Voo com Obstáculo
Fase de Operação:
decolagem
Natureza do Voo:
voo de translado
Aeroporto de
Partida: Aeródromo Campo de Marte - São Paulo - SP Aeroporto
de Destino: sítio Ninho das Águias (SDNN) / Aeródromo de
Atibaia - SP
HISTÓRICO
A aeronave decolou do Campo de Marte para o
aeródromo de Atibaia, sendo seu real destino o sítio Ninho
das Águias (SDNN) de propriedade do pai do piloto.
O piloto era proprietário da empresa
operadora e instrutor da aeronave.
Para o voo levou um passageiro, amigo seu,
que tomou posição na cadeira da direita, enquanto o piloto
posicionou-se na cadeira da esquerda.
Após a decolagem a aeronave tomou proa 025º.
Em voo nivelado, a 5 milhas de onde havia decolado, colidiu
com o cabo pára-raios de uma rede de alta tensão.
Os dois ocupantes faleceram no local, a
aeronave ficou totalmente destruída, sendo possível
recuperar alguns componentes e houve rompimento de um cabo
de pára-raios de uma rede elétrica de alta tensão.
ANÁLISE
O piloto preencheu notificação de voo com
destino a Atibaia pelos corredores Juliete e Kilo, sendo
estes específicos para a saída de aeronaves de asa fixa que
decolam do Campo de Marte.
Existem dois corredores visuais, paralelos
aos já mencionados, que seriam mais indicados para o voo de
helicóptero: os corredores Marte e Bandeirantes.
O não cumprimento da notificação como
proposta leva ao risco de colisão em voo com obstáculos
(como ocorreu) ou com outros tráfegos e denota insuficiente
padrão operacional, além de dificultar o assessoramento pelo
órgão ATC e o resgate pelo SALVAERO, se necessário.
O piloto costumava ministrar instrução de voo
a esse amigo. O fato de o piloto ser proprietário da empresa
operadora do helicóptero facilitava tal procedimento.
O piloto (proprietário), instrutor no
equipamento, havia comprado um GPS portátil e encontrava-se
numa fase entusiasmada de aprendizado e adaptação à operação
do aparelho. Não havia, porém, um dispositivo de fixação do
aparelho na nacele do helicóptero.
Foi constatado que o passageiro ocupou a
cadeira da direita, posição destinada a 1P ou aluno, e o
piloto a cadeira da esquerda, usualmente ocupada por um
instrutor ou 2P. O aparelho GPS foi encontrado no colo do
piloto após o acidente.
É relevante o fato de o passageiro já ter
participado anteriormente de um curso de Piloto Privado de
Helicóptero (PPH) e de apresentar um elevado grau de miopia,
estando vencido o seu Certificado de Capacidade Física de 2º
classe.
A meteorologia no dia do acidente apresentava
restrições à visibilidade devido à névoa seca.
Foi realizado um voo de reconstituição do
acidente no qual percebeu-se a grande dificuldade da
visualização dos cabos do pára-raios. A visualização dos
cabos pára-raios é ainda mais difícil devido à cor escura da
mata na região, não havendo contraste.
Pelo acima exposto, provavelmente o piloto
estava ministrando instrução durante o voo, estando com sua
atenção voltada para o GPS, que estaria em seu colo, e
deixou os comandos com o passageiro que não tinha sequer
qualificação para ser aluno e não viu os fios do pára-raio.
CONCLUSÃO
Fator Operacional - Contribuiu
(1). Condições Meteorológicas Adversas –
Contribuíram
Havia presença de névoa seca na rota,
restringindo a visibilidade.
(2). Deficiente Planejamento - Contribuiu
O piloto passou notificação de voo com
decolagem de Marte para Atibaia, sendo seu real destino o
sítio Ninho das Águias (SDNN). Notificou os corredores
Juliete e Kilo, quando o correto seria Marte e Bandeirantes.
A colisão com a rede se deu fora desses corredores,
denotando inadequado planejamento.
(3). Indisciplina de Voo - Contribuiu
Os corredores Juliete e Kilo, notificados
pelo piloto, não eram os mais indicados para alcançar o
destino. O piloto alterou a rota proposta sem autorização
para tal, provavelmente ministrando instrução para o amigo
(o qual não possuía qualificação para ser aluno) e
permitindo que o mesmo assumisse os comandos do helicóptero.
Com isso, descumpriu intencionalmente regras de tráfego
aéreo, normas operacionais e regulamentos.
(4). Influência do Meio Ambiente - Contribuiu
A vegetação escura da região não permite o
contraste com os cabos pára-raios das redes de alta tensão,
dificultando assim a visualização destes.
RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA DE VOO
Os SERAC deverão repassar à comunidade
aeronáutica, dentro de suas jurisdições, (empresas,
aeroclubes e escolas de formação), as seguintes
recomendações de segurança de voo:
1. Salientar a importância da consulta e da
análise das informações meteorológicas antes de iniciar o
voo.
2. Enfatizar o fato de um voo bem sucedido
começar com um adequado planejamento, que inclui o estudo
dos Notam, das cartas de corredores visuais e alternativas
de pouso, entre outras.
3. Alertar os pilotos quanto aos perigos do
descumprimento injustificado das regras de tráfego aéreo,
normas operacionais e regulamentos.
4. Recomendar aos instrutores que ministrem
instrução somente ao pessoal qualificado para ser aluno, com
comprovante de curso teórico da aeronave e CCF em dia.
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03.02.1992
Aeronave:
Embraer 110C Bandeirante
Operador:
Nordeste Linhas Aéreas
Matrícula/Prefixo: PT-TBB
Tripulação:
Ocupantes: 2 / Fatalidades: 2
Passageiros:
Ocupantes: 10 / Fatalidades: 10
Total:
Ocupantes: 12 / Fatalidades: 12
Local do
Acidente: Caetité - BA
Tipo de
acidente: ?
Fase de Operação: em
voo
Natureza do
Voo: militar
Aeroporto de
Partida: ?
Aeroporto de
Destino: ?
DESCRIÇÃO:
Em aproximação para Guanambi, o Bandeirante entrou em voo
visual dentro da camada de nuvens, e acabou colidindo contra
o paredão da serra. A navegação foi deficiente: a aeronave
não deveria estar naquele ponto, naquela altitude. Morreram
todos os 12 ocupantes.
Veja foto do avião antes do acidente
Fonte: JetSite
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29.01.1992
Aeronave:
Beech V35A Bonanza
Operador:
Particular
Matrícula/Prefixo: PT-DDL
Tripulação:
Ocupantes: 1 / Fatalidades: 1
Passageiros:
Ocupantes: 5 / Fatalidades: 5
Total:
Ocupantes: 6/ Fatalidades: 6
Local do
Acidente: Fazenda Sucuri - TO
Tipo de
acidente: Colisão em Voo com Obstáculo
Fase de Operação: em
voo
Natureza do
Voo: transporte particular de passageiros
Aeroporto de
Partida: Aeroporto de Porto Nacional (SBPN)
Aeroporto de
Destino: Aeródromo de Gurupi (SNGI)
HISTÓRICO
O piloto apresentou um plano de voo visual de
Porto Nacional (SBPN) para Gurupi (SNGI). Entretanto, após
decolar de SBPN, dirigiu-se para Goiânia (SBGO).
Após 01:00h de voo, a aeronave foi avistada
por moradores das proximidades da fazenda Sucuri, Estado do
Tocantins, voando baixo sob forte chuva e visibilidade muito
reduzida. Instantes após, ouviu-se o estrondo da queda do
avião.
A aeronave chocou-se com árvores e, sem
controle, colidiu com o solo.
Houve perda total da aeronave, tendo
falecidos os seis ocupantes no impacto.
ANÁLISE
O piloto apresentou um plano de voo visual de
SBPN para SWGI. Entretanto, foi constatado que o pouso seria
realizado em SBGO, pois o voo tinha por finalidade levar a
sobrinha do piloto para um exame médico em Goiânia.
O voo foi realizado com seis pessoas a bordo,
contrariando as informações passadas no plano de voo, que
eram de três pessoas a bordo.
O piloto não era habilitado a voar em
condições de voo por instrumentos (IMC).
A inexistência de sobreviventes e a não
instalação de gravadores de voo leva à seguinte hipótese:
Ao encontrar mau tempo em rota, o piloto
resolveu baixar de altitude para se manter em condições
visuais, tentando prosseguir no voo.
Como chovia forte e o teto foi ficando cada
vez mais baixo, a visibilidade ficou bastante restrita,
obrigando o piloto a entrar em voo por instrumento. A
aeronave colidiu com obstáculos (árvores) e, logo após, com
o solo.
A falsa informação da rota proposta, dada
pelo piloto, inviabilizou o assessoramento a ser prestado ao
tripulante em voo; poderia ter colocado sua aeronave e
outras em conflito de tráfego aéreo; e provocou demora na
localização dos destroços. Pode, ainda, ter contribuído para
a morte de algum sobrevivente.
A incorreta informação do número de ocupantes
a bordo poderia ter dificultado o salvamento dos mesmos,
caso o acidente fosse do tipo de alto índice de
sobrevivência.
CONCLUSÃO
Fator Humano - Aspecto Psicológico -
Contribuiu
O piloto apresentou traços de improvisação e
invulnerabilidade ao enfrentar condições meteorológicas
adversas ao voo visual.
Fator Operacional
(1). Deficiente Planejamento – Contribuiu
A insuficiente análise das condições
meteorológicas levou o piloto a enfrentar condições de voo
para as quais não estava preparado.
(2). Condições Meteorológicas Adversas –
Contribuíram
As condições meteorológicas do aeródromo de
partida e destino estavam compatíveis com o voo proposto;
porém as condições em rota não eram favoráveis ao voo
visual.
(3). Deficiente Julgamento - Contribuiu
Com condições meteorológicas em rota
desfavoráveis ao voo visual, o piloto julgou ser possível
prosseguir em voo a baixa altura, acabando por colidir com
as árvores.
(4). Indisciplina de Voo - Contribuiu
O piloto não cumpriu, intencionalmente, o que
estava previsto no plano de voo. Voou abaixo dos mínimos
previstos para o voo proposto e desobedeceu as “Regras do
Ar” (IMA 100-12).
RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA DE VOO
Os SERAC deverão divulgar o conteúdo desse
relatório em atividades educativas de segurança de voo,
enfatizando a necessidade da análise das condições
meteorológicas no destino e na rota, como forma de
adequadamente planejar o voo e evitar condições de operação
em ambiente adverso; devem também enfatizar as atitudes
conservatoras de contornar condições meteorológicas
adversas, seguir para alternativa ou retornar para o
aeródromo de origem.
O DAC deverá fazer chegar às mãos do maior
número possível de proprietários de aeronaves os vídeos
educativos sobre segurança de voo, elaborados pelo CENIPA,
através de um programa conveniado com seguradoras.
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11.01.199 2
Aeronave:
Beechcraft C-12 Huron
Operador:
USAF - Força Aérea dos Estados Unidos
Matrícula/Prefixo: 85-1269
Tripulação:
Ocupantes: ? / Fatalidades: 0
Passageiros:
Ocupantes: 0 / Fatalidades: 0
Total:
Ocupantes: ? / Fatalidades: 0
Local do
Acidente: Corumbá - MS
Tipo de
acidente:
Fase de Operação: em
voo
Natureza do
Voo: militar
Aeroporto de
Partida:
Aeroporto de
Destino:
Sem mais informações sobre esse acidente.
Você tem mais informações sobre estes ou outros acidentes?
Escreva para nós:
contato@desastresaereos.net
.
Fontes:
Folha de S.Paulo, Jornal do Brasil, ASN, Wikipédia
e CENIPA.
Edição de texto e imagem: Jorge Tadeu da Silva
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