Em 28 de setembro de 1942, o avião Lockheed 18-10-01
Lodestar, prefixo PP-PBG, da Panair do Brasil, operava o voo
doméstico de passageiros do Rio de Janeiro (RJ) para Porto
Alegre (RS), com escalas em São Paulo (SP) e Curitiba (PR).
A Panair do Brasil havia adquirido 14 aeronaves do tipo.
Operada entre 1941 e 1946, a frota de Lodestars sofreu
vários acidentes, de forma que apenas metade das aeronaves
adquiridas cinco anos antes ainda encontrava-se operacional.
Diante da perda de metade da frota, a Panair revendeu os
Lodestar restantes.
O voo saiu do Rio para Porto Alegre com escalas em São Paulo
e Curitiba. Ao iniciar a descida no aeroporto de Congonhas,
em SP, numa aproximação noturna com mal tempo, O L-18
LodeStar arremeteu e iniciou circuito para uma nova
tentativa.
O avião foi ouvido passando sobre o aeroporto, baixo, mas
totalmente fora do eixo da pista. Os motores pararam e a
aeronave caiu na mata de Pedra Branca, em Santo André, SP,
matando todos os 15 ocupantes, entre eles o comandante
Ismael Guilherme e o copiloto Walter Seibel.
Entre os passageiros, encontravam-se o empresário Lineu de
Paula Machado, o ministro do Tribunal de Contas Eduardo
Lopes e o delegado Durval de Vilalva (que havia sido um dos
membros das buscas dos destroços da queda do Lodestar
PP-PBD)
Os destroços da aeronave foram analisados mas pouco puderam
oferecer aos investigadores. Apesar dos motores terem parado
subitamente de funcionar, a aeronave ainda possuía
combustível em seus tanques. Dessa forma, o acidente foi
ocasionado por uma falha indeterminada no sistema de
alimentação de combustível da aeronave.
Em 1954 o comandante Coriolano Luiz Tenan (1904-1998),
primeiro comandante da Panair, lançou o livro 'Memórias de
um piloto de linha'. Em parte da obra Tenan citou alguns
acidentes aéreos, entre eles o do Lodestar, atribuindo a uma
falha grave na alimentação dos motores.
O comandante Carlos Ari Cesar Germano da Silva lançou o
livro 'O rastro da bruxa', analisando diversos acidentes
aéreos brasileiros. No caso do Lodestar, Silva especulou que
o acidente pode ter sido causado por uma falha humana na
abertura/fechamento do sistema de válvulas seletoras dos
tanques de combustível.
Para realizar o voo, o Lodestar dispunha de quatro tanques
de combustível (principal esquerdo e direito e auxiliares
direito/esquerdo). Cada tanque dispunha de 100 galões
americanos de capacidade, gerando um tempo máximo de voo de
5 horas. Os tanques dispunham de válvulas para abertura e
fechamento, que permitiam uma distribuição equilibrada do
combustível para os motores. Durante um voo era comum a
abertura e fechamento manual dos tanques pela tripulação.