Na segunda-feira, 14 de setembro de 1954, o Curtiss C-46
PP-LDM, partiu do Aeroporto de Congonhas com cinco
tripulantes e 12 passageiros a bordo, para cumprir a
primeira etapa de seu voo.
A tripulação era composta pelo piloto-comandante João Luís
Freire de Faria, 36 anos, o copiloto Aldemar de Castro
Magalhães, 36 anos, o radiotelegrafista Alberto Soares
Resende, 42 anos, o despachante Ianari Quadros de França e o
comissário de bordo Carlos Augusto Xavier Ferreira.
O avião levantou voo normalmente. Assim que atingiu certa
altura, o comandante percebeu que algo não estava
funcionando com regularidade. O motor esquerdo havia entrado
em pane. Imediatamente, o comandante entrou em contato com o
radiotelegrafista Resende para que se comunicasse com a
Torre do Aeroporto de Congonhas avisando que teriam que
retornar.
O PP-LDM iniciou o retorno a Congonhas, que sobrevoou por
duas vezes, preparando-se para o pouso. Abruptamente, porém,
a aeronave deixou de comunicar-se com a Torre e, pouco
depois, chegava a notícia de que havia caído num bosque de
eucaliptos, situado na região denominada Sete Praias, no
Eldorado. Eram, então, exatamente 16:30 hs.
Após sobrevoar por duas vezes o aeroporto, o piloto Faria,
manobrou a aeronave em direção ao pouso. Exatamente na
última curva, o avião passou rapidamente a perder altura e
acabou caindo no bosque de eucaliptos, abrindo uma enorme
clareira, derrubando árvores enormes e perdendo nesse
trajeto diversas peças, uma parte da asa esquerda, o trem de
aterrissagem, parte de sua carga, entre outros itens.
A fuselagem do aparelho permaneceu intacta, pois apenas a
sua frente e suas asas sofreram os impactos produzidos
durante a queda.
Apesar do enorme susto, a maioria dos ocupantes escapou sem
ferimentos. Alguns foram hospitalizados para tratar de
lesões conseqüentes dos sucessivos choques sofridos pelo
aparelho de encontro às árvores.
Como o avião caiu de frente, a cabine comando ficou reduzida
a escombros. O comandante Faria ficou ali, prensado em seu
banco, gravemente ferido. Mesmo assim, antes de perder os
sentidos, o piloto teve forças para desligar o contato e
acionar os dois extintores, a fim de apagar o incêndio que
se manifestava no motor em pane. Imediatamente socorrido, o
comandante - tido como um herói em razão de sua perícia -,
foi encaminhado ao Hospital das Clínicas, onde ficou
internado.
Dada a gravidade da queda, foi considerado um milagre que
nenhum dos ocupantes da aeronave tenha morrido no acidente.
Texto: Jorge Tadeu da Silva (baseado em reportagens dos
jornais da época)
Reprodução/Folha da