JAL 123

 

O pior acidente da história da aviação

 

envolvendo uma só aeronave

 

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ÍNDICE



 

O AVIÃO

 

O Boeing 747-SR46, é uma variante especial do Boeing 747-100 para voos domésticos de curto alcance, com menor peso e aprovado para ciclos mais elevado. O "SR" - ao contrário do que se imagina - não significa "alcance curto", e sim, "requisito especial". 

 

O "SR" tem uma capacidade menor de combustível, mas pode levar mais passageiros - até 498 passageiros em versões anteriores e 550 passageiros em modelos posteriores.

 

Este avião foi utilizado principalmente em voos domésticos no Japão, mas um 747-SR46 (N911NA) está atualmente sendo operado pela NASA como um Space Shuttle Carrier Aircraft (transportador de ônibus espacial).

DADOS DA AERONAVE / VOO

Tipo da aeronave: Boeing 747-SR46

Empresa aérea: Japan Air Lines - JAL

Prefixo: JA8119

Número de série: 20783/230

Primeiro voo: 28/01/1974

Total horas voadas: 25.030 / Ciclos: 18.835

Motores: 4 Pratt & Whitney JT9D-7A

Tripulação: 15 - Fatalidades: 15

Passageiros: 509 - Fatalidades: 505

Total de ocupantes: 524

Total de Fatalidades: 520

Danos na aeronave: perda total

Voo: JAL123

Local de Partida: Aeroporto Internacional de Tóquio (Haneda) (HND/RJTT), Ôta, Tóquio, Japão

Local de Destino: Aeroporto Internacional de Osaka (Itami) (ITM/RJOO), Osaka, Japão

 

Por: ASN / Jorge Tadeu da Silva

 

O JA8119 no Aeroporto Int. Tóquio-Haneda em 16/04/94 - Foto: Kjell Nilsson (Airliners.net)

 

O JA8119 no Aeroporto Int. Osaka-Itami em 1982 - Foto: Harcmac60 (Wikipedia)

 


O VOO JAL123

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O início da noite em Tóquio estava quente e úmido. Haneda, um dos terminais aéreos mais movimentados do mundo, ficou ainda mais congestionado e desconfortável do que o habitual. Mas a maioria dos viajantes que se acotovelavam, estavam de bom humor, não reclamavam. Apesar disso, a maioria dos viajantes estavam bem-humorados, em clima festivo.

Os três dias do feriado de Obon - data de celebração dos ancestrais mortos e que é, na cultura japonesa, uma data quase tão festiva quanto a de ano novo - começaria na manhã seguinte. Muitos japoneses devotariam os dias às visitas nostálgicas aos lugares de seu nascimento, às reuniões felizes com parentes e à prestar homenagem a seus antepassados.

Os mais religiosos acreditam que os espíritos de seus ancestrais retornam ao local onde estão seus familiares para a celebração da vida. Porém, para 520 pessoas que embarcaram no voo JAL123 para Osaka, a viagem mudaria tragicamente de sentido: ao invés de honrar os seus mortos, se juntariam a eles

Apenas 45 minutos após ter deixado o Tóquio, o enorme Boeing 747 construído nos Estados Unidos, despedaçou-se em uma montanha numa área considerada selvagem, na região da prefeitura de Goma, no Japão. O número de mortes o tornou o pior acidente aéreo envolvendo uma única aeronave na história da aviação.

Somente a colisão de outros de dois 747's, um que taxiava e um segundo que corria na mesma pista para a decolagem, ambos envoltos em forte nevoeiro, em 27 de março de 1977, em Tenerife, nas Ilhas Canárias, matou mais pessoas: 583.

O acidente no Japão era o quarto desastre aéreo importante naquele ano. Seguiu-se a desintegração durante o voo de um Boeing 747 da Air Índia, 23 de junho, fora da costa da Irlanda, em que todos os 329 ocupantes pereceram.

Em fevereiro, um Boeing 727 da Ibéria deixou de funcionar e colidiu contra uma montanha na Espanha, matando todas as 148 pessoas a bordo.

Apenas duas semanas antes, um Lockheed L-1011 da Delta Air Lines, não conseguiu alcançar a pista ao tentar uma aterrissagem de emergência sob forte temporal no Aeroporto Fort Worth, em Dallas, nos EUA, condenando à morte os 134 ocupantes da aeronave.

Os acidentes pareciam ter pouco em comum; porém, em todos, com exceção de um, os aviões de passageiros de fuselagem larga, os “widebodies”, estavam envolvidos.

Com o impacto do JAL, o número de mortes na aviação civil mundial em 1985 passou de 1.400 vítimas, fazendo desse o ano mais letal na história das viagens aéreas e aumentando, mais uma vez, o temor sobre a segurança nos céus.

Por: Jorge Tadeu da Silva


 

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