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Às 6h15min da terça-feira,
27 de fevereiro de 1975, o Bandeirante prefixo PP-SBE da Vasp,
decolou para o voo 640, do
Aeroporto de Congonhas, na Capital, em direção ao Aeroporto de
Araçatuba, com escala em Bauru, ambas cidades do interior de São Paulo,
sob condições meteorológicas bastante favoráveis, levando a bordo dois
tripulantes e 13 passageiros.
Tanto as comunicações entre o
comandante Milton Luís Figueroa e a Torre de Controle eram normais.
Porém, poucos minutos depois, o
ruído comum do avião tornou-se estranho. Então, o avião rodopiou, ficou
de barriga pra cima e entrou embicado sobre o telhado de uma casa.
Em sua desgovernada trajetória, o
Bandeirante atingiu quatro residências, derrubando paredes. Em seguida,
ocorreram várias explosões, tornando as paredes próximas enegrecidas
pelo fogo e a fumaça.
Quando os bombeiros, quinze minutos
depois, chegaram, quase nada puderam fazer, apenas isolaram o local e
procuraram apagar o fogo, resgatando os 15 corpos encobertos pelos
escombros.
A comissão encarregada das
investigações não conseguiu apurar as causas do desastre devido à total
destruição da aeronave e de todos os indícios que pudessem apontá-las.
Segundo o relatório da comissão, aparentemente, o piloto não conseguiu
controlar o Bandeirante, quando um dos motores falhou, mas não foi
possível esclarecer se ele tentava retornar a Congonhas ou descer em
outro local próximo.
A Embraer mandou ainda duas
turbinas para um laboratório especializado no Canadá, que não conseguiu
apontar nenhuma falha. Além disso, a Embraer simulou, realizando vôos
com aparelhos semelhantes, todas as condições possíveis de pane, sem
chegar, no entanto, a qualquer conclusão.
Foi o primeiro acidente com o avião
modelo Bandeirante.
Leia abaixo, mais detalhes sobre o
acidente nas reproduções dos jornais da época.
Pesquisa e edição de texto: Jorge Tadeu da Silva
Reprodução dos jornais da
época
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Folha de S.Paulo, 28.02.1972 |
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Jornal
do Brasil, 28.02.1972 |
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Folha de S.Paulo, 01.03.1972 |
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Jornal do Brasil, 01.06.1972 |
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Folha de S.Paulo, 02.03.1972 |
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O
Estado de S.Paulo, 23.01.1976 |
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Ficha técnica
Data: 27/02/1975
Aeronave:
Embraer 110C Bandeirante
Operadora:
VASP - Viação Aérea São Paulo
Prefixo:
PP-SBE
Número de Série:
110021
Primeiro voo:
1974
Tripulantes: 2
Passageiros: 13
Partida:
Aeroporto de Congonhas (CGH/SBSP),
São Paulo, SP
Destino:
Aeroporto de Bauru (BAU/SBBU), Bauru,
SP
Local da ocorrência:
próximo ao
Aeroporto de Congonhas, São Paulo, SP
Fatalidades: os
15 ocupantes da aeronave
No centro, o
Bandeirante PP-SBE - Foto: JetSite
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A aeronave
Embraer EMB-110 Bandeirante
O Embraer EMB-110
Bandeirante é um avião turbo-hélice com capacidade de 15 a 21
passageiros, para uso civil ou militar, desenvolvido pela
fabricante brasileira Embraer.
No final da década de 1960
o governo brasileiro desencadeou uma política de expansão da
indústria nacional, época em que havia a necessidade de se obter
um avião de propósito geral, para uso civil e militar, a ser
utilizado no transporte de cargas e passageiros. Desta forma
promoveu o desenvolvimento de uma nova aeronave, que viesse a
operar com baixo custo operacional e fosse capaz de ligar
regiões remotas e dotadas de pouca infra-estrutura.
Coube a uma equipe do
Centro Técnico Aeroespacial, liderada inicialmente pelo
projetista francês Max Holste, a missão de desenvolver o
produto.
Nasceu assim o Bandeirante,
primeiro avião comercializado pela então estatal EMBRAER, e o
primeiro grande projeto da empresa, com 498 unidades vendidas
para diversos países, incluindo forças armadas. Foram 253
aeronaves para o Brasil e 245 para o exterior1
Usado para o transporte de
passageiros, carga, busca e salvamento, reconhecimento
fotográfico, originou também uma versão de patrulha marítima, o
Bandeirante Patrulha, que recebeu o apelido de Bandeirulha.
A versão EMB-110C com
quinze (às vezes doze ou dezesseis) lugares, foi desenvolvida
especialmente para atender ao transporte aéreo regional.
A produção em série do
Bandeirante terminou no final de 1991. Entretanto, uma última
aeronave com nº de série 498 foi fabricado sob encomenda para o
Governo da Amazônia em 1995.1
Além das 498 unidades de
série, foram construídos três protótipos, totalizando 501
unidades fabricadas. Até 2012, haviam cerca de 320 unidades em
operação.1
O conhecimento agregado com
o Bandeirante levou a então EMBRAER a criar uma nova aeronave,
maior, mais rápida e com cabine pressurizada, o EMB-120
Brasília.
O Protótipo 1 do
EMB-110 - Foto:
Wikimedia Commons
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Texto e edição de imagens
por Jorge Tadeu da Silva |
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Fontes de pesquisa:
ASN / Jornal do Brasil / Folha de S. Paulo
Correio da Manhã / Wikipédia
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