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TRAGÉDIA E MISTÉRIO NA ROTA RIO-PARIS

 


ÍNDICE

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O voo AF447

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O Acidente

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Gráficos, mapas e imagens relacionados ao acidente

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As Vítimas

 

As reações ao acidente

 

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Histórias de algumas das vítimas da tragédia

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O avião Airbus A330

Dados do avião

acidentado e do voo

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As Buscas

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Os bastidores das buscas

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As aeronaves

e embarcações

utilizadas nas buscas

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O Inquérito

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O Relatório do BEA

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Perguntas sem respostas

Fotos da Tragédia

Vídeos sobre o Acidente

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A operação de

busca final

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Opinião e Análise

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Outras matérias

importantes.

Fontes de Pesquisa


As Buscas

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Área de jurisdição brasileira

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Mapas da topografia da área de busca

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Imagens: Marinha do Brasil/Diretoria de Hidrografia e Navegação e Editoria de Arte/G1


O dia a dia das buscas

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Dia  1 - Segunda-feira, 1º de junho de 2009

Os controladores de tráfego aéreo brasileiros contataram o controle de tráfego aéreo em Dakar às 2h20 UTC, quando repararam que a aeronave não tinha feito o contato obrigatório, via radio, para assinalar a sua entrada no espaço aéreo senegalês, acima da Zona de Convergência Intertropical.

A Força Aérea Brasileira deu início a uma operação de busca e resgate a partir do arquipélago brasileiro de Fernando de Noronha, destacando cinco aviões para buscas num trecho delimitado pelo litoral das cidades do Recife, Natal e o arquipélago de Fernando de Noronha.

Aviões de reconhecimento franceses foram também destacados para o local, incluindo um de Dakar. A base de apoio às buscas funciona na Base Aérea de Natal em Natal e no Aeroporto de Fernando de Noronha com as buscas coordenadas a partir do Cindacta 3 na cidade do Recife.

O assessor de imprensa da Aeronáutica, coronel Henry Munhoz, disse à TV brasileira que o radar de Cabo Verde não havia captado o sinal do avião sobre o Oceano Atlântico.

A Marinha Brasileira deslocou também três embarcações, sendo o navio-patrulha Grajaú, a fragata Constituição e a corveta Caboclo para auxílio nas buscas.

No fim da manhã, o voo AF447 foi retirado da lista de voos do site dos Aeroportos de Paris.

O diretor executivo da Air France, Pierre-Henri Gourgeon, disse numa conferência de imprensa: "Estamos provavelmente em presença de uma catástrofe aérea." Um porta voz da Air France especulou a aeronave poderia ter sido atingida por um raio, embora esta seja uma rara causa de acidentes com aeronaves. Dois jatos da companhia aérea Lufthansa passaram por essa área, antes e depois do desaparecimento, o que coloca dúvidas acerca de um raio ter sido a causa.

O ministro do ambiente francês Jean-Louis Borloo declarou que "nesta altura já terá ultrapassado o limite das suas reservas de querosene" e "Temos de vislumbrar agora o mais trágico dos cenários". Fontes do aeroporto Paris-Charles-De-Gaulle citadas pela revista francesa L'Express afirmaram que "não há esperança de que haja sobreviventes."

O governo do Senegal comunicou na tarde de 1 de junho que teria localizado destroços que flutuavam nas suas águas territoriais, mas não confirmou se pertenciam ao avião desaparecido. A Aeronáutica informou que após o escurecer será realizada uma busca eletrônica com vista a tentar captar a emissão de sinal do equipamento de emergência da aeronave (ELS).

No início da noite de segunda-feira, o vice-chefe do Centro de Comunicação da Aeronáutica brasileira, Jorge Amaral, confirmou que um piloto de um voo comercial da empresa TAM Linhas Aéreas reportou ter visto "pontos laranjas" no meio do Oceano Atlântico, cerca de 30 minutos após o Airbus da Air France ter emitido um informe de pane elétrica, às 2h14 UTC de domingo. No entanto, uma busca efetuada por um navio francês na área assinalada pelo piloto não encontrou nada.

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Dia  2 - Terça-feira, 2 de junho de 2009

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Na noite de 1 para 2 de junho, um avião radar Embraer R-99B decolado às 22h35 de segunda-feira do arquipélago de Fernando de Noronha detectou por meio de sinais eletrônicos, a cerca de 1h da manhã, objetos metálicos e não metálicos.

Na manhã de 2 de junho, uma aeronave C-130 avistou flutuando objetos detectados por radar no Oceano Atlântico que podem ser do Airbus. Na ocasião o radioamador André Sampaio, que auxiliava as comunicações da FAB por meio de sua estação PY0FF em Fernando de Noronha, capta as primeiras informações dos avistamentos pelo rádio em HF.

O coronel Jorge Amaral confirma que os objetos foram visualizados em dois pontos distintos, distantes 60 km entre si, a cerca de 650 km a noroeste da Ilha de Fernando de Noronha.

Teriam sido vistos uma poltrona, uma bóia laranja, um tambor, objetos brancos, além de uma mancha de óleo e querosene. Não foi ainda confirmado se se tratam de partes do avião desaparecido.

Devido a estes destroços terem sidos localizados, a Marinha do Brasil enviou o navio tanque Gastão Motta e a fragata Bosísio, somando 5 as embarcações deslocadas para o local. O navio-tanque permitirá que os outros navios fiquem na área um mês, se for necessário. Os navios estão equipados com médicos e mergulhadores, que poderão chegar ao avião se estiver submerso perto da superfície. O primeiro navio da frota brasileira deverá chegar ao local pelas 18h de quarta-feira, 3 de junho.

Três navios mercantes, dois holandeses e um francês, que circulavam perto do arquipélago de São Pedro e São Paulo desviaram as suas rotas para auxiliar nas buscas no local onde foram avistados os destroços, mas segundo a Marinha Brasileira ainda não encontraram nenhum vestígio.

O contra-almirante Domingos Sávio Almeida Nogueira, diretor do Centro de Comunicação Social da Marinha, afirmou que os destroços indicam que podem haver sobreviventes, uma vez que a temperatura da água está alta na região, em torno de 28 a 30 graus. "Sempre há esperança", disse Domingos Sávio aos jornalistas.

Dois navios da Marinha Francesa, o Foudre e o Ventôse, estão a caminho do local onde se suspeita que o avião possa ter caído. Um E-3 Sentry da Força Aérea Francesa decolou às 17h00 CEST, juntando-se aos 2 aviões Atlantique 2 e a um Falcon 50 da Marinha. O mau tempo dificulta as buscas tanto no ar como no mar.

Entre os navios enviados ao local também está o navio de pesquisa francês Pourquoi Pas?, equipado com dois mini-submarinos capazes de mergulhar até profundidades de 6000 m. A área do Atlântico na qual o avião terá caído tem profundidades da ordem dos 4700 m.

Na tarde de 2 de junho o ministro da Defesa brasileiro, Nelson Jobim, confirmou que os destroços encontrados durante a madrugada no Oceano Atlântico são do Airbus da Air France. "Os destroços são do avião. Isso não há mais dúvida", afirmou Jobim aos jornalistas. Segundo o ministro, o avião Hércules da Força Aérea Brasileira identificou diversos materiais em uma faixa de 5 km, dentro da área brasileira em torno do arquipélago de São Pedro e São Paulo. "Fios, metais, enfim, elementos que compõem a aeronave", esclareceu. Os objetos encontrados no mar serão recolhidos e embarcados no navio Grajaú da Marinha brasileira, que levará o material para Fernando de Noronha. "Até o momento não foi divisado nenhum corpo, somente destroços", disse Jobim, afirmando também que ainda não é possível determinar se a aeronave explodiu.

 

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Dia  3 - Quarta-feira, 3 de junho de 2009

Toda a operação de busca e resgate de destroços e possíveis sobreviventes do voo 447 está sendo feita a partir do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta 3), em Recife. Trinta militares revezam-se dia e noite no trabalho de planejamento e execução de tarefas, na sala do Salvaero. Segundo a explicação do coronel-aviador Luís Gonzaga Leão Ferreira, comandante do Cindacta 3, "O Salvaero é um órgão do Cindacta que, no contexto da organização, tem por responsabilidade todos esses trabalhos que nós estamos efetuando na busca da aeronave da Air France".

O R-99B da FAB fez novo sobrevoo durante a noite de 2 para 3 de junho, na tentativa de localizar mais destroços e possíveis sobreviventes. O comandante do Cindacta 3 afirmou "Nós vamos continuar dando prosseguimento às buscas, uma vez que já temos alguns pontos de localização de objetos e destroços da aeronave. Estamos colocando esses posicionamentos em mapa e isso permitirá que a gente possa ter uma otimização dos trabalhos de busca".

Foram encontrados vários objetos espalhados numa área circular de 5 km de raio; um objeto de 7 metros de diâmetro; dez objetos, sendo alguns metálicos; e uma mancha de óleo com extensão de 20 km.

O avião militar dos Estados Unidos que está no Brasil para apoio às buscas por destroços e possíveis sobreviventes do voo 447 partiu na sua primeira missão às 3h da madrugada de quarta-feira, 3 de junho. Com este avião, chega a 11 o número de aeronaves envolvidas nos trabalhos de busca. No dia 3 deverá chegar ainda um avião francês vindo de Dakar, no Senegal, para reforçar o grupo. Segundo os militares, o mais difícil da operação é o tamanho da área de busca. Até o momento, as equipes já cobriram um perímetro de 10 mil km², o que ainda é pouco em relação ao tamanho da área onde são feitas as buscas.

Os destroços que forem sendo recolhidos pela Marinha serão inicialmente levados para Fernando de Noronha, podendo depois ser enviados para o Recife por aeronave, segundo informou o coronel Leão. A caixa-preta não está no foco principal das buscas. Conforme afirmou o mesmo coronel, "Estamos conduzindo o nosso trabalho para levantar a localização dos destroços e de um eventual sobrevivente. A caixa preta é primordial para o processo de investigação, mas não é nossa prioridade no momento".

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, anunciou que Pernambuco será responsável pelo recolhimento e pela identificação dos corpos das vítimas. A Secretaria de Defesa Social do estado informou que quarta, 3 de junho, chegará a Fernando de Noronha uma equipe formada por médico legista, perito criminal e datiloscopista.

Na manhã de 3 de junho o porta voz do Estado Maior do Exército francês afirmou que, embora seja preciso fazer "uma confirmação formal" quando os destroços forem resgatados, já não há espaço para dúvidas de que pertencem ao Airbus da Air France desaparecido na segunda-feira passada.

Na madrugada de 3 de junho foram encontrados mais quatro pontos com objetos e materiais metálicos na região onde no dia anterior haviam sido encontradas partes do avião, a uma distância de 90 km da área anteriormente coberta pela Força Aérea Brasileira. Foram detectados vários objetos espalhados em uma área circular com raio de 5 quilômetros, entre eles uma peça de sete metros de diâmetro, ainda não identificada, que poderá ser, segundo o Comando da Aeronáutica, um pedaço da cauda ou lateral do aparelho. Foram ainda encontrados 10 objetos e uma mancha de óleo com extensão de 20 quilômetros, mas ainda não há certeza de que estes destroços pertençam também ao avião acidentado.

 

Até a noite de 3 de junho, uma área de cobertura equivalente a 176 984,37 km², o que corresponde a cerca de duas vezes o estado de Pernambuco, havia sido completada.

 

O navio patrulha Grajaú e corveta Caboclo da Marinha do Brasil chegaram a área. As buscas prosseguiram durante a noite com as aeronaves brasileiras (três C-130 Hércules), um avião norte-americano (P-3 Orion) e um avião francês (Falcon 50).

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Dia  4 - Quinta-feira, 4 de junho de 2009

Em Recife com a dificuldade de encontrar sobreviventes do Airbus A330 da companhia aérea Air France, desaparecido desde a madrugada de segunda-feira (1º), a Força Aérea Brasileira (FAB) e o Comando da Marinha decidiram iniciar a coleta dos destroços localizados na área onde estão concentradas as buscas.

O brigadeiro Ramon Borges Cardoso fala sobre a operação em busca dos destroços do avião

Foto: Valter Campanato (Agência Brasil)

"Até ontem, a prioridade era localizar os corpos, mas, como não estamos encontrando, temos que recolher os destroços. Hoje já podemos colocar os dois trabalhos no mesmo nível de interesse", explicou em Recife, o diretor do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), brigadeiro Ramon Borges Cardoso.

Ao relatar à imprensa o trabalho feito nesta madrugada, Cardoso afirmou que o avião militar R-99B, que rastreou a área provável em que o Airbus caiu, identificou novos pontos de destroços a sudoeste dos penedos de São Pedro e Paulo. Nenhum corpo foi avistado. Segundo o brigadeiro, apesar de o mar estar calmo, chove e há pouca visibilidade, o que dificulta as buscas. "A cada dia que passa fica mais difícil encontrar sobreviventes, mas continuamos com essa expectativa, trabalhando para possivelmente encontrá-los."

O almirante Edison Lawrence Mariath Dantas durante entrevista sobre as buscas

Foto: Valter Campanato (Agência Brasil)

Durante a madrugada, mais cinco aviões, sendo um norte-americano e um francês, decolaram de Natal com destino aos locais onde os destroços foram localizados. Em dois pontos foi confirmada a presença de material que o brigadeiro acredita ser da parte interna do Airbus. Com isso, a FAB e a Marinha decidiram enviar para os locais o navio patrulha Grajaú e a corveta Caboclo, que já estavam na região desde o dia anterior. A previsão é que as duas embarcações cheguem aos pontos indicados pelas aeronaves no início da tarde deste dia. Elas irão recolher todo o material que for encontrado boiando.

Um helicóptero Black-Hawk partiu às 8h de Fernando de Noronha (PE) para confirmar a presença de destroços avistados a cerca de 100 quilômetros a nordeste do arquipélago. De acordo com Cardoso, a opção de enviar o helicóptero na missão de rastreamento se deve ao fato de ser pouco provável que o material rastreado pelo R-99B pertença à aeronave da Air France. Se for do avião, uma embarcação terá que se dirigir ao local a fim de resgatá-lo, porque o helicóptero não pode içar o material. Segundo o brigadeiro, não há data prevista para o término da operação. Todos os equipamentos e suprimentos de que as equipes que estão em Fernando de Noronha irão precisar foram transportados hoje para o arquipélago. Cerca de 150 pessoas participam das buscas.

 

Foram identificados novos pontos de destroços à sudoeste dos penedos de São Pedro e São Paulo. O helicóptero H-60 Black Hawk começou a ser utilizado nas missões de busca. No total, onze aeronaves estão mobilizadas na Base Aérea de Natal e em Fernando de Noronha para o trabalho de busca.

 

A fragata Constituição chegou ao local onde estão sendo feitas as buscas. A embarcação completa o conjunto de três navios da Marinha que participam nas buscas. A fragata Constituição leva tripulação de aproximadamente 200 marinheiros, incluindo mergulhadores. Novos destroços foram avistados a 550 km de Fernando de Noronha. De acordo com o planejado, a aeronave orientou a fragata Constituição, até o local para que o material pudesse ser recolhido.

 

O helicóptero Lynx, embarcado na Fragata, resgatou por volta das 13h, um suporte utilizado para acomodação de cargas em aviões (palet), de aproximadamente 2,5 m², e duas bóias. Segundo o brigadeiro Ramon Cardoso, o palet e a mancha de óleo encontrados não pertencem ao Airbus 330, pois o Airbus não utilizava palets de madeira e a quantidade de óleo encontrada era bem superior à que um Airbus necessita, pois utiliza apenas cerca de 20 litros de óleo nos motores. O almirante Edison Lawrence Mariath Dantas, comandante do 3º Distrito Naval em Natal, disse em entrevista que as buscas prosseguiriam durante a noite.

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Dia  5 - Sexta-feira, 5 de junho de 2009

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Um grupo com treze parentes de algumas das pessoas que viajavam na voo 447 partiu da Base Aérea do Galeão por volta das 7h deste dia 5 em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para a sede do Cindacta 3, em Recife (Foto acima: Valter Campanato (Agência Brasil)). O brigadeiro Ramon Borges Cardoso informou que o objetivo é esclarecer qualquer dúvida e também para que eles tomassem conhecimento das dificuldades do trabalho em uma busca no mar. Porém está descartada um sobrevoo na área de buscas pelos parentes. Uma aeronave francesa Atlantique Rescue D passou a integrar o conjunto de aeronaves engajadas nos esforços de busca.

Chega ao fim o quinto dia de buscas aos destroços do voo e o brigadeiro Ramon Borges Cardoso, diretor do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), afirmou que nada de "relevante" foi encontrado ainda e também que com o passar do tempo aumentam as dificuldade de encontrar corpos e de localizar vestígios da aeronave. Mesmo assim, informou que não há prazo para o fim das operações de busca que, nos próximos dias, ganhará o reforço de mais três barcos brasileiros e três embarcações francesas. Novamente, durante a madrugada (próximo às 3h de amanhã) o avião R-99B decolará de Fernando de Noronha para dar continuidade ao rastreamento dos possíveis destroços.

A Air France anunciou, em uma nota divulgada durante a manhã, que o voo AF 447 passará a ser identificado como AF 445 a partir de domingo (7 de junho) e a alteração só valerá para o trajeto Rio-Paris. O trajeto Paris-Rio continuará ser identificado como AF 444.

O governo francês anunciou que enviaria o submarino Émeraude para auxiliar nos trabalhos de resgate de destroços e eventuais corpos de vítimas do acidente. O submarino possui sonares que tentarão identificar emissões acústicas das caixas-pretas do avião, porém ele só deve chegar na região das buscas na próxima semana. Mais duas outras embarcações da Marinha francesa, o TCD Foudre (que estava na costa de Portugal) e a fragata Ventôse (que vem do Caribe) foram enviadas ao Brasil e devem chegar a região no fim de semana.

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Dia 6 - Sábado, 6 de junho de 2009 

No início da manhã, o R-99B identificou uma série de pontos numa área localizada a cerca de 70 km a nordeste de onde o avião da Air France havia enviado a última mensagem.

No início da tarde de 6 de junho, o coronel Jorge Amaral (Foto acima: Valter Campanato (Agência Brasil)) , da Aeronáutica, informou que dois corpos de homens foram localizados e recolhidos pela corveta Caboclo que auxilia nas buscas do avião.

A Aeronáutica e a Marinha também encontraram uma poltrona azul identificada com um número de série que pode ser do Airbus A 330, além de uma mochila com um cartão de vacinação e uma pasta de couro contendo uma passagem da Air France. Também foram encontradas máscaras de oxigênio.

As informações disponíveis foram transmitidas aos parentes das vítimas antes de serem divulgadas à imprensa.

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Dia 7 - Domingo, 7 de junho de 2009 

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Mais destroços foram localizados, incluindo uma parte metálica com inscrições da Air France. Poltronas com características das que são utilizadas pela Air France também foram resgatadas. Três corpos foram localizados e resgatados durante a madrugada, totalizando cinco corpos. Cinco navios da Marinha do Brasil e 14 aeronaves, 12 brasileiras e duas francesas, foram utilizados no resgate. No início da noite, a Marinha e Aeronáutica anunciaram que 12 corpos foram resgatados, completando 17 ao todo já resgatados. Vários elementos estruturais da aeronave também foram resgatados. A fragata francesa Ventôse chegou a região e auxiliou no resgate. Ao todo, seis embarcações auxiliaram nas buscas em conjunto com 14 aeronaves.

Segundo o capitão-de-fragata Giucemar Cardoso Tabosa, do Centro de Comunicação Social da Marinha, a fragata Constituição, que levava para Fernando de Noronha os dois corpos localizados em 6 de junho, retornou ao encontro da corveta Caboclo para reunir todos os corpos encontrados e levá-los de uma só vez. Quando a fragata atingir os 300 km de distância da ilha, os corpos serão transportados de helicóptero e lá serão preparados e encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) de Recife, que recebeu o reforço de oito policiais federais especialistas na identificação de corpos, e será responsável pela identificação dos corpos.

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Dia 8 - Segunda-feira, 8 de junho de 2009 

Ao final da manhã, a Marinha e a Aeronáutica informaram que foram resgatados 16 e não 17 corpos, como anunciado no dia anterior. O motivo informado pelas autoridades, foi uma falha de comunicação com a fragata francesa 'Ventôs'. Também diferente do anunciado no dia anterior, foi informado que os 16 corpos já se encontravam na fragata Constituição. Os corpos estão sendo conservados nas câmeras frigoríficas do navio, com chegada prevista a Fernando de Noronha na manhã de terça (9 de junho).

O capitão Giucemar Tabosa, assessor de comunicação da Marinha, informou que a diferença do número de corpos foi constatada na transferência dos corpos da fragata francesa para a brasileira.[63] Após corrigirem esta informação, a Aeronáutica e a Marinha decidiram que não irão mais revelar à imprensa o número e o sexo dos corpos das vítimas resgatados até que estejam a bordo de navios militares brasileiros. A medida tem por objetivo evitar erros na divulgação das informações.

O capitão Tabosa exibe imagem de satélite, com a localização dos destroços do Airbus

Foto: Valter Campanato (Agência Brasil)

Segundo informações dos oficiais envolvidos com as buscas mais de uma centena de destroços já foram localizados, mas a Aeronáutica só irá relacioná-los após uma identificação precisa. Esses destroços foram localizados na região a 440 quilômetros a nordeste do arquipélago de São Pedro e São Paulo, em área que possui 3,5 mil metros de profundidade. Oito corpos de passageiros foram resgatados totalizando 24 corpos resgatados.

Em entrevista à noite, o tenente-coronel Henry Munhoz, assessor de comunicação da Aeronáutica, reiterou que localizar a caixa-preta "não é uma prioridade" da operação brasileira, mas sim dos governos francês e estadunidense e que ações paralelas destes governos estão sendo conduzidas. O assessor também informou que o "objetivo na operação de busca e resgate é não deixar ninguém para trás", ou seja, o objetivo é resgatar os todos os 228 corpos.

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Dia 9 - Terça-feira, 8 de junho de 2009

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O tenente-coronel Henry Munhoz exibe fotografia que mostra o momento em que

parte do Airbus A 330 é içada do mar - Foto: Valter Campanato (Agência Brasil)

O tenente-coronel Henry Munhoz exibe fotografia que mostra o momento em que parte do Airbus A330 é içada do mar. Segundo a assessoria de comunicação da Aeronáutica e da Marinha mais quatro corpos foram resgatados no início da manhã pela fragata 'Bosísio' e permaneceram no navio, assim como os retirados ontem do mar. Como a câmara frigorífica do navio tem capacidade para até 20 corpos, somente quando for atingido essa capacidade eles serão levados a Fernando de Noronha.[65] Mais 13 corpos foram resgatados, totalizando 41 vítimas. Dois rebocadores de alto-mar contratados pela França: o 'Fairmount Expedition' e o 'Fairmount Glacier', que levarão a bordo 40 toneladas de equipamentos para auxílio às buscas dos destroços. Além disso, o submarino nuclear 'Émeraude', o navio de pesquisa 'Porquoi Pas?' e o navio anfíbio 'Mistral' estão seguindo para a área das buscas.

Os primeiros 16 corpos resgatados entre 6 de junho e a manhã de 8 de junho já estão em Fernando de Noronha onde os especialistas da Polícia Civil de Pernambuco e da Polícia Federal farão uma identificação prévia antes de serem enviado à Recife. Inicialmente a previsão era de que os corpos chegassem à ilha logo pela manhã, mas a chuva atrasando a decolagem dos helicópteros que buscariam os corpos na fragata.

 Parte da fuselagem recolhida - Foto: Agência Brasil

 

À noite, o brigadeiro Ramon Borges Cardoso informou que a Aeronáutica e a Marinha vão ampliar a área a ser vasculhada seguindo a direção das correntes marítimas registradas para o Norte e que as buscas entrarão na área de Dakar. As autoridades do Senegal foram contatadas e as embarcações e aeronaves militares brasileiras foram autorizadas a ingressar na área a fim de continuar as buscas. O brigadeiro informou também que todos os 41 corpos já resgatados estavam dentro das águas jurisdicionais brasileiras.

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Dia 10 - Quarta-feira, 10 de junho de 2009

No início da tarde, em nota divulgada no Cindacta 3, o comando da Aeronáutica e da Marinha informou que não existem novas notícias sobre o resgate de corpos de vítimas. A nota informava ainda que os 16 corpos que estavam em Fernando de Noronha seriam levados à Base Aérea de Natal às 15h e de lá seriam encaminhados para o Instituto Médico Legal (IML) de Recife para identificação. Outra informação contida na nota é de que a fragata brasileira 'Bosísio', que transporta os demais 25 corpos, deve se aproximar amanhã (11 de junho) de Fernando de Noronha.

O submarino nuclear francês 'Émeraude' chegou à área onde se concentram as buscas. A principal missão do submarino é tentar localizar a caixa-preta do Airbus, mas mesmo equipado com sonares potentes, a tarefa será difícil, já que mesmo após dez dias de buscas, ainda não se sabe ao certo o ponto exato em que o Airbus caiu. Outro fator de complicação são as correntes marítimas existentes na região que têm arrastado os destroços por quilômetros. Além disso, existem na área locais que podem atingir 5 mil metros profundidade. Também já estão na região o navio francês 'Mistral' e o rebocador 'Fairmount Expedition', que foi autorizado pelas autoridades brasileiras a atracar em Natal, para receber os equipamentos que serão utilizados na busca às caixas-pretas. A coordenação dos trabalhos dessas embarcações será feito pelas autoridades brasileiras para que não atrapalhem o resgate dos corpos, que continua sendo prioritário nas operações.

Ao décimo dia de buscas, os militares brasileiros não conseguiram localizar nenhum novo corpo. Segundo o brigadeiro Ramon Borges Cardoso, diretor do Decea, as condições meteorológicas pioraram ao longo do dia, forçando as aeronaves e embarcações brasileiras a se deslocarem para locais com melhor visibilidade, mas com menos chances de localização de novas vítimas.[70]Foi anunciado que a fragata Constituição, que transportou os primeiros 16 corpos, retornaria à área de buscas no dia seguinte. No próximo dia 19 de junho, o navio desembarque Rio de Janeiro, que tem capacidade para receber até 100 corpos em suas câmaras frigoríficas, se somará à frota na região. A embarcação estava em missão no Haiti, mas foi designada para se dirigir à Fortaleza, onde serão carregados dois helicópteros e mantimentos para a missão.

Pela primeira vez desde o início das buscas, a Aeronáutica e a Marinha mencionaram um prazo para o fim das operações. Segundo o brigadeiro Ramon Borges Cardoso, oficiais da Aeronáutica e da Marinha se reunirão no dia 12 de junho para avaliar a possibilidade de continuar os trabalhos além do dia 19 de junho, "Este prazo é um tempo no qual imaginamos que ainda haveria possibilidade de fazermos a coleta de corpos. Se antes desta data nós fizermos outra avaliação, esses prazo pode ser estendido", concluiu Cardoso.

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Dia 11 - Quinta-feira, 10 de junho de 2009

Avião Hércules C-130 da FAB com os corpos das 16 primeiras vítimas que foram transportados diretamente

da Base Aérea para o IML, para identificação - Foto: Valter Campanato (Agência Brasil)

No início da madrugada o avião Hercules C-130 da Força Aérea Brasileira (FAB) pousou na Base Aérea de Natal com os 16 corpos que seguiram diretamente para o IML de Recife e os trabalhos de identificação já foram iniciados pelos peritos. Os responsáveis por este trabalho não estabeleceram prazo para a conclusão das identificações, mesmo porque, em alguns casos, a identificação só será possível por meio de exame de DNA, e, neste caso, o trabalho será feito no Instituto Nacional de Criminalística (INC), em Brasília.

Pela manhã uma pequena parte dos destroços do Airbus chegaram a Natal. São 37 peças que deverão ser encaminhadas de avião para o Recife.

No início da noite o Comando da Marinha e o Comando da Aeronáutica informaram que mais 3 corpos foram resgatados, totalizando 44 vítimas ao todo. Os corpos já estão na fragata Constituição que deve chegar a Fernando de Noronha pela madrugada ou manhã de sábado (13 de junho). O comando da operações informou também que na manhã deste dia foi concluída a transferência dos 25 corpos da fragata Bosísio para Fernando de Noronha. Esses corpos passaram por perícias preliminares e serão transportados em duas etapas para Recife conforme o andamento dos trabalhos periciais. A primeira etapa deverá ser concluída na manhã do próximo sábado.

Ainda segundo as informações do Comando, na transferência dos corpos, o helicóptero H-60 Blackhawk, da Força Aérea Brasileira, transportou 15 militares do Destacamento Aéreo Embarcado (DAE) da Marinha do Brasil para a fragata Bosísio, que passará a operar com um helicóptero AH-11A Lynx, na área de buscas. Por solicitação da Marinha francesa, continua a nota do comando da buscas, o Blackhawk também levou dois psicólogos franceses para a fragata Bosísio, que depois irão para a fragata Ventose.

O tenente-brigadeiro Ramon Cardoso afirmou que as buscas às caixas-pretas estão sendo realizadas pela Marinha francesa, que não é obrigada a informar às autoridades brasileiras no caso de sucesso.

No dia 14 de junho de 2009, a FAB retificou o número de corpos encontrados, informando que foram encontrados 43 corpos.

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Dias 12 a 16 de junho de 2009

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Dia 17 - Quarta-feira, 17 de junho de 2009

Navio da Marinha francesa recolheu despojos avistados na área de buscas, além de bagagens. Um avião Hércules da Força Aérea Brasileira chegou a Recife transportando seis corpos que estavam em Fernando de Noronha.

Em 25 de junho, foi encontrado mais um corpo. Foi confirmado pela Polícia Federal e pela Secretaria de Defesa Social de Pernambuco que já haviam sido reconhecidos 14 corpos de vítimas do acidente, dentre os quais 10 brasileiros. Dentre as vítimas reconhecidas estavam o comandante da aeronave e um dos comissários de bordo.

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Dia 26 - Sexta-feira, 26 de junho de 2009

Após 26 dias de operações de buscas por corpos e destroços do voo, os comandos da Aeronáutica e da Marinha decidiram encerrar as operações. O anúncio foi feito no final da noite, por oficiais dos centros de Comunicação Social das duas Forças na sede do Cindacta 3, em Recife. O principal motivo foi que, mesmo com a utilização de 12 aviões e 11 navios militares, nenhum corpo foi encontrado nos últimos nove dias.

Durante o período de realização das buscas, foram resgatadas cerca de 600 partes de componentes estruturais da aeronave, além de bagagens dos passageiros. Doze aeronaves foram utilizadas, tendo sobrevoado por 1500 horas e percorrendo visualmente uma área de 350 mil quilômetros quadrados. A Marinha do Brasil utilizou onze embarcações, navegando por 35 mil milhas. O avião R-99 realizou busca eletrônica numa área correspondente a dois milhões de quilômetros quadrados. Estiveram diretamente envolvidos nas buscas, resgate e suporte um total de 1.344 militares da Marinha do Brasil e 268 da FAB, totalizando mais de 1.600 profissionais.

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A retomada das buscas

 

As buscas por sobreviventes do voo AF447 foram retomadas e paralisadas por diversas vezes. Ao todo, foram cinco as operações de busca, que podem ser apresentadas como:

 

01/06/2009 – início das buscas;

 

06/06/2009 – encontrados os primeiros destroços e corpos;

 

26/06/2009 – encerramento da participação do Brasil nas buscas por corpos, tendo sido resgatados 51.

 

Fase 1 (10 de junho a 10 de julho 2009)

 

Fase 2 (27 de julho a 17 de agosto de 2009)

 

Fase 3 (2 de abril a 24 de maio 2010)

 

Fase 4 (23 de março a 12 de abril 2011)

 

Fase 5 (Início 22 de abril): Clique AQUI para acessar a página da busca final.

 


Veja os bastidores da 1ª fase das buscas do voo 447

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Missão de busca do voo 447, da Air France. A definição que ouvimos de um marinheiro: “o oceano é um enorme deserto feito de água. E, claro, em permanente movimento”.

O que torna mais difícil a procura 1.500 quilômetros mar adentro - de tudo o que restou daquele trágico voo.

“É um trabalho intenso, na verdade, cansativo, só que faz parte do nosso cotidiano”, conta o capitão Santarém.

Veja no vídeo imagens exclusivas de um sobrevoo realizado sexta feira passada.

Apesar do empenho da tripulação, nada foi encontrado. Fato que já tinha se repetido, com outra equipe, no dia anterior.

“As condições não estavam muito boas. A gente tinha muita espuma e confundia muito a gente, mas a gente procurou fazer da melhor maneira possível”, afirma o comandante.

Veja no vídeo o mapa da base aérea de Natal. O Fantástico teve acesso aos bastidores da enorme operação iniciada logo depois do acidente com o avião da Air France, três semanas atrás.

Este é o Hercules, também conhecido como "Gordo". É capaz de voar em baixas altitudes e velocidade. E por muito tempo.

“Em dois tanques no compartimento de carga, que aumenta muito a nossa autonomia, dá pra voar 16 horas sem parar. Eu encontrei muitas partes da fuselagem da aeronave, partes brancas”, conta o comandante Guerreiro.

O comandante também trabalhou na tragédia do avião da Gol, em setembro de 2006.

“A diferença é que lá nós tínhamos muitas árvores. Mas a localização ela fica concentrada, ela não se movimenta, como é o caso do oceano”, diz o comandante Guerreiro.

Quem nos apresenta o Hércules é o sub-oficial Lopes. Além de instrutor de busca, ele é mecânico e uma espécie de zelador deste avião, há mais de 20 anos.

“Dediquei toda a minha vida, toda minha carreira a esse avião” diz Lopes.

Lopes mostra as portas adaptadas, transparentes, usadas na busca visual e um arsenal de sinalizadores.

“Eles indicam a direção do vento pra gente, além de marcar o local. Ele revela também como se trabalha, amarrado, quando esta rampa é aberta em pleno voo. Isso ocorre quando é necessário lançar algum material”, explica Lopes.

“Mesmo com todas as condições adversas, nosso treinamento é pra isso: buscar e encontrar”, afirma o sub-oficial.

Veja no vídeo um avião que recebeu no Brasil o nome de Amazonas. Ele é de fabricação espanhola e tem mais ou menos as mesmas características do Hercules, só que é um pouco menor e, sobretudo, é muito mais moderno.

No comando, uma tripulação veterana.

“Aqui nós temos uma média que vai desde 15 até 30 anos de serviços prestados na busca e salvamento”, diz o sub-oficial Lopes.

A forca aérea chegou a empregar 250 homens e dez aeronaves nas buscas aos destroços do avião da Air France.

Veja no vídeo a terceira missão seguida da equipe do helicóptero Black Hawk, o Falcão Negro.

“A gente começou em São Luis, no Maranhão, com as enchentes. Fomos engajados na barragem de Cocal, que estourou. A gente foi pra Fernando de Noronha, porque também havia necessidade da nossa ajuda, afirma o tenente Michelson.

Agora, a principal responsabilidade da tripulação é transportar os corpos resgatados no mar.

“Nosso comandante da aeronave falou: tratem aqueles corpos como se fossem seus filhos. A gente ficou com isso na cabeça e é o nosso pensamento durante todo o resgate. Todo cuidado possível, todo cuidado, afirma o tenente França.

Até agora, não foram localizados mais do que 50 corpos. Havia 228 pessoas a bordo.

Veja no vídeo um helicóptero da Marinha que tem um papel fundamental na localização precisa e final de vestígios, destroços, corpos, que depois são recolhidos por navios. Navios como uma fragata de 135 metros, mais de 200 tripulantes.

Funciona assim: a força aérea localiza algo e informa a Marinha, que tem 760 homens empenhados nas buscas.

Um navio se desloca para a área indicada. Para economizar tempo, o helicóptero faz uma varredura. Encontra, sinaliza e marca o local.

“Esse marcador dura em torno de uma hora, o navio é avisado, vai em direção o que foi achado e o helicóptero continua a sua busca”, conta o capitão Montenegro, comandante do Primeiro Esquadrão de Helicópteros da Marinha

Quando o navio chega ao local exato, quem entra em ação é a turma mostrada no vídeo. Os botes, com mergulhadores, descem para recolher o que foi encontrado.

“Somos um dos primeiros a chegar no local e é uma cena pesada”, diz um mergulhador. Trinta e um corpos e dezenas de fragmentos do Airbus da Air France passaram pelo convés da Fragata Bosísio.

“Todo fragmento é recolhido a bordo para permitir um estudo desse acidente, talvez chegar a causa e quem sabe evitar num futuro novos acidentes semelhantes”, diz o capitão de fragata Senna.

Veja no vídeo a sala de controle, no coração do navio. Aquele ambiente com pouca iluminação, muito visto no cinema, existe mesmo.

São radares, mapas, os orientadores por satélite e um monte de olhos atentos.

“Baseado nos cálculos da corrente marítima, do vento, a gente faz estimativa provável de onde tem mais probabilidade de encontrar”, conta o Capitão Menezes, chefe de operações do navio.

“Mas a tendência é que as missões fiquem cada vez mais difíceis e com menos resultados concretos”, explica o comandante do navio.

“A corrente marítima atua nos destroços espalhando. A probabilidade de achar conforme o tempo vai passando fica cada vez menor”, conta o capitão de fragata Senna.

Um trabalho estressante, sem previsão de encerramento. E longe da família.

Dona Sônia liga todos os dias para o filho: o sub-oficial Lopes, aquele, da equipe do Hércules.

“É motivo de grande alegria saber que eles não dão trabalho para a sociedade, mas que eles trabalham para o bem da sociedade”, diz dona de casa Sonia Maria de Lopes.

Para estes homens, parece mesmo que só uma palavra é proibida: desânimo.

“Nós não relaxamos um momento. É como se hoje fosse o primeiro dia”, diz o sub-oficial Lopes.

“O que a gente gostaria mesmo era poder salvar vidas, mas me sinto orgulhoso por prestar algum auxílio às famílias das vitimas”, diz um mergulhador.

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