A aeronave Boeing
777-2H6ER, prefixo 9M-MRD, da Malaysia Airlines, partiu do
Aeroporto de Amsterdã-Schiphol às 12h14 (CEST - Hora Central
Europeia de Verão), 10h14 UTC, e tinha como destino o Aeroporto
Internacional de Kuala Lumpur, na Malásia.
A bordo estavam 283
passageiros e 15 tripulantes.
O voo MH17 tinha duração
estimada em 11 horas e 45 minutos, com pouso previsto para as
06h00 do dia 18 de julho no horário local (22h00 de 17 de julho
UTC).
De acordo com a Malaysia
Airlines, o plano de voo solicitado para a aeronave previa uma
altitude de 35 mil pés (10.700 metros) enquanto estivesse
sobrevoando o espaço aéreo da Ucrânia.
Porém, ao entrar no espaço
aéreo ucraniano, a tripulação foi instruída pelo Controle de
Tráfego Aéreo para descer a 33 mil pés (10.100 metros).
O Controle de Tráfego Aéreo
ucraniano perdeu o contato com o voo MH17 às 14h15min (GMT), nas
coordenadas (47° 51′ N 39° 13′ E47), a aproximadamente 50 km da
fronteira entre a Rússia e a Ucrânia.
Mais tarde, descobriu-se
que o avião havia caído próximo ao vilarejo Hrabove, ao norte de
Torez, uma cidade ao leste da região de Donetsk Oblast, próxima
da fronteira com a Rússia. O momento em que o avião caiu foi
registrado em vídeo em uma gravação feita por uma testemunha.
O site Flightradar24
informou que os aviões Boeing 777-200ER (voo SQ351) da Singapore
Airlines e o Boeing 787-800 da Air India (voo AI113) desviaram
suas rotas em cerca de 25 km da rota do avião da Malaysia
Airlines, após o desaparecimento deste dos radares.
Fotografias do local do
acidente mostram peças quebradas e espalhadas da fuselagem e
partes do motor, assim como corpos e passaportes.
Alguns dos destroços caíram
perto das casas de Hrabove. Dezenas de corpos caíram nos campos
de cultivo e nas casas.
Na noite de 17 de julho, o
portal lifenews.ru divulgou o seguinte comunicado: "No dia 17 de
julho, próximo ao vilarejo Rassypnoye, na cidade Torez da região
Donetsk, um avião de transporte An-26 da Força Área Ucraniana
foi derrubado, segundo a milícia. De acordo com eles, o avião
foi derrubado em algum lugar próximo às minas "Progress", longe
da área residencial. De acordo com uma das milícias,
aproximadamente às 17h30 do horário local, um An-26 sobrevoava a
cidade quando foi atingido por um foguete. Houve uma explosão e
o avião foi derrubado, deixando uma fumaça negra e detritos
caindo."
A agência de notícias russa
RIA Novosti também reportou que um An-26 foi derrubado pelos
militantes próximo a Torez em torno de 16h00 no horário local.
Análises da fumaça e
trajetória realizadas pelo EUA sugeriram que o míssil foi
disparado a partir de uma área entre Torez e Snizhne.
Imagina-se que os 298
passageiros e tripulantes a bordo do voo MH17 ficaram alheios ao
horror do impacto do míssil, já que a descompressão causada pela
explosão e a consequente destruição da aeronave foi imediata.
O míssil SA-11 - conhecido
como ‘urso’ - que atingiu o avião é projetado para pulverizar
aeronaves com o impacto. A medida em que os restos da aeronave
foram encontrados espalhados por uma grande área, parece se
confirmar isso.
Numa primeira análise dos
destroços, percebe-se que o Boeing 777 foi perfurado em vários
pontos, tento seu combustível se inflamado levando a uma
explosão, arrancando para fora os motores e as asas, tudo dentro
de uma fração de segundo, ou seja, as pessoas a bordo ficaram
inconscientes quase que instantaneamente.
O míssil terra-ar atingiu o
Boeing 777 com tal força, que os moradores da região afirmam ter
visto corpos caindo do céu "como se fossem trapos”.
Esse tipo de míssil é
programado (usando um ‘tracker’) para chegar a um metro do alvo
e, em seguida, deixar liberar uma série de estilhaços, que
penetram na aeronave em vários pontos. Uma grande aeronave como
essa é altamente pressurizada, para permitir que os seres
humanos possam respirar em elevadas altitudes, por isso, com a
explosão instantânea, quase ninguém a bordo teria sabido o que
estava acontecendo. Se não fosse de imediato, os ocupantes do
avião teriam ficado inconsciente em frações de segundos.
Corpos nus estavam
espalhados em campos no leste da Ucrânia cercado por centenas de
bens - incluindo livros infantis, cartas de baralho, chinelos,
letras e discos de vinil antigos. Bandeiras brancas improvisadas
marcavam o local onde os corpos jaziam nos campos de milho e
entre os escombros.
Uma testemunha contou que
um cadáver esmagado caiu sobre o telhado de sua casa. 'Houve um
ruído contínuo e tudo começou a sacudir. Em seguida, os objetos
começaram a cair do céu", disse Irina Tipunova, 65. “E, então,
eu ouvi um estrondo e o corpo caiu na minha cozinha."
A especulação sobre a
origem do míssil, que permanece não confirmada, provocou uma
batalha de propaganda entre os dois lados da crise
Ucrânia-Rússia.
Autoridades em Kiev ter
feito repetidas declarações que ligam o ataque a separatistas
pró-russos.
. |